O Presidente Nathan Eldon Tanner admitiu em uma entrevista de 1967 que a “lei de Deus” era discriminar contra os negros.

Nathan Eldon Tanner, Conselheiro na Primeira Presidência (1963-1982) sob os Presidentes David O McKay, Joseph Fielding Smith, Harold B Lee, e Spencer W Kimball

Tanner, que serviu na Primeira Presidência entre 1963 e 1982 como Conselheiro dos Profetas David O McKay, Joseph Fielding Smith, Harold B Lee, e Spencer W Kimball, admitiu em entrevista para a revista Seattle Magazine em dezembro de 1967 que a crença prevalente sobre a segregação racial imposta pela Igreja era uma lei divina.

O artigo, intitulado “O Enxame de Mórmons”, em determinado trecho aborda a política de segregação racial da Igreja Mórmon nos anos 1960. “A exclusão dos negros da ordem sacerdotal e, portanto, de acordo com a doutrina mórmon, do avanço na vida após a morte é baseada em uma passagem da Pérola de Grande Valor, uma escritura mórmon sagrada”, explica o periódico. Por causa dessa crença, mórmons sofriam enormes pressões sociais e culturais de uma sociedade norteamericana que já não enxergava segregação racial com bons olhos, reconta o artigo.

Para uma análise oficial, a revista entrevistou o Conselheiro na Primeira Presidência Eldon Tanner, que lhes presenteou com esta explicação¹:

“A igreja não tem nenhuma intenção em mudar sua doutrina sobre o negro. Ao longo da história da igreja cristã original, os negros nunca portaram o sacerdócio. Não há nada que possamos fazer para mudar isso. É uma lei de Deus.“ (ênfases nossas)

Trecho do artigo em questão², que introduz a citação de Tanner explicando “Apesar de tais duras críticas, os líderes mórmons não cederam em sua posição inflexível.”

NOTAS:
[1] Entrevista com N. Eldon Tanner, Seattle Magazine, Dec. 1967, p. 60.
[2] Cópia arquivada na biblioteca Special Collections da University of Washington Libraries;  Box 352900.