Por Que Religião é Mais do Que Crença — Uma Defesa do Mormonismo Cultural

Matthew Bowman

Há muitos termos para se referir a pessoas que frequentam as reuniões d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias mas dizem nāo acreditar em todos seus ensinamentos. “Mórmon cultural” é um deles. “Hipócrita” é outro. Em ambos os casos, porém, a suposição é que participar sem crer requer adendos. Ou, em outras palavras, supõe-se que crer seja a verdadeira essência do que significa ser religioso.

De certa forma, os membros da Igreja foram ensinados essa lição pela Suprema Corte dos EUA. Em 1879, o tribunal proferiu uma decisão no caso George Reynolds. Ele era secretário de Brigham Young e o homem que os líderes da Igreja escolheram para ser o caso teste para ver se o tribunal concordaria que a Primeira Emenda protegia a prática da poligamia.

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A Ética Mórmon e o Espírito do Capitalismo

Tivesse vivido um século mais tarde, talvez Max Weber fizesse perspicazes generalizações a respeito da “Ética Mórmon e o Espírito do Capitalismo”.

Karl Emili Maximilian Weber (1864-1920) foi um dos mais importantes sociólogos do século XIX. Suas teses são estudadas por historiadores e sociólogos sendo ensinadas até no ensino médio. Sua obra mais importante foi “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904). Nela através de seus estudos mostra o quanto a crença protestante principalmente a calvinista, revolucionou o sistema capitalista moderno. Apesar de ser uma corrente diferente de teses religiosas, há muito do calvinismo embutido no mormonismo. Continuar lendo

Primeiros Cristãos Criam que Maria Era Adolescente?

É complicado.

Em 13 de novembro, uma quinta mulher no Alabama se apresentou para acusar Roy Moore, ex-juiz e atual candidato do Senado pelo Partido republicano, de agressão sexual quando tinha 16 anos. A condenação a Moore tem sido generalizada, mas o próprio Moore negou veementemente essas alegações. Ele conta com o apoio de muitos no Alabama.

“A Virgem e Criança”, pintura de William Dyce, 1844.

Uma das mais controversas declarações de apoio veio do Auditor do Estado do Alabama, Jim Ziegler, que declarou: “Não há nada imoral ou ilegal aqui … Talvez seja um pouco incomum”. Ziegler passou a apelar para a história cristã de Maria e José: Continuar lendo

Ordenanças do templo – parte 6

Círculos de oração, vestimentas e altares

Joseph Smith (1805-1844)

Joseph Smith (1805-1844)

Iniciadas por Joseph Smith em maio de 1842, as cerimônias da investidura continham, como parte da “comunicação das chaves pertencentes ao Sacerdócio“, instruções  sobre uma forma ritual de oração,  chamada de “verdadeira ordem de oração”.  Quando realizada em grupo,  era muita vezes chamada de “círculo de oração”.

“Não sabíamos como orar”

A verdadeira ordem de oração incluía gestos e palavras sagradas.  Segundo o relato do então secretário do Profeta, William Clayton, pelo menos uma das palavras teria sido vista em uma de suas pedras de vidente:

ele [Joseph Smith] a respeito das palavras-chave.  A g. [grande] palavra-chave foi a primeira palavra que Adão falou é uma palavra de súplica.  Ele encontrou a palavra pelo Urim e Tumim. [1]

Há duas fontes históricas contemporâneas que podem ter influenciado Joseph Smith na busca da verdadeira ordem de oração: o protestantismo e a maçonaria.

Reunião durante o

Reunião durante o “Segundo Grande Despertar”.

Em algumas expressões do revivalismo protestante, participantes das reuniões ao ar livre muitas vezes formavam um círculo parar orar. Como escreveu um observador:

quando o convite era feito, havia uma corrida geral, o grande anel de oração era preenchido e por pelo menos duas horas oração ardente subia ao céu. [2]  

As reuniões campais e a diversidade de doutrinas e práticas religiosas dos diversos grupos influenciaram o adolescente Joseph Smith na inquietação espiritual que o levou à Primeira Visão, entre seus 14 e 16 anos. Continuar lendo

A Errônea Associação do Catolicismo à Corrupção das Escrituras

Um dos fundamentos doutrinários dos santos dos últimos dias é a afirmação de que as escrituras bíblicas não permaneceram intactas desde a pena de profetas e apóstolos até nossos dias, mas sofreram adulterações de forma que passagens foram retiradas, editadas ou acrescentadas.

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Estudo do Retrato do Papa Inocêncio X por Velázquez, de Francis Bacon (1953)

Em 1 Néfi 13, lemos sobre a visão recebida por Néfi da instituição responsável pela corrupção do Novo Testamento, chamada de “grande e abominável igreja”. Muitos santos dos últimos dias interpretam essa instituição como sendo a Igreja Católica Apostólica Romana, embora a ação da “grande e abominável igreja” sobre as escrituras, descrita no Livro de Mórmon, não possa ter nenhuma relação histórica com o catolicismo romano. Continuar lendo

Abertas inscrições de trabalhos para a III Conferência Brasileira de Estudos Mórmons

A Associação Brasileira de Estudos Mórmons (ABEM) abriu as inscrições para trabalhos a serem apresentados na terceira edição da Conferência Brasileira de Estudos Mórmons que acontecerá em janeiro de 2012. Com o tema “Mormonismo e sua relação com outras denominações”, a Conferência pretende explorar os diálogos travados entre mórmons e não-mórmons.

A Conferência que acontece em São Paulo tem atraído a atenção de pesquisadores e estudantes do Brasil e exterior, sendo o primeiro evento do gênero fora do hemisfério norte. Continuar lendo