A história da Igreja e suas teses positivistas

Hoje, comemora-se no Brasil o Dia do Historiador. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sempre preservou sua história. Ela possui um museu e uma biblioteca em Salt Lake City. O mormonismo ainda conta com vários historiadores que buscam ao máximo descobertas sobre estes  195 anos desde a Primeira Visão de Joseph Smith Jr. Porém, nessa metodologia histórica, ao menos entre os membros, não houve uma grande evolução.

A Escola Histórica positivista, metódica ou tradicional surgiu no século XIX com as ideias do sociólogo francês Auguste Comte como neutralidade, objetividade, ordem e progresso da civilização, etc. Os historiadores positivistas tinham como meta transformar a história de uma simples filosofia subjetiva a uma ciência objetiva como a matemática. Os historiadores Charles-Victor Langlois e Charles Seinobos escreveram o livro “Introdução aos Estudos Históricos”(1899) ensinando regras e métodos de investigação histórica na visão positivista de como tornar a história objetiva. Posteriormente as Escolas Históricas do marxismo e dos Annales criticaram muitas dessas teses e reinventaram a pesquisa historiográfica.

A história da Igreja para muitos membros em visão de pesquisa, documentos, fontes de estudo e a mesma  que a dessa escola tradicional mais de 100 anos depois. Abaixo as teses historiográficas positivistas, sua explicação e aplicação SUD nos dias atuais.

O fato fala por si mesmo

memorizing-scripture-2-300x227O fato não precisava ser interpretado ou analisado, pois corria o risco da subjetividade. Entre os membros também não há uma análise e interpretação do fato. Exemplos disso são o assassinato de Joseph Smith Jr. em 27 de junho de 1844 ou da chegada dos santos ao vale de Salt Lake em 24 de julho de 1847. Os fatos e as datas são mais importantes que todo o contexto por trás deles. A ideologia, objetivos, metas, etc  não importam.

Só estude documentos oficiais

official 100% grunge stamp, in spanish or catalan languageOs documentos foram uma busca incessante por esses historiadores. Eles só consideravam documentos oficiais escritos e com carimbo do Estado. Outras fontes de pesquisa e de terceiros era descartada. Nos dias atuais, os membros têm a mesma ideia de que só se deve buscar informações em fontes oficiais da Igreja. Um site imparcial sobre os mórmons e sua doutrina[1] e sua capital religiosa[2] não deve ter crédito. Somente o que a Igreja disponibiliza é importante para os membros em geral. O fato do blog Vozes Mórmons não ser oficial da Igreja, por exemplo, frequentemente serve como acusação, mesmo com o reconhecimento da ABEM no exterior.


A história política elitista

Artefatos de Gordon B. Hinckley no Museu de História da Igreja.Como os primeiros documentos aceitos eram apenas os do governo, obviamente a história era apenas a de heróis e figuras envolvendo a monarquia ou nobreza. A história da Igreja é muito lembrada por personagens, além de seu primeiro líder Joseph Smith Jr., como Oliver Cowdery, Brigham Young, Willford Woodruff, Orson Pratt, entre outros da elite histórica da Igreja. Muitos membros em documentos que foram importantes para a história são esquecidos.  Em 1947, no centenário da chegada dos pioneiros a Utah, o Presidente J. Reuben Clark Jr. em seu discurso “The Last Wagon”[3] homenageou aqueles irmãos mais simples que viajaram nas companhias para estabelecer Sião. Porém, a história ainda é lembrada e analisada por documentos escritos pelos líderes muitas vezes.


A civilização perfeita

Templo de Salt Lake.Para os positivistas a Europa era a civilização perfeita e modelo deixado e com isso a única que merecia ser estudada. Para os suds, Utah é a civilização perfeita com 60% da população de membros da Igreja. O estado para muitos é referência em tudo. Utah deve sim ser estudada, mas a história da Igreja não só deve ser lembrada apenas no “estado mórmon” e sim em todos os locais onde ela está estabelecida.

Nomes e datas importantes

indexaçãoComo já mencionado, os nomes de políticos e heróis e datas de acontecimentos eram mais importantes do que entender o acontecimento ou a vida do personagem. Os membros são historiadores amadores pelo menos sobre a história de sua família. O problema é que culturalmente só são colocados dados como nome completo, data e local de nascimento, data e local de falecimento, ou talvez data de batizado quando bebê ou de casamento. A história em si é resumida nesses pontos e o parente que é batizado no Templo se torna mais um dado estatístico de batismo.


Como podemos ver, a historiografia e o estudo do evangelho estão precisando de uma inovação. A escola positivista ainda está entre os nós e a escola analítica longe de muitos.

Será que essa cultura historiográfica entre os santos brasileiros conseguirá ser mudada em sua maioria?

NOTAS

4 comentários sobre “A história da Igreja e suas teses positivistas

  1. A historia da lgreja sao positivas a igreja E. Do senhor jesus cristo,para ter a salvacao. Precisa de mudanca nao e so para brasileiro e para todas as pessoas. E tem que cumprir os mandamentos de deus. Para haver mundanca nos seus coracao nos deveremos respeitar qualquer religiao quem juga e o pai celestial e jesus cristo

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