O artista chinês Liu Bolin ficou mundialmente conhecido, graças às suas fotografias, como “o homem invisível”. Em sua arte, há uma constante crítica da sociedade chinesa, seu governo e as relações de consumo – uma sociedade onde pessoas se tornam invisíveis.
Um dos temas mais debatidos no Vozes Mórmons são as causas que levam as pessoas a não frequentarem mais as reuniões de domingo. Será que a “invisibilidade” é uma delas? Que são os homens e mulheres invisíveis na Igreja sud? E como podem voltar a ser vistos?

Os invisíveis da Igreja são aqueles que fogem ao padrão estabelecido como ideal. Para os jovens, são aqueles,sozinhos na Igreja, sem a família, com algum “desajuste”. São aqueles que questionam demais. São os que não foram para a missão, ou os que foram para a missão mas começam a demorar demais para casar. É a moça que prefere estudar e trabalhar ao invés de casar e se encher de filhos, é a mulher infeliz que resolve descasar. E o jovem ou a jovem que luta contra sua sexualidade. Os que não tem profissão definida e trocam de emprego constantemente, são os que questionam desmandos e se negam a puxar o saco dos lideres. Resumindo, todo aquele que fugir do rígido padrão universal de vida e conduta estabelecido pela Igreja. Uma destas situações já foi a minha, a de mulher agredida que decidiu descasar. Passei anos a fio sentada na sacramental a cada domingo, com meus filhos, invisível. Realmente não existíamos. Uma experiência profundamente dolorosa, mas que traz muito conhecimento a respeito de como as coisas realmente são na Igreja. Poucos sobrevivem.
Parabéns! foi perfeito seu comentário.
Parabens por sua resposta, é exatamente visado desta forma… eu por exemplo, estava afastado da igreja pois minha avó teve câncer no pulmão e minha mãe deixou de trabalhar para cuidar dela, então eu tinha que trabalhar dobrado para sustentar a casa, não tinha tmepo para ir a igreja e muito menos recebi uma visita de membros para saber o que estava acontecendo; quando retornei a atividade na igreja os membros ficavam falando baixo sobre mim e nem falavam comigo, e quando decidi ir para a missão eles fizeram apostas para saber quanto tempo eu duraria na missão! isto me deixou bastante chateado, mais sabia que estava indo por amor a Deus e as outras pessoas, então só tampei os ouvidos para certos comentários e fui! ^^
É amigos, de fato, essas coisas acontecem na Igreja de Cristo. Não podemos esquecer que o evangelho é perfeito, as pessoas não.
Quero deixar uma reflexão às pessoas que identificaram e relataram os casos de pessoas invisíveis.
“O que vocês fizeram ao detectarem essas pessoas invisíveis?”
1) Apenas se indignaram e murmuraram atribuindo a culpa à liderança da ala.
2) Buscaram deixar aquela pessoa menos invisível/solitária dando um pouco da sua atenção/amizade.
Gostaria de ouvir também os sinceros relatos de como vocês ajudaram essas pessoas invisíveis.
Acho que não existe apenas uma única resposta certa para a pergunta da postagem. Rafael, para mim é meio óbvio que identificadas tais situações alguma atitude deva ser tomada à favor dessas pessoas. O item 2 que você descreveu é o mínimo a ser feito. Você levantou um excelente questionamento, porque não basta apontar problemas e não fazer algo para solucioná-los ou amenizá-los. Que legal o teu comentário, ele talvez seja um indicador de que você não fica de “braços cruzados” diante a situações como essas.
Obrigado Graciela,
Realmente o problema muda de forma quando olhamos ele por “outro prisma”, quando lembramos que podemos ser parte da solução do problema.
Porém alguma coisa “nos cega” e nos tira a sensibilidade de percebermos isso.
Aqui mesmo neste post o autor termina fazendo duas pergunta: “Que são os homens e mulheres invisíveis na Igreja sud?” e “E como podem voltar a ser vistos?”
Mas, se você perceber, até agora ninguém respondeu a essa última pergunta, se limitaram apenas em responder a primeira.
Será que esse post não seria mais proveitoso se nos debruçássemos na segunda pergunta em vez da primeira?
Rafael, sinceramente, na ala onde frequento, percebo muito mais indiferença com os membros os quais mencionei do que com os rapazes e moças solteiros com mais de 30 anos e mulheres e homens separados/divorciados ou mães solteiras. Não mesmo, esta civilidade realmente existe. Em relação a segunda pergunta, eu acho que uma solução seria que essas pessoas que sofrem qualquer tipo de discriminação encontrem uma forma e forças de se imporem de alguma maneira. De modo que se mostrem tão dignos quanto essas outras que as oprimem. Acontece que normalmente ocorre o oposto. Elas se deprimem, se chateiam, começam a diminuir a frequência muitas vezes e não tomam o seu próprio espaço por direito. Outra solução seria questionarem-se o porquê de estar ali. Questionarem será que a opinião dessas pessoas que se julgam melhores sem ser realmente faz diferença? E não ligar, deixar que percebam o que quiserem do jeito que quiserem. O tempo revela tudo, mas ainda aposto na primeira opção. Quem muito se abaixa o “fundo” mostra. E como tem gente que gosta de se aproveitar da humildade de outros para se sentirem melhor ou diminuir o outro para poder se equiparar. Eu por exemplo, adoro dar corda para esse tipo de gente e deixar que se enforquem sozinhas. Isso também é caridade da minha parte porque só escuto e dou risada por dentro sem refutar ou ofender ninguém. Para voltarem a ser vistos primeiro devem desejar isso e sem medo, sem vergonha de suas condições. Sem vergonha de ser uma mãe solteira, sem o peso de ser separada(o), porque essas coisas acontecem e são normais e naturais. Deve haver um monte de mulheres amargas por terem um casamento infeliz, mas preferem uma vida infeliz casadas a se separar devido a vergonha do que os outros vão achar. Então, encontram prazer em oprimir outras por conta da própria incapacidade. Confrontar diretamente também por que não? Claro, de forma sutil e com todo o amor do mundo, e nem estou sendo irônica. Tipo deixar o opressor sem chão, sem saída, sem resposta, fazendo com que sinta toda a sua culpa e se arrependa. Bom, acho que há várias soluções, basta querer.