O Apóstolo Orson F. Whitney, então servindo como Bispo, ficou famoso por um discurso proferido para uma conferência de jovens em junho de 1888, e subsequentemente publicado no jornal oficial da Igreja SUD e distribuído em julho seguinte, no qual ele defende uma maior abertura entre mórmons para estudos acadêmicos e literários.

Orson Ferguson Whitney, Apóstolo da Igreja SUD (1906-1931)
Por causa desse discurso, Whitney é conhecido como o “pai da literatura mórmon“.
Eis o trecho desse discurso no qual Whitney defende que mórmons não deveriam nunca temer verdade, independente de sua fonte ou origem, e o estudo acadêmico como uma missão religiosa para todos os mórmons:
“Nos melhores livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim, pelo estudo, e também pela fé.”
As palavras que citei são as palavras do Profeta Joseph Smith, ou melhor, são as palavras do Todo-Poderoso por meio dele a este povo. Um povo que popularmente é suposto ser inimigo da educação, desdenhador do aprendizado, odiador de livros e escolas, e de tudo, na verdade, que é puro, enobrecedor e refinado. Um erro maior nunca foi feito, uma maldade mais cruel nunca foi cometida, um crime moral mais hediondo nunca foi perpetrado do que quando o povo “mórmon”, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi assim feito odioso aos olhos da humanidade.
Pois se é um crime surrupiar de alguém seu bom nome, aquela “jóia imediata da alma”, em comparação com a qual, como o poeta nos diz, roubar a bolsa é “roubar lixo”, o que deve ser roubar uma comunidade inteira de sua reputação? Uma comunidade, também, com uma missão como a nossa — a iluminação espiritual de um mundo, a salvação da raça humana, a educação, para esta vida e a vida que está por vir, de todos os que possam ser persuadidos a entrar no jardim de Deus e participar, livremente, dos preciosos frutos da Árvore do Conhecimento, que, no mais verdadeiro sentido, é também a Árvore da Vida. Roubar um povo de seu bom nome, limitando assim a sua utilidade, e impedindo-os de cumprir sua grande missão, que é atrair a Cristo todos os homens por meio do conhecimento, sabedoria, e aprendizagem revelados do céu e gravados nos melhores livros, é realmente um crime, não apenas contra as vítimas imediatas da calúnia, mas um crime contra Deus e a humanidade.
Mas não é meu atual propósito explorar o assunto ao qual essa linha de raciocínio naturalmente leva. Basta para mim saber, e testificar, que este povo é amigo, não inimigo, da educação; que eles são buscadores de conhecimento, amantes da luz e da verdade, Verdade universal, que, como as águas da terra, ou os raios solares do céu, tem não mais que uma fonte, qualquer que seja sua fonte terrana.
“Verdade é verdade, onde quer que seja encontrada,
Em solo em Cristão ou em solo pagão,”e digna de nosso amor e admiração, seja de longe, seja de perto, seja de cima, seja de baixo, seja brilhando como uma estrela na abóboda azul do céu, ou brotando como um flor do solo.
“Nos melhores livros buscai palavras de sabedoria; procurai conhecimento, sim, pelo estudo, e também pela fé.”
Infelizmente a maioria dos membros nao pensam assim, muitos, talvez com testemunho muito fraco e vulneravel, temem quando se deparam com alguma verdade que nao tenha vindo de fontes oficiais da igreja. Imagino se eles tivessem vivido na epoca de Cristo, Abinadi, Lehi ou mesmo na epoca de Joseph Smith. Certamente eles nao teriam aceito a verdade vinda desses homens, pois todos eles nao tinham nenhuma credencial eclesiastica, nao eram membros da igreja e pelo contrario, eram rejeitados pela mesma.
“O homem em busca da verdade não tem nenhum sistema específico para apoiar, nenhum dogma específico para defender, ou teoria para sustentar; ele abraça todas as verdades…” John Taylor
Infelizmente o cristianismo é essencialmente dogmático (o paradigma é a fé) e, portanto, incompatível com a pesquisa pela verdade.
Todo esse parafraseado é inútil e enganador. Quando confrontado o dogma, isso rui como um castelo de areia.