Profeta Mórmon a Africanos: Dízimo Eliminará Pobreza

O Profeta Russell Nelson, Presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, pregou a africanos, durante sua visita a Nairobi, capital do Quênia, que o pagamento do dízimo é o que eliminará a pobreza de suas vidas.

Presidente Russell Nelson, em visita com Apóstolo Jeffrey Holland, cobrou dízimo dos africanos no Quênia (Foto: Ravell Call, Deseret News)

Mórmons africanos fizeram enormes sacrifícios para ouvir o seu Profeta pessoalmente, de acordo com o jornal da Igreja SUD Deseret News.

“Para ouvir, nesta segunda-feira,  a voz do presidente da Igreja SUD pessoalmente pela primeira vez, os mórmons da África Oriental viajaram centenas de quilômetros em ônibus cobertos de poeira, pulando e balançando por estradas de terra, ruas quebradas e onipresentes lombadas que mantêm velocidades abaixo de 80 km/h.”

E mensagem de Nelson foi tão clara e inequívoca, quanto o seu apelo ao popular evangelho da prosperidade, do tipo “paguem seus dízimos e deixarão de ser pobres”:

“Pregamos o dízimo para os pobres do mundo porque os pobres do mundo vivem em ciclos de pobreza, geração após geração. Essa mesma pobreza continua de uma geração para outra, até que as pessoas paguem o dízimo.”

A reportagem que acompanha o turnê internacional de Nelson e sua esposa, e o Apóstolo Jeffrey Holland e sua esposa, reconta os relatos de sacrifícios de alguns mórmons africanos para ouvir seus profetas:

Um total de 67 membros de quatro ramos SUD na área de Eldoret, a 320 km a noroeste de Nairobi, reuniram-se às 9 da noite do Domingo, mas o ônibus não apareceu até as 12h30. Eles chegaram às 7 da manhã e começaram uma espera de 10 horas pela reunião.

Além do discurso de Nelson, os membros africanos ali reunidos ouviram de sua esposa, Wendy Nelson, do Apóstolo Jeffrey Holland e de sua esposa, Patricia. Todos os oradores discorreram sobre a importância de frequentar o templo, e enquanto não há sequer um templo anunciado para o país, manter uma recomendação ao templo em dia. O que mantém a mensagem perfeitamente coerente e sincrônica com o cobrança do Profeta, considerando que pagar o dízimo regularmente é um dos principais pré-requisitos para se manter uma recomendação ao templo em dia.

Nelson ainda criticou a tradição cultural local quando condenou a prática de dotes matrimoniais:

“Eles receberam uma mensagem adaptada para a África oriental, onde muitas tribos continuam a insistir que os noivos ou suas famílias forneçam um dote ou paguem um preço por uma noiva.

‘Esse não é o caminho do Senhor’, disse o presidente Russell M. Nelson a cerca de 2.000 quenianos e outros africanos na noite de segunda-feira dentro de um grande centro de eventos oval de madeira, decorado em estilo tradicional em Nairóbi, Quênia.O caminho do Senhor é se casar no templo, pelo tempo e por toda a eternidade, com seus filhos selados a você’.”

Naturalmente, Nelson não deixou explícito que, para poder “se casar no templo” e “com seus filhos selados”, é preciso pagar seus dízimos à Igreja SUD fielmente.


O que é a Teologia da Prosperidade?

Teologia da Prosperidade (também conhecida como Evangelho da Prosperidade) é uma doutrina religiosa cristã que defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel. Baseada em interpretações não-tradicionais da Bíblia, geralmente com ênfase no Livro de Malaquias, a doutrina interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer tais promessas como verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá honrar.

Seus defensores ensinam que a doutrina é um aspecto do caminho à dominação cristã da sociedade, argumentando que a promessa divina de dominação sobre as Tribos de Israel se aplica aos cristãos de hoje. A doutrina enfatiza a importância do empoderamento pessoal, propondo que é da vontade de Deus ver seu povo feliz. A expiação (reconciliação com Deus) é interpretada de forma a incluir o alívio das doenças e da pobreza, que são vistas como maldições a serem quebradas pela fé. Acredita-se atingir isso através da visualização e da confissão positiva, o que é geralmente professado em termos contratuais e mecânicos.

Foi durante os avivamentos de cura (healing revivals) dos anos 1950 que a teologia da prosperidade ganhou proeminência nos Estados Unidos, apesar de especialistas terem ligado suas origens ao Movimento Novo Pensamento. Os ensinamentos da teologia da prosperidade mais tarde ganharam proeminência no Movimento Palavra de Fé e no televangelismo dos anos 1980. Nos anos 1990 e 2000, foi adotada por líderes influentes do Movimento Carismático e promovida por missionários cristãos em todo o mundo, levando à construção de megaigrejas. Líderes proeminentes no desenvolvimento da teologia da prosperidade incluem E. W. Kenyon, Oral Roberts, T. L. Osborn e Kenneth Hagin.

As igrejas nas quais o evangelho da prosperidade é ensinado são geralmente não-denominacionais e usualmente dirigidas por um único pastor ou líder, apesar de que algumas desenvolveram redes que se assemelham a denominações. Algumas igrejas dedicam um longo tempo aos ensinamentos sobre o dízimo, o discurso positivo e a fé. Igrejas da prosperidade geralmente ensinam sobre responsabilidade financeira, apesar de que alguns jornalistas e acadêmicos têm criticado seus conselhos nessa área como enganosos. A teologia da prosperidade tem sido criticada por líderes dos movimentos pentecostal e carismático, assim como de outras denominações cristãs. Eles argumentam que ela é irresponsável, promove a idolatria e é contrária às escrituras. Alguns críticos argumentam que a teologia da prosperidade cultua organizações autoritárias, onde os líderes controlam as vidas dos membros.


O que é mais caro: Os tradicionais dotes matrimoniais quenianos, ou 10% do salário em perpetuidade para a Igreja?

Aparentemente, a tradição estabelece a expectativa de dotes nos valores estimados de 5 anos de trabalho do noivo, embora negociações sejam a regra, e muitas tribos e famílias utilizam tais negociações para mensurar o grau de seriedade do compromisso do noivo para com a noiva. Há muita fluidez, e algum questionamento, na prática real desta tradição, apesar de abusos exploratórios ainda ocorrerem. Existem ainda consultorias profissionais para auxiliar ambas partes durante tais negociações e reduzir tais abusos. Costumeiramente, os dotes são pagos em bens como vacas ou cabras, mas dinheiro é o modo mais comum hoje em dia, e parcelamento em anos, ou mesmo décadas, a norma.

26 comentários sobre “Profeta Mórmon a Africanos: Dízimo Eliminará Pobreza

  1. Certamente a pobreza dos líderes já acabou por causa do dízimo, mas os africanos continuaram onde estão. Acho um absurdo cobrar dízimo desse povo e de nós brazucas, que somos de nações tão pobres, deus sabe disso. São um bando de canalhas esses “profetas”

    • Absurdo é você querer bênçãos e não pagar o preço por elas. Ele como profeta está incentivando os membros a cumprirem os mandamentos de Deus. Tu já deve ter lido a bibilia,então sabe que bênçãos são baseadas em mandamentos.

      • Interessante Erick esse ponto que você colocou sobre as bençãos. Realmente as bençãos são importantes na nossa vida e podemos conquistar as bençãos no nosso dia a dia dependendo de nossas ações. Se nossas ações são baseadas em ações vindo de nossa própria vontade sem pensar em recompensas as bençãos virão de forma natural, isso independente se formos membros SUD ou de outra religião.

        O maior engano de um membro SUD é fazer algo pensando em bençãos. Por exemplo, fazer missão esperando a benção de casar no templo. Não, não é assim que funciona as coisas Erick. De fato, o membro não deveria focar em benção, mas sim em melhorar suas atitudes dentro de uma comunidade sendo sincero, honesto e amoroso com as pessoas independente de clero, raça, condição social, opção sexual, profissão que exerce, status financeiro, e outros.

        Particularmente ao ir as reuniões nem fico pensando em bençãos ou cargos na igreja que venha a ter mesmo porque a maior felicidade é poder ajudar aqueles que mais precisam de mim. De fato, o que faz obtermos o que desejamos vem do trabalho àrduo e ao demonstrar esforço, trabalho arduo, honestidade, sinceridade e humildade com as pessoas que convivemos no bairro que vivemos colhemos amizade e conquistamos respeito de pessoas que são diferente de nós.

        A Igreja é só uma parte da vida a qual não é um requisito para termos felicidade. A igreja não irá te dar amigos, não irá te dar cargos altos em grandes empresas e muito menos salários decentes. Caso você queira ter uma vida tranquila o que seria uma benção divina, você terá que estudar muito e trabalhar de forma ardua para assim se tornar homem maduro e experiente.

        Enfim Erick,1) não pense em bençãos ao fazer suas ações na igreja, mas faça porque você quer sem esperar algo em troca 2) Caso você queira benção, simplesmente corra atrás e faça seu melhor, assim as bençãos vem, mas ao você se fechar nas coisas da igreja ignorando o que tem a sua volta, você perderá a grande benção. Lembrando que grande parte das pessoas que irão te dar uma força não serão membros da igreja,mas sim pessoas que você nem imagina, até mesmo pessoas que você de certa forma tem nojo de ficar ao lado(ex: uma médica que nas horas vagas trabalha em cabarés, um rapaz que faz piadas de mulheres peladas, e outras coisas mais). Falo isso por experiência. Fiz missão e tenho propriedade para falar isso.

      • Nasci em uma família mórmon, bastante ativa, meu pai foi bispo, minha mãe teve cargos na Primária, Sociedade de Socorro, Moças da Ala e da Estaca. Eu também acreditava muito, era um membro fiel, cumpria os mandamentos, tocava piano no coral, fazia uns discursos de vez em quando. Enfim, um membro ativo numa família ativa comum. Acreditava que por ser fiel iria receber as bênçãos do Senhor. Aprendi no Seminário que as bençãos vêm através de um “Se… então”, mas só depois eu entenderia a verdade dessa Lei.

        Durante a adolescência fui decidindo por me tornar médico. Aos 16 anos, entrei pra um Terceirão em Curitiba pra me preparar para o vestibular. Eu ainda era bastante fiel: não faltava as reuniões no domingo por conta de aulas, não bebia, me esforçava para fazer o bem. Mas eu não estudei o suficiente! E não passei. Eu fiquei arrasado, achei que por ser fiel e não quebrar minhas promessas o Senhor me abençoaria com a aprovação, sei lá, num tipo de “benção” especial. É, eu achava que era Especial por ser membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Igreja Verdadeira na face da Terra, a qual através dela e somente através dela podemos ser exaltados… bem, um balde de água fria na minha cara. Não passei mesmo. Mas foi bom, pra eu me tocar da realidade, que não é esse mundo abençoado e cor-de-rosa que prometem SE VOCÊ FOR FIEL AOS MANDAMENTOS (leia-se faz o acerto anual do dízimo honestamente e cumpre os outros).

        Decidi me abrir um pouco e estudar outras filosofias, outras religiões e crenças, tentar entender de verdade perguntas como “por quê essa família dos meus amigos espíritas parece tão feliz e acreditam tanto no que pregam? Como pode, se essa igreja não é a verdadeira?” ou “esse cara é ateu mas é tão legal, mente aberta, por quê, o que passa na cabeça dele?”. Nessa segunda tentativa, fui para um outro cursinho, e confesso que acabei nesse “experimentando” coisas que eu não me permitia antes devido minhas crenças mórmons: tomei café, saí pra balada, tomei bebidas alcoólicas. Eu fui pras aulas nos domingos, mesmo com outros membros falando “se você ficar faltando as reuniões não vai passar”… enfim, às vistas do senso comum mórmon eu “pequei” de verdade. Mas eu estudei! E PASSEI! Na Universidade Federal do Paraná.

        Ouvi que alguns disseram de mim “nossa, mas ele era muito fubeca, como pode passar?”. A verdade é que eu segui a Lei do “SE… ENTÃO”. É bem prática: se estudar direito, se mantiver o foco, se não perder o controle no dia da prova, então vai passar. Se tratar bem sua esposa, se mantiver-se interessante, se nutrir bons sentimentos, então vai ter um bom e feliz relacionamento. Se ganhar mais dinheiro, se gastar menos, se tiver um bom controle das finanças, então vai sobrar dinheiro e vai poder investir no que julgar importante (desde que o contexto financeiro do seu país permita!)… As bençãos não vêm “de graça”, nem através de “SE”s aleatórios e não obviamente ligados àquilo que você pretende receber. Não, pagar o dízimo não vai te garantir bem estar financeiro! São 10% do seu lucro, pelo que pregavam originalmente. Hoje dizem ser um mandamento “doar” 10% do seu salário, senão não vai poder entrar no Templo. Senão não vai pro Céu. Senão vai queimar no Inferno… O que dar 10% do seu salário tem a ver com Estabilidade Financeira? Por acaso está fazendo um Investimento Financeiro, comprando um seguro? O próprio Pres GORDON B HINCKLEY disse uma vez que as pessoas devem doar o dízimo pela sensação de agradecimento ao Senhor pelas Bençãos que recebemos diariamente, pela sensação de estar ajudando uma causa em que se acredita, e NÃO esperando retorno financeiro! Porque não é garantido que você vai ter! Ele mesmo disse isso, sim, Gordon B Hinckley, enquanto Presidente da Igreja. Segue https://www.lds.org/general-conference/1982/04/tithing-an-opportunity-to-prove-our-faithfulness?lang=eng“>link com um discurso em que ele diz isso, do LSD.org, pra não dizerem que é site anti-mórmon.

        Dizer a africanos que seu povo vai deixar de ser pobre quando pagarem o dízimo é uma irresponsabilidade, uma falsidade, uma clara investida mercantilista, em busca de lucros e dinheiro. O Senhor não era o mesmo ontem, hoje e para sempre? Por quê um PROFETA diz uma coisa, e o outro agora vem e diz outra? Deus se contradiz por acaso? Ou as intenções da Igreja estão sujeitas às vontades dos homens?

      • Mateus 7:15-20
        15 Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
        A lembrança dessa passagem foi tão forte que me deu até dor de cabeça e náuseas.

  2. A mensagem poderia ser realmente relevante se os líderes tivessem enfatizado aspectos muito positivos da cultura mórmon como a valorização do trabalho,a busca pela auto suficiência,e reforçar as bases familiares dos santos na Africa, uma pena a visita ter sido totalmente fora da realidade…
    com discursos fantasiosos sobre o templo e leituras equivocadas das escrituras .
    Esperanças de que as lideranças locais dos santos sejam mais sensatas e sensíveis a realidade do dia dia dos santos nessa região .

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