Cientista da BYU Descobre Nilo em Lua
A cientista planetária Jani Radebaugh, do departamento de Geologia e Ciências Planetárias da Brigham Young University, participou do processo de descobrimento do maior rio extraterrestre do qual temos conhecimento.
A Dra. Radebaugh, SUD de nascença, é formada em Física e Astronomia pela BYU, com Mestrado pela BYU e Doutorado pela Universidade do Arizona em Geologia e Ciências Planetárias, e desde 2006 integra o grupo de cientistas do Projeto Cassini pela NASA.
Em Setembro de 2012, cientistas do Projeto Cassini avistaram uma enorme formação ribeira em Titã, uma das luas de Saturno. O rio, que apresenta uma semelhança visual
ao famoso rio Nilo, percorre um curso de 400 km até desembocar em um grande mar. Esta é a primeira evidência de um sistema de rios tão vasto, e com tamanha definição, que astrônomos conseguiram até hoje.
Os cientistas deduzem que o rio, situado na região próxima ao Polo Norte, esta lotado de hidrocarbonetos líquidos, devido a sua superfície suave e homogênea (baseado em assinatura distinta em imagens de radares de alta-resolução).
A cientista da BYU descreve a formação, oferecendo interessante insight:
Embora haja suaves e discretas curvas aqui e acolá, a relativa retitude do vale do rio sugere que ele siga ao menos uma linha de falha geológica, de maneira muito similar a outros rios na margem sul do mesmo mar em Titã. Tais falhas — fraturas no manto rochoso de Titã — não necessáriamente significam placas tectônicas, como temos na Terra, mas ainda assim levam a aberturas de bacias e talvez à formação de mares gigantescos.
Titã é, até aqui, o único mundo conhecido com líquido estável em sua superfície além da Terra. Enquanto o ciclo hidrológico da Terra dependa de água, o ciclo equivalente em Titã envolve hidrocarbonetos como metâno e etâno. Em suas regiões equatoriais, imagens do Cassini de 2010 sugerem sinais de chuvas recentes. Antes disso, em 2008, os espectômetros visuais e infravermelhos da Cassini já haviam detectado um lago de etâno no hemisfério sul de Titã, hoje batizado de Lago Ontario. O mar onde desemboca o rio recém-descoberto chama-se Mar Ligéia, e estima-se preenchido por uma mistura complexa de etâno e metâno.
O ciclo de chuva, coleta em rios que desembocam em lagos e mares, onde evaporação ocorre e levando a mais chuvas sugere um mundo em movimento, ativo, e vivo não muito diferente da Terra. Com a diferença de substituirmos aqui água pelo metâno de lá.
A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo entre a NASA, a ESA, e a ASI (respectivamente, agências espaciais dos EUA, da Europa, e da Itália).
[via NASA]