me vejo no espelho
e imagino que pareço meu avô
no fundo queria ter um nariz mais parecido com o dele
e aquele azul raro do olho
minha desorganização de remédios
e livros e lâminas de barbear
me fazem parecer mais
Pedro
vivendo em mim
parte do meu corpo
e ideias
e contradições
sempre nos meus sonhos
acordo e levo um tempo
até saber se é sonho
talvez seja um tipo de vida eterna
ele vivendo em mim
sem eu sentir que ele se foi
ou que eu me vou
mas sim que estamos
esperando quem sabe
a próxima rodada
Antônio, é seu? Você é o autor?
Sim, escrevi isso ontem.
Olá, Antônio.
Interessante você escrever sobre este tema. Ontem a noite e hoje pela manhã participei das sessões da Conferência da Estaca aqui em Londrina-PR. Um dos temas tratados por mais de um discursante foi a História da Família. O que achei interessante foi o enfoque dado ao tema. Um dos discursantes, conselheiro na presidência do templo de Curitiba nos contou a respeito de seus antepassados italianos. Inclusive ele leu uma narrativa contida no diário de seu avô, e diga-se de passagem era uma experiência muito engraçada. Então ele convidou a nos empanharmos em conhecer a história de nossos antepassados, resgatarmos e preservarmos suas memórias.
Outro discursante nos contou também sobre uma experiência vivida em sua infância com o pai dele. Ele nos convidou a deixarmos um bom legado à nossa posteridade.
Gostei muito e senti um espírito excelente ao ouvir estes discursos. Claro que temos que realizar as ordenanças vicárias por nossos antepassados, e isto também foi dito. Mas o que mais me chamou a atenção foi o enfoque dado em valorizarmos nossa história ao conhecermos nossos antepassados e ao mantermos “vivas” suas mémorias e histórias.
“me vejo no espelho
e imagino que pareço meu avô […]
ele vivendo em mim”
Concordo contigo, Antônio. Nós somos muito daquilo que foram nossos antepassados. Eles realmente “vivem” em nós e não somente no aspecto biológico.
Um abraço! 😀
Interessante, Jamil. De fato as ordenanças vicárias não deveriam ser eitas como em um processo industrial, processando nomes e datas. Fico feliz de saber dessa ênfase que foca nos vínculos afetivos entre os dois lados. Acredito também que deveríamos ser guiados por revelação nesse processo. Abraços!
E hoje fui lembado pela minha mãe de que era o aniversario da minha avó, esposa do avô a que me refiro acima. Ela faria 101 anos.
É verdade, Antônio.
O trabalho vicário só fará sentido e transformará nossa vida se construirmos um elo afetivo com os nossos antepassados e se formos guiados por meio da revelação.