Violência sexual contra mulheres é uma “parte grandemente invisível das guerras e conflitos”, disse o Apóstolo Jeffrey R. Holland. Em 11 de setembro passado, Holland falou como convidado do evento intitulado “Perseguição Religiosa: Impulsionadora da Migração Forçada“, uma pequena conferência reunindo acadêmicos, líderes civis e religiosos, no castelo de Windsor, Inglaterra.

Jeffrey R. Holland ao lado da esposa Patricia T. Holland, durante o evento. | Imagem: lds.org
Em seu discurso, Holland afirmou:
Mais de 49 milhões de pessoas são deslocadas à força como resultado de conflitos e perseguição, cerca de metade dos quais são mulheres, dois terços dos quais estão no exílio há mais de cinco anos.
A brutalidade dos conflitos inclui a violência contra mulheres:
“O crime de violência sexual é agravado pelas outras violações que as vítimas sofrem durante a guerra. Elas perdem casas, saúde, renda, maridos, filhos e esperança”, afirmou Holland.
“Infelizmente, a violência contra as mulheres não se limita aos tempos de guerra. Casos de mutilação genital feminina, remoção de apêndices corporais e crimes de honra persistem durante os tempos de ‘paz'”.
De acordo o professor do Departamento de Geografia da BYU Chad Emmet, é a primeira vez que uma autoridade geral d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias condena a mutilação genital feminina. Diversos religiosos já se pronunciaram contra a prática como o Papa Francisco e líderes muçulmanos. Emmet apontou em seu blog que a edição impressa do Deseret News omitiu as referências específicas de Holland à mutilação genital feminina.
Às vezes chamada de “circuncisão feminina”, a mutilação genital é a prática de queimar, cortar, costurar ou danificar de outra forma partes externas dos genitais femininos, mais comumente os lábios maiores ou menores da vagina, ou a parte visível do clitóris. Os problemas físicos causados por tais procedimentos incluem dores, hemorragias, infecções, infertilidade, entre outros, podendo causar a morte.
Segundo cálculos da ONU, cerca de 200 milhões de meninas e mulheres já foram vítimas de mutilação genital em 30 países. A prática não é exclusiva de um único grupo étnico, religioso ou cultural, sendo encontrada especialmente em países da África e do Sudeste da Ásia. Dependendo da região e etnia que a pratica, a mutilação pode acontecer em diversos momentos da vida da mulher, sendo predominante entre o nascimento até a puberdade.
Chad Emmet publicou no mês passado um estudo sobre a mutilação genital feminina entre mórmons. O pesquisador encontrou evidências da prática entre membros SUD na Indonésia, país onde metade das meninas com menos de 11 anos sofrem mutilação genital. “Não fui capaz de confirmar se a MGF [mutilação genital feminina] é praticada entre mórmons na África, portanto há mais pesquisa que precisa ser feita”, afirmou
Assista ao vídeo com o discurso completo de Jeffrey R. Holland: