“A doutrina de uma Mãe Celestial é uma crença estimada e distintiva entre Santos dos Últimos Dias”, afirma o ensaio publicado na última sexta-feira no site oficial d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O texto é parte de uma série de ensaios histórico-apologéticos publicados desde novembro de 2013 e que na semana passada receberam finalmente um endosso explícito por parte da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze.
Origem em Joseph Smith
O novo ensaio afirma que, ainda que não haja “registro de uma revelação formal a Joseph Smith sobre esta doutrina, algumas mulheres Santos dos Últimos Dias pioneiras relembraram que ele pessoalmente as ensinou sobre uma Mãe Celestial”. Embora não existam motivos para desabonar tais testemunhos, o fato é que há pouca evidência para afirmar categoricamente que Joseph Smith tenha sido o primeiro a elaborar sobre a Mãe celestial. O livro Women of Mormondom, de 1877, por exemplo, diz que foi Eliza R. Snow o “oráculo” a dar tal revelação.
“As primeiras referências publicadas” – continua o ensaio – “apareceram pouco depois da morte de Joseph Smith em 1844, em documentos escritos por seus associados próximos. A mais notável expressão da ideia é encontrada em um poema de Eliza R. Snow, intitulado “My Father in Heaven” e hoje conhecido como o hino ‘Ó Meu Pai‘”.
Veja outros destaques do ensaio.
Igualdade entre o Pai e a Mãe
Líderes posteriores da Igreja têm afirmado a existência de uma Mãe Celestial. Em 1909, a Primeira Presidência ensinou que “todos os homens e mulheres são à semelhança do Pai e Mãe Universais, e são literalmente filhos e filhas da Deidade. Susa Young Gates, uma líder proeminente na Igreja, escreveu em 1920 que as visões e ensinamentos de Joseph Smith revelaram a verdade de que “a divina Mãe, [está] lado a lado com o divino Pai”.
Não orar à Mãe
Santos dos Últimos Dias direcionam sua adoração ao Pai Celestial, em nome de Cristo, e não oram à Mãe Celestial. Nisto, seguem o padrão estabelecido por Jesus Cristo, que ensinou Seus discípulos a “sempre orar ao Pai em meu nome”.
Conhecimento limitado e referência ao casamento heterossexual?
Como em relação a muitas outras verdades do evangelho, nosso conecimento atual sobre uma Mãe Celestial é limitado. No entanto, foi-nos dado conhecimento suficiente para apreciar a sacralidade dessa doutrina e compreender o padrão divino estabelecido para nós como filhos de pais celestiais.
Polêmicas de fora
O ensaio publicado no site oficial SUD é breve e evita algumas questões históricas que poderiam ser desconfortáveis ou consideradas polêmicas para mórmons contemporâneos. Por exemplo,
- durante o período em que ensinamentos sobre a pluralidade de esposas (poligamia) eram uma doutrina essencial do mormonismo, ensinava-se que o próprio Deus vivia o casamento celestial plural, levando a intricadas questões sobre se todos nesta terra teriam a mesma Mãe. John Taylor falou sobre diversas “rainhas do céu”;
- em conformidade com os ensinamentos de Brigham Young, o Pai e a Mãe vieram à terra e assumiram os papéis de Adão e Eva. Eva, portanto, seria espiritualmente “a mãe de todos os viventes”, a própria Mãe Celestial;
- sendo Jesus o filho literal do Pai, sua mãe terrena, Maria, era também sua Mãe Celestial e, portanto, esposa (plural) de Deus.
Na espera da tradução
Ainda sem tradução para o português, o ensaio sobre a Mãe Celestial pode ser encontrado aqui. No mesmo dia em que publicou o ensaio “Mãe Celestial”, a Igreja SUD também lançou “Ensinamentos de Joseph Smith sobre Sacerdócio, Templo e Mulheres“. Os dois ensaios encerram a série iniciada em 2013.
Saiba mais
Não é algo de se impressionar sobre esta doutrina de existir uma Mãe Celestial.
Na última conferência geral da Igreja, o próprio Elder Holland saudou as mães e citou a Mãe Celestial.
Como dito já acima, vemos assim o papel divino entre o pai e mãe, e então nos céus deve ser desta mesma forma e não diferente.
Desde o princípio, o padrão está estabelecido, casamento entre homem e mulher, qualquer um advogue contra esse padrão estará contrariando o padrão estabelecido pelo próprio Deus.