A Conversação na Capela e seus Excessos

Texto de Graciela Bravo

“O homem bem educado é aquele que escuta com interesse as coisas que sabe da boca daquele que as ignora.”

eartrumpetHá pouco tempo conversa, gostaria de compartilhar algumas de minhas experiências na capela. Ainda não estou tão bem familiarizada com o jeito SUD de ser. Nada que um tempinho a mais não resolva. Na capela renovamos energias, ouvimos testemunhos e discursos que servem de grandes ensinamentos para as nossas vidas. Portanto, é o local para nos sentirmos bem. É muito desagradável quando somos questionados com uma série de perguntas, as quais uma nada tem a ver com a outra. Perguntas que não dizem respeito a ninguém, perguntas totalmente descontextualizadas. Não são conversas que demonstram um interesse natural em estreitar laços, mas sim, uma sondagem investigativa. Acredito que essa falta de tato esteja relacionada à falta de respeito pela dignidade e individualidade do próximo.Quero iniciar salientando que as reuniões dominicais são inspiradoras e revigorantes. Há muitas pessoas agradáveis e mesmo as não tão agradáveis o são por distração e não por má intenção. Se bem que agora, lembrei de uma situação. No início da minha conversão faltei a alguns encontros. Ao retornar, um irmão aproximou-se para acrescentar meu nome a uma lista e com uma risadinha irônica, disse: “Quer dizer que a irmã se batizou e decidiu tirar umas férias?” Fiquei meio sem graça e constrangida. Optei por não ser tão espontânea e responder com certa grosseria. Esbocei um sorriso amarelo, dei uma risadinha similar e respondi: “Pois é.”

O que acham, sou exagerada ou sensível demais? O fato é que nunca conversei com aquela pessoa e não nos conhecíamos, por essa razão, tal comentário me causa enorme estranheza. Alguns membros usam um tom ameaçador. Nas aulas e discursos chegam a erguer o dedo indicador balançando-o ininterruptamente como se estivessem advertindo o filho menor. Demonstram uma certa irritação ao ouvir opiniões contrárias. Aconselham absurdos quando não solicitado. “Tens que te afastar de teus amigos antigos para andar somente com quem é forte.” Alguém aqui acha que é preciso afastar-nos dos velhos amigos? Esses causarão má influência? A mesma mulher com o seu excesso de franqueza e familiaridade disse que chama a todas de querida e por essa razão, muitos a consideram cínica. Só consegui dizer: “Ah.” A indiscrição e o excesso de curiosidade são os fatores que ligeiramente me incomodam. Ok, também cometo as minhas gafes, claro, muitas gafes… O pior é que logo após proferi-las me dou conta, oops, too late! Melhor deixar quieto. Sempre acabo me perguntando como pude ser capaz de dizer aquilo.

Espero promover algum tipo de reflexão relacionada ao assunto, mas também descobrir se outros têm as mesmas percepções como membros antigos ou recentes. Será que os antigos estão acostumados? Deixo uma última pergunta como fechamento. Por que deveríamos nos preocupar um pouco mais com a forma de abordar as pessoas na igreja?

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7 comentários sobre “A Conversação na Capela e seus Excessos

  1. Cerca de quase um ano após me filiar à Igreja, a Sociedade de Socorro do ramo que eu frequentava, fez um treinamento de profª visitantes e a presidente da soc soc, deu- nos um treinamento sobre como falar com irmãs que estavam afastadas e resolveram voltar, uma das coisas que ela disse é que jamais, em hipótese alguma deveríamos falar: ” Oi irmã, quanto tempo a senhora não vem por aqui!”, por que isso, além de ser mal educado. deixa a pessoa constrangida. Nunca esqueci desse treinamento, não me lembro mais quem era a presidente, mas creio que ela tinha sensibilidade em relação a isso. Outras coisas que vi quando era membro novo, eram algumas sisters medindo o tamanho das saias das irmãs (eu estava no meio) recén conversas, algumas irmãs, acredito se sentiam ofendidas, e uma vez também uma irmã mais velha que eu, de tempo na Igreja e de idade, disse pra mim e uma amiga também recén conversa que já estava na hora de começarmos a ir de saia nas reuniões. Eu não estava trabalhando na época, então o que eu fiz assim que arrumei trabalho, foi comprar dois tecidos de cores diferentes e fazer duas saias apenas, aí eu revezava, um domingo ia com saia de linho e no outro com saia de viscose, só mudava a blusa, heheheh. Mas creio que não só palavras, mas algumas atitudes ou atos também deixam a gente em saia justa, como hoje por exemplo, as reuniões da minha ala começam pela sacramental e terminam com a soc soc, então tinha uma irmã dando aula, sobre profª visistantes, eu tenho dois filhos pequenos, o maior estava na primária e o menor no meu colo, de repente o maior foge da primária e entra na soc soc e o menor se empolgou e pulou do meu colo e foram os dois dar a volta na soc soc, a irmã que estava dando a aula ( muitos acham ela meio ranzinza) parou a aula e ficou me olhando tipo: Vc não vai tirar eles daqui? eu mandei o maior sair e fiquei com o menor no colo e em pé, ele não gostou e ficou gritando por socorro, então peguei minha bolsa e saí, pensi comigo mesma:” o que eu vou ficar fazendo aqui? Não consigo assistir a aula, além disso tá chata, a irmã não faz perguntas, tipo pra debater a aula, quando alguma irmã opina, ela corta pela metade por que quer dar o treinamento na íntegra, letra por letra, vou sair!” E assim fiz, sei que devemos ser humildes, mas, tem horas que não dá! Ainda mais se tem duas crianças pequenas, saudáveis e super agitadas!rsrsrsrs

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