O Drama dos Walking Missionaries: Como Sobreviver a Um Apocalipse Missão?
Não é de hoje que tenho notado a falta de cuidado direto e pessoal que temos com os nossos missionários (e alguns membros com cargas ministeriais pesadas também). Nem tanto em âmbito local, embora parte do problema esteja ali, mas de modo institucionalizado. Em outras palavras, de cima para baixo.

Faz “parecer” que contenção de custos é mais importante do que a pessoa que te ajuda a ter dinheiro para custear a obra: os missionários de tempo integral.
Esse tema me veio à mente ao ler uma matéria onde um psicólogo lista 10 erros comuns que podem arruinar uma missão, ou mesmo a vida pós-missão, de um(a) jovem missionário(a). O Dr. Gary Taylor, que passou 40 anos na prática como psicólogo, e recentemente serviu em duas missões SUD (como um conselheiro de saúde), diz que todos os missionários respondem de forma diferente aos que ele chama de três “R”, que são: Rotina, Rejeição, e Restrição.
Em parte da reportagem, o Dr. Taylor diz “que os futuros missionários precisam se preparar não só física e espiritualmente, mas [também] mentalmente”.
Dr. Taylor, em suas duas missões (possivelmente remuneradas), teria aproximadamente 8000 missionários sob custódia, dentre os quais aproximadamente 10% precisou de algum tipo de ajuda. Já é um número expressivo, mas penso na quantidade daqueles que não pediram ou não foram encaminhados aos seus serviços. Destes, segundo relato do psicólogo, 90% conseguiram retomar o serviço missionário, mas 10% não teve outra solução senão retornar para casa.
Listo abaixo esses 10 erros (todos relacionados ao indivíduo em si) citados pelo psicólogo, e a seguir teço alguns comentários sobre eles. Em seguida ainda, listarei mais alguns tópicos e conselhos àqueles que pretendem servir ao Senhor como missionários de tempo integral pela Igreja SUD.
- Ter expectativas irrealistas. Achar que missão e missionários são celestiais, por exemplo, e que haverá amor genuíno por você.
- Preocupar-se com coisas que você não pode controlar. Típico de individualista ou ‘sabe tudo’, e querer que tudo aconteça como seu ‘ideal de mundo’.
- Ter atitudes como pensar ou falar em termos absolutos, como “eu tenho que” ou “eu preciso”. Como se tudo dependesse apenas de você e não do arbítrio dos demais.
- Concentrar-se no aspecto negativo com frequência, ao invés do positivo. Negativistas por natureza não se dão bem no campo missionário.
- Deixar de ver o quadro por completo. (D&C 58:3; 121:7-8).
- Exageros com as coisas boas, como sendo um pouco de um perfeccionista [em tudo]. Lembro de um missionário me falar um pouco antes de partir: “Não seja duro consigo mesmo ou muito sério, divirta-se um pouco, pois vais ter muitas horas para ficar sério ou triste sem escolha”.
- Casos que não sigam os princípios do sacerdócio, que envolvem a caridade, a paciência, e longanimidade, em oposição à manipulação forçada. Seja autêntico, ou seja, aprenda a amar de verdade as pessoas, e não apenas ter interesses com elas (como só batizar, por exemplo). Isso, inclusive, tornará você um bom ouvinte e o fará aprender muito mais do que com livros.
- Deixar a raiva e medo ficar fora de controle. Se estiver com medo ou raiva de algo, fale. Não tente ser o ‘Superman‘, você não é nem de longe tão perfeito e imbatível assim. Tente negociar seus problemas com quem estiver por perto (evite líderes, eles dão respostas engessadas e vazias, de pouca caridade).
- Demorar para perdoar. Oh, por favor, controle seu juízo Fariseu de ser! Analise tudo, mas retenha apenas o que é bom. Não se deixe ficar ofendido por mais que alguns segundos, sorria e vá em frente.
- Não buscar auto-disciplina. Esse é um hábito que pode determinar futuros. Aprenda a seguir cronogramas e horários antes mesmo de partir. Acostume-se para não ficar tão desconfortável com o ambiente inóspito de algumas regras rígidas do campo missionário SUD.
Recomendo ler a matéria na íntegra e ver que algumas ações, quando existem, são iniciativas de algumas unidades, não uma política da LDS.COM. Inclusive, fundos não são destinados para esse propósito. Esse não é o foco da matéria, mas já é um bom começo.
Leaks de (uns poucos de muitos) Casos Estúpidos sobre Falta de Cuidado com Missionários:
- Uma missionária recontou que ao relatar problemas que vinha tendo com a fé e assuntos similares ao seu Presidente de Missão, a primeira coisa que ele teria falado, em tom ríspido, é de “quando ela teria quebrado a lei da castidade? Porque, segundo ele (através do relato dela), “tais sentimentos só ocorriam quando alguém cometia tal pecado”.
- Aqui, na área de minha missão, qualquer problema médico, ao ser relatado à esposa do Presidente da Missão (parece que esse é o serviço que as esposas deles prestam já há algum tempo) é resolvido com uma receita simples e miraculosa: “Chupa limão, não toma leite”! E pronto, nem aspirina. Ah, e se comprar algum remédio assim, ou ir ao médico sem que tenha recebido permissão, você e seus pais que pagam a conta (a missão vai pedir reembolso para sua família, caso pague).
- Um caso nem tão antigo ocorreu aqui na minha Ala, quando uma família recém-conversa na Igreja levou um missionário ao hospital numa emergência e foi prontamente repreendida, posteriormente pelo Presidente de Missão, por fazê-lo; Mesmo que isso não tenha custado nada à Igreja. Não obstante, o marido nessa família acabou se batizando alguns meses depois, mas até hoje é desconfiado de líderes locais ou demais, simplesmente por ter vivenciado como “cuidam bem” dos próprios missionários.
Meus 4 Conselhos (caso você decida ou deseje ir). Decida assim agir antes de partir.
Independente de você morrer mórmon ou não:
- Você não vai por causa do profeta, seu testemunho, seus pais ou algum líder que o cativou; você deve ir para servir e conhecer Jesus Cristo, e nenhum outro. Se não for esse o caso, recomendo fortemente que não vá e assim não vai perder dois anos de sua vida fazendo algo que no final vai ser inútil para você.
- Tenha cuidado com sua saúde e integridade física (inclusive segurança), pois ninguém vai cuidar de você. E pode ocorrer como o triste caso de um rapaz do meu grupo que sofreu um acidente de carro fatal e teve seu corpo enviado para os pais não-membros sem qualquer comitiva da missão para prestar solidariedade (foi só o caixão e pronto, tal a frieza americana com o caso).
Caso você deseje permanecer mórmon e em paz pelo restante dos teus dias:
- Seu futuro cônjuge não está durante e no local de seu serviço! Não se surpreenda por receber flertes diretos mesmo que isso não tenha sido recorrente durante sua vida ‘normal’ antes, pois é muito comum; e se você for do tipo carente (a grande maioria dos latinos), vai se deixar levar, e aí acabou o foco (podendo culminar em algo pior, ao menos pelo ponto de vista da Igreja).
Uma dica parecida vale no quesito promessas de emprego. Se você mal terminou os estudos, não tem nenhuma profissão rentável ou boa formação, corra longe desse tipo de oferta, por mais “bem de vida” que pareça ser o proponente.
- Faça de tudo para não desistir por qualquer coisa e voltar antes dos 24 ou 18 meses. Não importa o que realmente tenha acontecido, vai ficar marcado na sua congregação por toda a vida; e a pior parte, vais ficar com esse ‘peso’ na consciência te atrapalhando a vida (é passível de cura, assim como a crendice ou farisaísmo que se tem logo ao voltar, mas denota um preço que poderia ser evitado).
*PS.: Eu fui.
Nesses e outros casos, as pessoas o veem como missionário, quase perfeito para elas, mas no convívio do dia-a-dia, vão enjoar de você e deixar isso bem claro. Não se iluda.
Embora nada o proíba de encontrar alguém especial ou mesmo vir a morar e se dar bem num lugar onde tenha servido, isso não é comum e é o tipo de decisão para ser tomada com os pés no chão, algum tempo depois de já estar em casa e ter “se resolvido” como pessoa.
E, ao regressar…
Apenas você e Deus sabem a hora certa e com quem casar. Esqueça e ignore qualquer conselho ou tentativa de terceiros em te convencer do contrário.
Mais uma vez, a Igreja não irá cuidar de você. Nenhum deles vai pagar tuas contas ou te ajudar quando surgirem problemas entre você e seu cônjuge. Na realidade, vai ser pior, vão jogar na tua cara que você só tem problemas porque é ‘indigno’ de alguma forma, quando na realidade você não estava pronto o suficiente para um compromisso tão sério e nem tinha certeza sobre a pessoa que poderia ter ao seu lado.
Vá conquistar seu mundo, ler todos os livros que não leu, aprender línguas, ou música, ou algo que te preencha de significado e valor pessoal. Não fique acomodado no seu canto e nem saia a combate para resolver os problemas de tua unidade (o equilíbrio é o ponto mais sábio). Apenas sirva (as pessoas, não líderes ou organizações), afinal, isso você vai aprender muito bem. E para servir não se precisa de sacerdócio ou chamado, basta saber como levar o amor de Cristo ao coração das pessoas.
Conclusão
No final, não se iluda. A “empresa” que administra a Igreja, não irá cuidar ou se preocupar com você. No máximo, terá atitudes deles do tipo “sentimos muito” ou “iremos orar por você”.
Se você quer ser um mórmon por muito tempo, ou por toda vida, aceite isso, e viva o Evangelho de Cristo (não as regras da administradora) plenamente. Claro, por conta disso você poderá ter muitos problemas, talvez não consiga aquele emprego sonhado no SEI, ou aquele chamado (estressante e não pago no bispado ou estaca) tentando uma carreira como funcionário ou Setenta da igreja.
Sei que você pode discordar de algumas coisas que escrevi, por isso aguardo sua opinião nos comentários.
Caso eu tenha esquecido de algo, comente também.
Então, a Igreja cuida bem de seus missionários (que a ajudam a se sustentar)?
Gostaria de ler que fatos e argumentos você tem a respeito, tanto para “sim”, como para “não”.
Sempre tive a meta de servir uma missão de tempo integral. Me preparei toda a adolescência para este momento e se eu pudesse resumir como foi esta experiência em uma frase diria: “Foi extremamente difícil, mas uma bênção em minha vida!”
Servi na Missão Brasil João Pessoa de 2006-2008 e tive minha fé e paciência testadas desde a última semana antes de entrar no CTM ao ouvir o meu bispo dizer a mim numa entrevista: “Você é muito orgulhoso. Vou orar pra você ser mais humilde”. Tudo isto apenas porque não o convidaram para discursar na minha festa de despedida e sim meu bispo anterior.
Divido a missão em duas categorias: a Eclesiástica, voltado para o espiritual e a Administrativa, relacionada a metas.
Pregar o Evangelho e encontrar pessoas com diferentes personalidades e culturas nunca foram desafios. Amava falar do Evangelho Restaurado e ajudar as pessoas com seus desafios em se prepararem para o batismo e a como se adptar a sua vida cristã SUD, e diga se de passagem, é uma missão para a vida inteira.
Meus maiores desafios, medos, angústias, dores e sofrimentos vieram ao ter que me submeter a área administrativa. Servi numa missão, de onde vinham 1 por cento de todos os batismos do mundo. Então era de se esperar pressão de todas as maneiras para alcançar resultados. Para ilustrar, um mês antes de chegar no campo a meta era 600 batismos e alcançaram 605. Imagine como? A base de muita apostasia. Foram confirmados aproximadamente 300 pessoas.
Não há amor, respeito, consideração, paciência com o erro alheio, enfim, atributos cristãos, na área administrativa.
A grosseria, as ofensas, a vaidade, o orgulho, a imposição de poder dos líderes, a guerra entre a missão e a Igreja local, as brigas, a hipocrisia foram momentos que testaram a minha fé, minha força psicológica e mental a cada minuto.
Desejava todos os dias vir embora e de não ter conhecido os bastidores da missão. Apenas ficar na platéia sonhando em como a missão é celestial. Aliás este era o slogan “A Missão Celestial” e se aquilo era celestial preferiria ir pra outro Reino.
As maiores oposições, desafios e atitudes assustadoras vieram de dentro da Igreja (Missão) e não de fora: “O Mundo”. Eu tinha muito medo de ser mandado embora “sem honra” (como se um certificado fosse determinar sua dignidade) e status é uma preocupação constante que uma hora ou outra aterrorizava a todos. Por medo de não poder questionar os líderes me submeti aos piores momentos da minha vida: ouvir gritos de reprovação e ameaças da liderança e companheiros. E eu de cabeça baixa aceitava tudo, pois eu via como eram tratados aqueles que abriam a boca ou seja eram “rebeldes”. Estes eram humilhados das maneiras mais marcantes possíveis.
Para finalizar, conclui o meu período de missão. Por sorte não ficaram “sequelas”. Digo a todos os jovens que querem servir uma missão: vá apenas se for o seu desejo, pois será uma experiência extremamente difícil, pois a oposição vem de dentro. Não tenha muitas expectativas com líderes e companheiros. Eles tem metas. São tantas, que raramente sobrará tempo para amar o próximo. Confie em Jesus Cristo e será feliz em sua missão.
Encerro com uma frase irônica de um ex-presidente de missão que tive e exemplifica muito bem o que é a missão: “Missionário tem que gostar de batizar. Aquele que não gostar, a gente faz gostar”.
Infelizmente temos que conviver com tudo isso. E a decisão é mesmo essa: Continuar ou sair? Precisamos ter muita fé pois mesmo crendo ser a igreja verdadeira, ha muitas falhas na administraçao dela. Cristiano. Voce foi Elder o que? Eu sou o Ramires e servimos no mesmo período ate 2007. Me mande um email: thiagospencer@hotmail.com e vamos conversar. Concondo em número genero e grau com voce.
Obrigado por compartilhar sua experiencia. Na minha missao eu tambem encontrei muito disso e ironicamente minhas melhores experiencias espirituais aconteceram justamente quando eu nao seguia as regras da missao. Hoje com mais experiencia e conhecimento das escrituras eu vejo que na verdade o Espirito do Senhor nao pode ser limitado a regras, horarios e restricoes, nas escrituras temos muitos exemplos de servico missionario onde os servos do Senhor seguiam o Espirito Santo e nada mais, nao e atoa que a igreja atua incorporada como e nao tem poder de realizar milagres, nao vemos revelacoes, lideres nao recebem visoes ou mesmo profetizam, tudo que fazem nas conferencias e repetir o que os outros falaram, veja o constraste com a epoca da restauracao quando a igreja nao era uma corporacao, Joseph Smith e outros recebiam revelacoes frequentemente, experiencias espirituais eram abundantes, veja no Livro de Mormon os exemplos como no caso de Amon e Alma ou Nefi e Lehi que mesmo numa epoca iniqua com os ladroes de Gadianton recebiam muitas revelacoes diariamente.
23 E no septuagésimo nono ano começaram a surgir muitas contendas. Aconteceu, porém, que Néfi, Leí e muitos de seus irmãos que conheciam os verdadeiros pontos da doutrina, recebendo diariamente muitas revelações, pregaram ao povo, de modo que puseram fim às suas contendas nesse mesmo ano.(Helama 11:23) Note que nao so Nefi e Lei recebiam revelacoes mas muitos de seus irmaos tambem recebiam e muitas revelacoes diariamente.
Isso me soa muito familiar. Nunca me esqueço de como uma vez meu companheiro e eu fomos humilhados pelo assistente do presidente, que jogou na nossas costas a culpa do não crescimento da igreja , uma vez que eramos LZs e não estavamos tendo sucesso naquela area .
Você falou de metas e em pregar meu evangelho diz que as metas refletem o desejo de nosso coração … acho que esse é o problema , a igreja foca tanto em numeros que esquecem de usar o poder do espírito santo, ou seja não estamos fazendo a vontade de Deus mas sim o que é de nossa própria vontade. Não me surpreende que a maioria das pessoas que se batizam se inativem , no final das contas elas são só mais um numero pra contabilizar nos registros da igreja . Hoje eu me arrependo de ter batizado algumas pessoas só baseado em cumprir as metas , muitos dos quais ja nem tenho mais contato e só se batizaram por causa de nós , pois gostavam da nossa companhia e tal, mas nunca souberam realmente do que se tratava a i greja porque somos proibidos de falar das ordenanças e da doutrina como se fosse um segredo , com a mesma desculpa de que é doutrina profunda (o que eu não comcordo , pra mim doutrina é doutrina e ponto. Toda religião tem sua doutrina e seus membros a vivem sem medo , porque temos que esconder a nossa ? ) .
Porém fora todos os problemas eu não me arrependo de ter ido a missão e amo essa época da minha vida com todo o meu coração. Sei que o Senhor não tem culpa da igreja “corrompida” que se encontra hoje na terra, ele mesmo ja sabia que isso aconteceria nos ultimos dias ,e a nós só nos resta seguir os seus ensinamentos e tudo ira bem !!!
Perdi as contas de quantos desses ‘enjoados’ eu ‘mandei pastar’. Lógico, por conta disso nunca fui cotado para líder, coisa que muito me agradou, pois assim eu era livre para cuidar de minha área de das pessoas que me confiaram a (e confiavam em) mim.
Como era gratificante ouvir das pessoas um “obrigado, há muito tempo eu orava por alguma visita, mas há meses nenhum membro ou missionário vinha aqui” quando você deixava de lado os números e seguia aquela ‘voz manda e delicada’ que te inspirava a procurar onde você nem tinha pensado em ir.
Terminei meus últimos 4 meses como LD de um cara muito GH, que gostava de batizar moças com um tal ‘flirt to convert’ (flertar para converter, numa tradução livre).
Hoje eu me arrependo de não ter dado um murro na cara dele ou pelo menos ter falado algumas verdades haha
Eu era considerado rebelde:
*por achar que pessoas não são números.
*por discordar que as metas dos lzs “eram quase mandamentos” (sério ouvi isso)
*por ensinar pelo espírito e não paletras decoradas. (Nossa! E hoje isso é regra)
*por achar que beber coca-cola não é pecado!
Falando a verdade, minha missão teve mais coisa ruim que boa! Batizei pouco de propósito, pq tinha gente que não queria ser batizada de verdade, e eram pressionadas, um companheiro quis me bater pq eu dizia pros pesquisadores que a decisão de se batizar era deles!
Passei fome, frio, andei com o mesmo sapato por meses, nao podia lavar pq nao dava tempo de secar, e a missão nao ajudava nem quando pedia por ajuda, liguei pra minha mãe e pedi dinheiro pra comprar sapatos.(grande coisa, eu era considerado rebelde porque ligava pra meus pais)
O que deixa chateado, mesmo, é a Igreja (administradora da, como passarei a chamar de agora em diante por muito tempo), é essa sovinice com relação à integridade física e mental de seus jovens soldados, como se fosse a igreja mais paupérrima da terra.
Gerson, me identifiquei com várias situações e relatos de ex-missionários. Com relação a “sovinice” da igreja, sou obrigado a fazer uma ressalva. Fui secretario financeiro da missão que servi (Fortaleza) e a igreja tem recursos disponibilizados em um fundo para ajudar os missionários com problemas financeiros (roupas, óculos, sapatos, etc), e normalmente usávamos esse recurso “sem dó”.
Alem disso havia um plano médico para qualquer missionário com cobertura nacional para consultas e exames de imagem em hospitais particulares e de referencia. As vezes que precisei de cuidado médico sempre fui prontamente atendido (2 vezes) inclusive com reembolso de todos os medicamentos e deslocamento que fiz de táxi.
Com relação a mesadas, os LZ e LD sempre tinham um adicional para cobrir os deslocamentos para reuniões e entrevistas e as sisteres tinham um adicional para os cuidados pessoais. Quando abriam áreas novas, também tinham adicional para almoço, pela ausência de membros.
A igreja não é sovina e nunca será, pois são atitudes pontuais dos presidentes de missão que não sabem utilizar esses recursos ou querem ensinar os missionários através do sofrimento…
Gerson, concordo se são soldados deveriam ser mais bem cuidados, missionário come mal, dorme mal, se veste mal e na minha missão, muitos não tinha os cuidados necessários, e vários quase voltaram pra casa sem dedo pois o presidente não autorizava eles irem em um podólogo, as casas eram imundas, sem cuidado algum e a sister nunca visitava as casas, e até ela comentava que achava muitos vermes nas casas, missionários não tem dinheiro pra quase nada, a igreja não se preocupa com nenhum deles, deixa eles viverem como bichos na selva e a mesada nunca dá pra algo a mais.