Pesquisa realizada pelo Datafolha e pelo Instituto Pew mostra que nove em cada dez brasileiros consideram Deus a causa principal de seu sucesso financeiro. O índice é de 90% entre os que se declaram religiosos, e de 70% entre os sem religião. Curiosamente, entre os entrevistados que se declararam ateus, o índice chegou a 23%.
Dentre os religiosos, evangélicos pentencostais e não pentencostais (denominações protestantes tradicionais) lideraram com respectivos 97% e 96%, seguidos por católicos (91%), kardecistas e espiritualistas (66%), e umbandistas (63%). A pesquisa, publicada ontem no jornal Folha de São Paulo, não discriminou mórmons nos seus resultados.
Escolaridade e renda
A atribuição divina ao sucesso material é maior entre os entrevistados com menores escolaridade e renda. Mesmo assim, 77% das pessoas com curso superior atribuíram seu sucesso financeiro a Deus. Entre os que têm renda mensal acima de 10 salários mínimos (R$ 8.800), o índice foi de 70%.
Fé e pobreza
Explicações espirituais para a pobreza não são consenso entre as diferentes classes sociais. Somente 9% dos graduados atribuem pobreza à falta de fé, mesmo índice dos que ganham mais de dez salários mínimos. Já entre aqueles que recebem até R$ 1.760 por mês, o índice é de 28%. Um terço dos que possuem até o ensino fundamental creem que a falta de fé mantém as pessoas na pobreza.
Caridade ou proselitismo?
“A melhor forma de ajudar os pobres é trazê-los para a igreja”, pensam 46% dos protestantes (incluindo todas as denominações evangélicas) e 27% dos católicos. Já 46% dos católicos creem que “a melhor forma de ajudar os pobres é fazer caridade”, comparados a 37% dos protestantes. No entanto, a pesquisa mostra que protestantes não são apenas mais ativos no proselitismo como são também os que mais praticam caridade (63%, contra 45% dos católicos). Protestantes também são os que mais declararam que suas igrejas ajudam membros a encontrar emprego (56%, contra 35% dos católicos).
Implicações
Na sua opinião, quais as implicações desses resultados para nosso entendimento da cultura brasileira? Essa gratidão a Deus pelo sucesso financeiro poderia de alguma forma contribuir para que brasileiros sejam menos responsáveis e racionais em suas decisões acadêmicas, profissionais e financeiras?
Ademais, quais são as implicações para nosso entendimento da religião mórmon no Brasil? Como religião minoritária em um país crescentemente evangélico, a percepção de mórmons brasileiros de que o sucesso financeiro é consequência de uma vida virtuosa será fortemente reforçada pela percepção neopentencostal da riqueza? Tenderão a pensar a pobreza como falta de fé? Ou isso também será correlacionado a diferentes níveis educacionais e de renda?
Como pensam e agem mórmons brasileiros com relação às dificuldades econômicas de seus amigos, familiares e vizinhos? Concordam mais com protestantes que “a melhor forma de ajudar os pobres é trazê-los para a igreja”; ou com católicos que “a melhor forma de ajudar os pobres é fazer caridade”? Mórmons que são conversos tendem a reproduzir as crenças de suas religiões anteriores concernente riqueza e probreza? Mórmons serão, individualmente, mais ou menos caridosos do que as outros religiosos e sem religião no Brasil?
A minha opinião é que primeiro, falar de ateísmo no Brasil ainda é complexo, como a própria pesquisa mostra. Temos uma formação religiosa forte, e mesmo os que se dizem ateístas, temos indivíduos no limite entre e crer e não. Com relação as perguntas feitas,”Essa gratidão a Deus pelo sucesso financeiro poderia de alguma forma contribuir para que brasileiros sejam menos responsáveis e racionais em suas decisões acadêmicas, profissionais e financeiras?” – Eu creio que não, eu acredito que ela contribua para maior conformidade com a situação, mas não com negligência, até pq vemos no Brasil muito forte a ideia da ética protestante do trabalho e também da cultura da prosperidade pela fé, as pessoas não querem ficar no mesmo status social; mas se não conseguem se conformam por terem feito tudo o que podiam. Como pensam e agem mórmons brasileiros com relação às dificuldades econômicas de seus amigos, familiares e vizinhos? Concordam mais com protestantes que “a melhor forma de ajudar os pobres é trazê-los para a igreja”; ou com católicos que “a melhor forma de ajudar os pobres é fazer caridade”? Os mórmons não acreditam acreditam em caridade, apesar de esse ser um dos lemas da SOC-SOC, para eles a ideia não é multiplicar peixes,mas ensinar a pescar e se a pessoa falha, é culpa exclusiva da pessoa, que em algum ponto não cumpriu com seus deveres com Deus.
Como pensam e agem mórmons brasileiros com relação às dificuldades econômicas de seus amigos, familiares e vizinhos?
Eu penso que os SUD sempre julgam os irmãos que não pagam o dízimo e acham que isso é razão de eles não prosperarem, a maioria dos que conheci nem deveriam ao meu ver pagar, pois são pobres demais, tanto é que sempre pediam $$ aos líderes naquele mesmo mês.Essa questão de dízimo e ajuda aos necessitados sempre foi algo muito controverso na igreja mórmon. Algumas pessoas recebem ajuda inclusive para pagarem internet e contas de telefone, a outras lhes é negada ajuda básica (alimentos, remédios, contas de água e luz). A alguns é dada ajuda sem precisarem dizimar, a outros é exigido que pagem primeiro o dízimo para depois receberem algum tipo de ajuda. Não dá para entender qual é o propósito dessas ajudas.
Alguns dizem que a ajuda que a igreja oferece é temporária até a pessoa conseguir um serviço. Outros dizem que a ajuda é para sempre. Não há regras?
Conheço uma pessoa que pagou o seu dízimo anos a fio sem nunca precisar de um centavo de ajuda da igreja mórmon. Uma única vez que precisou, lhe foi negado.
Se essa pessoa usasse seu raciocínio, abandonaria a igreja, pois quando precisou levou um enorme “pé na bunda” e nenhuma satisfação lhe deram pelos anos que pagou seu dízimo e ofertas.
Isso é que eu chamo de desrespeito, falta de consideração.
Vivemos num mundo de aproveitadores, mas também existem muitas pessoas honestas e bem intencionadas. As pessoas honestas não podem e nem devem ser confundidas com pessoas de caráter duvidoso. Os inocentes não devem pagar pelos pecadores.
A regra da igreja mórmon é: que os membros vivam com 90% de seus salários (por causa do dízimo) e até menos (por causa das ofertas que a igreja pede – jejum, fundos diversos, etc). E com esses 90% a pessoa tem que se virar, pagar suas contas, suas dívidas, etc e nunca depender da igreja para nada, essa é a regra.
Pessoas passam muito apuradas com o pagamento do dízimo, por exemplo, aqueles que recebem um salário mínimo devem também pagar seus dízimos e ofertas e depois se virarem como puderam com os 90% (ou menos) que restar.
Isso é um enorme sacrifício para muitos membros.
“Pessoas passam muito apuradas com o pagamento do dízimo, por exemplo, aqueles que recebem um salário mínimo devem também pagar seus dízimos e ofertas e depois se virarem como puderam com os 90% (ou menos) que restar.
Isso é um enorme sacrifício para muitos membros.”
É sempre assim muitos dizem:ah eu não pago dízimos por que sou pobre o que tenho é pouco;se eu fosse rico era fácil.E outros dizem ah eu sou rico pagar o dizimo é muito dinheiro se eu fosse pobre era mais fácil.
As promessas do dizimo em nenhum lugar nas escrituras diz respeito a prosperidade financeira e sim a bençãos diversas de todos os tipos
Prosperidade financeira é questão de trabalho e dedicação, disciplina financeira e sabedoria