O Apóstolo Dallin Oaks, em sua mensagem de Natal para ex-alunos da Faculdade de Administração da Universidade de Brigham Young, teceu interessantes comentários sobre a missão e os ensinamentos de Jesus.
Considerando a época natalina, Oaks pondera se não existe uma preocupação exagerada na mente das pessoas sobre justiça social, acesso à educação ou carreiras profissionais, liberdades pessoais e saúde ou cuidados médicos que estaria roubando o foco dos membros da Igreja das verdadeiras mensagens de Jesus Cristo.Em primeiro lugar, a mensagem de Jesus não era, e nem deve ser, lutar contra injustiças sociais, contra guerras, governos autoritários, ou mesmo mortalidade infantil.
“O Natal é um momento para celebrar o nascimento do Filho de Deus e também para lembrar os Seus ensinamentos … O que Jesus ensinou às pessoas do Seu tempo? E o que Ele não ensinou? Reflita sobre esse contraste. O que Jesus ensinou às pessoas do seu tempo? As pessoas que Ele ensinou viviam escravidão à Roma. No entanto, Ele não ensinou-lhes as artes militares ou atividades que poderiam usar para libertar-se do jugo de Roma. Ele nem sequer ensinou-lhes os princípios de governo civil … A mortalidade infantil era alta na sociedade em que Ele viveu e a expectativa de vida era baixa por causa de uma infinidade de doenças. Será que Ele ensinou-lhes princípios de saúde? Havia muita fome naquele tempo. Será que Ele ensinou-lhes maneiras de melhorar a agricultura ou a nutrição?”
Em segundo lugar, a mensagem de Jesus era em si discriminatória e xenofóbica.
“O mundo inteiro precisava Sua mensagem, mas Ele disse que só fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel.“
Em terceiro lugar, a mensagem de Jesus era individualista, e cada um cuida do seu.
“Talvez possamos entender em uma pequena medida a importância dessas coisas que Jesus ensinou, comparando-as com as coisas que Ele não ensinou. Pense em quão importante seria para Ele ter abordado as questões sociais de Sua época, como as questões de liberdade e de saúde e de governo. Nós não temos nenhum registro de que Ele abordou qualquer um desses assuntos. Isso não era Sua missão. Em vez disso, Ele ensinou às pessoas como aperfeiçoar suas vidas pessoais. “Sede vós pois perfeitos”, Ele ensinou, “como o vosso Pai que está nos céus é perfeito”.“
Em quarto lugar, educação ou carreiras nunca foram ou deveriam ser prioridade para Jesus, mas Sua igreja, sim!
“Nesta vida temos de escolher entre o caminho de Jesus e maneira do mundo. Claro que sabemos que temos de cumprir as exigências do mundo de muitas maneiras, incluindo a necessidade de ganhar o nosso pão de cada dia e correr atrás de uma educação e outras atividades que irá permitir-nos fazê-lo. Mas nós nunca devemos negligenciar nossa prioridade absoluta sobre as coisas da eternidade – o pão da vida – que o Salvador e Sua Igreja nos fornecem. Não podemos esquecer a nossa adoração e testemunho do Salvador de toda a humanidade.”
E, finalmente, Jesus não queria fundar uma igreja para ajudar as pessoas, mas para que as pessoas servissem a Sua igreja. As bençãos, a ajuda, só virão depois da morte.
“Nós às vezes lemos sobre pessoas que pediram para ter seus nomes removidos dos registros da Igreja. Alguns dizem que a Igreja não está suprindo suas necessidades, não os ajuda com seus problemas ou necessidades diárias. Isso faz com que eu pense sobre os ensinamentos registrados no sexto capítulo do livro de João. Nós lá lemos de Jesus expandindo cinco pães e dois peixes para alimentar uma multidão de cerca de 5.000 … Aqueles que deixaram Jesus não estavam dispostos a partilhar do pão e da água espirituais que Ele lhes deu. Da mesma forma, existem aqueles que deixam a Igreja de Jesus Cristo, porque esta Igreja, como os ensinamentos de Jesus, se concentram no que vai dar a vida eterna em vez do que irá suprir as suas necessidades e desejos hoje.“
Você concorda com o Apóstolo Oaks? Preocupações com justiça social, educação, liberdades pessoais e saúde estariam roubando o foco dos membros da Igreja das verdadeiras mensagens de Jesus? Seria a mensagem central dos ensinamentos de Jesus individualista ou comunitário?
Achei muito bom o discurso dele. Nos alerta para o mais importante. Hoje em dia queremos fazer tudo e não tiramos um tempo para estarmos com Deus. Não que as outras coisas não são importantes, mas que muitas vezes deixamos em segundo plano o que mais importa.
Agora faz sentido, é nisso que a Igreja acredita sobre Jesus e ela própria.
Está explicado e nós aqui perdendo tempo com preocupações sobre essas coisas que “Jesus não ensinou” e ‘criticando’ as ações administrativas da igreja.
Hummm… o que ele ensinou sobre acumulo de capital e conglomerados comerciais? E sobre capitalismo ‘selvagem’ ou socialismo?
Vejo que o problema somos nós mesmos, que ficamos interpretando coisas que realmente ‘Ele’ não escreveu (eu sei, outros relataram/ escreveram o que Ele teria dito).
Não sei, talvez os problemas fossem grandes demais para serem todos abordados em três anos, e talvez Ele apenas estivesse focado na missão que outros não poderiam fazer por Ele, qual seria dar oportunidade para outros (nesse caso mortais) resolverem: refiro-me à Expiação. Talvez Ele soubesse que através dela poderíamos ter esperança e justiça social não fosse apenas uma coisa vã, pois haveria salvação eterna disponível à humanidade… sei lá, acho que me empolguei no meu imaginário aqui.
E em tempo, se percebe que um dos argumentos dele seria que não vale apena a Igreja gastar seu tempo e ‘recursos’ com esse tipo de coisa visto que as pessoas irão se afastar do mesmo modo. Isso parece meio protecionista (de fundos) ao meu ver. Até porque, outras organizações e pessoas podem ajudar com isso (quem já trabalhou com ANRs sabe do que falo).
É meio um desabafo dele, mas no fundo é estranho vindo de alguém em sua posição e dado ao público presente (prováveis proeminentes SUDs).
Perfeito seu comentario Gerson!
Detalhe: se a Igreja não deve estar preocupada com assuntos temporais, então ela não deveria pedir contribuições em dinheiro nas ofertas de jejum. Agora fico até desconfiado: onde eles estão aplicando todo esse dinheiro já que suprir os necessitados não é certo?