A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou, em site dedicado aos documentos históricos legados pelo Profeta Joseph Smith, a sua tradução inspirada da Bíblia.
Entre junho de 1830 e julho de 1833, Joseph Smith produziu o que ele chamava de uma “nova tradução da Bíblia”. Ao março de 1831, Smith anotou uma revelação na qual ele era cobrado dessa sua tradução:
“E agora, eis que vos digo que nada mais vos será dado saber concernente a este capítulo, até que o Novo Testamento seja traduzido; e nele todas estas coisas serão dadas a conhecer; Portanto, agora vos permito traduzi-lo, para que estejais preparados para as coisas que hão de vir.”
Durante o processo de traduzir a Bíblia, Smith lia a Versão do Rei Tiago da Bíblia em voz alta a um escrivão e ao mesmo tempo ditava correções e alterações ao texto. Durante o processo de tradução, Smith anotava revelações sobre os temas encontrados e discutidos nos textos bíblicos. [Ver, por exemplo, D&C 74; D&C 76; D&C 77; D&C 86; D&C 91]
Membros da Igreja SUD devem estar bem familiarizados com dois trechos dessa tradução em particular, que se encontram publicadas na Pérola de Grande Valor, a saber, os chamados Livro de Moisés e Joseph Smith Mateus. Sobre a importância dessa tradução, a revista oficial da Igreja SUD Ensign afirmou sem equivocações (ênfases nossas):
“Nas palavras do Élder Bruce R. McConkie (1915–85) do Quórum dos Doze Apóstolos: “A Tradução de Joseph Smith, ou Versão Inspirada, é mil vezes a melhor Bíblia atualmente em existência na terra.” A TJS [Tradução de Joseph Smith] é uma parte significativa daquelas escrituras “dadas tal como se acham em meu próprio seio, para salvação de meus eleitos,” declarou o Senhor (D&C 35:20). A TJS é um dom especial ofertado pelo Senhor. É uma das grandes evidências do chamado divino do Profeta Joseph Smith.“
A tradução em sua íntegra já encontrava-se publicada pela Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (inclusive online por igrejas mórmons “remanescentes”), publicada pela primeira vez em 1867 sob o título “Versão Inspirada”. Os manuscritos originais haviam permanecido nas mãos de Emma Smith, e a única viúva oficial e legal de Smith os entregou ao seu filho e herdeiro do Profeta, Joseph Smith III.
Por décadas, a Igreja SUD tinha apenas acesso restrito à TJS, porém em meados do século 20, o historiador da Igreja RSUD Richard Howard abriu os seus arquivos aos historiadores da Igreja SUD, e o professor da BYU Robert Matthews passou anos preparando anotações dos manuscritos para inclusão de notas de rodapé na primeira edição SUD da Bíblia em 1979. Subsequentemente em 2004, Matthews publicou com Kent Jackson e Scott Faulring, fotocópias dos manuscritos originais em formato de livro, que ganhou uma edição digital em 2011. Agora a Igreja SUD publica online, com a colaboração e a autorização da Comunidade de Cristo, os manuscritos originais da tradução bíblica de Smith em alta resolução para a avaliação, estudo, e escrutínio de todos:
- Velho Testamento 1: Joseph Smith, Oliver Cowdery, John Whitmer, e Emma Smith (Junho 1830 – Março 1831); Gênesis 1–24.
- Velho Testamento 2: Joseph Smith, John Whitmer (Jullho 1832 – Julho 1833); Resto do Velho Testamento.
- Novo Testamento 1: Joseph Smith, Sidney Rigdon (Março-Maio 1831); Mateus 1–26.
- Novo Testamento 2: Joseph Smith, John Whitmer (Junho 1831 – Junho 1832); Resto do Novo Testamento.
- Bíblia “Versão do Rei Tiago” Anotada: Escrivões anotavam às margens dessa Bíblia as correções ou adições ditadas por Joseph Smith. Comprada em outubro de 1829 por Oliver Cowdery na livraria de E. B. Grandin (editor e publicador da primeira edição do Livro de Mórmon) em Palmyra. Publicada por H. & E. Phinney em 1828, ela é conhecida como a “Bíblia Phinney” por historiadores.
Segundo relatos mórmons, Joseph Smith não era letrado e não tinha instrução. A pergunta que fica é se não tinha, então como podia ler a Bíblia até o dia da Primeira Visão?
Nunca vi nos relatos oficiais dizerem que ele não era “letrado” apenas que não teve muita instrução o que não significa que ele não sabia ler!
Muito interessante… eles devem ter feito uma ‘benesse’ com a Comunidade de Cristo para conseguir aprovação desta publicação.