Profetas Mórmons: Gladden Bishop

Profetas vivos são a parte mais idiossincrática da história, da teologia e da tradição mórmons. Tanto que o primeiro hinário mórmon, de 1835, continha uma estrófe celebrando a natureza ímpar desse quesito fundamental:

“Uma igreja sem um Profeta,
Não é a igreja para mim,
Ela não tem um cabeça para liderá-la,
Não pertenceria a uma assim.”¹

O conceito de profetas vivos permanece firme e forte, com mórmons cantando hoje “Graças damos, ó Deus, por um profeta; Que nos guia no tempo atual”. A celebração, e reverência, de profetas passados é quase tão forte quanto o culto aos profetas vivos atuais, inspirando publicações de biografias autorizadas e livros didáticos para mantê-los vivos na memória coletiva.

Detalhe de O Profeta Isaías, por Michelangelo (Mural na Capela Cistina)

Detalhe de O Profeta Isaías por Michelangelo (afresco no teto da Capela Sistina)

Não obstante, seja por divergência de tradições, seja por falta de interesse ideológico ou eclesiástico, ou por apatia literária ou historiográfica, muitos profetas da história e tradição mórmons são ignorados ou esquecidos. Esta série de artigos servirá para explorar as biografias e os legados desses líderes mórmons com sucintas introduções a seus chamados proféticos.

O artigo de hoje discutirá: Gladden Bishop. Continuar lendo

Profetas Mórmons: William Bickerton

Profetas vivos são a parte mais idiossincrática da história, da teologia e da tradição mórmons. Tanto que o primeiro hinário mórmon, de 1835, continha uma estrófe celebrando a natureza ímpar desse quesito fundamental:

“Uma igreja sem um Profeta,
Não é a igreja para mim,
Ela não tem um cabeça para liderá-la,
Não pertenceria a uma assim.”¹

O conceito de profetas vivos permanece firme e forte, com mórmons cantando hoje “Graças damos, ó Deus, por um profeta; Que nos guia no tempo atual”. A celebração, e reverência, de profetas passados é quase tão forte quanto o culto aos profetas vivos atuais, inspirando publicações de biografias autorizadas e livros didáticos para mantê-los vivos na memória coletiva.

Detalhe de O Profeta Isaías, por Michelangelo (Mural na Capela Cistina)

Detalhe de O Profeta Isaías por Michelangelo (afresco no teto da Capela Sistina)

Não obstante, seja por divergência de tradições, seja por falta de interesse ideológico ou eclesiástico, ou por apatia literária ou historiográfica, muitos profetas da história e tradição mórmons são ignorados ou esquecidos. Esta série de artigos servirá para explorar as biografias e os legados desses líderes mórmons com sucintas introduções a seus chamados proféticos.

O artigo de hoje discutirá: William Bickerton. Continuar lendo

Podcast Mórmon #102 – A Crise de Sucessão de 1844

A Associação Brasileira de Estudos Mórmons e o Vozes Mórmons dão seguimento ao projeto coletivo de podcasts para discussão de temas relacionados ao Mormonismo: O Podcast Mórmon.

Neste episódio Antônio Trevisan e Marcello Jun discutem o passado e o futuro da pesquisa acadêmico-histórica de um importante capítulo na história Mórmon: a crise de sucessão pelo controle da Igreja Mórmon após o assassinato de Joseph Smith em junho de 1844.

Em 27 de junho de 1844, Joseph e Hyrum Smith foram assassinados por uma turba em Carthage, Illinois. Suas mortes precoces e inesperados tomaram Joseph, e todos os Mórmons, completamente surpresos e despreparados. O que seguiu-se foram meses, anos, e décadas de confusão, brigas, e incertezas sobre quem deveria liderar a Igreja Mórmon agora que seu Profeta havia morrido. Esta confusão afetou não apenas a estrutura de poder e os líderes e candidatos à sucessão, mas também pessoas individualmente e famílias inteiras.

Embora muitos Mórmons acreditem que os Apóstolos teriam o direito de liderar a Igreja após a morte do Profeta, isto não era o que Smith havia legado à sua Igreja. Neste episódio do Podcast Mórmon, discutimos o que historiadores descobriram sobre os dilemas, debates, e brigas que sucederam a morte do Profeta e do Patriarca.

Assista aqui o podcast na íntegra:

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A Bíblia e sua restauração de uma pedra de tropeço

Texto de Daymon Smith para a Conferência Brasileira de Estudos Mórmons, realizada em 2013. Daymon Smith possui doutorado em antropologia pela Universidade da Pensilvânia e é o autor de The Book of Mammon e os três volumes de A Cultural History of the Book of Mormon, entre outros trabalhos. Possui o blog Mormonism Uncorrelated. Comentários e perguntas dos leitores e as respostas do autor serão traduzidas pelo Vozes Mórmons.

book-whirlUma das ironias do Livro de Mórmon é que seu tradutor e seu escriba frequentemente entendiam mal o que diz o texto. O termo “restauração”, por exemplo, é claramente definido por Alma e outros como algo muito maior do que trazer de volta alguma igreja cristã, imaginariamente tirada das páginas do Novo Testamento. A restauração da Casa de Israel é trazê-la de volta a Deus, e isso acontece pela restauração do conhecimento sobre seus convênios e sua misericórdia desde a Criação até esta tarde.

Restauração era um termo do Livro de Mórmon, nele definido claramente, descrevendo geralmente algo como karma: aquilo que sai de você voltará a você, para sua condenação ou salvação, se sua vida tiver sido misericordiosa ou injusta.

Seis meses depois de o livro ser publicado, porém, um grupo amplo de restauracionistas afiliados a Alexander Campbell e seu amigo Sidney Rigdon foram reunidos na fazenda de Isaac Morley, próxima a Kirtland, Ohio. Eles viviam o que consideravam ser um comunismo cristão, uma parte distintiva do seu esforço de restaurar a antiga ordem das coisas. Campbell e Rigdon não praticavam a comunidade de bens, entretanto, e ocasionalmente discutiam sua restauração. Continuar lendo