Uma seção de Doutrina e Convênios desaparece subitamente, sem quaisquer explicações, e a maioria dos membros da Igreja SUD desconhece de onde veio a seção, nem sabe por que ela foi removida das escrituras.
A primeira edição das revelações ditadas por Joseph Smith foi publicada em 1833 sob o título ‘Livro de Mandamentos’. A segunda edição, em 1835, teve o título alterado para ‘Doutrina e Convênios’, e o título permaneceu por edições subsquentes.

Edição “quádrupla” da Igreja SUD com todos livros canônicos, incluindo a Doutrina & Convênios, junto a Bíblia, o Livro de Mórmon, e a Pérola de Grande Valor
A primeira edição de 1835 de Doutrina e Convênios foi aprovada por Joseph Smith e pela Primeira Presidência, e oficialmente canonizada por voto de apoio da Igreja em assembleia em 17 de agosto de 1835. Não obstante, a seção 101 incluída nessa edição, havendo permanecido por décadas e através de edições diferentes, simplesmente foi removida na edição de 1876, sem explicações.
Eis o texto da seção 101 (das edições de Doutrina e Convênios entre 1835 e 1876) na íntegra, pela primeira vez em português:
CASAMENTO
1. De acordo com o costume de todas as nações civilizadas, o casamento é regulado por leis e cerimônias; por isso acreditamos que todos os casamentos nesta igreja de Cristo dos Santos dos Últimos Dias devem ser celebrados em reunião pública, ou festa, preparada para a ocasião: e que a cerimônia deve ser realizada por um sumo sacerdote presidente, um sumo sacerdote, um bispo, um élder, ou um sacerdote, nunca proibindo as pessoas que desejam se casar de serem casadas por outra autoridade. Acreditamos que não é correto proibir os membros desta igreja de se casar fora da igreja, se é a sua determinação fazê-lo, mas essas pessoas serão consideradas fracas na fé de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
2. O casamento deve ser celebrado com oração e ação de graças; e na cerimônia, a pessoa oficiante se dirigirá às pessoas que se casam, estas em pé juntos, o homem à direita e a mulher à esquerda, como ele estiver sendo guiado pelo Espírito Santo; e se não houver objeções legais, ele deverá dizer, chamando cada um pelo seu nome: “Vocês dois mutuamente concordam em ser companheiros mútuos, marido e esposa, observando os direitos legais pertencentes a esta condição; ou seja, guardando-se totalmente um para o outro, e de todos os outros, durante as suas vidas.” E quando eles responderem “Sim”, ele deve pronunciá-los “marido e mulher” em nome do Senhor Jesus Cristo, e em virtude das leis do país e da autoridade investida nele: “que Deus adicione suas bênçãos e mantenha-nos a cumprir seus convênios, desde agora e para sempre. Amém.”
3. O secretário de cada igreja deverá manter um registro de todos os casamentos celebrados em seu ramo.
4. Todos os contratos legais de casamento feitos antes que uma pessoa seja batizada nesta igreja deverão ser considerados sagrados e cumpridos. Na medida em que esta igreja de Cristo tem sido difamada com o crime de fornicação e poligamia: Nós declaramos que acreditamos que um homem deve ter uma esposa; e uma mulher apenas um marido, salvo em caso de morte, quando qualquer um é livre para se casar novamente. Não é certo persuadir uma mulher a ser batizada contra a vontade de seu marido, nem é lícito influenciá-la a deixar o seu marido. Todas as crianças são obrigadas por lei a obedecer a seus pais; e influenciá-los a abraçar qualquer fé religiosa, ou serem batizados, ou a deixar seus pais sem o seu consentimento, é ilegal e injusto. Nós acreditamos que todas as pessoas que exercem controle sobre seus semelhantes, e impedem-nos de abraçar a verdade, terão que responder por esse pecado.
O contexto histórico da sua edição e inclusão em 1835 e sua excisão em 1876 discutiremos amanhã. [Clique aqui]
Na minha percepeção eu vi isso mais como se fosse um parte de um manual de instrução do que uma revelação. acho que isso provavelmente deve ter sido levado em conta para a exclusão.
Pensei o mesmo, e está diferente do Manual (Vol 1) atual, mas já foi muito mais diferente nas outras versões deste mesmo Manual, que inclusive ditava proibições esdruxulas nos cerimoniais de casamento. Inclusive, hoje, apenas o bispo de um dos noivos ou o presidente da estaca podem celebrar casamentos, mesmo que sem efeito civil.
Estúpido mesmo é, mesmo que isto não esteja explícito na nova versão deste Manual, noivos serem proibidos de entrarem no Templo e serem selados se passados alguns poucos dias depois da celebração Civil do casamento, mesmo que estejam em posse de uma recomendação válida pré-recebida pouco tempo antes.
Eu penso em quantos processos por danos morais, injúria e difamação algumas Igrejas e ramos não deveriam responder se não fossem protegidos por direitos de liberdade religiosa. Lembrando que no próprio Livro de Mórmon se faz menção a crimes que a Igreja não poderia julgar ou que a Lei não caberia julgar (lembrando Alma, o Juiz Supremo). Porque tem alguns ‘líderes’ que fazem cada palhaçada e causam cada prejuízo emocional na vida de alguns cristão, que não está no Guines não sei porquê!
Isso põe em dúvida a credibilidade do Livro DOUTRINAS & CONVÊNIOS para muitos membros da igreja SUD, uma vez que a seção 101 foi excluída do próprio Livro. No livro que eu tenho, de Doutrinas & Convênios, consta a Seção 101, mas trata das perseguições e expulsão dos Santos (membros) que residiam no Estado de Missoure, em 16 de zembro de 1833. E agora, onde está a verdade? Quem está certo? Se até agora não houve uma explicação plausível? Fica aqui a pergunta.
Antonio,
Repito suas palavras sobre a credibilidade da ABEM e desta publicação:
” E agora, onde está a verdade? Quem está certo? Se até agora não houve uma explicação plausível? Fica aqui a pergunta.”
Pergunta respondida, Jean.