Monson plagia Monson

Na Conferência Geral de outubro de 2014, o presidente Thomas S. Monson reciclou discursos de anos anteriores.

tsm cabeçaAs conferências gerais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são eventos considerados sagrados na cultura mórmon. Os discursos do presidente da Igreja, especialmente, são tidos por muitos não apenas uma fonte de inspiração mas um oráculo que pode revelar a vontade divina para a Igreja e a humanidade.

Na década de 1950, introduziu-se a referência ao presidente da Igreja como “o profeta”, expressão até então usada para referir a Joseph Smith. Uma publicação oficial usada nas aulas dominicais de visitantes e novos membros diz que seus discursos teriam, a princípio, a mesma importância das escrituras canônicas:

Devemos estudar suas palavras e ouvir seus discursos nas conferências.

Além desses quatro livros de escrituras, as palavras inspiradas dos profetas vivos tornam-se escritura para nós. (p. 42, 49)

Outra afirmação do mesmo livro, porém, sugere que as palavras do presidente da Igreja seriam ainda mais importantes do que as obras-padrão:

Muitas pessoas acham fácil acreditar nos profetas do passado. Entretanto, acreditar no profeta vivo é algo muito mais importante. (p. 42)

Diferentemente dos primórdios do mormonismo — e contrário aos princípios escriturísticos de ensinar o que o Espírito Santo venha a inspirar no momento (Mat. 10:19-20; Luc. 12:11-12; Mor. 06:09; D&C 68:03; 84:85; 100:05-06) —, os discursos nas Conferências há várias décadas são escritos de antemão. Eu nunca havia percebido, porém, a prática do autoplágio na Conferência.

Quando utilizo algo que alguém disse ou escreveu, sem lhe dar o devido crédito, sugerindo que sou o autor daquelas palavras, estou cometendo plágio. Uma das formas mais peculiares de plágio, porém, é quando o autor plagia a si próprio. O autoplágio consiste em usar palavras que o próprio autor já publicou antes, sugerindo que são originais.

(Por favor, antes de dizer que autoplágio não existe, use o Google ou outra ferramenta de busca.)

Em outubro passado, ao invés de uma mensagem original, um dos discursos do presidente Thomas S. Monson apresentado à Igreja foi um copiar e colar de discursos anteriores. Sem dar nenhuma pista de que lia uma montagem de discursos seminovos, o presidente Monson cometeu autoplágio.

Além de ter sido o primeiro presidente da Igreja sud a construir um shopping center, com o discurso de outubro passado, Monson deve entrar para a história como o presidente que mais citou a si mesmo.

Seu discurso Guiado em Segurança para Casa foi dado durante a Sessão do Sacerdócio e pode ser lido em português aqui e inglês aqui. Reproduzimos abaixo o discurso na íntegra, conforme publicado no site oficial da Igreja em português.

No item ♣Fonte, mostraremos os discursos autoplagiados em links para inglês e português. Devido à tradução, alguns trechos idênticos em inglês podem soar minimamente diferentes em português. Há dois discursos da década de 1980 que não estão disponíveis online em português. Usaremos azul para assinalar os trechos originais do discurso de 2014, e vermelho para os trechos autoplagiados. No item ♣Autoplágio anterior, indicaremos também quando o trecho já havia usado em discursos anteriores.

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Guiado em Segurança para Casa

Irmãos, estamos reunidos em um grande grupo do sacerdócio, tanto aqui no Centro de Conferências como em diversos lugares em todo o mundo. Sinto-me honrado e humilde com a responsabilidade que tenho de lhes dirigir algumas palavras. Oro para que o Espírito do Senhor me guie ao fazê-lo.

Há 75 anos, em 14 de fevereiro de 1939, em Hamburgo, Alemanha, foi celebrado um feriado. Em meio a inflamados discursos, multidões entusiasmadas e a execução de hinos patrióticos, o novo navio de guerra Bismarck era lançado ao mar por meio do Rio Elba. Aquele navio, o mais poderoso dos mares, era um espetáculo impressionante de blindagens e maquinário. Sua construção exigiu mais de 57 mil desenhos de projetos só para a torre de canhões duplos de 380 milímetros controlados por radar. Os circuitos elétricos do navio continham 45 mil quilômetros de fios. Ele pesava cerca de 35 mil toneladas e o casco blindado lhe conferia extrema segurança. Majestoso na aparência, gigantesco no tamanho, impressionante no poder de fogo, o poderoso colosso era considerado impossível de ser afundado.

O encontro do Bismarck com seu destino veio cerca de dois anos mais tarde, quando, em 24 de maio de 1941, os dois navios de guerra mais poderosos da Marinha britânica, o Prince of Wales e o Hood, entraram em combate com o Bismarck e o cruzador Prinz Eugen. Em cinco minutos, oBismarck tinha mandado para as profundezas do Atlântico o Hood e toda sua tripulação de 1.400 marinheiros, à exceção de três homens. O outro navio britânico, o Prince of Wales, tinha sofrido sérios danos e fugiu do combate.

Três dias mais tarde, o Bismarck envolveu-se em novas batalhas com a marinha e a força aérea Britânica. Ao todo, os britânicos concentraram uma força de 8 navios de guerra, 2 porta-aviões, 11 cruzadores e 21 destroyers na tentativa de encontrar e afundar o poderoso Bismarck.

Durante essas batalhas, disparos contínuos causaram apenas danos superficiais ao Bismarck. Afinal era mesmo impossível afundá-lo? Em seguida, por sorte, um torpedo atingiu o Bismarck e travou seu leme. As tentativas de consertá-lo foram inúteis. Com as armas preparadas e a tripulação de prontidão, o Bismarck conseguia apenas se deslocar em um círculo amplo e lento. O grande navio estava fora do alcance da poderosa força aérea alemã. O Bismarck não poderia retornar em segurança a seu porto de destino. Nem o porto próximo nem a força aérea poderiam fornecer o refúgio necessário, pois o Bismarck havia perdido a capacidade de seguir o curso traçado. Sem leme, sem ajuda, sem porto. O fim se aproximava. Os canhões britânicos disparavam enquanto a tripulação alemã fugia às pressas daquele navio que outrora parecera indestrutível. As ondas famintas do Atlântico primeiro lamberam-lhe as laterais e depois engoliram o orgulho da marinha alemã. O Bismarck já não existia.

Assim como o Bismarck, cada um de nós é uma construção milagrosa. Nossa criação, no entanto, não se limita à capacidade humana. O homem pode conceber as máquinas mais complexas, mas não pode dar-lhes a vida ou conceder-lhes os poderes da razão e do discernimento. Esses são dons divinos, concedidos apenas por Deus.

Como o leme vital de um navio, irmãos, foi-nos dado um meio que determina a direção para viajarmos. O farol do Senhor sinaliza para todos nós ao navegarmos pelos mares da vida. Nosso propósito é sermos guiados por um curso constante para atingir nossa meta desejada — sim, o Reino celestial de Deus. Um homem sem um propósito é como um navio sem leme — provavelmente nunca alcançará o porto de destino. A nós é dado o sinal: tracem o curso, icem as velas, posicionem o leme e prossigam.

Tal como aconteceu ao poderoso Bismarck, assim é com o homem. A potência das turbinas e a força das hélices são inúteis sem esse senso de direção, sem o controle da energia, sem o poder de determinar o rumo que tem o leme que, oculto de nossas vistas e relativamente pequeno, é absolutamente essencial em sua função.

Nosso Pai providenciou o sol, a lua e as estrelas — celestiais galáxias para guiar os marinheiros que navegam pelos mares. Para nós, ao caminharmos pela vida, Ele ofereceu um mapa claro que indica o caminho até o destino desejado. Ele nos alerta: cuidado com os desvios, os buracos, as armadilhas. Não podemos nos deixar enganar por quem poderia nos desviar, por aqueles marqueteiros do pecado que o alardeiam aqui e acolá. Em vez disso, podemos fazer uma pausa para orar; para ouvir essa voz mansa e delicada que leva às profundezas de nossa alma o gentil convite do Mestre: “Vem, e segue-me”.

Entretanto, há aqueles que não ouvem, que não obedecem, que preferem trilhar um caminho de sua própria determinação. Muitas vezes eles sucumbem às tentações que cercam todos nós e podem parecer tão atraentes.

01

Discurso do apóstolo Thomas S. Monson, em abril de 1982. Publicado na revista Liahona em julho daquele ano.

♣Fonte: discurso na Conferência Geral de abril de 1982, publicado em português na Liahona como “Singrar, em segurança, os mares da vida” (ver imagem acima). Há diferenças mínimas de redação entre o relato do Bismarck em 1982 e em 2014, as quais não realcei acima. A edição para o discurso de 2014 o deixou um pouco menor.

♣Autoplágio anterior: (01) o discurso de 1982 foi publicado como mensagem da Primeira Presidência nas edições das revista Ensign de julho de 1999; (02) penúltimo parágrafo reproduzido acima já havia sido reutilizado em um discurso da Conferência Geral de abril de 2006 (em inglês e português, 19° parágrafo)

Como portadores do sacerdócio, fomos colocados na Terra em uma época conturbada. Vivemos em um mundo complexo, com muitos conflitos em toda parte. Esquemas políticos arruínam a estabilidade das nações, déspotas lutam pelo poder e segmentos da sociedade parecem sempre oprimidos, sendo-lhes negadas oportunidades, deixando neles um sentimento de fracasso. Os sofismas dos homens ecoam em nossos ouvidos e o pecado nos cerca.

♣Fonte: discurso na Conferência Geral de abril de 1988.

♣Autoplágio anterior: discurso na Conferência Geral de abril de 2008 (em inglês e português, 3° parágrafo)

Temos a responsabilidade de ser dignos de todas as bênçãos gloriosas que o Pai Celestial reservou para nós. Onde quer que estejamos, nosso sacerdócio estará conosco. Será que permanecemos em lugares santos? Por favor, antes de colocarem vocês mesmos e seu sacerdócio em risco, aventurando-se a ir a certos lugares ou a participar de certas atividades que não são dignas de vocês ou desse sacerdócio, ponderem cuidadosamente as consequências.

♣Fonte: discurso na Conferência Geral de outubro de 2011 (em inglês e  português, 29° parágrafo)

Nós que fomos ordenados ao sacerdócio de Deus podemos fazer a diferença.

♣Fonte: discurso na Conferência Geral de abril de 1988 (7° parágrafo).

♣Autoplágio anterior: discurso na Conferência Geral de abril de 2008 (em inglês e português, 4° parágrafo)

Quando mantemos nossa pureza pessoal e honramos nosso sacerdócio, tornamo-nos um exemplo justo para os outros seguirem. O Apóstolo Paulo admoestou: “Sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”. Ele também escreveu que os seguidores de Cristo devem ser “como a luz do mundo”. Ser um exemplo de retidão pode ajudar a iluminar um mundo cada vez mais escuro.

♣Fonte: discurso em devocional da BYU em novembro de 2011 (42° parágrafo).

Muitos de vocês se lembram do Presidente N. Eldon Tanner, que serviu como conselheiro de quatro Presidentes da Igreja. Ele foi um exemplo inabalável de retidão durante toda a sua carreira na indústria, em seu serviço no governo do Canadá e como apóstolo de Jesus Cristo. Ele deixou-nos este inspirado conselho: “Nada trará maior alegria e sucesso do que viver de acordo com os ensinamentos do evangelho. Sejam um exemplo; sejam uma influência para o bem”.

E acrescentou: “Todos fomos preordenados para algum trabalho, como servos escolhidos [por Deus] a quem Ele achou por bem conferir o sacerdócio e o poder de agir em Seu nome. Lembrem-se sempre de que as pessoas estão olhando para vocês, para que as liderem, e vocês estão influenciando a vida delas, seja para o bem ou para o mal, e essa influência será sentida nas gerações vindouras”.

♣Fonte: discurso na Conferência Geral de abril de 2008 (em inglês e português, 10° e 11° parágrafos).

Somos fortalecidos pela verdade de que a maior força no mundo hoje é o poder de Deus quando exercido pelo homem. Para navegar em segurança pelos mares da mortalidade, precisamos da orientação daquele Marinheiro Eterno — sim, do próprio Senhor, o grande Jeová. Procuramos e nos voltamos para o alto para obter ajuda celestial.

♣Fonte: discurso dado na Conferência Geral de abril de 1988 (8° parágrafo).

♣Autoplágio anterior: primeira frase do parágrafo já havia sido usada no discurso de abril de 2008 (em inglês e português, 5° parágrafo)

Um exemplo bem conhecido de quem não se voltou para o alto é o de Caim, filho de Adão e Eva. Poderoso em potencial, mas fraco de vontade, Caim permitiu que a ganância, a inveja, a desobediência e até mesmo o assassinato emperrassem aquele leme pessoal que o teria orientado à segurança e à exaltação. O olhar para baixo substituiu o olhar para cima. E ele caiu.

♣Fonte: discurso dado na Conferência Geral de abril de 1982.

E em outra ocasião, um servo de Deus foi testado por um rei iníquo. Auxiliado pela inspiração do céu, Daniel interpretou para o rei a escrita na parede. Sobre as recompensas oferecidas — sim, um manto real, um colar de ouro e o poder político — Daniel disse: “Que tuas dádivas fiquem contigo e dá os teus presentes a outro”. Poder e grande riqueza haviam sido oferecidos a Daniel, recompensas que representam as coisas do mundo e não as de Deus. Daniel resistiu e permaneceu fiel.

Mais tarde, quando Daniel adorava a Deus, apesar de um decreto que proibia a adoração, ele foi lançado em uma cova de leões. O relato bíblico nos diz que na manhã seguinte, “ […] foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus”.  Naquele momento de necessidade crítica, a determinação de Daniel de trilhar um curso constante trouxe-lhe proteção divina e forneceu-lhe um santuário de segurança. Podemos ter essa proteção e essa segurança se também trilharmos esse curso constante em direção ao nosso lar eterno.

Página da revista Liahona, mostrando o discurso de Thomas S. Monson em abril de 1982, com o trecho sobre Daniel.

Página da revista Liahona, mostrando o discurso de Thomas S. Monson em abril de 1982, com o trecho sobre Daniel na coluna direita.

♣Fonte: discurso dado na Conferência Geral de abril de 1982.

♣Autoplágio anterior: discurso em abril de 2006 (em inglês e português, 24° parágrafo)

O relógio da história, como a areia da ampulheta, marca a passagem do tempo. Um novo elenco ocupa o palco da vida. Os problemas de nossos dias pendem ameaçadoramente sobre nós. Ao longo da história do mundo, Satanás tem trabalhado incansavelmente para a destruição dos seguidores do Salvador. Se sucumbirmos às suas tentações, nós — como o poderoso Bismarck — perderemos aquele leme que pode guiar-nos em segurança. Em vez de sucumbir, cercados pela sofisticação da vida moderna, buscamos orientação divina para encontrar aquele infalível senso de direção a fim de traçarmos e seguirmos um curso sábio e adequado. Nosso Pai Celestial não deixará nossa sincera solicitação sem resposta. Se buscarmos ajuda celestial, nosso leme, ao contrário daquele do Bismarck, não falhará.

Ao nos aventurarmos em nossas viagens individuais, que possamos navegar em segurança pelos mares da vida. Que tenhamos a coragem de um Daniel, que possamos permanecer fiéis e verdadeiros, apesar do pecado e da tentação que nos cercam. Possa o nosso testemunho ser tão profundo e tão forte quanto o de Jacó, o irmão de Néfi, que, ao ser confrontado por alguém que procurou de todas as formas possíveis destruir sua fé, declarou: “Eu não podia ser abalado”.

Com o leme da fé a guiar nossa jornada, irmãos, também encontraremos nosso caminho em segurança para casa — para estarmos em casa com Deus, para habitar com ele eternamente. Que assim seja para cada um de nós, oro no nome sagrado de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor. Amém.

♣Fonte: discurso dado na Conferência Geral de abril de 1982.

Conclusões

tsm escoteiroAo requentar seus próprios discursos, o presidente Tomas S. Monson — e/ou, quem sabe?, o seu ghost writer — parece demonstrar um grande apreço pelas suas próprias palavras e pouco apreço pelas expectativas dos santos dos últimos dias que esperam ouvir dele algo genuinamente inspirador.

Tivesse ele pedido a exibição de vídeos de seus discursos anteriores, haveria sido bem mais honesto e menos patético do que um discurso composto em mais de 80% de citações não-declaradas de si mesmo. Ou deveríamos biblicamente chamar de vãs repetições?

A forte tendência que existe entre os membros da Igreja à obediência cega também garante que ações como essa passem despercebidas e venham a se repetir. Pelo mesmo motivo, imagino que muitos encontrarão justificativas para a legitimidade — ou até mesmo inspiração divina! — do autoplágio. São atitudes como essa que têm subtraído a beleza e profundidade do mormonismo, para transformá-lo em uma adoração da hierarquia e da imagem, desconectado de seus ensinamentos originais e onde integridade é um valor raro.

Eis que eu sou contra os profetas, diz o SENHOR, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse.

– Jeremias 23:30

O monsonismo pode estar fazendo muito mal ao mormonismo.

35 comentários sobre “Monson plagia Monson

  1. Ok Antônio, mas não vejo problema algum dele fazer isto.
    Hoje existem milhões de membros que não o eram nos anos 80. Se ele sentiu que deveria usar o mesmo discurso de outrora, hoje o seu discurso pode alcançar e abençoar a vida de mais pessoas.
    Como bispo já dei o “mesmo discurso” em anos diferentes, pois sentia que os membros da Ala precisavam ouvir novamente e pude ver o bom resultado que isto teve.
    Discursos antigos ditos como clássicos, seriam até maravilhosos poder ouvi-los novamente. Autoplágio dos Oráculos do Senhor serão sempre bem-vindos. Esta é minha opinião sobre o assunto.

    • Daison,

      há uma diferença entre abordar os mesmos temas e usar o mesmo texto. Uma coisa é dar o “mesmo discurso” (mesmo tema, ideias e mensagem semelhantes) e outra é dar o mesmo discurso (literalmente, as mesmas palavras).

      Concordo que há discursos ótimos, marcantes, das Conferências Gerais que seria maravilhoso ler ou escutar de novo – para isso há os arquivos de áudio e vídeo e as transcrições desses discursos.

      Obrigado pelo comentário.

  2. Achei muito interessante o artigo, a primeira coisa que pensei quando li, foi analizar minhas próprias revelações e percebi a verdade como grande todo , como um circulo eterno, é incrível como as inspirações são tão verdadeiras que com o passar dos anos ainda vejo aplicação e valor atualmente.O fato de usar exemplos e/ou fatos repetidos, demonstra o impacto pessoal que essa história ou experiência teve na vida do individuo , afinal , todos temos uma história que gostamos de repetir,não é verdade?Temos relatos de autoplágio de Jesus Cristo e profetas na Bíblia e no livro de Mórmon, a motivação para isso é a enfase de ensinamento pela repetição ou enfatizar ao povo algo importante. Eu pessoalmente presto meu testemunho que a repetição faz parte do aprendizado e nem todas as pessoas são tão criativas ou possuem um harddisk de 99TB de informação.Como povo devemos fazer brilhar nosso espírito de Profecia sem a extrema dependencia das revelações do profeta,o que pode nos tornar fracos,alienados,negligentes e preguiçosos para receber nossas próprias revelações.Parabenizo e admiro o Pai Celestial por enviar profetas imperfeitos ou com fraquezas humanas, por que assim a distancia diminui e posso exercer a caridade e me concentrar mais em guiar me pela luz de Deus que ele me dá individualmente e não somente na dependência de revelações dos profetas.Esta semana assiti um filme muito interessante do pseudoprofeta Warren Jeff da Igreja RLDS.Fiquei pensando no perigo da submissão doentia a um homem, sem sequer um grama de espírito crítico,indagativo ou questionador.Presto meu testemunho que esta igreja foi restaurada por um homem chamado Joseph Smith que questionava a “verdade” em sua época! Esse homem foi ao bosque orar a Deus e receber sua resposta individualmente, sem intermediários, e para sua surpresa foi chamado para ser um profeta, ele nunca desejou isso.Sei que o Senhor deseja que todos nós nos relacionemos com ele e seu filho Jesus Cristo individualmente e sejamos unos de Espírito e próposito.Presidente Monson é homem igual a mim e igual a todos os membros da igreja.Todos nós temos a oportunidade e o direito de profetizar dentro de nossa esfera com muitos autoplágios.

    • Otavio,

      comparado a Warren Jeffs – um pedófilo, predador, que não deveria estar em outra lugar que não uma cela de prisão – qualquer líder religioso da Terra soará inspirado por Deus. Entretanto, ouso dizer que a obediência cega e uniformização que se instaurou na FSUD encontra, em bemmmm menor proporção, semelhanças na Igreja SUD especialmente no culto à autoridade. Como você brilhantemente coloca, é necessário desenvolver – e nunca abdicar – de um “espírito crítico, indagativo ou questionador”. Do contrário, criaremos justificativos para os erros, a ponto de que o errado passa a ser certo.

      Um abraço!

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