O ator e diretor Mel Gibson está produzindo um sequel para o seu sucesso de bilheteria de 2004, A Paixão de Cristo.
O roteirista e colaborador Randall Wallace confirmou oficialmente planos para retomar a parceira que produziu o filme que fez USD 612 milhões em bilheterias mundo afora de um orçamento de apenas USD 30 milhões.
O filme de 2004 impactou profundamente o mercado cinematográfico com seu estilo e sucesso financeiro, estimulando um mercado de filmes voltados para grupos religiosos, apesar de ser negativamente recebido pela crítica (e.g., “pornografia de tortura” e “espiritualmente vazio e artisticamente simplista”) e por historiadores e acadêmicos (e.g., “erros grosseiros de acurácia histórica” e “o filme não deve ser confundido com fatos históricos”).
O foco dessa continuação será a visão de Gibson e Wallace da Ressurreição de Cristo. Ainda não anunciada a fonte literária na qual basearão sua narrativa. O Paixão foi inteiramente baseado nas visões da freira augustiniana Anne Catherine Emmerich (1774-1824), que sofria com o fenômeno místico da stigmata (quando as feridas de Cristo aparecem espontânea e episodicamente), acompanhado de visões que ela ditava para um escriba.
Enquanto aguardamos o próximo filme, eis uma cena central da película de Gibson:
Um exercício ainda mais interessante é comparar os fatos apresentados pelos 4 evangelhos considerados canônicos e contrastá-los com os fatos apresentados por Emmerich ou por Gibson em seu filme. Eis um resumo dos fatos da Paixão de Cristo como encontrados nos evangelhos:
- A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de Marcos
- A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de Mateus
- A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de Lucas
- A Paixão de Cristo Segundo o Evangelho de João
Adorava esse filme e Stigmata na época no SBT mas é engraçado como o povo da seita SUD botava medo para nunca assistir e sempre falava o velho bordão de sempre: é fora do padrão!
Querida Magnólia Sá, primeiramente procure saber o que significa seita, e depois do entendido corrija o seu comentário sobre “seita SUD”. Segundo ponto importante, é que, quando falamos “fora do padrão”, não é um velho bordão, e sim um conjunto de ensinamentos aonde aprendemos o que é bom para se ver, e caso esteja fora do padrão, somos aconselhados a não participar.
Do ponto de vista teológico, a maior crítica que se pode fazer ao filme é por querer transformar a morte de Jesus em uma trama a-histórica travada nas regiões celestes pela qual alguém deveria ser sacrificado para salvar os homens.
Ademais, identificar a morte de Jesus com o sistema sacrificial cultual do judaísmo foi trágico, pois os sacrifícios de animais nada mais era que símbolos expressivos do arrependimento do homem para com Deus, de forma que seu objetivo era manifestar a gratidão na busca pela reconciliação com Deus.
Por fim, a ideia de morte expiatória pouco ou nenhum sentido faz para a mentalidade moderna, sendo um anacronismo teológico, pois o modelo dessa concepção é o de um cobrador de dívidas de modo integral como condição para conceder o perdão, o que aproxima Deus dos deuses sanguinários que exigiam sacrifícios cruentos de seus seguidores. Bem diferente do Pai amoroso anunciado por Jesus.