Segundo na linha de sucessão apostólica da Igreja SUD, L. Tom Perry faleceu hoje aos 92 anos de idade por consequência de complicações pulmonares secundárias a câncer na tireoide.
As duas maiores agências de notícias do mundo, Reuters e Associated Press, ressaltaram em seus obituários, além das costumeiras notas biográficas básicas, o enfoque recente de Perry nas lutas contra os direitos civis de pessoas LGBT. A percepção foi de que esse legado de vida tanto lhe define que a Reuters inclusive intitulou seu obituário assim.

“Líder Mórmon L. Tom Perry Morre aos 92 anos, Opunha-se ao Casamento Homossexual” anuncia a agência de notícias Reuters
É pouco provável que Perry desejasse ser lembrado assim, ou que tivesse seu legado apostólico definido por essa cruzada ideológica mais recente. Não obstante comentários sobre sua notória afabilidade, sua impressionante longevidade e vitalidade, e seu longo tempo de serviço à Igreja Mórmon, é notório o quanto jornais (mundiais, locais e amistosos, e até o jornal oficial da Igreja) enfatizaram sua oposição a homossexuais nesse momento em que se reflete sobre as obras de uma vida inteira.
Lowell Tom Perry nasceu em Logan, Utah, em 1922. Serviu uma missão de tempo integral entre 1942 e 1944 na missão sediada em Chicago, e em seguida foi conscrito pelas Forças Armadas para o Corpo de Fuzileiros Navais, com quem serviu no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e na ocupação do Japão no pós-guerra. Retornando da Ásia, terminou sua faculdade na Universidade Estadual de Utah e casou-se. Trabalhando apenas como gerente em pequenas empresas, Perry destacou-se em suas funções eclesiásticas em Massachussetts (Bispo, Sumo-Conselho, Conselheiro e depois Presidente de Estaca) até que foi chamado para ser Apóstolo em 1972.
O falecimento de Perry traz à tona discussões sobre o futuro imediato da liderança Mórmon. Com más notícias sobre a saúde de seu líder máximo, o profeta Thomas Monson, incluindo rumores sobre demência senil, além das sabidas doenças dos Apóstolos Boyd Packer (primeiro na linha de sucessão) e Richard Scott (sexto), e das avançadas idades dos 7 líderes máximos, levanta-se cada vez mais a questão sobre a capacidade física dos líderes Mórmons para manejar a Igreja e a Corporação. (Leia essa discussão no Vozes Mórmons de 3 anos atrás)
Perry também era famoso por ser um dos poucos Apóstolos Mórmons polígamos no século 21. Apenas 2 anos após ser ordenado Apóstolo, Perry perdeu sua primeira esposa Virginia para câncer, e 1 ano e 4 meses depois casou-se para o tempo e a eternidade com Bárbara Dayton. Perry serviu nas últimas 4 décadas, portanto, como exemplo pessoal da persistência da crença de poligamia eterna entre Santos dos Últimos Dias, sendo que a Igreja permite apenas homens a serem selados (casados para a eternidade) com múltiplas esposas.
Releia o último discurso de Conferência Geral de L. Tom Perry aqui.
“Perry também era famoso por ser um dos poucos Apóstolos Mórmons polígamos no século 21.”
—
Ele era casado, ficou viúvo e depois casou-se novamente. Se isso for ser poligamia, tem muitos homens e mulheres fora da lei no Brasil.
Marcelo errou por dois anos em seu palpite.
Esperamos agora quem será o próximo.