Religião salva? Uma reflexão sobre a coexistência de diferentes credos

"A regra de ouro", de Norman Rockwell

Em seu trabalho Religião salva? Uma reflexão sobre a coexistência de diferentes credo, Marcelo e Lívia Ponciano oferecem uma reflexão sobre as contradições do universo religioso – se por um lado as religiões em geral apresentam paralelos em seus sistemas de crenças, também o sentimento de intolerância por vezes domina o universo religioso. Tal sentimento e os conflitos gerados por ele podem, no entanto, ser solucionados com “o avanço dos valores humanos e a globalização da informação”, escreve o casal de Uberaba (MG). Esse processo permite “o surgimento de compreensão e empatia pelas diversas crenças”. Lívia e Marcelo acreditam que isso faz com que a religiosidade “deixe de ser a causa de tais conflitos, passando a ser a solução”.

Baseados em seu entendimento das escrituras e doutrinas do mormonismo, os autores enfatizam também o conceito da revelação contínua e do reconhecimento da verdade, onde quer que ela se encontre. “Não faltam apenas detalhes a ser revelados, faltam ainda coisas grandes e importantes.Logo, AIJCSUD reconhece não ter a compreensão da verdade completa”. Como consequência desse raciocínio, Marcelo e Lívia também fazem eco ao princípio de amizade universal proposto por Joseph Smith: “é um erro dizer que o ateu, ou qualquer outro que não professe sua religião, não procura viver uma vida retamente. (….) Os suds não podem realizar essa obra sozinhos e talvez por isso o Senhor precise de homens de fora d’AIJCSUD para ajudá-los”.

A apresentação de Marcelo e Lívia Ponciano é um convite à reflexão e a tolerância e será um dos destaques da 3a Conferência Brasileira de Estudos Mórmons.

Veja aqui o programa completo da Conferência.

5 comentários sobre “Religião salva? Uma reflexão sobre a coexistência de diferentes credos

  1. Engraçado né, pois o próprio Joseph Smith disse que todas as outras religiões eram de satanás, a Igreja SUD proclama ser a “única igreja viva e verdadeira na face da Terra, contendo toda a plenitude do Evangelho”, por que então deveria se unir a outras denominações para que sejam reveladas grandes e importantes coisas ou mesmo detalhes? Quem tem comunicação direta com Deus não precisa procurar respostas em outras denominações humanas, não é mesmo?!

    • Andri,

      o pensamento de Joseph Smith não é tão “preto e branco”, no sentido de afirmar que todas as religião levam a Deus ou que todas as outras religiões são más. E seu envolvimento com a maçonaria, seu interesse pela cabala judaica e outras tradições místicas, suas leituras de diversas fontes cristãs, tudo isso mostra sua atitude pessoal de buscar o conhecimento, não apenas por revelação direta, mas também pelo contato com fontes humanas, incluindo outras denominações religiosas. É inegável também a influência protestante no mormonismo, por ex., no formato das reuniões, capelas, hinários, etc.

      Não há nenhuma citação conhecida de Joseph Smith em que ele declare que todas as demais religiões são de Satanás. Isso seria uma interpretação um tanto superficial, que ignora a complexidade do pensamento de Joseph Smith. (Se há mórmons que pensam dessa forma – e não duvido que existam – isso é uma questão completamente diferente.) Existem sim várias afirmações de Joseph críticas ao cristianismo, especialmente no que se refere à ideia de que a comunicação pessoal com Deus e milagres haviam cessado após a morte dos apóstolos de Cristo. a ideia de haver uma “única igreja viva e verdadeira” obviamente dá uma coloração negativa às demais demais igrejas, uma vez que carecem de autoridade divina. No entanto, o Profeta também disse que deveríamos incorporar cada princípio de verdade que e encontrássemos, onde quer que estivessem:

      Mormonismo é verdade. (… ) O primeiro e fundamental princípio de nossa sagrada religião é que acreditamos que temos um direito de abraçar todo e cada item de verdade sem limitação ou sem ser circunscritos ou proibidos pelos credos ou noções supersticiosas de homens (…).” (Joseph Smith to Isaac Galland, March 22, 1839, in The Personal Writings of Joseph Smith, compiled and edited by Dean C. Jessee (Salt Lake City: Deseret Book, 1984), 420–21)

      Também a discussão no Livro de Mórmon sobre a igreja do Diabo e a igreja do Cordeiro – e a existência de apenas duas igrejas – abre outros espaços para entender essa filiação não em termos formais (ou mesmo em termos de igrejas como instituições religiosas) mas num sentido espiritual que independe de registros.

      É interessante também esta citação de Joseph Smith sobre os conflitos entre religiões e como eles contrastam com a bondade universal de Deus (perdão por não ter tempo agora de traduzi-la): The Mussulman condemns the heathen, the Jew,
      and the Christian, and the whole world of mankind that reject his Koran, as infidels, and consigns the whole of them to perdition. The Jew believes that the whole world that rejects his faith and are not circumcised, are Gentile dogs, and will be damned. The heathen is equally as tenacious about his principles, and the Christian consigns all to perdition who cannot bow to his creed, and submit to his ipse dixit. But while one portion of the human race is judging
      and condemning the other without mercy, the Great Parent of the universe looks upon the whole of the human family with a fatherly care and paternal regard; He views them as His offspring, and without any of those contracted feelings that influence the children of men, causes “His sun to rise on the evil and on the good, and sendeth rain on the just and on the unjust. (Times and Seasons, 15 April 1842, 758.)

      Abraço e obrigado pela visita!

    • Andri ,
      Penso que vc se refere à citação de Joseph que ele teve na primeira visão, de que a ele foi inofrmado que “todos aqueles credos eram uma abominação diante de Deus”, será este o caso?

      Muita gente de outras denominações cristãs se ofendem, mas é bom esclarecer que esta citação do profeta Joeseph se referia as Igrejas da época joseph .
      Por outro lado, se tem algo de bom que gosto na Igreja sud, é que ela nos ensina a não sermos intransigentes com pontos positivos e bons que há nas outras confissões de fé, Cristãs ou não, tanto que na ultima conferência no discurso do profeta, (Permanecei em lugares santos) ele faz menção a um tercho de um discurso do Rabino Saks da Inglaterra.
      Não sei o que há de errado em buscarmos pontos positivos seja onde estiver! O Próprio Paulo disse; examinai tudo e retende o que é bom. Pudera aqueles que, gostam de atacar a Igreja o tempo todo, fizessem o mesmo, em vez de só insistem em implicar com doutrinas da igreja a qual não concordam! É por atitudes intransigênstes entre religiões que alimenta a descrença dos que não querem saber de Deus, pois vendo o mal exemplo de certos rligiososos que motivos vão ter pra acreditarem nas religiões?

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