Com pesar, noticiamos o falecimento da historiadora Kate Holbrook, ocorrido no sábado passado (20/8), em Salt Lake City. Ela foi autora e/ou editora de diversos artigos, livros e apresentações relacionados à história das mulheres mórmons e à relação entre comida e comunidades religiosas.
Em 2011, Holbrook tornou-se a primeira historiadora gerente da História da Mulher no Departamento de História d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A posição inovadora conquistada por Holbrook gerou publicações que buscaram integrar a história das mulheres mórmons à narrativa oficial da maior denominação oriunda do movimento mórmon.
A historiadora Kate Holbrook, falecida em 20 de agosto de 2022. | Imagem: cortesia de kateholbrook.com
Em 2016, a Editora do Historiador da Igreja – uma das editoras oficiais da Igreja, até então dedicada exclusivamente ao Projeto Joseph Smith Papers – publicou o livro e o site coeditados por Kate Holbrook The First Fifty Years of Relief Society: Key Documents in Latter-Day Saint Women’s History (Os Primeiros Cinquenta Anos da Sociedade de Socorro: Documentos-chave na História das Mulheres Santos dos Últimos Dias), o qual permanece infelizmente sem tradução ao português.
Há muitos termos para se referir a pessoas que frequentam as reuniões d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias mas dizem nāo acreditar em todos seus ensinamentos. “Mórmon cultural” é um deles. “Hipócrita” é outro. Em ambos os casos, porém, a suposição é que participar sem crer requer adendos. Ou, em outras palavras, supõe-se que crer seja a verdadeira essência do que significa ser religioso.
De certa forma, os membros da Igreja foram ensinados essa lição pela Suprema Corte dos EUA. Em 1879, o tribunal proferiu uma decisão no caso George Reynolds. Ele era secretário de Brigham Young e o homem que os líderes da Igreja escolheram para ser o caso teste para ver se o tribunal concordaria que a Primeira Emenda protegia a prática da poligamia.
Um dos livros mais populares e incômodos sobre mormonismo das últimas décadas, Pela Bandeira do Paraíso: Uma História de Fé e Violência acaba de ganhar uma versão ficcional para a TV.
A partir do assassinato de Brenda Wright Lafferty e sua filha Erika, de 15 meses, na pequena American Fork, em Utah, em 1984, o jornalista Jon Krakauer escreve sobre o processo de radicalizaçāo espiritual e política dos autores do duplo assassinato: os irmāos Dan e Ron Lafferty. De fieis membros multigeracionais d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a participantes de um minúsculo grupo mórmon chamado Escola dos Profetas (que eventualmente os rejeita), à apoteose das revelações recebidas pelos Lafferty ordenando matar sua cunhada e seu bebê, o caso serve para Krakauer traçar um retrato do mormonismo em todas as suas vertentes.
Desde o início da pandemia do COVID-19, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, comumente conhecida como Igreja Mórmon ou Igreja SUD, seguiu as diretrizes do governo para proteger os membros de sua comunidade religiosa. Em 25 de março de 2020, a igreja fechou seus templos e incentivou membros a usarem máscaras. Líderes elogiaram a vacinação, a qual o presidente da Igreja Russel M. Nelson, cirurgião aposentado, chamou de “enviada literalmente de Deus“. Ele e outros membros seniores foram vacinados, convocando os membros da igreja a seguirem seu exemplo.
Jovens da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, originalmente sediada na fronteira entre os estados de Utah e Arizona. A Igreja FSUD constitui apenas um dos diversos grupos que praticam o casamento plural no oeste dos Estados Unidos. | Imagem: Cortesia de Stephanie Sinclair, New York Times
Ramos fundamentalistas do mormonismo, entretanto – grupos que começaram a se separar da igreja SUD depois que ela encerrou a prática institucionalmente sancionada da poligamia em 1904 – tomaram um caminho diferente. Muitos fundamentalistas se recusaram a tomar a vacina e buscaram terapias alternativas, incluindo o controverso uso de ivermectina, medicamento comumente prescrito para o tratamento de parasitas intestinais.
Cerca de 30% dos norte-americanos não receberam nenhuma dose da vacina contra COVID-19. Muitos expressam ceticismo sobre a intervenção do governo na saúde de suas famílias, opiniões às vezes enraizadas em desinformação ou teorias de conspiração.
A cautela em relação ao governo e às autoridades médicas pode ocorrer de modo especialmente profundo em comunidades isoladas ou marginalizadas. Como estudiosa do fundamentalismo mórmon, vi como tais medos, para fundamentalistas, estão enraizados na desconfiança. Desde a fundação da igreja SUD em 1830, seus membros muitas vezes enfrentaram discriminação e perseguição, mas o conflito diminuiu significativamente após o fim dos casamentos polígamos sancionados institucionalmente. Grupos fundamentalistas, por outro lado, ainda veem o governo com suspeita. Muitos continuam a poligamia, e o medo de serem denunciados às autoridades policiais os impede de acessar recursos, como assistência médica.
Em 1844, Joseph Smith lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. A decisão do profeta, prefeito e líder militar – quixotesca, risível ou perigosa, dependendo de quem a observava – seguiu anos de relações tumultuadas e, com frequência, violentas entre mórmons e seus vizinhos, acompanhadas de pouca ou nenhuma intervenção do estado em defesa do seu crescente movimento religioso.
Concorrendo à Casa Branca, Smith prometia não somente intervir em favor de seus cerca de 25 mil seguidores, mas apresentar soluções para os problemas sociais e econômicos da jovem república. Para o historiador Spencer McBride, “o tema do envolvimento político de Joseph foi a compaixão por aqueles que haviam sido marginalizados”. A violência, no entanto, traria fim às suas pretensões eleitorais, fazendo de Joseph Smith o primeiro candidato presidencial a ser assassinado nos EUA.
Nesta entrevista exclusiva ao Vozes Mórmons, o autor fala sobre sua pesquisa acerca da candidatura de Joseph Smith, suas propostas e as possíveis lições a serem herdadas por santos dos últimos dias contemporâneos.
Como estudante de graduação na Universidade Estadual de Utah entre 2004 e 2007, assisti a uma aula no Instituto de Religião SUD, em Logan, Utah, na qual o professor afirmou inequivocamente que Adão e Eva eram filhos gerados fisicamente por Deus.
Era a primeira vez que muitos de nós ouvíamos tal ideia, apesar de sermos membros da Igreja durante a vida inteira. O instrutor garantiu à classe que essa era a doutrina oficial da Igreja, embora menos discutida. Reforçando a importância desse conceito, o exame final do curso incluiu a seguinte questão para preencher as lacunas: “O Pai Celestial foi o pai do corpo _____ de Adão, bem como de seu corpo _____.” As respostas corretas eram “espiritual” e “físico”.2
Como descobri mais tarde, este ensinamento em particular tem uma linhagem complexa, originada em antigos ensinamentos mórmons eventualmente rejeitados, mas vivendo em fragmentos quando se fazia necessário para responder a questões teológicas colocadas pela evolução biológica. Hoje, parece sobreviver principalmente no Sistema Educacional da Igreja.
O site Vozes Mórmons completa hoje uma década no ar!
Para comemorar, gostaríamos de agradecer a todos que leram nossos artigos, todos que postaram textos e comentários, e todos que enviaram links para seus amigos dos textos e dos comentários.
Nesses dez anos de existência, tivemos mais de 3,5 milhões de visitas, por mais de 350 mil visitantes e, mais importante, centenas de discussões interessantes e inteligentes. Este fórum é aberto para todos mórmons, de todos tipos, e ainda todos aqueles que se interessam pelo mormonismo.
As opiniões e os comentários inteligentes e pertinentes sempre ajudam a aumentar o nível da conversa, e moldam o site tanto quanto os artigos em si.
O site Vozes Mórmons é a página oficial da Associação Brasileira de Estudos Mórmons, dedicada à exploração acadêmica e literária do mormonismo no Brasil, para brasileiros, e por brasileiros.
Gostaríamos, então, de fazer algumas menções a título de retrospectiva, para comemorar essa década que se passou.
Raça e sacerdócio, casamento plural, mulheres e as ordenanças do templo – esses são alguns dos temas explorados em ensaios publicados pel’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em seu site oficial, e cujas informações ainda parecem não ter alcançado a imensa maioria de seus membros ao redor do mundo. Mais de sete anos depois do início de sua publicação, os treze ensaios histórico- apologéticos permanecem pouco difundidos. E isso tem sido, em grande parte, intencional.
Assuntos “espinhosos” da história e teologia mórmons à distância de um clique, mas apenas para quem achar. | Imagem: Cortesia de cottonbro via Pexels.
As Autoridade Gerais da Igreja SUD nunca anunciaram ou promoveram nas revistas oficiais da denominação os treze ensaios sobre Tópicos do Evangelho. Seu temor era que isso “poderia causar uma crise de fé para alguns santos dos últimos dias que não estavam familiarizados com o conteúdo dos Ensaios”, afirma o historiador Matthew L. Harris. Continuar lendo →
“É impossível policiar as fronteiras raciais”, afirma o historiador W. Paul Reeve. Professor da Universidade de Utah, Reeve coordena desde 2018 o projeto Century of Black Mormons (Século dos Mórmons Negros), uma base de dados digital que busca documentar a história de mórmons negros durante o primeiro século de existência do movimento religioso fundado por Joseph Smith.
W. Paul Reeve, professor da Universidade de Utah | Imagem: Cortesia de Daily Utah Chronicle.
Nesta entrevista exclusiva ao Vozes Mórmons, Reeve fala sobre sua jornada acadêmica para entender o passado racial dos santos dos últimos dias e os principais desenvolvimentos da historiografia sobre o passado racial mórmon nas últimas quatro décadas. Segundo ele, houve “três fases” de politicas raciais na Igreja SUD, fato que, observa, muitos de seus membros infelizmente desconhecem.
Reeve também pondera sobre a influência dos ensinamentos raciais passados sobre o mormonismo atual: “a Igreja”, ele afirma, “passou mais de 130 anos ensinando doutrinas e políticas raciais, mas não investiu a mesma energia para corrigir esses ensinamentos”. O historiador ainda lista as seis justificativas mais comuns entre membros SUD que reforçam a ideia de “inocência branca” durante o período da segregação racial mórmon, entre 1852 e 1978. Continuar lendo →
Na esteira dos protestos em Salt Lake City, boatos circularam sobre a iminente invasão de casas na região norte de Utah. Manifestantes supostamente planejavam bater em portas e “se as pessoas atenderem quando baterem, eles [iriam atirar] para provar que vidas negras importam”. Departamentos de polícia de toda a região emitiram declarações através de mídia social de que parecia não haver uma ameaça credível. De fato, os boatos podem ter sido desencadeados por postagens de mídias sociais, como uma postada por “Blacklivess Matter”, que prometia “estaremos assassinando famílias brancas até que a justiça seja feita!!!” ou outra da “ANTIFA America”, que declarava “Hoje à noite dizemos ‘F…. A Cidade’ e entraremos nas áreas residenciais. . . nos bairros brancos. . . para tomar o que é nosso”. Isso era assustador. Mas, como os rumores em Utah, faziam parte de uma mentira. A rede NBC News descobriu, por exemplo, que a conta da “ANTIFA America” estava vinculada a um grupo neonazista conhecido como Identity Evropa. O objetivo de tais boatos era semear discórdia, medo e, assim como a violência entre manifestantes, servia para deslegitimar um movimento e desviar a atenção de sua mensagem.
‘Líderes SUD: usem sua influência em prol da justiça moral”, dizia a faixa carregada por estudantes e professores da Universidade de Utah, em 1965. Marchando ao lado de membros da NAACP, em Salt Lake City, eles pediam que a Igreja Mórmon usasse sua influência em favor do movimento de direitos civis. | Imagem: The Daily Utah Chronicle/KUED
Essa tática de desinformação e propaganda política tem uma longa história entre governos e tem sido empregada nos Estados Unidos em inúmeras ocasiões. Infelizmente, os rumores sobre violência inspirada pelo Black Lives Matter (Vida Negras Importam) no norte de Utah fazem lembrar uma campanha de desinformação semelhante, lançada contra a população de Utah em setembro de 1965. Continuar lendo →
Um ano antes de ditar a revelação sobre “pluralidade de esposas”, a qual viria a ser canonizada décadas após sua morte como a seção 132 de Doutrina & Convênios, Joseph Smith recebeu uma revelação em que o Senhor instruia seu futuro sogro sobre como realizar o casamento de sua filha ao Profeta.
Sarah Ann Whitney, em Utah. Em 1842, Sarah Ann Whitney foi selada a Joseph Smith em cerimônia oficiada por seu pai, e tendo sua mãe como testemunha. O ritual foi prescrito em uma revelação recebida por Joseph Smith | Imagem: Cortesia de Batsheba W. Bigler Smith Photograph Collection, circa 1865-1900, Biblioteca de Historia da Igreja, Salt Lake City.
Em 25 de julho de 1842, Joseph Smith Jr. ditou a Newel K. Whitney uma revelação sobre a cerimônia na qual Whitney lhe daria sua filha, Sarah Ann Whitney, em casamento.
A revelação foi publicada pela primeira vez este ano pelo Projeto Joseph Smith Papers, reconhecido projeto documental do Departamento Histórico d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e faz parte do seu mais recente volume de documentos, cobrindo o tumultuado período entre maio e agosto de 1842.
De acordo com os editores, a revelação, antes inacessível ao público, traz “as únicas instruções existentes do período de vida de [Joseph Smith] para a realização de uma cerimônia de casamento plural”. Continuar lendo →
Na manhã de segunda-feira (15/06), seguranças da Universidade Brigham Young (BYU) encontraram pichada a estátua do profeta e colonizador mórmon que dá nome à universidade.
Estátua de Brigham Young, no campus que leva seu nome, em Provo, Utah (15/06/2020). | Imagem: cortesia da Polícia da BYU.
Duas pessoas vistas pelas câmeras de seguranca da instituição haviam jogado tinta látex vermelha sobre a estátua e escrito a palavra “Racista” no seu pedestal. Um spray e uma lata de tinta foram deixados no local pelos pichadores.
A placa do prédio administrativo da universidade foi pichada com um X. O prédio leva o nome de Abraham O. Smoot, líder político e eclesiástico mórmon no território de Utah. Smoot era proprietário de pelo menos proprietário de pelo menos um escravo em Utah.
A estátua de bronze e a placa foram limpas no mesmo dia. Em declaração ao jornal The Salt Lake Tribune, um funcionário da universidade estimou os gastos da restauração em torno de mil dólares.
A depredação ocorreu em meio aos protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, desencadeados pela morte de George Floyd em 25 de maio, na cidade de Minneapolis, e outras mortes de pessoas negras resultantes da brutalidade policial no país.
Protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) também ocorreram na capital de Utah, Salt Lake City. Alguns dos protestos nos EUA e em outros países têm denunciado ou buscado destruir monumentos públicos em homenagem a personagens históricos associados ao comércio de escravos e à supremacia branca.
Segundo presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Brigham Young (1801-1877) introduziu publicamente no mormonismo a ideia de segregação racial. Em 1852, Young discursou sobre a escravidão diante da Assembleia Legislativa do Território de Utah, afirmando que “um homem que tem o sangue africano nele não pode portar nem um jota nem um til do sacerdócio“, ainda que pudesse ser admitido como membro através do batismo. Por serem descendentes do personagem bíblico Caim, pregava Young, negros eram amaldiçoados, e poderiam ser protegidos pelo restante da posteridade de Adão ao ser tomados como escravos.
Um artigo de opinião publicado pelo The Salt Lake Tribune em 12/06 pedia que a universidade mórmon mudasse seu nome, afirmando que Brigham Young havia sido um dos supremacistas brancos mais bem-sucedidos, dada a prolongada vida do banimento de negros do sacerdócio SUD.
Em ensaio publicado em inglês no seu site oficial em 2013 (e traduzido para o português em 2014), a Igreja SUD reconhece que as ideias raciais de Young foram ao longo do tempo sendo expandidas e acrescidas de outras justificações doutrinárias para o racismo na igreja, dentre elas a ideia de os negros serem espiritos que permaneceram neutros na chamada “Guerra nos Céus”:
A maldição de Caim, frequentemente, era apresentada como justificativa para as restrições do sacerdócio e do templo. Na virada do século [20], outra explicação tomou forma: foi dito que os membros [negros] foram menos valorosos na batalha pré-mortal contra Lúcifer e, como consequência, foram impedidos de bênçãos do sacerdócio e do templo.
Durante a vida do profeta mórmon fundador, Joseph Smith Jr. (1805-1844), homens negros como Walker Lewis e Elijah Able foram ordenados a ofícios do sacerdocio mórmon. Segundo o relato da conversa negra Jane Manning James, em Nauvoo, Joseph Smith ainda teria proposto, através de sua esposa Emma, que Jane fosse a eles adotada como filha. Na década de 1830, Smith chegou a defender a escravidão negra em bases bíblicas. Porém, passou a defender o fim da escravidão nos últimos anos da sua vida.
A segregação racial iniciada no mormonismo em 1852 apenas veio a ser revogada em 1978, sob a direção do então presidente da denominação, Spencer W. Kimball (1895–1985). À época, a Igreja Mórmon via suas políticas raciais engenhadas na América do Norte impedindo seu crescimento em países como Brasil, onde predominava uma população grandemente miscigenada. O próprio Kimball aconselhava seus seguidores a casar com pessoas “da mesma raça”, tema ensinado mesmo após 1978.
Apesar de a Igreja implicitamente refutar hoje tais explicações doutrinárias para seu passado de segregação racial, durante o qual baniu homens negros do sacerdócio e impediu o pleno acesso de homens e mulheres negras aos rituais dos seus templos, a discriminação contra mórmons negros persiste no cotidiano.
Na própria BYU, alguns professores ainda buscam justificar o segregação no passado mórmon evocando paralelos bíblicos, como neste relato de uma estudante:
Meu professor de “Fundações da Restauração” justificou a proibição do sacerdócio aos negros, dizendo: “Não vamos fingir que Deus não havia feito restrições raciais para o sacerdócio e o evangelho antes. Ele não queria que o evangelho fosse ensinado aos gentios em um ponto. Não sei por que Deus faz essas restrições, mas Ele deixou as duas continuarem por um longo tempo.”
Em 2012, outro professor da mesma universidade causou desconforto ao declarar ao jornal The Washington Post que a segregacão racial não se havia iniciado com Brigham Young, mas sim com Caim.
No início de junho, o atual profeta e presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Russel M. Nelson, condenou o racismo e a violência em nota nas mídias sociais. Nelson não abordou as questões raciais no mormonismo.
A BYU anunciou na semana passada a formação de um comitê para examinar as questões relacionadas a raça e desigualdade na universidade da Igreja.
Neste ano de 2020, estamos passando pela pandemia do CoViD-19. No ano do bicentenário da Primeira Visão de Joseph Smith Júnior nos foi prometida uma Conferência Geral histórica. Contudo, a mesma foi transmitida apenas pela internet, tirando o brilho que teríamos nos dias 04 e 05 de abril nas capelas e no Centro de Conferências. Por esses tempos, não temos visto o atual Presidente da Igreja, senhor Russell Marion Nelson, em seu chamado profético falar não só aos santos dos últimos dias, mas ao mundo todo.
Há 20 anos, o saudoso papa São João Paulo II 1920-2005 (canonizado em 2011) no dia 12 de março de 2000 fez uma homilia ao mundo pedindo o perdão pelos erros cometidos pela Igreja Católica Apostólica Romana. O ano ficou conhecido como o do jubileu, ou do perdão. Essa mensagem foi dirigida ao mundo em sinal de humildade daquele líder religioso:
O profeta mórmon e 1º conselheiro na Primeira Presidência da Igreja SUD, Dallin Oaks, anunciou com clareza inequívoca, na reunião de ontem durante a sessão de liderança da 189ª Conferência Geral Semi-anual d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, as intenções da Igreja em não apenas insistir em sua política de discriminação contra homossexuais, mas também de discriminar contra transgêneros e interssexuais.
Cinco de Novembro é uma data histórica, ainda que em infâmia, para membros d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Crianças num lar estável com pais dedicados e amorosos: Dependendo da família, a Igreja Mórmon não as queria, e ainda se propunha a destruir esses lares. Aparentemente, não mais?
Na época, o atual Profeta e Presidente da Igreja Russell M Nelson, então servindo como Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, assegurou os membros fiéis que tal política discriminatória, confirmada por nota oficial publicada pela própria Primeira Presidência, havia sido fruta de uma revelação divina:
“Cada um de nós durante esse momento sagrado sentiu uma confirmação espiritual … Foi o nosso privilégio como apóstolos sustentar o que havia sido revelado ao Presidente Monson.”
“A Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos aconselhou-se juntos e compartilhou tudo que o Senhor dirigiu-nos a compreender e sentir, individual e coletivamente … E então, vemos a inspiração do Senhor sobre o presidente da Igreja para proclamar a vontade do Senhor.”