Spencer McBride: a Candidatura Presidencial de Joseph Smith

Em 1844, Joseph Smith lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. A decisão do profeta, prefeito e líder militar – quixotesca, risível ou perigosa, dependendo de quem a observava – seguiu anos de relações tumultuadas e, com frequência, violentas entre mórmons e seus vizinhos, acompanhadas de pouca ou nenhuma intervenção do estado em defesa do seu crescente movimento religioso.

Concorrendo à Casa Branca, Smith prometia não somente intervir em favor de seus cerca de 25 mil seguidores, mas apresentar soluções para os problemas sociais e econômicos da jovem república. Para o historiador Spencer McBride, “o tema do envolvimento político de Joseph foi a compaixão por aqueles que haviam sido marginalizados”. A violência, no entanto, traria fim às suas pretensões eleitorais, fazendo de Joseph Smith o primeiro candidato presidencial a ser assassinado nos EUA.

Lançado em maio deste ano, o livro Joseph Smith for President: The Prophet, the Assassins, and the Fight for American Religious Freedom (Joseph Smith para Presidente: o Profeta, os Assassinos e a Luta pela Liberdade Religiosa Americana), de Spencer McBride, apresenta o mais detalhado estudo do envolvimento de Joseph Smith na campanha presidencial de 1844.

Nesta entrevista exclusiva ao Vozes Mórmons, o autor fala sobre sua pesquisa acerca da candidatura de Joseph Smith, suas propostas e as possíveis lições a serem herdadas por santos dos últimos dias contemporâneos.

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Podcast Aborda História do Templo de Nauvoo

O Projeto Joseph Smith Papers lança série de podcast em português.

Joseph Smith nunca construiu uma capela ou outro local para as reuniōes cotidianas de seu movimento religioso. Ele foi, no entanto, um construtor de templos, locais sagrados para a execuçāo dos rituais mais sublimes do mormonismo.

Desenho do arquiteto William Weeks (1813-1900) para a planta orginal do Templo de Nauvoo.| Imagem: cortesia da Biblioteca de História da Igreja.
Mesmo após o assassinato de seu Profeta em 1844 e de terem decidido deixar sua cidade-estado em Illinois, mórmons prosseguiram com a construçāo do Templo de Nauvoo, dedicaram-no sem que estivesse totalmente finalizado e, em cerca de 60 dias, ministraram dia e noite todas as cerimônias templárias possíveis antes de deixar os Estados Unidos.
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O Retrato de Jane Manning?

Nascida livre em Connecticut no início de 1820, Jane Elizabeth Manning James estava entre os migrantes que deixaram os Estados Unidos em 1847 e se estabeleceram no que hoje é o Estado de Utah. Não foi a primeira vez que Jane deixava sua casa para se juntar a um experimento utópico.

Como negra e mãe solteira, Jane ingressou no mormonismo em seu estado natal e mudou-se para Nauvoo, Illinois, onde trabalhou para Emma e Joseph Smith. Lá, recebeu a confiança suficiente do Profeta Mórmon e seu círculo interno para lavar suas “vestes do sacerdócio” e aprender com suas esposas sobre as inovações matrimoniais da nova religião. Se a cor de sua pele era uma barreira em seu mundo e em sua igreja, seu trabalho com os Smiths fez dela uma testemunha em primeira mão de conhecimentos secretos.

A vida de Jane ainda nos pressiona a romper os compartimentos entre o que consideramos história mórmon, história afro-americana, história das mulheres. Como a historiadora Quincy D. Newell escreve em sua biografia de Jane Manning,

“Embora o Oeste tenha sido um lugar de refúgio para inúmeros grupos religiosos ao longo da história americana, raramente incluímos afro-americanos entre aqueles que foram para o Oeste por motivos religiosos. Reconhecer as motivações religiosas de Jane ao se mudar para o Vale do Lago Salgado nos ajuda a começar a contar essa parte da história.” [1]

A foto abaixo de 2 3/16 por 3 3/8 polegadas foi tirada no estúdio de Edward Martin, um converso inglês, em Salt Lake City, nos anos 1860. Tradicionalmente, a fotografia tem sido identificada como um retrato de Jane Manning, mas a evidência é apenas circunstancial – aponta Quincy D. Newell, autora da primeira biografia acadêmica de Jane Manning, lançada em 2019. [2]

Retrato que se acredita ser de Jane Elizabeth Manning James. | Imagem: Cortesia da Biblioteca de História da Igreja, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

A autora ainda questiona qual haveria sido o popósito ou uso da fotografia. Continuar lendo

Mórmons e Dinheiro: A História Pouco Ortodoxa e Confusa das Finanças da Igreja

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias supostamente acumulou US $ 100 bilhões em ativos supostamente para fins de caridade desde 1997, sem nunca doar nenhum dinheiro – uma possível violação das leis fiscais federais.

Essa estimativa do tamanho de seu veículo de investimento, conhecido como Ensign Peak Advisors, tornou-se de conhecimento público quando David A Nielsen, um ex-funcionário e membro da igreja, fez uma denúncia pública.

Facsimile de Nota de $3 do Banco Mórmon Kirtland Safety Society (1837)

Junto com seu irmão gêmeo Lars, um ex-membro da igreja, Nielsen deu à Receita Federal [dos Estados Unidos] evidências que ele afirma provar que a igreja abusou dos fundos. Continuar lendo

Joseph Smith: O Sermão de King Follet

Discursos de Conferências Gerais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acontecem semestralmente. Um dia muito importante que membros de vários países se juntam em capelas, casas ou em frente ao computador para assistirem e ouvirem o presidente da Igreja, o qual o chamam de profeta.

Em 07 de abril de 1844 o presidente e fundador do mormonismo, Joseph Smith Jr. (1805-1844) deu um discurso que se tornaria um dos mais importantes para os estudiosos da religião mórmon. Esse discurso antecede seus três últimos e conturbados meses de vida até seu assassinato em Carthage, Illinois. Continuar lendo

W. Paul Reeve: Redescobrindo os Primeiros Conversos Negros do Mormonismo

“É impossível policiar as fronteiras raciais”, afirma o historiador W. Paul Reeve. Professor da Universidade de Utah, Reeve coordena desde 2018 o projeto Century of Black Mormons (Século dos Mórmons Negros), uma base de dados digital que busca documentar a história de mórmons negros durante o primeiro século de existência do movimento religioso fundado por Joseph Smith.

W. Paul Reeve, professor da Universidade de Utah | Imagem: Cortesia de Daily Utah Chronicle.

Nesta entrevista exclusiva ao Vozes Mórmons, Reeve fala sobre sua jornada acadêmica para entender o passado racial dos santos dos últimos dias e os principais desenvolvimentos da historiografia sobre o passado racial mórmon nas últimas quatro décadas. Segundo ele, houve “três fases” de politicas raciais na Igreja SUD, fato que, observa, muitos de seus membros infelizmente desconhecem.

Reeve também pondera sobre a influência dos ensinamentos raciais passados sobre o mormonismo atual: “a Igreja”, ele afirma, “passou mais de 130 anos ensinando doutrinas e políticas raciais, mas não investiu a mesma energia para corrigir esses ensinamentos”. O historiador ainda lista as seis justificativas mais comuns entre membros SUD que reforçam a ideia de “inocência branca” durante o período da segregação racial mórmon, entre 1852 e 1978. Continuar lendo

Revelação a Newel K. Whitney Através de Joseph, o Vidente (1842)

Um ano antes de ditar a revelação sobre “pluralidade de esposas”, a qual viria a ser canonizada décadas após sua morte como a seção 132 de Doutrina & Convênios, Joseph Smith recebeu uma revelação em que o Senhor instruia seu futuro sogro sobre como realizar o casamento de sua filha ao Profeta.

Sarah Ann Whitney, em Utah. Em 1842, Sarah Ann Whitney foi selada a Joseph Smith em cerimônia oficiada por seu pai, e tendo sua mãe como testemunha. O ritual foi prescrito em uma revelação recebida por Joseph Smith | Imagem: Cortesia de Batsheba W. Bigler Smith Photograph Collection, circa 1865-1900, Biblioteca de Historia da Igreja, Salt Lake City.

Em 25 de julho de 1842, Joseph Smith Jr. ditou a Newel K. Whitney uma revelação sobre a cerimônia na qual Whitney lhe daria sua filha, Sarah Ann Whitney, em casamento.

A revelação foi publicada pela primeira vez este ano pelo Projeto Joseph Smith Papers, reconhecido projeto documental do Departamento Histórico d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e faz parte do seu mais recente volume de documentos, cobrindo o tumultuado período entre maio e agosto de 1842.

De acordo com os editores, a revelação, antes inacessível ao público, traz “as únicas instruções existentes do período de vida de [Joseph Smith] para a realização de uma cerimônia de casamento plural”. Continuar lendo

Estátua de Brigham Young Pichada na BYU

Na manhã de segunda-feira (15/06), seguranças da Universidade Brigham Young (BYU) encontraram pichada a estátua do profeta e colonizador mórmon que dá nome à universidade.

Estátua de Brigham Young, no campus que leva seu nome, em Provo, Utah (15/06/2020). | Imagem: cortesia da Polícia da BYU.

Duas pessoas vistas pelas câmeras de seguranca da instituição haviam jogado tinta látex vermelha sobre a estátua e escrito a palavra “Racista” no seu pedestal. Um spray e uma lata de tinta foram deixados no local pelos pichadores.

A placa do prédio administrativo da universidade foi pichada com um X. O prédio leva o nome de Abraham O. Smoot, líder político e eclesiástico mórmon no território de Utah. Smoot era proprietário de pelo menos proprietário de pelo menos um escravo em Utah.

A estátua de bronze e a placa foram limpas no mesmo dia. Em declaração ao jornal The Salt Lake Tribune, um funcionário da universidade estimou os gastos da restauração em torno de mil dólares.

A depredação ocorreu em meio aos protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, desencadeados pela morte de George Floyd em 25 de maio, na cidade de Minneapolis, e outras mortes de pessoas negras resultantes da brutalidade policial no país.

Protestos do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) também ocorreram na capital de Utah, Salt Lake City. Alguns dos protestos nos EUA e em outros países têm denunciado ou buscado destruir monumentos públicos em homenagem a personagens históricos associados ao comércio de escravos e à supremacia branca.

Segundo presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Brigham Young (1801-1877) introduziu publicamente no mormonismo a ideia de segregação racial. Em 1852, Young discursou sobre a escravidão diante da Assembleia Legislativa do Território de Utah, afirmando que “um homem que tem o sangue africano nele não pode portar nem um jota nem um til do sacerdócio“, ainda que pudesse ser admitido como membro através do batismo. Por serem descendentes do personagem bíblico Caim, pregava Young, negros eram amaldiçoados, e poderiam ser protegidos pelo restante da posteridade de Adão ao ser tomados como escravos.

Um artigo de opinião publicado pelo The Salt Lake Tribune em 12/06 pedia que a universidade mórmon mudasse seu nome, afirmando que Brigham Young havia sido um dos supremacistas brancos mais bem-sucedidos, dada a prolongada vida do banimento de negros do sacerdócio SUD.

Em ensaio publicado em inglês no seu site oficial em 2013 (e traduzido para o português em 2014), a Igreja SUD reconhece que as ideias raciais de Young foram ao longo do tempo sendo expandidas e acrescidas de outras justificações doutrinárias para o racismo na igreja, dentre elas a ideia de os negros serem espiritos que permaneceram neutros na chamada “Guerra nos Céus”:

A maldição de Caim, frequentemente, era apresentada como justificativa para as restrições do sacerdócio e do templo. Na virada do século [20], outra explicação tomou forma: foi dito que os membros [negros] foram menos valorosos na batalha pré-mortal contra Lúcifer e, como consequência, foram impedidos de bênçãos do sacerdócio e do templo.

Durante a vida do profeta mórmon fundador, Joseph Smith Jr. (1805-1844), homens negros como Walker Lewis e Elijah Able foram ordenados a ofícios do sacerdocio mórmon. Segundo o relato da conversa negra Jane Manning James, em Nauvoo, Joseph Smith ainda teria proposto, através de sua esposa Emma, que Jane fosse a eles adotada como filha. Na década de 1830, Smith chegou a defender a escravidão negra em bases bíblicas. Porém, passou a defender o fim da escravidão nos últimos anos da sua vida.

A segregação racial iniciada no mormonismo em 1852 apenas veio a ser revogada em 1978, sob a direção do então presidente da denominação, Spencer W. Kimball (1895–1985). À época, a Igreja Mórmon via suas políticas raciais engenhadas na América do Norte impedindo seu crescimento em países como Brasil, onde predominava uma população grandemente miscigenada. O próprio Kimball aconselhava seus seguidores a casar com pessoas “da mesma raça”, tema ensinado mesmo após 1978.

Apesar de a Igreja implicitamente refutar hoje tais explicações doutrinárias para seu passado de segregação racial, durante o qual baniu homens negros do sacerdócio e impediu o pleno acesso de homens e mulheres negras aos rituais dos seus templos, a discriminação contra mórmons negros persiste no cotidiano.

Na própria BYU, alguns professores ainda buscam justificar o segregação no passado mórmon evocando paralelos bíblicos, como neste relato de uma estudante:

Meu professor de “Fundações da Restauração” justificou a proibição do sacerdócio aos negros, dizendo: “Não vamos fingir que Deus não havia feito restrições raciais para o sacerdócio e o evangelho antes. Ele não queria que o evangelho fosse ensinado aos gentios em um ponto. Não sei por que Deus faz essas restrições, mas Ele deixou as duas continuarem por um longo tempo.”

Em 2012, outro professor da mesma universidade causou desconforto ao declarar ao jornal The Washington Post que a segregacão racial não se havia iniciado com Brigham Young, mas sim com Caim.

No início de junho, o atual profeta e presidente d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Russel M. Nelson, condenou o racismo  e a violência em nota nas mídias sociais. Nelson não abordou as questões raciais no mormonismo.

A BYU anunciou na semana passada a formação de um comitê para examinar as questões relacionadas a raça e desigualdade na universidade da Igreja.

O Livro Selado de Mórmon e o Movimento da Parcela Selada

Em meados de dezembro de 2018, nós publicamos um artigo expondo mentiras que um Presidente de Estaca d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias andava espalhando sobre nós e o nosso site Vozes Mórmons.

Claudiomiro da Silva, Presidente da Estaca São José Brasil, no estado de Santa Catarina, foi flagrado em áudio mentirosamente acusando-nos de haver fundado uma nova igreja mórmon e de “menti[r] e denegri[r]” a Igreja SUD.

Foto espalhada pelo WhatsApp e nas redes sociais supostamente das placas de ouro encontradas pelo vidente mórmon Maurício Berger.

A Presidência da Área Brasil da Igreja SUD acabou emitindo nota oficial no dia seguinte ao nosso artigo, respondendo à controvérsia.  Além de mentir sobre o nosso envolvimento, e sobre a nossa ética acadêmica e jornalística, Silva também aproveitou para mentir sobre esse novo movimento mórmon em sua região da grande Florianópolis.

Surgido há cerca de dois anos em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, o novo movimento mórmon que afirma ter traduzido a “parte selada” do Livro de Mórmon está atualmente sediado em Santa Catarina, e ainda conta com membros no estado americano do Missouri, onde o processo legal para a formação de uma igreja já foi concluído. Joseph Fredrick Smith, bisneto do Profeta Joseph Smith Jr, foi ordenado  em junho p.p. como Profeta, Vidente, e Revelador, e consagrado e designado em outubro p.p., à “Presidência do Sumo Sacerdócio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias” pelo Vidente, Sumo-Sacerdote, e Tradutor brasileiro Maurício Artur Berger.

Os dons de Berger e a genealogia de Smith têm sido usadas pelo novo movimento mórmon como as principais evidências de sua autoridade divina. Berger afirma ter sido ordenado à autoridade no sacerdócio por ministração angélica, assim como o bisavô de Smith, o profeta fundador do mormonismo Joseph Smith Jr.

Apesar da origem “brighamita” do vidente brasileiro, Joseph F Smith parece influenciar fortemente a narrativa histórica adotada pelo movimento, notadamente pela noção de que Brigham Young teria usurpado os direitos espirituais da família Smith. Excomungado da Igreja SUD por suas afirmações acerca de tais eventos sobrenaturais, Berger afirma ter recebido as placas de ouro do Anjo Morôni, assim como a famosa espada de Labão, com instruções para traduzir a “parte selada” que Smith Jr teria sido proibido de traduzir em 1829. Berger ainda organizou três testemunhas que corroboram seu relato de visões angelicais e posse das placas de ouro (cujo testemunho escrito se pode ler na íntegra aqui), e possivelmente motivaram o relato de Silva de “quatro irmãos” ou “quatro homens” que prestaram “testemunho” em uma capela da Estaca São José, durante uma reunião de jejum e testemunho em outubro do ano passado.

Reproduzimos a seguir, em sua íntegra, o relato pessoal de uma testemunha ocular desses eventos, o nosso amigo e colaborador João Vendemiatti¹: Continuar lendo

Igreja Mórmon Muda Nome Online

A Igreja Mórmon anunciou uma nova e ampla medida de relações públicas ao mudar seu nome fantasia nas plataformas digitais, tanto nas redes sociais, como em seus sites oficiais.

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Russell M. Nelson (centro) e seus dois conselheiros na Primeira Presidência, Dallin H. Oaks (esquerda) e Henry B. Eyring (à direita), em janeiro de 2018. | Imagem: Cortesia de Intellectual Reserve.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conhecida popular e informalmente como “Igreja SUD” ou “Igreja Mórmon” há mais de 180 anos, e reconhecida assim oficialmente em público por ela mesma até a semana passada, anunciou que a partir das próximas semanas deixará de aceitar que sua presença digital responda pelos termos populares “mórmon” ou “SUD”.

Enquanto estratégia de marketing, não há absolutamente nada de novo ou errado em se alterar estratégias de branding em um mundo digital constantemente em fluxo. Infelizmente, porém, o anúncio e a mudança de estratégia convenientemente ignora (ou intencionalmente distorce) alguns fatos históricos, além de outros fatos contemporâneos. Continuar lendo

Joseph Smith: Arco-Íris Desaparecerá Como Sinal do Fim

O Profeta Joseph Smith explicou que o fenômeno meteorológico conhecido como arco-íris deixará de ocorrer pouco tempo antes do bíblico “fim dos tempos”, confirmando os “últimos dias” antes da Segunda Vinda de Cristo.

O arco-íris é um fenômeno meteorológico resultante de efeitos físicos elementais, como refração, reflexão, e dispersão de luz (usualmente, mas não exclusivamente, proveniente do Sol) sobre gotículas de água suspensas na atmosfera, resultando na famosa formação de arco circular multicolorido.

Não obstante tratar-se de um fenômeno físico fundamental e universal, Smith profetizou que Deus irá suspender a formação de arcos-íris nos “últimos dias” para avisar da proximidade da Segunda Vinda:

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A Lua e os Profetas Mórmons

Hoje é dia de eclipse total da Lua com “superlua”.

Em celebração a esse singular evento astronômico, vamos discutir como assisti-lo e a importância história do nosso único satélite natural para os profetas mórmons.

Superlua fotografada nos céus da Bretanha. (Fotografia por Owen Humphreys/PA)

Superlua fotografada nos céus da Bretanha. (Fotografia por Owen Humphreys/PA)

O fenômeno astronômico de hoje deve ser interessante pelo espetáculo visual e pela oportunidade de aprendizado científico. Eclipses lunares ocorrem quando a Terra, em sua órbita ao redor do Sol, posiciona-se temporariamente entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra em seu satélite natural, a Lua, bloqueando os raios solars sobre ela.  E, por causa de fenômenos atmosféricos terrestres, para observadores na Terra a Lua parece mudar de cor para tons bíblicos:

“Em todo eclipse lunar total se observa a chamada “lua de sangue” – termo usado popularmente, mas não adotado tecnicamente pelos astrônomos, e que se refere ao tom avermelhado que a Lua assume quando entra na fase máxima de sombreamento. Essa mudança de cor é provocada pelos mesmos fatores que fazem o céu ser azul.

O eclipse de hoje começa, em sua fase de penumbra, aos 00h36, no horário de Brasília, e será visível em todo território brasileiro. A fase da umbra, em que a sombra do Sol começa a ser observada na superfície da Lua, começa à 01h33, chegando em sua fase total máxima às 03h12. A fase total deve terminar às 03h43, a fase parcial às 04h50, e fase de penumbra às 5h47.

O evento poderá ser acompanhado a olho nu, desde que se tenha um céu livre de nuvens e uma boa visão do céu na direção norte e noroeste. A fase de penumbra inícia-se aproximadamente ao norte (um pouco ao leste de norte) e a 43 graus de altitude (imagine o horizonte em zero grau e o zênite, diretamente acima da sua cabeça, aos 90 graus), a fase de umbra inicia-se ao norte e a 45 graus de altitude, e o eclipse total inicia-se a noroeste e 36 graus de altitude.

Quem não puder ou não conseguir assisti-lo a olho nu, pode acompanha-lo ao vivo aqui:

Espetáculos astronômicos não obstantes, mórmons muitas vezes se interessam mais pela Lua por causa de profecias. Vejamos algumas delas: Continuar lendo

Joseph Smith: Ordenanças do Templo Não Devem Ser Alteradas

O Profeta Joseph Smith explicou como as ordenanças do templo que ele havia instituído em 1842 não deveriam ser alteradas jamais, em discurso proferido no dia  11 de junho de 1843.

A reunião dominical, onde Smith alertou sobre a natureza eterna das ordenanças do templo, foi realizada em um palanque improvisado justamente ao lado do Templo de Nauvoo ainda em construção. Smith explicou que o maior propósito dos Santos dos Últimos Dias é construir um templo onde poderiam receber as ordenanças que Deus teria estabelecido antes da criação da Terra e que Smith teria recebido, e passado adiante, inalterado. Mórmons estariam sendo coligados em Nauvoo, afirmava-lhes Smith, justamente para receberem essas cerimônias do templo.

Desde esse pronunciamento claro de Smith em 1843, até a semana passada em 2019, a liderança d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias instituiu dezenas de mudanças, oras superficiais, oras profundas, em todos os aspectos das ordenanças que Smith havia declarado como inalteráveis. Mudaram o modelo das roupas íntimas, que Smith afirmara ser baseado nos modelos que Deus entregara a Adão e Eva, diversas vezes. Mudaram os juramentos sagrados, mais recentemente na semana passada. Mudaram os sinais sagrados do Sacerdócio, assim como o nome de um deles. Eliminaram um sinal sagrado e eterno que Smith afirmara ser necessário para entrar na presença de Deus no Reino Celestial. E assim por diante.

O que teria dito Smith dessas mudanças?

Eis, portanto, o ponto central do discurso do Profeta Joseph Smith sobre as ordenanças do templo (ênfases nossas), em junho de 1843:

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‘Assim diz o Senhor’ sobre James Strang

Duas revelações recebidas pelos Apóstolos Brigham Young e Orson Hyde em 1846 nos mostram como James Strang e sua igreja foram percebidas pelos Doze em Nauvoo¹.

James Jesse Strang

James Jesse Strang | Foto por J. Atkyn, 1856, cortesia da Church History Library, Salt Lake City.

O movimento strangita foi capaz de atrair personagens importantes da história mórmon, de John C. Bennet a William Smith, mesmo que a liderança reivindicada por James Strang não remetesse a nenhum dos prováveis princípios pelos quais a sucessão do profeta Joseph Smith poderia ser imaginada: converso recente ao mormonismo, ele não era um Smith, não havia feito parte do Conselho dos Cinquenta, do Quórum dos Doze ou do Quórum dos Ungidos. Continuar lendo

Joseph Smith: Significado da Palavra Mórmon

O Profeta Joseph Smith explicou como ele, pessoalmente, define o termo “Mórmon” em uma carta aberta para o jornal oficial da Igreja Times and Seasons e seu diário oficial History of the Church.

Enquanto o atual Profeta Russell Nelson afirma que o uso do termo “mórmon” é ofensivo para Deus e uma “vitória para Satanás”, o Profeta Joseph Smith o definia assim¹:

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