Durante o inverno, às vezes pode parecer que o dia inteiro passa em um piscar de olhos e que a escuridão da noite chega rápido demais. Enquanto mais luz do dia seria adorável, a escuridão precoce tem uma grande vantagem: as estrelas. Em uma noite clara, você consegue olhar acima e ver longe no espaço. Passei muitas noites de inverno com meus filhos, voltando de atividades para casa, à procura de Órion (e outras constelações), seguindo o seu caminho através das estações.
Estrelas e espaço são dois dos temas mais populares da ciência, qualquer que seja a idade da criança. Há algo impressionante e belo sobre olhar para as estrelas no céu noturno.
Mas não são apenas crianças e jovens os fascinados pelas estrelas– a astronomia é uma das poucas ciências onde amadores podem fazer uma contribuição significativa para a nossa compreensão do assunto.
…vieram do oriente
Nesta época do ano, a narrativa do Natal pode servir como um lembrete de que, ao longo da história, as pessoas têm olhado para o céu à noite e se perguntado sobre o que veem. Babilônios tinham catálogos de estrelas já em 1300 aC, contendo informações sobre constelações e padrões nas estrelas. É provável que a observação e nomenclatura dessas constelações sejam anteriores a essa data.
Estrelas e constelações eram importantes para aqueles que as observavam. De acordo com a tradição bíblica, depois que Jesus nasceu, magos (ou sábios) vindos do leste vieram encontrar Jesus dizendo que tinham visto sua estrela quando ela se levantou e a seguiram. Os magos eram pessoas que estudavam as estrelas e viam significado nelas.
Houve muitas tentativas de descobrir o que essa estrela pode ter sido, mas todas têm limitações. Uma explicação possível é que a estrela era de fato um cometa. Registros chineses antigos têm dois possíveis avistamentos de cometas aproximadamente na época certa, um em março 5 aEC, e um em abril 4 aEC. Entretanto, no mundo antigo, cometas eram geralmente vistos como sinais de condenação, indicações de que coisas ruins estariam prestes a acontecer. Parece improvável que fossem vistos como anunciando o nascimento de um rei ou messias.
Outra sugestão é que a estrela dos magos poderia ter sido um planeta, ou melhor, uma combinação de planetas, conhecida como conjunção. Conjunções ocorrem quando dois ou mais planetas aparecem juntos no céu noturno.

Grande Conjunção, do livro De Stella Nova, de Johannes Kepler.
Às vezes, quando o Sol, Terra, Júpiter e Saturno estão em um certo alinhamento, uma conjunção tripla pode ocorrer. Isto é, quando os dois planetas aparecem próximos, juntos no céu, três vezes em um curto período. Isso faz a conjunção tripla bastante rara – elas só ocorrem uma vez a cada 900 anos.
Uma conjunção tripla assim ocorreu em 7 aC, e Johannes Kepler, em 1606, sugeriu que esta era uma possível explicação para a estrela. No entanto, os planetas não eram muito próximos, sendo assim improvável que parecessem uma única estrela.
Hora da estrela
Embora diferentes teorias tenham sido sugeridas sobre o que seria a estrela de Belém, nenhuma provê uma explicação clara e inequívoca. Talvez a estrela na estória esteja lá para destacar a importância dos eventos sobre os quais se escreve, e por isso o autor do evangelho de Mateus escolhe identificar um evento celeste.
Os magos na estória do Natal não são as únicas pessoas para quem as estrelas são significativas. No passado, estrelas e constelações eram importantes para muitos povos diferentes. Elas eram usadas para prever o futuro, navegar o globo e desenvolver teorias científicas sobre a estrutura e a história do universo. Em 1919, durante um eclipse solar, a mudança aparente na posição das estrelas no aglomerado estelar de Híades foi usada para fornecer a evidência para a teoria da relatividade geral de Einstein.
A luz que vem das estrelas é a única maneira pela qual podemos descobrir sobre elas. Porém, astrônomos modernos são capazes de usar essa luz para ajudá-los a identificar quais elementos as estrelas contêm, bem como ajudar a detectar exoplanetas em suas órbitas.
Então, hoje à noite, se estiver aberto, saia e olhe para a glória do céu noturno. Veja se consegue identificar algumas constelações e estrelas. Você estará na companhia de muitas pessoas que ao longo da história foram inspiradas pela mesma visão.
Carol Davenport é Diretora do Think Physics, Departamento de Matemática, Física e Engenharia Elétrica, Northumbria University, Newcastle.
Artigo original publicado aqui. Reproduzido com permissão.
Os evangelhos da infância, a meu ver, são contos de natal. Por isso encantam com seus fenômenos astronômicos, anjos que cantam em coro, magos que vêm do Oriente trazer presentes, pastores com seus rebanhos, governante que fica perturbado com o acontecimento, toda uma cidade fica em polvorosa, enfim, todos os elementos de uma estória que quer prender a atenção do leitor.
Alguns defendem que realmente pode ter havido fenômenos astronômicos. Mas se atentarmos para o texto algumas perguntas são inevitáveis. Como um corpo celeste podia seguir adiante dos magos? Por que os conduziu até Jerusalém, e dai, à presença do Rei Herodes? Como somente depois é que essa “estrela” conduziu-os de Jerusalém até Belém, e uma vez chegados a Belém, “se deteve sobre o lugar onde estava o menino”? E por que desapareceu logo após? E por que um fenômeno de tal magnitude não foi registrado?
Natal é magia, é festa, é família, é amizade, é perdão, é reconciliação. Isso é o que realmente importa.
Feliz Natal!
Inspiremo-nos na beleza do Coro do Tabernáculo Mórmon:
Se a estrela não fosse uma estrela, mas um farol de milha (ou algo similar). Se pensar na sociedade dos Deuses com mais tecnologia e menos mágica, uma máquina voadora com uma luz, na época, poderia parecer uma Estrela ou evento cósmico aos observadores.
Feliz Natal!? Senhor Quintino,por favor! Suas palavras em outro post:
“Natal tem origem pagã. Deixe nele apenas os elementos cristãos e tire dele os elementos pagãos e você terá uma festa triste.”
Um crítico do cristianismo que duvida da concepção e nascimento milagroso de Jesus no qual o natal se baseia e que deseja feliz natal?
“Natal é magia,é festa,é família,é amizade,é perdão,é reconciliação. Isso é que realmente importa.”
O senhor esqueceu de falar que o natal também é sinceridade e a ausência de hiprocrisia, como muitos também pregam.
“Se pensar na sociedade dos Deuses com mais tecnologia e menos mágica”
Por que não?
Eu só diria que os tais “deuses” na verdade são demônios, usando o sentido original da palavra (do Latim DAEMON, “espirito”, do Grego DAIMON, “deus de menor importância, espírito-guia”) e não o sentido negativo usado pelos cristãos.
O problema das religiões abraâmicas é quando identificam o deus do AT com o conceito oriental hindu “Brahman” (o absoluto, supremo, impessoal, infinito, eterno, a causa de todas as causas, sem começo e sem fim – não confundir Brahman com Brahma). Por uma questão de lógica jamais o Brahman (o absoluto) poderia ter aparecido a Moisés ou a qualquer outro homem, ou mesmo comunicar-se diretamente com um humano.
Aliás, o próprio texto bíblico ora diz que quem apareceu a Moisés foi o “Anjo do Senhor” (um daemon) ora diz que foi o absoluto (Brahman).
Deus também pode ser sinônimo de demiurgo – deuses menores – que na filosofia platônica não criam o universo “ex nihilo” (do nada) mas a partir de um estado preexistente de caos. Tem o mesmo sentido de Elohim conforme usado no Livro do Gênesis. Refiro-me ao sentido original platônico da palavra, e não ao sentido negativo usado posteriormente no gnosticismo.
Joseph Smith ensinou que o mundo foi criado por deuses (demiurgos) e não por Deus (Brahman).
Um farol, guia fornecido por demônios ( entenda-se o Diabo) está mais condizente com a estrela de Belém.
Elohim não somente era usado pelos hebreus como o plural de deus ( deuses) mas também como plural de excelência, no caso, destacando qualidades divinas. Interessante que os adoradores de Baal também o chamavam de Elohim embora fosse uma única entidade. Um exemplo clássico do uso do plural de excelência nos idiomas atuas é: ” Ave Maria cheia de graça, bendita s-o-i-s v-ó-s entre as mulheres…”
O contexto da inteira Bíblia mostra que Moisés sempre falou com anjos,estes como representantes de Jeová. Os anjos com a autoridade de Deus para representa-Lo, muitas vezes eram tratados como se fosse o próprio Jeová.(Gênesis 18:1-3) Raramente na Bíblia se ouviu a voz do próprio Jeová.