
Thomas S. Monson, Presidente da Igreja SUD, chegando para a Sessão da Manhã da Conferência Geral, visivelmente abadito (Chris Detrick | The Salt Lake Tribune)
Nesta semana seguida à Conferência Geral, publicaremos artigos explorando alguns seletos discursos proferidos no fim de semana que passou. Em consideração hoje, o discurso do Presidente da Igreja Thomas S. Monson.
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Em seu breve discurso para os homens na sessão geral do sacerdócio, o Pres. Monson falou sobre o sacerdócio como um poder divino a ser honrado e nunca maculado por comportamentos repreensíveis, a fim de assegurar bençãos ao indívíduo que o porta e aqueles à sua volta. O vídeo com dublagem está disponível aqui e o texto em inglês, aqui.
Para falar sobre tal compromisso de dignidade, Monson repetiu um trecho utilizado em seus discursos nas Conferências Gerais de outubro de 2014 e outubro de 2011.
2011: “Será que permanecemos em lugares santos? Por favor, antes de colocarem vocês mesmos e seu sacerdócio em risco, aventurando-se a ir a certos lugares ou a participar de certas atividades que não são dignas de vocês ou desse sacerdócio, ponderem cuidadosamente as consequências.” [em inglês e português, 29° parágrafo]
2014: “Será que permanecemos em lugares santos? Por favor, antes de colocarem vocês mesmos e seu sacerdócio em risco, aventurando-se a ir a certos lugares ou a participar de certas atividades que não são dignas de vocês ou desse sacerdócio, ponderem cuidadosamente as consequências.” [em inglês e português, 12° parágrafo]
2016: “Será que vocês estão permanecendo em lugares santos? Antes de colocarem vocês mesmos e seu sacerdócio em risco, aventurando-se a ir a certos lugares ou a participar de certas atividades que não são dignas de vocês ou desse sacerdócio, ponderem cuidadosamente as consequências.” [em inglês, terceiro parágrafo]
Autoplágio é um considerado uma grave falta ética no mundo acadêmico. Um pesquisador tem toda a liberdade de citar a si próprio, mas deve sempre indicar a fonte dos seus dados ou afirmações. Caso contrário, ao “requentar” sua escrita anterior, ele acaba por enganar seus leitores e comprometer a qualidade e originalidade da publicação.
Um discurso sobre assuntos espirituais não deve ser guiado por princípios editoriais acadêmicos, claro. Mas em uma igreja cujos líderes são reverenciados como profetas, videntes e relevalores, seria de se esperar um maior apreço pela espontaneidade e originalidade da mensagem. Ainda que ideias sejam repetidas, o copiar e colar de trechos não parece ser a forma mais honesta de escrever um discurso a ser recebido como inspiração de um profeta.
Nefi, tinha o mesmo problema ao repetir no livro de mórmon que ser guardamos os mandamentos iremos próspera na terra.
No proprio livro de apocalipse se repete varias vezes a frase: ” Quem tem ouvidos ouça o que o espirito diz as igrejas.”. As vezes quando isso acontece, pode ser por que as pessoas da primeira e nem da segunda vez conseguiram compreender, então assim a chama a atenção e os exortam a compreender a doutrina.
Leandro, os exemplos de textos ou trechos de textos copiados no Novo Testamento são perfeitos exemplos de plágio. (Veja aqui para o exemplo clássico)
A suposta repetição da frase “aquele quem tem ouvidos” no Apocalipse de João não é um exemplo de cópia ou simples repetição. João está dirigindo 7 mensagens individuais para as 7 diferentes igrejas, e ele “assina” o término de cada mensagem com essa frase ou exortação. É importante lembrar que ele não tinha linhas, parágrafos, ou mesmo pontuações para signalizar os começos e os fins de cada trecho ou de cada mensagem, e portanto precisava concluir claramente onde uma terminava e outra iniciava para deixar claro para quem lesse o texto. (Veja os capítulos 2 e 3 com atenção)