Racismo na BYU é Tema de Exposição de Arte

Doze retratos de alunos da Brigham Young University (BYU) estão em exposição em seu Centro de Belas Artes Franklin S. Harris. As fotos são acompanhadas de breves relatos sobre suas experiências com racismo e discriminação em Utah e dentro da própria Universidade Mórmon.

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Exposição na BYU, em Provo, Utah, traz relatos pessoais sobre racismo. Foto: Michael Hicks.

Esses relatos mostram a dificuldade existente na cultura mórmon em lidar com imigrantes e mesmo norte-americanos de diferentes origens étnicas. Leia alguns dos relatos.

Quando eu fiquei noiva do meu namorado branco, fui acusada de casar com ele por causa dos documentos. As pessoas me diziam “Muito bem! Agora você não pode ser deportada.” Mas eu já sou uma residente legal.

Vários dos meus colgeas sabiam que eu era colombiana e no fim de smeana antes do ACL [Austin City Limits], um enorme festival de música em Austin, perguntaram se eu vendia drogas para que eles se “divertissem” durante os shows. Especificamente me perguntaram sobre cocaína. Eu sei que só me perguntaram por causa dos estereótipos que vêm de ser colombiana.

Eu fui chamado pela palavra N [“nigger”, altamente pejorativa, equivalente a “crioulo”] aproximadamente 13 vezes desde que me mudei para Utah. Eu estava descendo a escada no JKB [Jesse Knight Building, BYU] e acidentalmente esbarrei em alguém e eles disseram, “Cuidado, crioulo”. Outra vez, estava no shopping center quando um garotinho na [loja] JC Penney me chamou de crioulo. Tudo o que sua mãe tinha para lhe dizer era “Não grite com as pessoas, Jimmy” e “Não xingue as pessoas, Jimmy”.

No meu primeiro ano na BYU, a colega de quarto de um amigo me perguntou, com toda a seriedade, “Como é que se sente sabendo que você entrou na BYU só porque é uma menina morena?” Eu tinha um GPA [score do ensino médio] quase perfeito, e tinha mais de cinco atividades extra-curriculares.

Eu estava conversando com uma garota que tinha acabado de conhecer em uma reunião social e ela estava falando sobre como eram bonitos meu cabelo ondulado e minha pele marrom. Ela perguntou de onde eu era e eu disse “New Jersey”. Ela continuou a dizer: “Mas de onde você é?”, repeti e disse “New Jersey”. Ela disse: “Bem, de onde são seus pais?” Disse que minha mãe era das Filipinas, e meu pai era de Nova York. “Então seu pai é branco?” – perguntou ela. E respondi: “Meu pai é porto-riquenho, também nascido nos Estados Unidos. . . “

Quando estava para me candidatar a universidades, as pessoas me diziam: “Você não precisa se preocupar em economizar dinheiro, porque o governo paga pela sua faculdade.” Eu tinha que explicar que era exatamente como qualquer bolsa de estudos disponível, mas esta era para a ajuda de nativo-americanos.

A BYU apresenta um déficit de diversidade étnica, em comparação a outras instituição de ensino nos Estados Unidos (veja dados estatísticos aqui).  Segundo dados oficiais da Igreja, 85% de todos os alunos de graduação são brancos, apenas 5,6% são latino-americanos, 5,1% asiáticos, e 1% negros.


Encontre aqui outros artigos sobre exemplos históricos de racismo na teologia e na cultura mórmons.

Leia aqui sobre ombros expostos terem sido um problema para estudante de arte na BYU.

Leia aqui sobre a Eva negra, em obra de artista mórmon.

 

2 comentários sobre “Racismo na BYU é Tema de Exposição de Arte

  1. Uma Lástima mas…….

    Só vejo comentários típicos de americanos, afinal lá é o melhor pais do mundo e tudo fora dos EUA é lixo (segundo a mentalidade deles). Esses casos de racismo são normais! Eu vivi 2 anos nos EUA, e uma vez enquanto falava com outro brasileiro em português uma senhora americana atravessou a rua em nossa direção e começou a nos xingar dizendo que era uma vergonha não estarmos falando inglês! Que estávamos poluindo o país e que deveríamos voltar para nosso país se quiséssemos falar outro idioma que não fosse inglês!
    Só vejo americanos sendo americanos! Alias para quem esta achando o Trump péssimo, para mim que já morei lá, ele é o retrato dos americanos típicos! Afinal a América é para Norte Americanos, quaisquer pessoas fora dessa linha não são bem vindas!
    Há de se falar também de estados ultra conservadores onde até mesmo casamento inter racial é visto com maus olhos como o Texas.

    Não vou defender a falta de educação e racismo das pessoas que estudam a na BYU e vazem esse comentário, mas sei que americanos em si são bem racistas! Dependendo da onde vem essas pessoas nos EUA elas são mais que outras.

  2. Fui para os Estados Unidos e fui discriminado por não falar inglês.Realmente é algo arraizado nesses gringos! A BYU deveria ter uma politica de diversidade maior porque lá nos EUA qualquer grupo dominante realmente DOMINA OS OUTROS,triste isso!

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