Alunos Mórmons Torturam, Estupram Colegas Negros

Alunos do colégio de ensino médio na pequena comunidade mórmon da cidade de Dietrich, Idaho, passaram anos torturando psicologicamente irmãos negros adotados à uma família local com epítetos raciais, culminando no estupro coletivo de um deles.

Jornalista da KBTV explica o caso, com a escola ao fundo (Fonte: Print KBTV)

Jornalista da KTVB explica o caso, com a escola ao fundo (Fonte: Print KTVB)

Autoridades docentes ignoraram múltiplas queixas formais da mãe adotiva das crianças sobre a postura agressiva e racista do bullying de muitos alunos contra seus filhos negros (2 rapazes, 1 moça). Xingamentos com conotações notoriamente racistas como “crioulo”, “comedor de frango”, “melancias”, “kool-aid”, “aunt Jemima” [N. do T., “tia negra”], e “volta para a África” eram comumente direcionados aos irmãos negros, e ocorreram alguns episódios de agressão física contra o irmão mais velho, negro e portador de deficiência mental ainda não descrita publicamente, contudo administradores escolares recusaram atenção às queixas da mãe e nenhuma atitude fora tomada.

Em outubro do ano passado, esse irmão mais velho trocava-se no vestiário após um treino de futebol americano quando três alunos uniram-se para imobilizá-lo, forçosamente enfiar um cabide em seu ânus e chutaram-no repetidas vezes para alojá-lo em seu reto. Imediatamente a família apresentou denúncia criminal contra os 3 alunos, e ainda iniciou um processo civil de USD 11 milhões contra a escola por negligência.

O caso severamente fracioniou a pequena comunidade mórmon que, em grande parte, ofende-se com a família por haver envolvido a justiça no caso ao invés de resolver o problema através de diálogo comunitário. O pai adotivo das crianças, professor de ciências e biologia na mesma escola, já havia sido vítima de hostilidades pelos mórmons locais que apresentaram queixas formais à escola por ele haver usado os termos “vagina” e “orgasmo” em uma de suas aulas de biologia sobre reprodução humana. Apesar das queixas haverem sido julgadas pelo distrito escolar e arquivadas sem prejuízo, aparentemente a família não gozava de boas relações com grande parte da comunidade mórmon.

A pequena cidade de 332 habitantes, que apresenta como seus principais pontos de referência a escola em questão e a capela SUD compartilhada por 2 alas, é racialmente composta por 90,1% de brancos e apenas 3,3 % negros de acordo com o censo de 2010. Houve uma considerável mudança na composição racial com relação ao censo de 2000, quando se via 92,7% brancos e apenas 0,7% negros, o que representa um aumento de quase 3 pontos percentuais na população relativa de negros em apenas uma década.

Pontos de referência para a pequena cidade de Dietrich, Idaho (Fonte: LDS.org)

Pontos de referência para a pequena cidade de Dietrich, Idaho (Fonte: LDS.org)

Um dos atacantes está sendo julgado como menor de idade, enquanto 2 deles estão sob julgamento em cortes comuns, como adultos. Na esfera criminal, as acusações são de agressão física e penetração sexual involuntária com um corpo estranho, enquanto as acusações civis são de danos morais, racismo, intimidação, e tortura psicológica.

Moradores da cidade, cujas vidas comunitárias praticamente giram em torno da escola e das duas alas SUD, não responderam bem aos processos, especialmente considerando que um dos acusados é familiar de uma celebridade local em ambos círculos e tomaram ofensa pessoal com a exposição do nome da cidade “na lama da opinião pública”. Enquanto isso, a família da vítima colocou a sua casa, onde vivem há décadas, à venda na esperança de se relocarem para uma outra vizinhança mais amigável e menos hostil.


Leia cobertura jornalísticas desse caso aquiaqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

11 comentários sobre “Alunos Mórmons Torturam, Estupram Colegas Negros

  1. Racismo, sexismo e homofobia não são apenas excentricidades. São fruto do egoísmo e maldade humanos, e mesmo quando não cheguem ao ponto de agressão física (piadas e apelidos pejorativos) devem ser combatidos, mesmo quando acobertados e disseminados pela religião.

    Com o disfarce religioso o preconceito ganha respeitabilidade e autoridade, já que os líderes religiosos pretendem falar em nome de uma divindade de quem seriam supostamente seus representantes terrenos. Daí a gurulatria, uma patologia espiritual da adoração sem discernimento de líderes, muitas vezes autodeificadores e exploradores da ingenuidade e carência dos seguidores.

    Você vê o poder do envenenamento das mentes pelo preconceito quando os grupos-alvo INTROJETAM de tal modo esses contra-valores que os alimentam docilmente.

    Querem exemplos? Negros ensinando a doutrina racista da maldição dos negros (lembrando aqui o caso Helvécio Martins), mulheres crendo na superioridade intrínseca do macho (a ponto de romantizarem a poligamia!), e homossexuais que acreditam que sua atração por pessoas do mesmo sexo é diabólica, quando é apenas uma variação natural da sexualidade.

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