Por Que Religião é Mais do Que Crença — Uma Defesa do Mormonismo Cultural

Matthew Bowman

Há muitos termos para se referir a pessoas que frequentam as reuniões d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias mas dizem nāo acreditar em todos seus ensinamentos. “Mórmon cultural” é um deles. “Hipócrita” é outro. Em ambos os casos, porém, a suposição é que participar sem crer requer adendos. Ou, em outras palavras, supõe-se que crer seja a verdadeira essência do que significa ser religioso.

De certa forma, os membros da Igreja foram ensinados essa lição pela Suprema Corte dos EUA. Em 1879, o tribunal proferiu uma decisão no caso George Reynolds. Ele era secretário de Brigham Young e o homem que os líderes da Igreja escolheram para ser o caso teste para ver se o tribunal concordaria que a Primeira Emenda protegia a prática da poligamia.

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The Economist: O Mormonismo Conseguirá Prosperar Como Fé Global?

Os problemas que afetam o progresso d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como denominaçāo presente em diversos países, bem como possíveis soluçōes apontadas por estudiosos da religiāo, foram tema de artigo da revista The Economist, publicado em seu website no último dia 08 de janeiro.

O templo de São Paulo, d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. | Imagem: Cortesia de aigrejadejesuscristo.org

O artigo, intitulado “O mormonismo conseguirá prosperar como fé global?”, inicia notando os paralelos arquitetônicos entre os templos SUD de Sāo Paulo e de Provo, em Utah, apesar dos enormes contrastes entre duas cidades e suas respectivas culturas:

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O Fascínio de Empresas como LuLaRoe Para Mulheres Santos dos Últimos Dias

O elo oculto entre a história das mulheres mórmons e leggings coloridas

Janiece Johnson

A imagem da capa da nova série de documentários “As Faces da Marca” [no original em inglês, “LuLaRich”] da Amazon Prime, mostra uma mulher com as mãos erguidas, como se estivesse orando ou louvando. O assunto da série não é abertamente religioso, no entanto. É sobre leggings.

DeAnne Brady Stidham, co-fundadora da empresa LuLaRoe, na capa do documentário “As Faces da Marca” | Imagem: cortesia da Amazon Prime Video, 2021

Ou, mais especificamente, sobre a venda de leggings. “As Faces da Marca” documenta a concepção e ascensão meteórica da LuLaRoe, uma empresa de vendas diretas ou marketing multinível (MMN) que gerou enormes lucros a seus proprietários e trouxe muitos milhares de pessoas, na maioria mulheres, a bordo para vender leggings e outras roupas coloridas para mulheres em suas próprias redes sociais.

No centro da história, estão atitudes sobre trabalho, gênero e o sonho americano. Mas outra parte, menos comentada sobre a saga da LuLaRoe e outros MMNs, é o seu lugar na história religiosa americana recente e, em particular, a maneira como essa empresa serviu-se da cultura d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD) para construir seu próprio poder.

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O Falsificador Mórmon, na Netflix, Destaca Questões de Fé, Ceticismo e Autenticidade

Benjamin Park

Aviso sobre spoilers: este ensaio cobre as linhas gerais do caso de falsificação e assassinato de Mark Hofmann, que será destacado no novo documentário da Netflix, embora não detalhe nenhuma das novas descobertas do documentário.

Em 15 de outubro de 1985, Salt Lake City, Utah, foi abalada profundamente. Naquela manhã, uma bomba fatal explodiu no escritório do empresário Steven Christensen; à tarde, outra bomba tirou a vida de Kathy Sheets, esposa de um dos colegas de Christensen, em sua casa. Muitos presumiram que as mortes estivessem relacionadas a um acordo de investimento que dera errado.

Porém, havia outra ligação que parecia mais provocativa e que imediatamente chamou a atenção nacional: as vítimas também estavam envolvidas na compra de uma carta histórica controversa, vários anos antes, a qual ameaçava minar as origens históricas d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

As coisas pioraram no dia seguinte, 16 de outubro, quando uma terceira bomba explodiu no carro de Mark Hofmann, o negociante de documentos que havia encontrado e facilitado a venda da carta, confirmando que os assassinatos tinham mais a ver com mormonismo do que com dinheiro. Hofmann sobreviveu a explosão com ferimentos graves, apenas para mais tarde se tornar o principal suspeito por trás de todos os três dispositivos. Continuar lendo

Vacina Contra Covid-19: Membros Seguirão o Profeta?

Oito líderes mundiais dos santos dos últimos dias e algumas de suas esposas receberam a vacina contra o Covid-19, no dia 19 de janeiro, em Salt Lake City, Utah. A Igreja ainda publicou uma mensagem enfatizando a seus membros a importância da vacinação.

Russel Nelson profeta vacina Covid-19

Russel Nelson recebe a primeira dose da vacina contra Covid-19, em Salt Lake City. | Imagem: Cortesia de Intellectual Reserve.

Russel M. Nelson, presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, anunciou em uma postagem no Facebook o recebimento da primeira dose da vacina, juntamente com sua esposa, Wendy:

Receber a vacina hoje foi parte de nossos esforços pessoais para sermos bons cidadãos globais em ajudar a eliminar o  COVID-19 do mundo.

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‘Templo’ Exclusivo a Profetas Estimado em US$2 Milhões

Durante a reforma do Templo de Salt Lake City, um “mini-templo” estará disponível aos três membros da Primeira Presidência e os Doze Apóstolos. Sua localização é o oitavo andar do Memorial Joseph Smith, elegante prédio centenário da Praça do Templo, no centro de Salt Lake City. O custo estimado pela imprensa para a reforma do andar é de US$2 milhões, cerca de R$ 10.400.000 ao câmbio de hoje.

A Praça do Templo em contraste com os arranha-céus, no centro da capital de Utah. Além do icônico templo, atualmente em reforma, a Praça abriga o Tabernáculo, o Prédio Administrativo da Igreja e o Prédio Memorial Joseph Smith, entre outras instalações. | Imagem: Sean Pavone, Shutterstock.

Planos para o “mini-templo” destinado aos quinze líderes máximos d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias antecederam o fechamento temporário do templo de Salt Lake City. Continuar lendo

Falece Armand Mauss, Sociólogo Mórmon

Faleceu hoje, aos 92 anos, Armand Lind Mauss, um dos mais influentes intelectuais mórmons da atualidade. Ele era professor emérito de Sociologia e Estudos da Religião na Universidade Estadual de Washington, onde lecionou entre 1969 e 1999. Armand Mauss foi autor de seis livros, e autor ou co-autor de mais de 100 artigos cientificos.

Armand e Ruth Mauss. | Imagem: cortesia de Miller Eccles Study Group.

Mauss foi editor do Journal for the Scientific Study of Religion (Revista para o Estudo Cientifico da Religião) entre 1989 e 1992, e editor associado de diversos outros periódicos acadêmicos. Foi um dos fundadores da  Mormon Social Science Association (Associação de Ciências Sociais Mórmon) em 1976, e presidiu a Mormon History Association (Associação de História Mórmon) entre 1997 e 1998. Mauss foi uma forte influência na revista mórmon Dialogue, servindo durante 20 anos em seu comitê editorial. Continuar lendo

Leonard Arrington: Política e Raça Entre Mórmons Latino-Americanos

Escrevendo acerca da Conferência Geral SUD de outubro de 1979, Leonard J. Arrington fez algumas observações sobre os santos dos últimos dias na América Latina, baseado em suas conversas com os representantes regionais da Igreja na região. Percepções sobre raça e inclinações políticas, segundo o historiador, marcavam diferenças entre mórmons nos Estados Unidos e seus pares nas Américas Central e do Sul, e mereciam a atenção da hierarquia em Salt Lake City.

Retrato de Leonard Arrignton | Imagem: Acervo da Utah State University, cortesia do Herald Journal

Arrignton fala em tons elogiosos dos Representantes Regionais que conheceu na Conferência, dentre eles o brasileiro Osiris Grobel Cabral. Para o Historiador da Igreja, tratavam-se de “pessoas jovens, enérgicas”, expressando um contraste sutil com as Autoridades Gerais. Um dos Representantes, Jeff[rey] Allred, é lembrado como alguém que “gosta de ler a história ‘verdadeira'”, uma constante preocupação que Arrington expressa em seus diários. Continuar lendo

W. Paul Reeve: Redescobrindo os Primeiros Conversos Negros do Mormonismo

“É impossível policiar as fronteiras raciais”, afirma o historiador W. Paul Reeve. Professor da Universidade de Utah, Reeve coordena desde 2018 o projeto Century of Black Mormons (Século dos Mórmons Negros), uma base de dados digital que busca documentar a história de mórmons negros durante o primeiro século de existência do movimento religioso fundado por Joseph Smith.

W. Paul Reeve, professor da Universidade de Utah | Imagem: Cortesia de Daily Utah Chronicle.

Nesta entrevista exclusiva ao Vozes Mórmons, Reeve fala sobre sua jornada acadêmica para entender o passado racial dos santos dos últimos dias e os principais desenvolvimentos da historiografia sobre o passado racial mórmon nas últimas quatro décadas. Segundo ele, houve “três fases” de politicas raciais na Igreja SUD, fato que, observa, muitos de seus membros infelizmente desconhecem.

Reeve também pondera sobre a influência dos ensinamentos raciais passados sobre o mormonismo atual: “a Igreja”, ele afirma, “passou mais de 130 anos ensinando doutrinas e políticas raciais, mas não investiu a mesma energia para corrigir esses ensinamentos”. O historiador ainda lista as seis justificativas mais comuns entre membros SUD que reforçam a ideia de “inocência branca” durante o período da segregação racial mórmon, entre 1852 e 1978. Continuar lendo

A “Revolta Racial” em Salt Lake City Que Nunca Aconteceu

Na esteira dos protestos em Salt Lake City, boatos circularam sobre a iminente invasão de casas na região norte de Utah. Manifestantes supostamente planejavam bater em portas e “se as pessoas atenderem quando baterem, eles [iriam atirar] para provar que vidas negras importam”. Departamentos de polícia de toda a região emitiram declarações através de mídia social de que parecia não haver uma ameaça credível. De fato, os boatos podem ter sido desencadeados por postagens de mídias sociais, como uma postada por “Blacklivess Matter”, que prometia “estaremos assassinando famílias brancas até que a justiça seja feita!!!” ou outra da “ANTIFA America”, que declarava “Hoje à noite dizemos ‘F…. A Cidade’ e entraremos nas áreas residenciais. . . nos bairros brancos. . . para tomar o que é nosso”. Isso era assustador. Mas, como os rumores em Utah,  faziam parte de uma mentira. A rede NBC News descobriu, por exemplo, que a conta da “ANTIFA America” estava vinculada a um grupo neonazista conhecido como Identity Evropa. O objetivo de tais boatos era semear discórdia, medo e, assim como a violência entre manifestantes, servia para deslegitimar um movimento e desviar a atenção de sua mensagem.

‘Líderes SUD: usem sua influência em prol da justiça moral”, dizia a faixa carregada por estudantes e professores da Universidade de Utah, em 1965. Marchando ao lado de membros da NAACP, em Salt Lake City, eles pediam que a Igreja Mórmon usasse sua influência em favor do movimento de direitos civis. | Imagem: The Daily Utah Chronicle/KUED

Essa tática de desinformação e propaganda política tem uma longa história entre governos e tem sido empregada nos Estados Unidos em inúmeras ocasiões. Infelizmente, os rumores sobre violência inspirada pelo Black Lives Matter (Vida Negras Importam) no norte de Utah fazem lembrar uma campanha de desinformação semelhante, lançada contra a população de Utah em setembro de 1965. Continuar lendo

Estátua de Brigham Young Pichada na BYU

Na manhã de segunda-feira (15/06), seguranças da Universidade Brigham Young (BYU) encontraram pichada a estátua do profeta e colonizador mórmon que dá nome à universidade.

Estátua de Brigham Young, no campus que leva seu nome, em Provo, Utah (15/06/2020). | Imagem: cortesia da Polícia da BYU.

Duas pessoas vistas pelas câmeras de seguranca da instituição haviam jogado tinta látex vermelha sobre a estátua e escrito a palavra “Racista” no seu pedestal. Um spray e uma lata de tinta foram deixados no local pelos pichadores.

A placa do prédio administrativo da universidade foi pichada com um X. O prédio leva o nome de Abraham O. Smoot, líder político e eclesiástico mórmon no território de Utah. Smoot era proprietário de pelo menos proprietário de pelo menos um escravo em Utah.

A estátua de bronze e a placa foram limpas no mesmo dia. Em declaração ao jornal The Salt Lake Tribune, um funcionário da universidade estimou os gastos da restauração em torno de mil dólares.

A depredação ocorreu em meio aos protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, desencadeados pela morte de George Floyd em 25 de maio, na cidade de Minneapolis, e outras mortes de pessoas negras resultantes da brutalidade policial no país.

Protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) também ocorreram na capital de Utah, Salt Lake City. Alguns dos protestos nos EUA e em outros países têm denunciado ou buscado destruir monumentos públicos em homenagem a personagens históricos associados ao comércio de escravos e à supremacia branca.

Segundo presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Brigham Young (1801-1877) introduziu publicamente no mormonismo a ideia de segregação racial. Em 1852, Young discursou sobre a escravidão diante da Assembleia Legislativa do Território de Utah, afirmando que “um homem que tem o sangue africano nele não pode portar nem um jota nem um til do sacerdócio“, ainda que pudesse ser admitido como membro através do batismo. Por serem descendentes do personagem bíblico Caim, pregava Young, negros eram amaldiçoados, e poderiam ser protegidos pelo restante da posteridade de Adão ao ser tomados como escravos.

Um artigo de opinião publicado pelo The Salt Lake Tribune em 12/06 pedia que a universidade mórmon mudasse seu nome, afirmando que Brigham Young havia sido um dos supremacistas brancos mais bem-sucedidos, dada a prolongada vida do banimento de negros do sacerdócio SUD.

Em ensaio publicado em inglês no seu site oficial em 2013 (e traduzido para o português em 2014), a Igreja SUD reconhece que as ideias raciais de Young foram ao longo do tempo sendo expandidas e acrescidas de outras justificações doutrinárias para o racismo na igreja, dentre elas a ideia de os negros serem espiritos que permaneceram neutros na chamada “Guerra nos Céus”:

A maldição de Caim, frequentemente, era apresentada como justificativa para as restrições do sacerdócio e do templo. Na virada do século [20], outra explicação tomou forma: foi dito que os membros [negros] foram menos valorosos na batalha pré-mortal contra Lúcifer e, como consequência, foram impedidos de bênçãos do sacerdócio e do templo.

Durante a vida do profeta mórmon fundador, Joseph Smith Jr. (1805-1844), homens negros como Walker Lewis e Elijah Able foram ordenados a ofícios do sacerdocio mórmon. Segundo o relato da conversa negra Jane Manning James, em Nauvoo, Joseph Smith ainda teria proposto, através de sua esposa Emma, que Jane fosse a eles adotada como filha. Na década de 1830, Smith chegou a defender a escravidão negra em bases bíblicas. Porém, passou a defender o fim da escravidão nos últimos anos da sua vida.

A segregação racial iniciada no mormonismo em 1852 apenas veio a ser revogada em 1978, sob a direção do então presidente da denominação, Spencer W. Kimball (1895–1985). À época, a Igreja Mórmon via suas políticas raciais engenhadas na América do Norte impedindo seu crescimento em países como Brasil, onde predominava uma população grandemente miscigenada. O próprio Kimball aconselhava seus seguidores a casar com pessoas “da mesma raça”, tema ensinado mesmo após 1978.

Apesar de a Igreja implicitamente refutar hoje tais explicações doutrinárias para seu passado de segregação racial, durante o qual baniu homens negros do sacerdócio e impediu o pleno acesso de homens e mulheres negras aos rituais dos seus templos, a discriminação contra mórmons negros persiste no cotidiano.

Na própria BYU, alguns professores ainda buscam justificar o segregação no passado mórmon evocando paralelos bíblicos, como neste relato de uma estudante:

Meu professor de “Fundações da Restauração” justificou a proibição do sacerdócio aos negros, dizendo: “Não vamos fingir que Deus não havia feito restrições raciais para o sacerdócio e o evangelho antes. Ele não queria que o evangelho fosse ensinado aos gentios em um ponto. Não sei por que Deus faz essas restrições, mas Ele deixou as duas continuarem por um longo tempo.”

Em 2012, outro professor da mesma universidade causou desconforto ao declarar ao jornal The Washington Post que a segregacão racial não se havia iniciado com Brigham Young, mas sim com Caim.

No início de junho, o atual profeta e presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Russel M. Nelson, condenou o racismo  e a violência em nota nas mídias sociais. Nelson não abordou as questões raciais no mormonismo.

A BYU anunciou na semana passada a formação de um comitê para examinar as questões relacionadas a raça e desigualdade na universidade da Igreja.

Onde Está o Profeta do Mundo?

Hoje pelo mundo há grande confusão

As notícias causam preocupação.

Mas podemos ter segura orientação

Se aos profetas de hoje dermos atenção.

(Hino da Primária)

Neste ano de 2020, estamos passando pela pandemia do CoViD-19. No ano do bicentenário da Primeira Visão de Joseph Smith Júnior nos foi prometida uma Conferência Geral histórica. Contudo, a mesma foi transmitida apenas pela internet, tirando o brilho que teríamos nos dias 04 e 05 de abril nas capelas e no Centro de Conferências. Por esses tempos, não temos visto o atual Presidente da Igreja, senhor Russell Marion Nelson, em seu chamado profético falar não só aos santos dos últimos dias, mas ao mundo todo.

Há 20 anos, o saudoso papa São João Paulo II 1920-2005 (canonizado em 2011) no dia 12 de março de 2000 fez uma homilia ao mundo pedindo o perdão pelos erros cometidos pela Igreja Católica Apostólica Romana. O ano ficou conhecido como o do jubileu, ou do perdão. Essa mensagem foi dirigida ao mundo em sinal de humildade daquele líder religioso:

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Alguns Mórmons Veem Mensagem na Trombeta Caída do Anjo Morôni

Em 18 de março de 2020, às 7:09 da manhã, moradores de Salt Lake City e condados vizinhos do norte de Utah acordaram com um terremoto de magnitude 5,7 que atingiu 16 km além da cidade. Felizmente, parece não ter havido perda de vidas, embora danos materiais ocorreram em toda a área. O icônico Templo de Salt Lake City d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias teve somente pequenos danos. O anjo de mais de três metros e meio, na torre mais alta do prédio, foi sacudido a tal ponto que a trombeta posicionada em seus lábios deslocou-se e despencou para a base da torre. Coincidentemente, o templo havia sido fechado em 29 de dezembro de 2019, para reforma e atualização sísmica.

terremoto, anjo Morôni, profecia

Morôni sem a trombeta. | Imagem: Beneathtimp, Wikimedia Commons

Um porta-voz da Igreja SUD observou: “Este evento enfatiza por que este projeto é tão necessário para preservar este edifício histórico e criar um ambiente mais seguro a todos os nossos frequentadores e visitantes.” Membros individuais da Igreja, no entanto, procuraram um significado profético maior do que o oferecido na declaração sobre a segurança do edifício.  Continuar lendo

Diretor de Filmes do Templo Mórmon Indiciado por Pedofilia, 2ª Criança

O diretor contratado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para dirigir os três filmes que passavam nas sagradas ordenanças de investiduras em seus templos, Sterling Van Wagenen, foi indiciado este mês por pedofilia e abuso sexual de uma segunda criança, uma menina entre 7 e 9 anos de idade.

Van Wagenen, que havia sido exposto há 2 meses por ter sido  gravado em áudio¹ confessando ao menos um caso de pedofilia e abuso sexual de menor, ocorrido cerca de 20 anos antes de sua comissão apostólica, agora responderá criminalmente pelo abuso sexual de criança ocorrido há apenas 4 anos.

Sterling Van Wagenen. (Foto: IMDB)

Plenamente ciente das acusações de pedofilia e abuso sexual infantil de quase 30 anos atrás, a Igreja SUD limitou-se apenas a uma punição eclesiástica restrita e temporária (mais abaixo) enquanto pressionara a família da vítima a não prestar queixas criminais, após o que louros sociais e prestígio religioso que permitiram-lhe que abusasse de outra criança.

Prestígio entre Mórmons

As ordenanças do templo são tão sagradas para a fé mórmon que apenas membros considerados “dignos” podem sequer frequentar os templos e participar de suas ordenanças, e deles se exige absoluta discrição para nunca se discutir, que dirá descrever, tais ordenanças fora dos templos. Assim contextualiza-se a confiança da alta liderança apostólica da Igreja depositada nos ombros do homem responsável por produzir e dirigir os filmes que proveem a narrativa em tais ordenanças para uso em todos os templos mundo afora.

A Igreja SUD utilizava dois filmes, produzidos no final da década de 1980, para suas ordenanças templárias. Em 2013, a Igreja SUD lançou três novos e modernizados filmes para substituí-los, todos produzidos e dirigidos pelo pedófilo e estuprador confesso Van Wagenen. No começo do ano, a Igreja alterou partes doutrinárias das ordenanças para reduzir a percepção de misoginia, e consequentemente alterou sua apresentação, substituindo os filmes de Van Wagenen por slides estáticos destes mesmos filmes.

Além dessa profunda honra eclesiástica, Van Wagenen também produz filmes que a produtora da Igreja SUD compra para distribuir, como a ficção histórica de 2018 Jane e Emma. Ele ainda foi um dos co-criadores do festival Sundance, que fez de Utah uma parada obrigatória do cinema mundial.

Os Abusos
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Diretor de Filmes do Templo Mórmon Confessa Pedofilia, Abuso Sexual

O diretor contratado pela Igreja SUD para dirigir os três filmes que passavam nas sagradas ordenanças de investiduras em seus templos, Sterling Van Wagenen, foi gravado em áudio¹ confessando ao menos um caso de pedofilia e abuso sexual de menor, ocorrido cerca de 20 anos antes de sua comissão apostólica.

Sterling Van Wagenen. (Foto: IMDB)

As ordenanças do templo são tão sagradas para a fé mórmon que apenas membros considerados “dignos” podem sequer frequentar os templos e participar de suas ordenanças, e deles se exige absoluta discrição para nunca se discutir, que dirá descrever, tais ordenanças fora dos templos. Assim contextualiza-se a confiança da alta liderança apostólica da Igreja depositada nos ombros do homem responsável por produzir e dirigir os filmes que proveem a narrativa em tais ordenanças para uso em todos os templos mundo afora.

A Igreja SUD utilizava dois filmes, produzidos no final da década de 1980, para suas ordenanças templárias. Em 2013, a Igreja SUD lançou três novos e modernizados filmes para substituí-los, todos produzidos e dirigidos pelo pedófilo e estuprador confesso Van Wagenen. No mês passado, a Igreja alterou partes doutrinárias das ordenanças para reduzir a percepção de misoginia, e consequentemente alterou sua apresentação, substituindo os filmes de Van Wagenen por slides estáticos destes mesmos filmes.

Além dessa profunda honra eclesiástica, Van Wagenen também produz filmes que a produtora da Igreja SUD compra para distribuir, como a ficção histórica de 2018 Jane e Emma. Ele ainda foi um dos co-criadores do festival Sundance, que fez de Utah uma parada obrigatória do cinema mundial.

O Abuso
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