A Fé Mórmon e as “Vãs Filosofias”

“Desde antigamente (…) bons e grandes homens, não tendo o Sacerdócio, mas possuindo profundidade de pensamento, grande sabedoria, e um desejo de elevar seus semelhantes, têm sido enviados pelo Todo-Poderoso entre as nações, para dá-los, não a plenitude do Evangelho, mas uma porção da verdade, para que possam ser capazes de recebê-lo e sabiamente utilizá-lo”.

Orson F. Whitney, citado por Howard W. Hunter. [1]

“Os grandes líderes religiosos do mundo como Maomé, Confúcio e os Reformadores, assim como os filósofos incluindo Sócrates, Platão e outros, receberam uma porção da luz de Deus. Princípios morais foram dados a eles por Deus para iluminar nações inteiras e trazê-las a um nível maior de entendimento como indivíduos. (…) Nós cremos que Deus deu e dará a todas as pessoas conhecimento suficiente para ajudá-los em seus próprios caminhos a eterna salvação”.

James E. Faust. [2]

“A filosofia é um tipo de questionamento sobre o ‘ser mesmo’ das coisas, sobre o valor e o sentido da vida e da ação, sobre a própria capacidade de conhecer, sobre se é possível ou não atingir-se a verdade e o que seria a verdade. É o pensamento, aventurando-se nas águas do próprio pensamento”. [3]

Considerações iniciais

Baseando-me nas afirmações e no conceito de filosofia apresentados, gostaria de tentar mostrar que podem existir algumas relações indiretas entre o pensamento de um dos principais fundadores do existencialismo [4] e elementos da fé e cultura mórmon. Com essa experiência, pretendo demonstrar que a filosofia, diferentemente do que alguns acreditam, pode ter lugar dentro do pensamento dos Santos dos Últimos Dias, auxiliando de alguma forma o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos santos, sem necessariamente ter a intenção de alterar ou desqualificar qualquer doutrina pregada por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

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A Errônea Associação do Catolicismo à Corrupção das Escrituras

Um dos fundamentos doutrinários dos santos dos últimos dias é a afirmação de que as escrituras bíblicas não permaneceram intactas desde a pena de profetas e apóstolos até nossos dias, mas sofreram adulterações de forma que passagens foram retiradas, editadas ou acrescentadas.

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Estudo do Retrato do Papa Inocêncio X por Velázquez, de Francis Bacon (1953)

Em 1 Néfi 13, lemos sobre a visão recebida por Néfi da instituição responsável pela corrupção do Novo Testamento, chamada de “grande e abominável igreja”. Muitos santos dos últimos dias interpretam essa instituição como sendo a Igreja Católica Apostólica Romana, embora a ação da “grande e abominável igreja” sobre as escrituras, descrita no Livro de Mórmon, não possa ter nenhuma relação histórica com o catolicismo romano. Continuar lendo

O papel da apologética sud no século XX

A apologética é definida como “a disciplina teológica própria de uma certa religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias”. Em O papel da apologética sud no século XX, Marcelo Silva, que há muitos anos lida com a apologética especialmente na internet, pretende traçar um pouco da história desse campo desde os primórdios do cristianismo – desde Orígenes e Tertuliano até C. S. Lewis –  e seu uso por santos dos últimos dias nos séc. XIX e XX – de Orson e Parley Pratt, passando por B. H. Roberts até chegar a Hugh Nibley. Continuar lendo

Abertas inscrições de trabalhos para a III Conferência Brasileira de Estudos Mórmons

A Associação Brasileira de Estudos Mórmons (ABEM) abriu as inscrições para trabalhos a serem apresentados na terceira edição da Conferência Brasileira de Estudos Mórmons que acontecerá em janeiro de 2012. Com o tema “Mormonismo e sua relação com outras denominações”, a Conferência pretende explorar os diálogos travados entre mórmons e não-mórmons.

A Conferência que acontece em São Paulo tem atraído a atenção de pesquisadores e estudantes do Brasil e exterior, sendo o primeiro evento do gênero fora do hemisfério norte. Continuar lendo