A Igreja SUD está doando USD 1 milhão para o programa de estudos mórmons da Universidade Estadual de Utah (Utah State University).

Leonard Arrington (Capa de biografia recentemente publicada)
A doação, em conjunto com uma outra doação anônima de USD 500 mil, servirá para financiar a posição de um professor de história e cultura mórmon. A cadeira docente, cujo título Leonard J. Arrington honra o famoso Historiador da Igreja (1972-1982) que fora desobrigado sorrateiramente por promover a publicação de estudos acadêmicos honestos demais para alguns Apóstolos, é uma de duas posições no departamento de religiões financiadas através de doações (prática comum conhecida como endowment).
A cadeira de estudos mórmons na Universidade Estadual de Utah existe desde 2007, mas essa é a primeira vez que a Igreja SUD expressa apreço ou apoio por ela. Criada também no mesmo ano, a cadeira Howard W. Hunter para estudos mórmons da instituição privada Universidade Claremont no sul da Califórnia, recebeu calorosa atenção da liderança da Igreja SUD. Veja, por exemplo, o vídeo-testemunho do Apóstolo Jeffrey Holland:
https://www.youtube.com/watch?v=i-BUFBt_-C8
A Igreja SUD não doou oficialmente para o endowment da cadeira Howard W. Hunter (profeta mórmon, não acadêmico) como está fazendo agora para a cadeira Leonard J. Arrington (acadêmico mórmon, não líder religioso), porém ativamente solicitou (ou encorajou) doações públicas e, privadamente, de membros da Igreja milionários. Essa aproximação da universidade californiana com a Igreja de Utah coibiu, na época, a contratação do maior historiador mórmon na ativa, e um dos mais influentes historiadores na historiografia mórmon, Michael Quinn. Por ter sido excomungado em 1993 junto com outros 5 acadêmicos numa purga anti-intelectual da Igreja, Quinn foi rejeitado para a posição em favor do historiador aposentado e atual apologista Richard Bushman. Sobre o banimento no meio acadêmico mórmon de Quinn, que apesar de morar próximo à Claremont e de haver lecionado lá no pasado ainda assim fora preterido, notou a eminente historiadora do mormonismo Jan Shipps:
“Ele provavelmente sabe mais sobre o passado mórmon que qualquer outra pessoa viva hoje. Ele poderia ter uma carreira bem sucedida na Universidade de Brigham Young [onde foi professor por 12 anos] apenas se ele estivesse disposto a abandonar suas pesquisas sobre a história da Igreja SUD e se limitasse a lecionar.”
A cadeira na universidade em Utah já está preenchida por Philip Barlow, historiador que fora orientando acadêmico do próprio Arrington, desde sua criação há quase uma década. A estabelecida independência deste programa (nomeado por um historiador e não um líder eclesiástico) e a recente guinada da Igreja para maior abertura e honestidade intelectual da última década sugerem que essa doação representa uma maior disponibilidade para colaboração franca, ao invés de oposição entrincheirada a, com acadêmicos e pesquisadores. Postura qual nós calorosamente aplaudimos.
Para aqueles que sempre falam que vocês só postam coisa ruim (verdadeira) da igreja.
Vejam é obvio que não existe apenas gente “retrograda “e conservadora na Igreja mesmo nos mais autos escalões e é evidente que muitos deles já entenderam que a coisa precisa mudar. Embora as mudanças pareçam serem tímidas e pequenas nos estudos relacionados a historia do mormonismo, vejo avanços gigantescos perto do que foi no passado (10 ou 20 anos atrás). Isto esbarra em muitas questões sociais, culturais, financeiras e politicas da atual organização e mexer de uma unica vez em tudo seria um salto de honestidade incrível, mas com um preço alto a ser pago pela instituição. Sim talvez mais alto em termos sociais do que financeiros (os membros ficaram chocados com uma “pedrinha” sendo divulgada na a Lihona imagina a “historia” sendo tratada como HISTÓRIA, haveria suicídio coletivo na Igreja !) Ainda sim é bom ver progresso nesta área da igreja SUD isso dá esperança. Por outro lado, o corporativismo pesado que vivemos, a idolatria a liderança o gosto desmedido pelos aspectos financeiros, o preconceito institucional. isto quase não se vê avanço ou sinal de melhoria e para mim mais do que ver, em um manual da escola dominical algum dia que livro de mórmon é uma obra inspirada e não histórica, seria ver a capela cheia de moradores de rua sendo cuidados, cursos de reabilitação para dependentes químicos ou as capelas abertas em noite de frio para desabrigados, e isso, e para este tipo de mudança, não há doação e pouca iniciativa.