O Presidente da Igreja Joseph F Smith profetizou, em discurso durante a Conferência Geral de abril de 1907, que o dia viria em que a Igreja SUD não precisaria mais cobrar mais dízimos de seus membros.

Joseph Fielding Smith, Presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (1901-1918), Apóstolo (1877-1901)
E ainda disse que era o imperativo moral e meta última da Igreja cessar essa cobrança tão logo tivesse a situação financeira para se sustentar sem dízimos.
“Quero dizer aos meus irmãos e irmãs aqui nesta manhã que, em minha opinião, nunca houve um tempo em que os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias vivessem uma vida melhor, fossem mais fiéis e diligentes do que eles são hoje. Temos vários meios de julgar isso.
Uma maneira muito precisa de se saber disso é o fato de que a lei do dízimo está sendo observada. Creio que nunca houve um tempo na história da Igreja em que a lei do dízimo fosse observada de maneira mais universal e honesta do que a dos atuais santos dos últimos dias. Os dízimos do povo durante o ano de 1906 superou os dízimos de qualquer outro ano. Esta é uma boa indicação de que os santos dos últimos dias estão cumprindo seu dever, que têm fé no Evangelho, que estão dispostos a guardar os mandamentos de Deus e que estão trabalhando em linha com mais fidelidade, talvez mais do que nunca. Quero lhes dizer outra coisa, e o faço por meio de parabéns, ou seja, que temos, pela bênção do Senhor e pela fidelidade dos santos em pagar o dízimo, podido pagar nossos vínculos de endividamento. Hoje, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não deve um dólar que não possa pagar de uma só vez. Finalmente, estamos em uma posição que podemos pagar à medida que avançamos. Não precisamos mais pedir emprestado, e não teremos que fazer isso mais se os santos dos últimos dias continuarem vivendo sua religião e observando essa lei do dízimo. É a lei da receita para a Igreja.
Além disso, quero lhes dizer que podemos não ser capazes de alcançá-lo imediatamente, mas antecipamos ver o dia em que não precisaremos pedir de vocês um dólar de doação para qualquer finalidade, exceto o que vocês quiserem oferecer por suas próprias vontades, porque teremos dízimos suficientes no armazém do Senhor para pagar tudo o que for necessário para o avanço do reino de Deus. Quero viver para ver esse dia, se o Senhor poupar minha vida. No entanto, não faz nenhuma diferença, se eu vivo ou não. Essa é a verdadeira política, o verdadeiro propósito do Senhor na administração dos assuntos de Sua Igreja.” (ênfases nossas)
Ironicamente, um dos manuais atuais da Igreja SUD cita apenas parte desse discurso de Smith, a parte em que ele comemora que a Igreja não mais estava endividada por causa dos pagamentos de dízimos, mas absolutamente ignora a profecia de que a Igreja não mais cobraria dízimos de seus membros quando não mais precisasse deles.
Agora que a Igreja não precisa mais de dízimos para se sustentar, ela chega até a distorcer as palavras de um Profeta e Presidente da Igreja do passado para manter essa cobrança.
Documentos financeiros vazados por uma denúncia de ex-funcionário da Igreja sugere que a Igreja não precisa mais de dízimos para se sustentar, acumulando mais de USD 100 bilhões em investimentos financeiros advindos de fundos de dízimos. Não obstante, ela recentemente publicou um manual distorcer as palavras de Conferência Geral do Profeta Lorenzo Snow em uma lição sobre pagamento de dízimos. Snow havia pregado “que todo homem, mulher e criança que tem recursos pague um décimo de seus rendimentos como dízimo“ (ênfases nossas), mas o manual atual propositadamente cita Snow omitindo a qualificação “que tem recursos”, demonstrando a intenção de cobrar dízimos plenos (de 10%) como obrigatoriedade até de pobres e endividados.
Como esse contexto atual se adequa à visão do Profeta Joseph F Smith articulada em Conferência Geral há 112 anos?
A igreja sempre pregou que a lei do dízimo é uma Lei do Senhor. No Novo Testamento vemos a necessidade de doações, sem especificar que deveria ser uma porcentagem específica. Devemos doar com amor, com a intenção de ajudar aos necessitados. Acho a visão do Profeta Joseph F Smith bem mais coerente. Acabar com o dízimo e incentivar as ofertas de jejum, pois sabemos que essa sim, chega aos necessitados da nossa comunidade. As ofertas de jejum servem para ajudar a pagar o aluguel de um membro, comprar uma cesta básica, pagar uma conta de luz. Esse dinheiro vemos o retorno. Hoje pelo visto, a igreja não precisa de dinheiro para ajudar aos irmãos, mas para proveito próprio. Sempre visando o lucro e aumento do patrimônio da igreja. Infelizmente, as “Revelações” dos profetas atuais servem apenas para beneficiar a igreja e amedrontar os fieis. Mas sabemos que isso nunca irá acontecer. Já está na cultura da IJCSUD.
Vemos que as “Revelações” dos profetas atuais não levam em consideração o que foi revelado em épocas anteriores.
Perfeita a sua colocação.
A finalidade do dízimo sempre foi para sustentar a tribo de Levi que trabalhava no Templo nas inúmeras obrigações que lá existiam. Acho também incoerente atrelar a obrigatoriedade do pagamento do dízimo à frequência ao Templo. Não deixa de ser mais uma forma de opressão entre tantas que temos na vida. Nunca vi nada na Bíblia que condicionasse a frequência ao Templo ao pagamento do dízimo. Dinheiro é uma coisa sensível e atrelá-la ao condicionamento de receber ou não bênçãos espirituais a meu ver, beira o abuso. Interessante que grandes igrejas que não cobram dízimo e tem sim doação de membros, fazem bastantes obras pelo mundo e são grandes em si mesmas sem oprimir os membros com uma obrigação a mais. Já não basta os impostos?
Off topic. Vocês poderiam publicar um artigo sobre isso