‘Porque sim’ não é resposta. Quem assistia ao programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum deve lembrar dessa frase, tão divertida quanto verdadeira. No cotidiano da Igreja sud muitas vezes nos deparamos com a resposta “porque sim.” Geralmente é traduzida como
– “está no manual”;
– “é o que a igreja ensina”;
– “os líderes decidiram”.

Para silenciar perguntas, apela-se à autoridade, seja de uma publicação (que ninguém sabe qual é), seja de uma entidade (da qual o indivíduo que questiona também é parte), seja de um grupo de homens (que podem ou não ser apoiados pelo indivíduo). Esse é um vício danoso, que tem causado estragos enormes na cultura mórmon.
Antes do início da Copa do Mundo, eu havia escrito sobre o aparente descontentamento entre membros sud brasileiros sobre o envolvimento do Mãos Que Ajudam no evento da Fifa. Em uma pesquisa informal, mais de 70% dos nosso leitores disseram que tal envolvimento não eram condizente com os propósitos do projeto humanitário e que não seria positivo para a imagem da Igreja no Brasil.
Não deixei de ficar um pouco surpreso, porém, ao ver na página da Sala de Imprensa da Igreja comentários críticos à atuação do Mãos que Ajudam na Copa da Fifa. Vejamos um exemplo:
Relembrando: é Sala de Imprensa. Relações Públicas. Jornalismo. Bom senso. Vejamos uma das respostas dadas pela página oficial:
O vício na autoridade é tão grande que a Sala de Imprensa esquece das relações públicas, do jornalismo ou do bom senso, e se empenha em silenciar um comentário crítico com o famoso “porque sim” – os líderes decidiram, você apóia os líderes (não apóia?), você tem que apoiar a decisão deles; se discordar da decisão, estará discordando dos líderes e traindo seu próprio voto.
Não é da minha conta, mas aqui vai a sugestão: a Sala de Imprensa da Igreja sud precisa urgentemente contratar um profissional de Relações Públicas.
A questão principal, no entanto, – e que é da conta de todos – é que o mormonismo precisa se desvencilhar desse vício na autoridade, desse vício de silenciar o outro com um apelo à autoridade.


A ideia é divulgar o trabalho, foi uma boa oportunidade e foi aproveitada, não impediu o trabalho que pode ser feito em outras datas.
Acredito que esse “fantasma da autoridade” sempre perseguirá os membros da igreja. Desde criança os Suds já são aconselhados, através de hinos, a seguir os profetas: “sem hesitar” que “não vais errar”. O problema, a meu ver, é estrutural, o “seguir ao profeta”, mesmo que inconscientemente (sendo que muitas das vezes é cegamente mesmo), está encravado na raiz da igreja mórmon. É automático. Intrínseco à doutrina. Então, dificilmente os membros se darão ao luxo de um dia desobedecer seus lideres e/ou de recorrer à suas orientações. Afinal de contas, os profetas jamais desencaminharão sua igreja, não é?
Isso só saiu de minha cabeça quando estudei,é difícil mesmo,mas eu apenas me libertei e aceitei