O Apóstolo Richard G. Scott faleceu na tarde desta terça-feira, aos 86 anos. Em abril passado, Scott havia sido hospitalizado por sangramento gastrointestinal, e já não estava participando das reuniões do Quórum dos Doze devido a problema de memória, segundo reportagem do jornal Deseret News em maio.
Engenheiro nuclear, Scott foi ordenado ao Quórum dos Doze em 1988, durante a presidência de Ezra Taft Benson, aos 59 anos de idade. O Quórum dos Doze é a segunda instância máxima de autoridade d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Nascido em Pocatello, estado de Idaho, quando tinha cinco anos, mudouse para Washington, D.C., onde seu pai trabalhou no gabinete do Ministro da Agricultura Ezra Taft Benson.
Foi também em Washington que Scott estudou engenharia mecânica. Na George Washington University, conheceu sua futura esposa, Jeanene Watkins. O casal teve sete filhos. Os laços com a política também estavam presentes na família dela: seu pai, Arthur Watkins, foi senador pelo estado de Utah.
Foi a noiva que lhe deu a ideia de servir como missionário. Scott serviu uma missão de tempo integral no Uruguai. Mais tarde, ele retornaria à América Latina, desta vez para servir como presidente da Missão Norte Argentina (1965 -1969), sediada em Córdoba.
Richard G. Scott nunca gozou da mesma notoriedade que outros colegas Apóstolos mais carismáticos, como Hinckley, Monson, Parry, Nelson, Holland, Uchtdorf ou Eyring, ou mesmo como seus colegas mais influentes como Benson e Packer. Scott, contudo, ficou famoso por discursos que defendiam que algumas vítimas de abusos físicos, emocionais ou sexuais também necessitavam de arrependimento por partilhar da culpa do abuso. Scott orientou vítimas que buscassem ajuda principalmente de seus Bispos, ao invés de terapeutas e profissionais da saúde e evitassem independentemente denunciar os abusadores às autoridades, depositando as decisões sobre o caso primordialmente nas mãos dos Bispos.
Com as mortes de L. Tom Perry, Boyd K. Packer e Richard G. Scott, o Quórum dos Doze fica com três posições em aberto, como já havíamos especulado ser possível em outro artigo anos atrás. A última vez que três vagas no Quórum dos Doze foram preenchidas ao mesmo tempo foi em abril de 1906. Mathias Cowley e John W. Taylor haviam renunciado (este foi excomungado e o outro desassociado) e Marriner W. Merrill tinha acabado de falecer. George F. Richards, Orson F. Whitney, e David O. McKay foram chamados para substituí-los. Será interessante ver, estando a menos de duas semanas da próxima Conferência Geral, como essa ausência prolongada de 20% da liderança da Igreja SUD impactará nas tendências futuras na convocação de novos líderes.
Mórreu!
Não sabia de membros do quórum dos doze excomungados ou desassociados em época tão recente (depois de 1900). Qual seria o motivo, alguma relação com poligamia?
Há outros similares em tempo ainda mais recente?
Sabem como é, esse é o tipo de informação que não se vê na liahona, e a não ser que saiba buscar muito é o tipo de informação que não se tem.
Sim, poligamia. Nós discutimos sobre o caso deles no podcast sobre poligamia. 😉