Como o camelo passou pela agulha?

charge

Arte: Florêncio Batista.

Quanto Ganha um Apóstolo Mórmon? é um dos mais populares artigos deste site. Escrito por  Marcello Jun há mais de dois anos, o texto continua sendo um dos mais lidos, mais comentados e que geram mais xingamentos por parte dos leitores.

As reações ao post são as mais diversas. Uns encaram-no como uma difamação; outros parecem comprar a ideia do autor, mostrando-se entristecidos com a suposta abastada ajuda de custo que as Autoridades Gerais recebem.

Porém, não poucos leitores têm demonstrado uma percepção interessantíssima, argumentando, ao seu modo, o que pode ser condensado na seguinte ideia:

Por mais alto que seja o padrão de vida que a Igreja proporciona às suas Autoridades Gerais e Presidentes de Missão, ainda é inferior ao padrão que essas pessoas possuíam antes de ocupar esses cargos.

Hoje, cristãos espalhados por todo o globo parecem fazer uma forte ligação entre progresso espiritual e condição financeira privilegiada, seja nas noções de nossos leitores (mórmons em sua maioria), ou em formas mais exacerbadas, como a Teologia da Prosperidade dos neopentecostais.

Nas visitas que fiz à Igreja Universal, por diversas vezes o pastor ensinava às suas ovelhas que, em nome de Jesus, seus sonhos de riqueza poderiam ser realizados. Chegou a dar exemplos de fiéis que frequentavam aquela mesma reunião e que hoje têm seus carros importados e jatinhos. Prometeu o mesmo para seus ouvintes: “Deus é rico e é seu pai, ele quer que você seja rico também”.

Em uma reportagem sobre empresários brasileiros, passada na Globo, a frase ” desperte o milionário que há em você”  aparece ao fundo do púlpito do salão sacramental de uma capela mórmon (aos 4:24 deste vídeo).

Se na atualidade muitas pessoas acreditam que ficarão ricas com a ajuda de Jesus, os autores dos evangelhos desenharam o perfil do Homem de Nazaré praticamente em oposição a essa ideia.

Como foi a transição de um Jesus que se orgulhava de não ter onde reclinar a cabeça, que reivindicava o Reino de Deus para os pobres (sendo para os ricos o acesso a esse reino mais difícil que um camelo passar no fundo de uma agulha), que afirmava ser impossível amar conjuntamente Deus e as riquezas, para um Jesus que dá carros importados, jatinhos e aceita que no local onde se partilha seu corpo e sangue seja o mesmo onde o milionário que supostamente habita em nós desperte de seu sono?

Quando o leitmotiv cristão se distanciou do “não ajunteis tesouro na terra…mas no céu” e passou para os arrabaldes do “tirar onda de Camaro amarelo”? Como o ideal de vida cristã se deslocou de São Francisco de Assis para um Edir Macedo? Quando Deus e Mamon fizeram as pazes?

NOS PRIMÓRDIOS DO CRISTIANISMO

O Movimento de Jesus foi uma das várias propostas de renovação do judaísmo bíblico que floresceram nas décadas que antecederam à destruição do templo de Jerusalém pelas tropas de Vespasiano.

Para muitos estudiosos, Jesus, tal como João Batista, teria sido um profeta apocalíptico. Sendo assim, defendia que o mundo acabaria em breve, e que as opressões e dificuldades sob as quais o povo estava submetido seriam revertidas em algum momento futuro. Descrente da possibilidade de justiça neste mundo, Jesus pregava uma virada escatológica: os humildes seriam exaltados; os exaltados, humilhados.

Estudiosos do Jesus Seminar negaram a ideia de Jesus ter sido uma profeta apocalíptico. De acordo com um dos cabeças do Seminar, John Dominic Crossan, a mensagem de Jesus teria sido influenciada pelo cinismo –  corrente filosófica crítica às convenções sociais, que defendia o desapego ao poder e ao dinheiro, ou como definiu Crossan, defensora do ” ter nada como se tivesse tudo”.[1]

Profeta escatológico ou mestre da sabedoria cínica, o que nos parece certo é que ásperas eram as palavras com as quais o Nazareno se direcionava aos ricos e poderosos , assim como a esperança dada às pessoas das camadas mais humildes – algo notório nos comentários preconceituosos dos primeiros críticos, ainda na antiguidade, assim como os de Nietzsche, para quem o cristianismo é um produto do ressentimento, a “moral de escravos”.[2]

Após a morte de Jesus, toda uma teologia surgiu para dar significado à vida e aos ensinamentos do Salvador. Nas primeiras cartas do principal missionário das Boas Novas, Paulo, conforme comentamos em outro post, é notória a crença em um retorno iminente de Jesus .

Quando findava o primeiro século, as expectativas do retorno iminente de Cristo se arrefeceram. A preocupação agora deixava de ser o fim do mundo, e passava a ser manter a estabilidade nas diversas igrejas espalhadas. Fez-se necessário que as igrejas mais rigidamente se hierarquizassem, já que elas se tornavam instituições que deveriam durar mais que um breve período.

Quando se acreditava que o fim do mundo estava próximo, como Paulo, ou quando se tinha uma vida itinerante, como os discípulos mais íntimos de Jesus, o acúmulo de riquezas não fazia muito sentido. Somente quando as expectativas de um fim próximo desapareceram, e mais e mais pessoas com posses tornaram-se cristãs, frases como “dos pobres é o Reino de Deus” e a noção do quão difícil é um rico entrar neste reino foram perdendo sua força.

O cristianismo se institucionalizava. Como para qualquer outra instituição, patrocínio e pessoas influentes eram bem-vindos. Passava a ser necessário cada vez mais ajuntar tesouros na terra.

Vão aparecendo os responsáveis pelos “Assuntos Públicos”. As visões dos de fora não eram das melhores. A tática paulina da empatia, expressa na máxima “se fazer judeu para ganhar os judeus, e gentio para ganhar os gentios”, foi usada. Tendo como objetivo a sobrevivência e a expansão da fé, os apologistas cristãos foram, aos poucos, depurando os elementos mais radicais que o movimento apresentava em seus primórdios – o cristianismo se tornava mais e mais simpático ao Império.

Pessoas com posses e governantes – dois dos grupos para quem Jesus dirigia suas críticas mais ácidas – abraçaram a fé cristã. Não precisava distribuir todo seu dinheiro aos pobres, como o conselho de Jesus ao jovem Rico. Era necessário colaborar com a instituição, esta passava assumir essa responsabilidade.

Muitos dos novos cristãos, mesmo não se desfazendo de seus bens, não vivendo uma vida modesta, e muitas vezes com conduta moral duvidosa, eram percebidos como bons cristãos.  As palavras de Jesus tiveram que ser reinterpretadas: ser rico e poderoso não era mais problema, desde que usasse sua influência na propagação da fé. A agulha se adaptava ao tamanho do camelo.

As manifestações espirituais que anunciavam Jesus, que primeiramente foram feitas, de acordo com o evangelho lucano, a humildes pastores de Belém, agora se dirigiam ao imperador romano como um guia para a vitória em uma batalha, conferindo a este mais terras e poder, e, ao cristianismo, a liberdade de culto –  a religião de Jesus se deslocava da marginalidade para o mainstream.

Várias pessoas sentiram a necessidade de uma prática religiosa mais austera, na qual votos de pobreza, castidade e obediência eram feitos na intensa luta contra idolatria. Era o MARTÍRIO BRANCO, que substituía o MARTÍRIO VERMELHO; este, tão comum nas intensas perseguições a que os cristãos eram submetidos no período anterior à Virada Constantiniana.

Essas pessoas se isolavam do mundo no afã de uma maior espiritualidade. Influenciadas por um platonismo mortificador do corpo, na procura por uma elevação do espírito, buscavam uma prática religiosa distante das coisas comuns para as outras pessoas – ascese extramundana.

Alguns optavam por uma vida em um mosteiro, outros mais criativos passavam a viver em árvores ou em cima de uma pedra (estilitas), além dos que optavam por uma vida no deserto.

ENTRE ALGUNS PROTESTANTES

Séculos depois, a Reforma Protestante, em especial o calvinismo, proveu mais intensamente uma nova forma de ascese (conjunto de práticas religiosas). Para eles, o ascetismo não deveria ser apenas praticado por uma minoria religiosa do mundo, mas vivenciada por todos os eleitos de Deus. O novo asceta não ia para o deserto, não ficava em cima de árvores, nem vivia recluso em um mosteiro.

Ele continuava ligado ao mundo, ao seu trabalho. Era a ascese intramundana, na qual o controle ativo e racional de suas vontades fazia com que seus esforços fossem direcionados ao seu trabalho. A doutrina da predestinação, com sua ideia de que a salvação do fiel era uma escolha de Deus, criava uma tensão nos crentes quanto ao seu destino eterno. O conselho dado pelos pregadores calvinistas era de que o fiel deveria considerar-se como um eleito (i.e., predestinado ao céu), agindo como tal.

Uma vida longe do pecado e o sucesso no trabalho sinalizavam a eleição. O acúmulo de riquezas, desde que fruto do trabalho, não era apenas permitido, mas incentivado. O fiel, que percebe a si como mero administrador dos bens de Deus, passa a ver o lucro como um meio de potencializar o Talento (aqui usando a parábola bíblica) já que, ao invés de gozar exageradamente deste, reinveste-o em seu negócio.

Esse Ethos calvinista foi associado, pelo alemão Max Weber (1864-1920), ao surgimento do capitalismo moderno, em seu clássico A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.

NO MORMONISMO

A Nova Inglaterra do século XIX era fortemente calvinista. Joseph Smith, ao trazer à luz o livro de mórmon, rompeu com a ideia de predestinação, sem desvencilhar-se , entretanto, da rigidez do ethos  da religião iniciada pelo pregador francês. Embora negue a concepção de que o destino já esteja traçado, a Igreja Mórmon foi muito influenciada pelo calvinismo, tanto pelo ambiente onde o mormonismo foi concebido, quanto pelo background de seus primeiros conversos.

Há de se reconhecer a aproximação da Ética Protestante, conforme usada por Weber, com o mormonismo. Assim como os calvinistas, o projeto de vida mórmon é marcado pela austeridade. A religião se construiu de modo a estar presente em todos os aspectos da vida do membro, desde o que se deve ou não ingerir até sua roupa íntima.

São definidos padrões com o objetivo do estabelecimento de uma zona depois da qual o fiel encontra-se em perigo. Seu “viver no mundo, sem ser do mundo” mostra sua ascese intramundana, em que, com autodisciplina, atua-se no mundo sem o compromisso dos valores do mesmo, em tese.

O sucesso financeiro parece ser uma meta a ser perseguida; quando alcançada é muitas vezes associada à aplicação de princípios aprendidos na igreja e como consequência de um viver digno.

O destaque de mórmons no mundo dos negócios tem levado a crença na existência de um Mormon Way Of Doing Business, algo explorado por marqueteiros SUD na busca de uma boa recepção de sua tradição religiosa.

A NEOPENTECOSTALIZAÇÃO E O ROMPIMENTO COM A ASCESE INTRAMUNDANA

Embora seja um fenômeno de origem estrangeira, sobre os pentecostais falarei dos acontecimentos no Brasil, tendo em vista a familiaridade de nossos leitores com essas igrejas.

No último século, vimos chegar ao Brasil o pentecostalismo e sua proposta de resgatar os carismas presentes na tradição bíblica. Por carisma, quero me referir aos supostos dons conferidos pelo Espírito Santo, que na tradição neotestamentária , vieram em grande intensidade na ocasião a Festa de Pentecostes, narrada no Livro de Atos.

Em um primeiro momento das igrejas pentecostais, a ênfase era dada no “falar em línguas”, fenômeno interpretado como o sinal de que Batismo pelo Espírito Santo havia ocorrido (Assembleia de Deus e Congregação Cristã).

A segunda onda pentecostal, deuteropentecostalismo, se deu nos anos 50, tendo como marco importante a vinda de dois ex-atores de filmes de faoroeste do cinema americano, Harold Williams e Raymon Boatright, ligados à Igreja do Evangelho Quadrangular. [3]

A ênfase passava a ser na Cura Divina (Quadrangular, Deus é Amor, O Brasil para Cristo), quando barracas de curas eram armadas e muitas pessoas supostamente se viam livres das doenças que lhes acometiam.

Ocorreu uma pentecostalização do cristianismo brasileiro: igrejas protestantes históricas se renderam ao êxtase pentecostal, autodenominando-se igrejas renovadas. O pentecostalismo rompeu as fronteiras do protestantismo, alcançando a Igreja Católica por meio da Renovação Carismática.

A terceira onda pentecostal é conhecida como neopentecostalismo, que, entre outras coisas, se caracteriza pela a ruptura com a visão puritana de que os fiéis são meros administradores da riqueza que pertence a Deus (Universal, Internacional, Sara Nossa Terra, Mundial, Bola de Neve).

Com sua Teologia da Prosperidade, o neopentecostal conquista “riquezas materiais, saúde e felicidade ao poder consumir com prazer os bens deste mundo”[4], rompe com o ascetismo intramundano, sendo liberal no comportamento, em comparação com as vertentes pentecostais que lhes antecederam.

As últimas três décadas vêm assistindo a uma neopentecostalização do cristianismo, especialmente entre os Filhos de Lutero.

ABRAÇANDO TEOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS

De acordo com o historiador Leandro Karnal [5], a contemporaneidade, afastando-se da crença em um Deus sofredor do Gólgota, com fiéis que deveriam carregar uma cruz, cede lugar ao Deus vitorioso: pessoas como São Francisco de Assis e Santo Antão deixam de ser referências, e empresários de sucesso passam a ser o modelo ideal.

Novas teologias têm sido criadas. Além da Prosperidade dos neopentecostais, o professor chama a Autoajuda e o Empreendedorismo de teologias – filhotes da contemporaneidade. Segundo Karnal, o inferno da Teologia do Empreendedorismo é o fracasso financeiro e pessoal.

A teologia do empreendedorismo, aliada às raízes puritanas e americanas do mormonismo (com a Ética Protestante de Weber), talvez explique o quadro que temos observado nos leitores do Vozes Mórmons  e em outros exemplos que cito a seguir.

Em uma conversa que tive logo após chegar ao campo missionário, comentei com um dos élderes que eu pertencia a mesma ala da família do antigo presidente da missão onde servíamos. “Como é a casa do presidente fulano de tal? É uma mansão?”, perguntou o missionário.

Conversando mais com aquele rapaz, notei que ele havia introjetado a ideia de que, para se ter um cargo alto na igreja, como o do irmão cuja família frequentava minha ala, a pessoa tinha que ter uma condição financeira que lhe permitisse (e fizesse) morar em uma casa luxuosa. Na visão daquele missionário, as testemunhas especiais do homem que afirmou não ter onde reclinar a cabeça deveriam repousar as delas em um confortável cômodo de uma mansão.

Outras experiências dessa natureza se deram em serões de estaca. A coisa ficava mais EDIRMACÊDICA quando os oradores convidados estavam ligados ao SRE, e o tema, à autossuficiência.

Num desses serões pôde ser ouvido de um ex-presidente de missão a sacramentação do RICO COM RICO, POBRE COM POBRE: “enquanto presidia a missão, batizamos uma médica. Foi difícil apresentar alguém àquela moça; até que encontramos um fulano de outra estaca … eles eram da mesma condição financeira; deu certo”.

Em outro, o líder do SRE local veio com ainda mais ode à prosperidade. Fez elogios encantados a uma pessoa de quem fora mestre familiar nos EUA: “era muito interessante visitar um irmão que tinha seu próprio avião”.

Pouco tempo depois, fez comentários não muito enaltecedores a outro membro, “um gênio da matemática”, que havia se contentado a um emprego considerado de baixo nível pelo orador: “entrava dentro da fossa, com fezes até a altura dos peitos”.

Os elogios voltaram; agora, não mais ao americano que ele visitava, mas a um brasileiro. Segundo aquele orador, esse irmão era provavelmente o mais rico membro da Igreja no nosso país.

Após aplaudir o sucesso financeiro desse mórmon tupiniquim, nosso discursante relembrou um dado que esse rico SUD supostamente havia apresentado em uma palestra meses antes em outra capela: “Entre os homens mais ricos do mundo, quinze são mórmons”. Não faço a mínima ideia da precisão dessa afirmativa, não obstante, o que mais me marcou foi a indagação proferida logo em seguida: “quem será o décimo sexto? Será desta sala?”

O complexo de minoria, com a consequente necessidade de autoafirmação, talvez explique o motivo do apreço que confissões minoritárias possuem de mostrar quão “incríveis” são seus membros.

Em sua cantilena, o líder do SRE chegou a falar um valor em dinheiro, que, embora não fosse muito, era mais que a grande maioria daqueles jovens recebia em seus trabalhos, apontou para uma moça e perguntou: “digamos que esse seja o salário de seu noivo, está bom?” Talvez, constrangida com todas aquelas cifras idealizadas, a moça soltou um tímido “ah, pode melhorar”.

Todos esses oradores contavam suas histórias de superação. Começaram de baixo, com muita dificuldade. Através de princípios aprendidos na Igreja, como fé e estabelecimento de metas, essas pessoas puderam ter o progresso material do qual davam testemunho.

O sucesso financeiro era interpretado como consequência de uma vida virtuosa. A ideia passada por muitos era de que um padrão financeiro BEM ALÉM do necessário para suprir as necessidades básicas deveria ser nossa busca durante a jornada espiritual.

Esses oradores, que acredito serem pessoas íntegras e dedicadas às suas famílias e Igreja, prestam um grande serviço aos jovens nesses serões ao estimularem princípios como fé, dedicação e honestidade. Porém, devo reconhecer que suas elucubrações teológicas que supervalorizam o crescimento financeiro tem pouco ou nada em comum com a pregação do marginal galileu cujo nome antecede ao AMÉM no término de seus discursos.

Com base nessas visões sobre prosperidade e no caráter modelar que possui as autoridades da igreja, fica claro que é uma crença difusa entre os mórmons que um padrão financeiro bem acima da média seja um ponto importante para quem pleiteia elencar o rol das testemunhas especiais de Cristo.

A ideia de muitos que comentaram no artigo do Marcello Jun, que sintetizei no início deste post, pelo que tudo indica, não é muito diferente de boa parte de nossos correligionários.

——

[1] Crossan, John Dominic. O Jesus Histórico: a vida de um judeu no Mediterrâneo. Rio de Janeiro, Imago, 1993. P. 111.

[2] O Filósofo alemão trata desse assunto em pelo menos duas de suas obras: A Genealogia Da Moral (1887) e O Anticristo (1888).

[3] Mariano, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. Edições Loyola, 1999. p. 30

[4] Ferrari, Odêmio Antonio. Bispo S/A: a Igreja Universal do Reino de Deus e o exercício do poder. Editora Ave-Maria, 2007.p. 222.

[5] A palestra de Leandro Karnal pode ser acessada aqui. http://www.youtube.com/watch?v=dNVhp98SCbs

49 comentários sobre “Como o camelo passou pela agulha?

  1. Percebi, durante estes 5 anos de mórmon que fui, algo que, claramente, todos vêem. Só sobem os ricos. Nunca vi pres. de missão pobre ou algum brasileiro pobre entrando na byu. Aqui onde moro precisavam de um pres. de distrito mas os daqui eram pobres, e um setenta mexeu os pauzinhos e chamou um arquiteto rico da cidade dele… Enfim, só com diploma para crescer lá dentro. Todos olham mas não aceitam isso. Lá na igreja sud não há revelação e sim análise de currículos.

    • “Magnólia Sá” Que comentário mais infeliz o seu! O Presidente da Missão Rio de Janeiro era um modesto dono de uma lojinha de artigos para PC. Em suma a maioria dos Presidente de Missão, são sim empresários ou funcionários da igreja (que não teriam sua vida impactada) caso fiquem por 3 anos fora de seus negócios. (São Membros dignos da igreja assim como membros menos abastados financeiramente) Em geral uma analise que é feita se baseia na experiencia como líder desse irmão. Um Bispo que é um mecânico ou um Estagiário e um bispo que é um alto executivo, qual a diferença entre eles? desde que tenham sido chamados por Deus?
      Um Líder da igreja que conheço muito bem, era auto executivo na empresa que trabalhava. quando foi chamado para trabalhar para a igreja, e recebeu uma proposta financeira, ele disse: “Legal vou ganhar isso por semana? O salario era 1/4 do salario que ele ganhava antes, ele aceitou sair simplesmente pelo fato de trabalhar para a igreja em um ambiente mais tranquilo e edificante. o Elder Scott éra Engenheiro Atômico, um dos criadores do submarino nuclear americano, acha que um homem destes ganhava pouco? O Elder James E. Talmage éra assistentes de Aistem e muito inteligente! BYU, é uma das faculdades mais baratas dos EUA, um curso de inglês com moradia pelo nivel e padrão é mais barato que estudar na famosa Irlanda em um curso porcaria cheio de desinteressados. A Igreja incentiva todos os membros a estudarem e buscarem a auto-suficiência, com 17 anos me formei como técnico em Química, servi em uma Missão em BH, Sou Contador, pós graduado em controladoria e estudo mestrado em contabilidade, (tenho 29 anos) cheguei da missão ganhando um salario de 400 reais, sou grato pois hoje tenho um salario bom p mim e minha familia, (meu pai é um eletricista e minha mãe cabeleireira, tudo foi pago com suor e valeu a pena estudar!) Infelizmente a apostasia consiste quando por qualquer motivo criticamos a liderança, se o líder fosse pobre diriam como posso ouvir um servente de pedreiro? se fosse um rico como posso seguir este eletista? Satanas trabalha desta forma, e corrompe o coração dos filhos dos Homens. Cessai de ser ociosos e de achar falhas uns nos outros!

      • Pois t´aí, arrazou com sábia palavras, crescem aqueles que deixam a xona de conforto e vai a luta, o que não querem crescer a custa da Igreja por completa, sem levantar da cama, arranja uma desculpa e culpa os líderes da Igreja!!!

      • Super curti o comentário da Duda, pois foi exatamente o que pensei enquanto lia o artigo e também os outros comentários. Se eu ganho um salário mínimo pra trabalhar 8 horas por dia não tenho condições de servir com toda atenção e tempo que um Médico cirurgião que trabalha alguns dias por semana e ganha por cada cirurgia milhares de reais. Tendo eu esse tempo não resta duvidas que vou ter tempo pra Deus, sair de casa por anos sem depender financeiramente da igreja.

      • Isso era antes….Hoje é bem.assim mesmo …pobres com pobres e ricos com ricos. ..perdi a vontade e desejo de estar no meio desse povo.
        Vivo fora do Brasil e já tentei frequentar a igreja várias vezes ,mas é impossível pois aqui membros são racistas , frios , ,EXIBICIONISTAS POR TEREM DINHEIRO ….
        Quando batizam seus filhos, netos …só pode entrar depois da ordenança nos comes e bebes os membros que tem convite ….As famílias grandes da igreja dominam e ditam as regras…Os pobres aqui e estrangeiros maioria são tratados como estranhos no meio deles…As igreja hoje em dia contando da época que me filiei 1986 nunca mais será a mesma….dinheiro está tomando conta …no blog mórmon famoso do Brasil se vê claramente objetivo de exaltar os mórmons ricos ….uma lástima que me dá vontade vomitar. …aí para mim não serve …fico em casa e sirvo Deus e Cristo na minha casa….

    • Magnólia, discordo de vc, concordo em parte com o texto, mas de um modo geral o seu trabalho dentro da organização e como vc se dedica a ele , influência como vc sera seus futuros chamados, em lugares ricos de Brasilia vi a irmã ais pobe ser chamada, mas ela era a mais dedica, isso incomodou muita gente, mas ela fez trabalho bem feito.

    • Magnólia, concordo plenamente com você. É raro ver um membro pobre ocupando algum escalão de alta importância na Igreja SUD e vou te contar ainda mais, isso se torna mais evidente nos Estados Unidos.

      Estou morando em Utah (a capital mórmon) e fico surpreso vendo como os membros vindos de famílias influente$ tem mais direitos e oportunidades que os demais membros.

      >>>Começando pela BYU:

      1- SIM, a BYU é uma universidade barata PORÉM membros vindos de famílias ricas recebem as melhores bolsas de estudos, conheço casos de péssimos alunos que não pagam absolutamente nada e tem a disposição um ensino de qualidade e comida de graça;

      2- Estudantes provenientes de famílias ricas, tem mais “indicações” para entrarem em projetos visionários e receberem estágios de trainee. Já presenciei um colega de república super vagabundo sendo chamado para trainee numa empresa que ele nem havia aplicado, enquanto um amigo dedicado e pobre nem havia recebido sequer um convite;

      3- Bolsa de estudos para estudantes carentes é em valor MENOR que a oferecida a estudantes ricos. Ainda tem um detalhe: Caso seja pobre E estrangeiro, você só recebe a bolsa de estudos DESDE QUE SE COMPROMETA A VOLTAR AO SEU PAÍS DE ORIGEM!

      Só isso já faz toda uma diferença. A maior parte dos estudantes vindos de famílias pobres nos EUA e que tiveram a oportunidade de estudar (por meio de empréstimos, serviço militar, etc.) sai da universidade devendo as calças, pagando parcelas durante anos, endividados…

      E assim, como meus amigos (pobres e vindos de outros países), me formarei devendo…(eu que não me comprometo a voltar ao Brasil, hehehe)

      (Obs.1: Estudo na BYU, porém não sou rico. Para terem uma ideia, minha mãe fez uma vaquinha entre toda a família para que eu pudesse ter no banco o extrato mínimo para que eu pudesse estudar)

      >>>A Igreja:

      1- Vários membros são indicados a cargos de destaque por serem de famílias ricas e influentes. Cansei de ver membros que são totalmente ausentes na Igreja recebendo chamados para ocuparem altos escalões;

      2- Membros provenientes de famílias ricas são enviados para fazer missão em países ricos;
      (nunca vi um membro rico vindo ao Brasil, Peru, Argentina…. pelo pouco que observei a maioria vai para Alemanha, França, Espanha);

      3- Boa parte dos membros, com exceções óbviamente, são racistas e xenofóbicos. Vivencio isso quase todo o domingo na minha ala de solteiros. Já tentei mudar de ala mas é sempre a mesma estória. Por ser brasileiro, noto muitas vezes sou meio deixado de lado nas atividades, assim como membros provenientes de Honduras, Salvador, Equador e por aí vai… Os únicos que não sofrem preconceito são membros vindos de países considerados ricos (tenho colegas do Canadá e da Finlândia que são sempre convidados para tudo).

      Gostaria de poder falar mais, tem muitas coisas erradas que ando vivenciando por aqui, TODAVIA tenho um grande receio de ser descoberto e ser expulso dessa sociedade (triste, mas verdade).

      Aconselho a todos os membros a seguirem o quê acharem bom e sempre questionarem. Afinal, o pior cego é aquele que não quer ver!

    • Meu pai foi presidente de missão e era servidor público do GDF ganhando pouco mais de 3000,00 no ano de 2013. Meu irmão se formou em Administração na BYU com bolsa integral de 100%. Acho que você se equivocou nas palavras. Acho que quem quer ajudar e servir não precisa ser rico, apenas precisa de desejo. No caso do meu irmão foi puro esforço. A BYU é particular, visa lucro e agora eu te pergunto como ele conseguiu? Obs.: Ele estudava na BYU antes que meu pai fosse chamado presidente de missão.

  2. Concordo com você Emanuel que muitos membros SUD sejam facilmente seduzidos pela ideia da famosa “teologia da prosperidade”, tal como você bem disse remonta à Calvino (eleitos de Deus prosperam…) e serões tal qual você assistiu numa capela da Igreja sejam realmente uma “forçada de barra” e não creio que a liderança geral da Igreja aprovaria os serões do irmão “Carlos Wizard” com o tema “Desperte o milionário que há em você!”, mesmo que sejam realizados fora do Domingo, durante a semana em tom menos formal e menos espiritual.
    Não muito tempo atrás me recordo que fazia MBA nas escolas de negócio da BYU e sempre vinha oradores convidados darem palestras na Marriot School. Ouvi palestras interessantes com Stephen Covey, Craig Chistensen (Harvard), John Hunstman e outros conhecidos nomes mórmons e não-mórmons do mundo corporativo, político e acadêmico. Lembro-me até hoje da indignação de um aluno SUD quando um orador disse que muitas pessoas se acomodavam quando acumulavam para si um patrimônio de USD 1 milhão, insinuando que isto somente seria aceitável se tivesse chegado a USD 1 bilhão. Mais tarde, nesta mesma escola, numa aula de ética, uma das tarefas ela ler o livro “Approaching Zion”, de Hugh Nibley, que é uma crítica feroz àqueles líderes que procuram administrar a Igreja como se administrassem uma empresa, deixando o lado espiritual para um 2º plano. Este mesmo aluno SUD comentou. “Este livro ensina exatamente o oposto que aprendi no MBA. O MBA inteiro mostrou-me em como uma empresa ou negócio pode ser bem sucedido e ganhar muito dinheiro, agora Hugh Nibley vem e diz que dinheiro não é importante”. Nibley de fato vivia o que falava, um outro colega de MBA comentou comigo que trabalhou limpando a casa do emérito professor, e que ao limpar alguns livros de sua biblioteca era comum encontrar “cheques” de USD 10.000, USD 20.000 usados como marcadores de leitura. Estes cheques eram nominais a Nibley, eram enviados como “doação” por admiradores do professor como forma de continuar financiando seu trabalho, mas ele os considerava desnecessários, úteis apenas para utilizar como marcadores.
    Citei a experiência acima na Marriot School apenas para salientar que a verdadeira sabedoria esteja em saber conciliar a busca pelo progresso e auto-suficiência (um preceito SUD bastante enfatizado) com a tentação do amor ao dinheiro. O apóstolo Paulo deixou bem claro que não é o dinheiro que é a raiz de todos os males, mas sim “o amor ao dinheiro” (I Timóteo 6:10).
    Discordaria do ponto de vista do irmão e do “Jesus Seminar” ao identificar o cristianismo primitivo com a corrente cínica de pensamento. João Batista e os essênios claramente poderiam ser confundidos com cínicos, mas Cristo era desclassificado pelos seus inimigos como “comilão e beberrão”, uma acusação incompatível com o Cinismo. Cristo claramente tinha seguidores das mais altas classes sociais, é dito que Joana, a esposa de Cusa, procurador de Herodes ajudava a financiar seu ministério (Lucas 8:2); e, entre os evangelistas, Mateus é identificado como publicano (Auditor Fiscal do Império Romano) e Lucas como médico, profissões bem remuneradas até hoje. Aparentemente todos os seus discípulos mais imediatos eram letrados, o que por si só já os colocariam como fazendo parte dos 10% mais ricos de sua época. Quando os fariseus condenaram Cristo por estar em companhia de publicanos e pecadores, ele estava à mesa na casa de Zaqueu, chefe dos Auditores Fiscais de sua região. Zaqueu e seus amigos eram homens de posses e considerados “pecadores” e desprezados pelos fariseus por ganharem bom dinheiro tributando o restante da aristocracia judaica, herdeira das terras dominadas agora pelos romanos.
    Quanto à interpretação do “camelo passar pelo olho da agulha”, uma das explicações mais interessantes desta passagem aponta que o “olho da agulha” referia-se a uma entrada de baixa altura que existia na muralha de Jerusalém, e que os camelos das caravanas somente conseguiam passar por ela ao retirarem a carga que vinha sobre seu dorso e depois ajoelharem-se e arrastarem-se pela passagem, uma metáfora de que o rico (o camelo), somente conseguiria entrar no céu (a cidade santa, Jerusalém) caso estivesse disposto a desprender-se de seus bens (arriar a carga sobre seu dorso) e ser humilde (ajoelhar-se e arrastar-se pela passagem), um sacrifício que o jovem rico não estava disposto a fazer.
    Quanto ao cartoon, não creio que esta seja uma realidade nos USA e Canadá, onde membros muito mais ricos sejam liderados por membros mais pobres. No Brasil é uma realidade mais comum simplesmente pela própria preferência por uma liderança que seja mais estável financeiramente (tenha casa própria na região de sua Ala ou Estaca, tenha carro e gasolina para realizar bastante visitas, etc.) mas não é a regra. Em quase todas as alas que passei depois de minha Missão há mais de 20 anos, eu ganhava mais do que meu bispo, e em algumas estacas, mais do que meu presidente. Nunca fui chamado bispo ou presidente ou conselheiro de estaca, e não tenho o menor ressentimento por isto.
    A riqueza em si não é má. Um empresário rico que cria uma fábrica numa determinada região traz mais empregos e melhora o padrão de vida para centenas de famílias. Há ainda em muitas pessoas a visão de escassez, a de que se alguém é rico é porque ele explora vários outros pobres, uma visão que tem suas raízes históricas nos grandes conquistadores e posseiros (que tomavam a terra dos mais fracos) e dos primórdios do capitalismo, onde a força de trabalho era explorada ao seu máximo. Esta visão não mais se sustém, a riqueza americana (e também do Japão e dos países nórdicos) ensinou ao mundo (em especial aos países comunistas) que a prosperidade deriva muito mais da produtividade e criatividade do que da posse da propriedade, uma lição ainda não aprendida por aqueles que constantemente invocam um complexo de inferioridade ou de Asterix.
    A título de curiosidade, vários bilionários assumiram o compromisso de doarem pelo menos metade de suas fortunas à caridade, muitos deles são judeus, outros agnósticos, há na lista o bilionário mórmon pai do governador John Huntsman.
    http://pt.reingex.com/Giving-Pledge.shtml
    O que acham desta atitude?

    • O comentarista Marcelo, acima, disse que “Aparentemente todos os […] discípulos [ de Cristo ] mais imediatos eram letrados, o que por si só já os colocariam como fazendo parte dos 10% mais ricos de sua época.” Esta é uma informação tão descabida, que, provavelmente, deixaria os mais brilhantes estudiosos do N.T., pasmos. Só para citar um:

      “(…) se constata que os cristãos, especialmente nos primórdios do movimento, provinham em sua maioria das classes menos letradas e mais baixas. (…) em sua maioria, os cristãos eram provenientes das fileiras dos analfabetos.
      Isso é seguramente verdade para os cristãos da primeira hora, que teriam sido os apóstolos de Jesus. Nos relatos dos Evangelhos, descobrimos que a maioria dos discípulos de Jesus eram simples pessoas rústicas da Galileia — pescadores pouco instruídos, por exemplo. Dois deles, Pedro e João, são claramente chamados de “analfabetos” no livro dos Atos dos Apóstolos (4,13).” (Ehrman, Bart D. “O que Jesus disse? O que Jesus não disse?”. São Paulo: Prestigio, 2006. p. 50)

      Ou seja, o argumento do Marcelo não passa de pura especulação fantasiosa que não condiz com a realidade. Não sei como as pessoas não se assustam ao ouvir/ler que os discípulos integravam os “10% mais ricos de sua época”. Que disparate!

      É indiscutível e clara a preferencia, do Messias, pelos pobres. O Marcelo, em sua empreitada apologética, destaca, em especial, uma minoria “de seguidores [ de Cristo ] das mais altas classes sociais”: Joana, Mateus, Lucas, Zaqueu, etc. Isso é verdade. Porém, ele se esquece que, tal como observara Ehrman acima, estes não eram as pessoas “mais imediatas” e/ou mais proeminentes no seio do Messias, mas sim Seus apóstolos e seguidores que, inquestionavelmente, em sua esmagadora maioria, provinham das classes menos abastadas.

      O Marcelo, não satisfeito, faz uma ode apaixonada ao capitalismo: “A riqueza em si não é má”, “(…) não é o dinheiro que é a raiz de todos os males, mas sim “o amor ao dinheiro”, citando Paulo. Indiretamente, diz ainda que a acumulação de riquezas também não é má, contando a história do palestrante da “Marriot School” que se sentia incomodado com aqueles que “se acomodavam quando acumulavam para si um patrimônio de USD 1 milhão, insinuando que isto somente seria aceitável se tivesse chegado a USD 1 bilhão”. Será que é aceitável mesmo? O Marcelo não diz quais são as consequências de se acumular tanto dinheiro assim. Uma delas: Desigualdade Social. Há anos Marx sustentara que “a acumulação de riqueza num polo é, ao mesmo tempo, a acumulação de miséria, o suplício do trabalho, a escravidão, a ignorância, a brutalização e a degradação moral no polo oposto” (O Capital). A história comprova que Marx estava certo. Estudos recentes comprovam que “1% da humanidade controla 50% do PIB mundial” [1]. É a famosa concentração de riquezas nas mão de um punhado de capitalistas (oligopólios e monopólios). Portanto, essa estória de que o capitalismo beneficia à todos, inclusive os pobres, é uma mentira deslavada; não se sustenta com os fatos. A acumulação é uma lei tão cara aos capitalistas que se um dia alguns deles quisessem ir contra, seria inútil, pois, logo logo iriam à falência. A concorrência se incumbiria disso.

      Portanto, a igreja mórmon, como boa instituição capitalista que é, detentora de grande Capital, não foge disso. Ela também passa por todo esse processo complexo e degenerativo; gerando riquezas de um lado (para os profetas e apóstolos principalmente) e pobreza do outro (para os membros comuns e demais cidadãos da sociedade que por ventura estão ligados direta e/ou indiretamente às empresas multimilionárias da igreja), consequentemente. O problema, entretanto, é o mórmon aceitar tudo isso e, ao mesmo tempo, não aceitar que sua igreja está em apostasia.

      “ (…) E começou o povo a ser distinguido por classes, segundo suas riquezas (…). E assim surgiu uma grande desigualdade em toda a terra, de modo que a igreja começou a decair…” (3 Néfi 6:12-14)

      Referencia:
      [1] http://internacional.estadao.com.br/blogs/jamil-chade/1-da-humanidade-controla-50-do-pib-mundial/

Deixe um comentário abaixo:

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.