Desmantelando o Mito de que Escravidão na Antiguidade “Não Era Tão Ruim”

Chance Bonar

Como alguém que pesquisa a escravidão no mundo mediterrâneo antigo, especialmente na Bíblia, muitas vezes ouço comentários como: “A escravidão era totalmente diferente naquela época, certo?”; “Bem, não poderia ter sido tão ruim assim.”; “Os escravos não podiam comprar sua liberdade?”.

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Relevo no Templo do Sol em Abu Simbel, Egito, representando um grupo de cativos. | Imagem: cortesia de Dennis Jarvis, Flickr

A maioria das pessoas nos Estados Unidos ou na Europa no século 21 tem melhor conhecimento sobre o comércio transatlântico de escravos e vive em sociedades profundamente moldadas por ele. Elas podem ver os efeitos da escravidão moderna em todos os lugares, desde o encarceramento em massa e a segregação habitacional até os hábitos de votação.

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Revelação a Newel K. Whitney Através de Joseph, o Vidente (1842)

Um ano antes de ditar a revelação sobre “pluralidade de esposas”, a qual viria a ser canonizada décadas após sua morte como a seção 132 de Doutrina & Convênios, Joseph Smith recebeu uma revelação em que o Senhor instruia seu futuro sogro sobre como realizar o casamento de sua filha ao Profeta.

Sarah Ann Whitney, em Utah. Em 1842, Sarah Ann Whitney foi selada a Joseph Smith em cerimônia oficiada por seu pai, e tendo sua mãe como testemunha. O ritual foi prescrito em uma revelação recebida por Joseph Smith | Imagem: Cortesia de Batsheba W. Bigler Smith Photograph Collection, circa 1865-1900, Biblioteca de Historia da Igreja, Salt Lake City.

Em 25 de julho de 1842, Joseph Smith Jr. ditou a Newel K. Whitney uma revelação sobre a cerimônia na qual Whitney lhe daria sua filha, Sarah Ann Whitney, em casamento.

A revelação foi publicada pela primeira vez este ano pelo Projeto Joseph Smith Papers, reconhecido projeto documental do Departamento Histórico d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e faz parte do seu mais recente volume de documentos, cobrindo o tumultuado período entre maio e agosto de 1842.

De acordo com os editores, a revelação, antes inacessível ao público, traz “as únicas instruções existentes do período de vida de [Joseph Smith] para a realização de uma cerimônia de casamento plural”.

A cerimônia prescrita difere grandemente dos rituais de selamento documentados ou em uso n’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. 

Com então 17 anos, Sarah Ann era a filha mais velha dos comerciantes Newel Kimbal Whitney e Elizabeth Ann Smith Whitney. Tal como Sidney Rigdon, os Whitneys eram oriundos do movimento restauracionista campbellita.

A relação entre Joseph Smith e o casal era tão próxima que o Profeta Mórmon e sua esposa Emma viveram na “loja branca” dos Whitneys entre 1832 e 1836, mesmo prédio onde foi estabelecida a Escola dos Profetas em 1833. Os rituais iniciados naqueles anos em Kirtland seriam expandidos em Nauvoo, onde os Whitneys não seriam menos fieis a Smith.

Em 1831, após sua coversão ao mormonismo, Newel Whitney foi ordenado como bispo. No enclave mórmon de Illinois, Elizabeth Whitney tornar-se-ia a segunda conselheira de Emma Smith na Sociedade Feminina de Socorro, organizada em abril de 1842. No mês seguinte, Newel Whitney tomaria parte do pequeno grupo a receber a primeira administração dos rituais templários da investidura.

Com os mesmo rituais conferidos a mulheres, no ano seguinte, ambos os Whitneys passariam a fazer parte do Quórum dos Ungidos. Durante o último ano de vida de Joseph Smith, o bispo Whitney ainda faria parte do seu conselho teocrático, o chamado Conselho dos Cinquenta.

Autoridade patriarcal e laços dinásticos

Nesta revelação de julho de 1842, Newel K. Whitney é ordenado a afetuar a cerimônia não apenas “em nome de Jesus Cristo”, prática costumeira nos rituais mórmons, mas também em seu próprio nome, em nome de sua esposa, Elizabeth, e em nome dos seus “Progenitores”.

A autoridade sacerdotal de Newel Whitney, no texto ditado por Smith, é um “direito de nascença” e remete àquela dos antigos patriarcas bíblicos. O texto menciona o “Santo Melquisedeque Jetro”. Há tambem a menção a um futuro rei Davi.

As instruções ditadas por Smith prometem a Whitney “honra e imortalidade e vida eterna a toda tua casa”, revelando um aspecto dinástico do casamento entre Sarah e Joseph: sua união seria a união das duas familias, com os Whitneys ligados ao Profeta da sétima dispensação do evangelho “de geração a geração”.

Vendo a si como um elo entre deuses e mortais, Joseph Smith encabeçava em Nauvoo um reino familiar, do qual deveria fazer parte todo homem ou mulher que desejasse a glória celestial. Acima da Igreja pública, Smith iniciara o estabelecimento de uma Igreja secreta, construída a partir de uma teologia revolucionária, que ainda lhe custaria a aprovação de grande parte dos santos dos últimos dias.

Original perdido

O manuscrito original da revelação aparentemente não pode ser encontrado. Sobrevivem no acervo da Igreja dois manuscritos, em caligrafia não identificada.

Em 1912, o membro do Quórum dos Doze, e sobrinho de Sarah Ann, Orson F. Whitney transcreveu uma cópia manuscrita da revelação, de posse de seu pai, Horace Whitney. O apóstolo datilografou o texto e enviou sua nova cópia ao Presidente da Igreja, Joseph F. Smith. Orson F. Whitney acreditava que Horace havia recebido o texto diretamente de seu pai, Newel K. Whitney.

A revelação

Quarta-feira, 27 de julho de 1842

Em verdade assim diz o Senhor ao meu servo N[ewel] K. Whitney[:] aquilo que meu servo Joseph Smith fez conhecer a ti e à tua família e a respeito do qual concordaste é correto aos meus olhos e será coroado sobre suas cabeças com honra e imortalidade e vida eterna a toda tua casa, tanto jovem como velho, por causa da linhagem do meu Sacerdócio, diz o Senhor. [E]stará sobre ti e sobre teus Filhos depois de ti, de geração a geração em virtude da promessa Sagrada que agora faço a ti, diz o Senhor. Estas são as palavras que deves pronunciar ao meu servo Joseph e à tua Filha S[arah] A[nn] Whitney: eles devem tomar um ao outro pela mão e tu dirás [“]ambos concordam mutuamente – chamando-os pelo nome – em ser companheiros um do outro, por quanto vivam, preservando-se um para o outro, e de todos os outros e também ao longo da eternidade, reservando apenas aqueles direitos que foram dados ao meu Servo Joseph por revelação e mandamento e por Autoridade legal em tempos passados. Se ambos concordam em fazer o convênio e fazer isto, então dou S. A. Whitney, minha Filha, a Joseph Smith para ser sua esposa, para observar todos os direitos entre ambos que pertencem a essa condição. Eu faço isso em meu próprio nome e em nome da minha esposa, tua mãe, e <em> nome de meus sagrados Progenitores, pelo direito de nascença que é do Sacerdócio, revestido em mim por revelação e mandamento e promessa do Deus vivo obtida pelo Santo Melquisedeque Jetro e outros Santos Pais, comandando todos esses poderes para se concentrarem em ti e, por meio de ti, à tua posteridade para sempre. Estas coisas eu faço em nome do Senhor Jesus Cristo, que através desta ordem ele possa ser glorificado e que através do poder de unção Davi possa reinar como Rei sobre Israel, o qual será doravante revelado. Que imortalidade e vida eterna sejam a partir daqui seladas sobre suas cabeças para sempre e sempre[“]. 

Precauções

Três semanas após a cerimônia secreta, Joseph Smith escreveu uma carta ao casal Whitney, sem nomear Sarah Ann explicitamente. A correspondência não apenas oferece uma perspectiva sobre os sentimentos de Smith, mas também sobre o receio por sua vida e harmonia familiar com sua primeira esposa.

“[M]eus sentimentos são tão fortes por você[s] desde o que transcorreu entre nós, que o tempo da minha ausência [longe] de você[s] parece tão longo e sombrio”, escreveu o Profeta. Escondendo-se das autoridades policiais na casa de Carlos Granger, um não mórmon, Smith suplicava: “se vocês três viessem para me ver (…) isso me daria grande alívio”, afirmando necessitar do socorro “daqueles que me amam” no momento de solidão. Ele reiterava na carta a promessa de dar aos três “a plenitude de minhas bençãos seladas sobre suas cabeças”.

Duas precauções, no entanto, eram requisitadas por Smith: eles não deveriam visitá-lo quando Emma Smith estivesse presente, e a carta deveria ser queimada – instrução que os Whitneys evidentemente não seguiram.

Bênçãos

A união eterna almejada por Smith não considerava muitas diferenças entre o material e o divino. No dia 06 de setembro seguinte ao casamento, Smith deu a Sarah Ann Whitney a escritura de uma propriedade no Condado de Hancock, em documento autenticado pelo pai da jovem esposa plural.

Em 1843, no dia seguinte ao seu décimo-oitavo aniversário, Sarah Ann recebeu de Joseph Smith uma bênção por imposição de mãos, na qual suplicava a Deus para “coroá-la com um diadema de glória nos mundos Eternos”. A Sarah cabia permanecer no “convênio eterno” solenizado entre o casal. O vínculo eterno com a família Whitney é referido uma vez mais: Smith assegurava que “a casa de seu Pai será salva na mesma glória Eterna”. 

Um década de casamentos plurais

Sarah Ann foi descrita como uma das “estrelas guias” das jovens de Nauvoo, segundo sua amiga, Helen Mar Kimball. Ainda que alguns a considerassem “orgulhosa e um tanto excêntrica”, Sarah Ann era, na opinião de Helen Mar, “uma menina com a mente mais pura (…) e temente a Deus”. Helen Mar Kimball foi também selada a Joseph Smith aos 14 anos, em 1843, mesmo ano em que descobriu sobre o matrimônio de Sarah Ann. [1]

No ano em que desposou Sarah Ann Whitney, Joseph Smith vinha praticando casamentos plurais há, no mínimo, uma década, ainda que não tivesse plenamente desenvolvido a ideia de um poder selador que tornasse relacionamentos familiares válidos após a ressurreição.

Introduzindo o princípio do casamento plural sempre de maneira individual e secreta a alguns de seus seguidores, Smith negava publicamente a prática.

Um casamento para encobrir o casamento

Um dos subterfúgios usados por Joseph Smith para ocultar seus matrimônios plurais, protegendo a si e algumas de suas esposas dos olhos “gentios” e do restante da Igreja, eram novos casamentos públicos. Nove meses após ser selada ao Profeta, Sarah Ann Whitney (Smith) casou-se com Joseph C. Kingsbury, em cerimônia civil conduzida pelo próprio Smith. [2] No mês anterior, Joseph Smith havia conferido a Kingsbury uma bênção patriarcal em que prometia que sua esposa Caroline Whitney Kingsbury, falecida, estaria novamente com ele na primeira ressurreição.

Posteridade eterna?

Na divisora revelação de julho de 1843, Deus afirmava, por intermédio de Joseph Smith, que esposas lhe eram “dadas para multiplicar e encher a Terra” e “gerar as almas dos homens” (Doutrina & Convênios 132:63). A furtividade e muito provável baixa frequência de encontros íntimos com suas esposas plurais parecem não ter ajudado Joseph Smith a cumprir em vida um dos propósitos designados para o casamento celestial. E certamente, ele não esperava, e muito menos desejava, encerrar sua carreira profética nas mãos de assassinos, aos 39 anos.

Sarah Ann Whitney não teve filhos com Joseph Kingsbury e seu casamento foi dissolvido após o martírio dos irmãos Smith. Em 17 de março de 1845, Sarah Ann foi selada “para o tempo” ao apóstolo Heber C. Kimball, com quem viria a conceber sete filhos. Na teologia ensinada por Joseph Smith aos seus seguidores mais próximos, essas sete crianças seriam parte da sua posteridade com Sarah Ann Whitney.


Notas

1. Helen Mar Kimball Whitney, “Scenes in Nauvoo after the Martyrdom,” Woman’s Exponent, 1 Mar. 1883, 11:146.  Trechos citados na introdução histórica à revelação, no Projeto Joseph Smith Papers. 

Helen Mar Kimball reconta sua experiência como a esposa plural mais jovem de Joseph Smith em seus diários. Whitney, Helen Mar Kimball (2003), Compton, Todd M.; Hatch, Charles (eds.), A Widow’s Tale: the 1884-1896 Diaries of Helen Mar Whitney, Logan, UT: Utah State University Press.

Depos do assassinato de Joseph Smith, em 1844, Helen Mar casou-se com o irmão mais velho de Sarah Ann, Horace Whitney.

2. Após a revelação sobre a “lei do sacerdócio” ou “pluralidade de esposas” ter sido ditada por Joseph Smith, a pedido de seu irmão, Hyrum Smith, em 12 de julho de 1843, o texto foi mostrado a Emma Smith e a diversas autoridades eclesiásticas em Nauvoo. De acordo com o secretário particular de Joseph Smith, William Clayton, Newel K. Whitney pediu a Joseph C. Kingsbury para copiar o manuscrito. A cópia feita por Kingsbury foi levada pelos santos em seu êxodo rumo ao oeste, e foi a fonte para a publicação da mesma revelação no jornal Deseret News em 14 de setembro de 1852.

Crianças no Antigo Oriente Médio: Valorizadas e Vulneráveis

Escolhas feitas por sociedades acerca do tratamento de crianças podem gerar os maiores debates e promover ação política significativa. Nossa pesquisa nos mostra que a questão de como uma criança deve ser tratada — que valor sociedades colocam sobre as crianças — não é apenas uma questão moderna, mas também antiga.

Arqueologia Bíblia Família

Uma mulher é mostrada amamentando seu filho, enquanto outra mulher penteia o cabelo, ca 1981-1500 aC. | Imagem: Museu Metropolitano de Arte

Como historiadores cujo trabalho está relacionado à compreensão dos textos da Bíblia Hebraica e do mundo em que foram escritos, traçamos pistas para entender a vida das crianças há mais de 3 mil anos. Por meio de dados da arqueologia, de cartas, contratos, leis, cultura material, histórias antigas e práticas religiosas, estudamos as crianças nas terras antigas do Oriente Médio, na região que hoje abrange o Egito, Israel e a Cisjordânia, Líbano, Síria, Iraque, Irã e Turquia. Continuar lendo

Mesmo Pondo de Lado a Evolução, Geologia Básica Refuta o Criacionismo

No conflito em curso entre ciência e criacionismo, a evolução geralmente é um ponto principal de contenção. A ideia de que toda a vida na Terra evoluiu de um antepassado comum é um grande problema para os criacionistas. Como geólogo, porém, penso que as rochas sob nossos pés oferecem argumentos ainda melhores contra o criacionismo. Pois o modelo criacionista não se ajusta com o que você pode ver por si mesmo. E isso já era conhecido antes de Darwin escrever uma palavra sobre evolução.

Arca Noé Geologia Criacionismo Bíblia

Gravura usada em diversas publicações da Igreja SUD. Construindo a Arca, de Harry Anderson. © 2015 Intellectual Reserve, Inc.

O que dizem as rochas

Não preciso viajar muito longe para argumentar este caso. Há uma laje de rocha polida na parede do meu gabinete que refuta a chamada Geologia Diluviana: a visão de que uma inundação global e destruidora explica a história geológica após a criação inicial da Terra por Deus. Essa laje de quase dois metros e meio de comprimento é um conglomerado, uma rocha feita de fragmentos de rochas mais antigas trabalhadas com água. Continuar lendo

O Oue Diz a Bíblia Sobre Acolher Refugiados

Na sexta-feira, 27 de janeiro, o presidente Donald Trump assinou um decreto que veta temporariamente refugiados de sete países de maioria muçulmana. Entretanto, a entrada de refugiados da Síria será proibida pelos próximos 120 dias.

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Crianças sírias em campo de refugiados na Turquia, abril de 2016. Foto: Lefteris Pitarakis/AP

Dois dias antes, ele comprometeu os Estados Unidos a construir um muro em sua fronteira com o México. Pouco depois da ordem, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto cancelou uma viagem programada aos Estados Unidos.

O presidente Trump também propôs que bens mexicanos sejam tributados à alíquota de 20% para prover fundos à construção do muro. Isso cumpriria sua promessa de campanha de que o México de fato pagaria pela construção do muro, apesar dos protestos dos vizinhos ao sul dos EUA.

Para os cristãos, as questões sobre a construção do muro de fronteira ou a admissão de imigrantes e refugiados aos Estados Unidos envolvem uma série de considerações associadas, não apenas sobre as especificidades da lei de imigração, sobre a economia da mão-de-obra barata que atravessa a fronteira ou potenciais ameaças terroristas. Continuar lendo

Antigo talismã cristão descoberto

O fragmento de um papiro de aproximadamente 1500 anos foi descoberto na semana passada e está sendo considerado um dos mais antigos talismãs cristãos. Escrito em grego, o papiro utiliza a simbologia da Última Ceia para fins de proteção, combinando as passagens de Salmos 78:23-24 e Mateus 26:28-30.

Dra. Roberta Mazza

Dra. Roberta Mazza. (Imagem: Universidade de Manchester)

A descoberta foi feita pela Dra. Roberta Mazza, pesquisadora da Universidade de Manchester, Inglaterra, enquanto trabalhava com documentos raros do acervo da Biblioteca John Rylands. Ela explica que o papiro é significativo por mostrar aspectos importantes do cristianismo primitivo. Segundo Mazza, cristãos adotaram a prática egípcia de usar ou carregar talismãs contendo papiros, substituindo as orações feitas a deuses egípcios ou greco-romanos por passagens bíblicas. Continuar lendo

Feliciano

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O que pensam os sud sobre Marcos Feliciano?

Ainda não acabou a polêmica sobre o deputado Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional. Pastor de uma Assembleia de Deus, Feliciano havia publicado no Twitter que “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”.

A crença de Feliciano numa interpretação literal da narrativa bíblica – e da tradição que coloca os negros como descendentes de Cão – parece especialmente relevante aos mórmons brasileiros, uma vez que tal visão foi (e em certa medida ainda é) historicamente importante na percepção dos negros no mormonismo.

O que você pensa dessa bagunça toda?

El, Jeová e Elohim

Uma informação e uma provocação

Na Bíblia hebraica, o nome Elohim ocorre 2570 vezes, enquanto YHWH (“Jeová”) aparece em 6823 vezes. Já o termo El aparece apenas 238 vezes. No entanto, o uso desses termos é muita vezes combinado, sugerindo a identidade única de Jeová e Elohim. Isso evidentemente passa despercebido a leitores de traduções para o português ou outras línguas ocidentais, uma vez que essas traduções acabam por uniformizar os nomes e esconder o uso dos nomes originais.

Tetragrammaton (YHWH) escrito em alfabeto paleo-hebraico no pergaminho 8HevXII, datado do primeiro século EC

Observemos esta passagem de Deuteronômio, de acordo com a tradução de Ferreira de Almeida: Continuar lendo

Jeová e Jesus Cristo são o mesmo ser?

A diversidade de nomes e títulos atribuídos à deidade pelas escrituras e as diferentes interpretações que estas recebem podem tornar difícil a identificação exata de quem é quem e gerar um longo debate teológico, como tem acontecido na tradição cristã. Os santos dos últimos dias, os quais acreditam na existência de seres distintos e na consequente distinção entre o Pai e o Filho, também são apanhados nesse debate, especialmente no que se refere à identidade do Deus adorado pelos antigos patriarcas e as gerações de israelitas descritos na Bíblia hebraica ou Velho Testamento.  Continuar lendo