
Jamaica e o Início do Movimento Rastafari
Descoberta pelos espanhóis na época de Cristovão Colombo, a Jamaica foi colônia espanhola até a segunda metade do século XVII, quando passou para mãos inglesas. Sob o domínio britânico, esse território caribenho se transformou num grande exportador de açúcar. Assim como no Brasil, houve um grande uso da mão de obra de escravos vindos da África no cultivo da cana de açucar. Essa importação de escravos foi tanta, que a população negra passou a predominar na ilha.
Ainda antes da chegada dos ingleses, escravos que conseguiam fugir formavam assentamentos independentes equivalentes aos nossos quilombos. Esses escravos refugiados eram os “Maroons”. Símbolos de resistência contra a dominação europeia, os maroons sempre estiveram presentes no imaginário dos jamaicanos, com significado especial para os descendentes dos escravos, uma vez que a abolição da escravatura, ocorrida na década de 1830, não resultou no fim do sofrimento do povo negro.
Em 1914, após viajar por diversas partes da América e passar dois anos em Londres, o jamaicano Marcus Mosiah Garvey formou a Associação Universal para o Desenvolvimento do Negro (UNIA) que, entre outras coisas, lutava pelo desenvolvimento da África e a união dos afrodescendentes espalhados pelo mundo – entendidos como africanos em diáspora – em uma nação livre naquele continente.
Reza a lenda que, inicialmente, a mãe de Garvey quis dar-lhe o nome do meio de Moses (Moisés), explicando profeticamente: eu espero que ele seja como Moisés e conduza este povo.[1]O pai de Marcus Garvey tinha seu mesmo nome; era descendente dos maroons e tinha muito orgulho desse fato.[2] Continuar lendo →