O estabelecimento do Reino de Deus nos últimos dias é um dos temas que norteava as ações de Joseph Smith e os primeiros conversos mórmons na sua busca por Sião. Muitos mórmons modernos e estudiosos iniciantes do mormonismo ficarão surpresos, porém, ao saber que a Igreja estabelecida em 1830 não era vista por Joseph Smith como o Reino de Deus na terra. Quase quatorze anos após a fundação da Igreja de Cristo em Palmyra, Joseph Smith falava sobre o estabelecimento de um alicerce desse reino em tempo futuro:
Acredito ser um dos agentes no estabelecimento do reino visto por Daniel, através da palavra do Senhor, e é minha intenção estabelecer um alicerce que revolucionará o mundo inteiro. (Joseph Smith, maio de 1844, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p.357)
A organização de um conselho com pretensões teocráticas na cidade de Nauvoo, poucos meses antes de seu assassinato, mostra que Joseph Smith de fato estabeleceu um alicerce do reino divino visto por antigos profetas, através do Conselho dos 50. O que foi esse Conselho? Quais seus objetivos? Que relação tinha com a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias?
Este post é a continuação de uma série que iniciei no ano passado sobre Teodemocracia. Para melhor entendimento do conceito, sugiro a leitura deste primeiro artigo.A diferença entre a Igreja de Jesus Cristo e o Reino de Deus
Muitas vezes ouvimos a afirmação de que a IJCSUD é o Reino de Deus na terra. É interessante ver como esse é um conceito moderno e diferente daquele ensinado por Joseph Smith, seus contemporâneos e sucessores imediatos na presidência da Igreja.
Vamos recorrer a uma metáfora para poder entender a diferença entre essas duas instituições.
Cores e tons
Muitas vezes podemos ficar em dúvida se um tecido ou objeto é verde ou azul, porque aquela cor está no limite entre as duas. De forma semelhante, muitas vezes usamos de forma intercalada diversas expressões para nos referirmos à mesma coisa, sem ter certeza da sua singularidade. B. H. Roberts fala do uso intercalado de ‘Igreja”, “Reino” e outras expressões como sinônimos, afirmando, no entanto, que Joseph Smith reconhecia uma distinção entre os dois:
“(…) nas escrituras sagradas (…) as expressões Reino de Deus, Reino dos Céus, a Igreja de Cristo, Igreja de Deus, a Igreja, etc., são muitas vezes usadas intercalada e indiscriminadamente (…). Mas é adequado (…) saber que Joseph Smith (…) reconhecia uma distinção entre “A Igreja de Jesus Cristo” e o “Reino de Deus”. (…) E [Joseph] efetuou a organização de um núcleo do Reino acima referido (…).” (B. H. Roberts, The Rise and Fall of Nauvoo, p. 180, 181)
Mas como distinguir uma organização da outra?
Voltemos ao exemplo das cores. Se perguntarmos aqui quantos tons tem a cor branca, talvez haja quem diga que o branco não tem tons. Um ou outro lembrará do “branco gelo”, pelo que poderá ser questionado se é realmente branco, etc.. No entanto, em uma comunidade esquimó, teríamos listados dezenas de tons da cor branca.
O que faz o povo esquimó ter esta riqueza em sua linguagem? O que os faz perceber tonalidades invisíveis aos nossos olhos? Com certeza, o fato de viverem em meio ao gelo e à neve faz com que sua percepção se aguce a tal ponto que possam distinguir e referir-se a diferentes tons do branco. Também deve ser mencionada aqui a necessidade que devem sentir para se localizar ou interagir a respeito do ambiente em que vivem.
Retomando a citação de B. H. Roberts, ao nos familiarizarmos mais com a história mórmon, poderemos ver que em meio ao branco, há diferentes tonalidades nas expressões usadas para se referir à organização de Deus na terra. Se não estivermos familiarizados com a ideia de que a restauração do evangelho incluiu o estabelecimento de outras organizações além da Igreja de Cristo, não teremos como distinguir as demais organizações, especialmente pelo fato de tais informações não estarem disponíveis nas publicações oficiais da Igreja sud.
Sacerdócio como governo
Joseph Smith definiu o sacerdócio como sendo “uma lei perfeita de teocracia e [que] se coloca como Deus para dar leis ao povo”. Provavelmente pensando nos diferentes níveis de conhecimento e retidão do povo, correspondendo talvez à sua visão dos três graus de glória, Joseph Smith concebeu pelos menos três formas de governo do sacerdócio, investidos em três diferentes organizações – a Igreja de Jesus Cristo, a Igreja do Primogênito ou Ordem Sagrada, e o Reino de Deus. O último abrigaria a porção do sacerdócio destinada ao governo da humanidade, sem pretensões de conversão religiosa ou filiação à Igreja sud. Em outras palavras, o Reino de Deus guiaria os assuntos políticos e sociais da humanidade como a parte mais externa do sacerdócio.
“Mas não é a Igreja”
De acordo com Brigham Young, esse Reino na terra não era a Igreja de Jesus Cristo:
“(…) Esse reino está atualmente organizado e os habitantes da terra não o conhecem. (…) Esse reino cresce a partir da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias mas não é a Igreja.” (Brigham Young, Journal of Discourses 2:310)
É óbvio que os habitantes da terra sabiam da existência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tanto que a perseguiram, fazendo com que o corpo principal dos santos buscasse refúgio nas Montanhas Rochosas. No entanto, Brigham Young nos diz que o mundo desconhecia a existência do Reino de Deus. Isso obviamente contradiz o entendimento hoje comum entre os membros da Igreja sud, de que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o próprio reino de Deus na terra. O apóstolo Bruce R. McConckie, por exemplo, em seu clássico Mormon Doctrine, afirma que “a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como hoje constituída é o reino de Deus na terra. Nada mais precisa ser feito para estabelecer o reino” (Bookcraft, 1979, p. 415).
Aqui poderíamos questionar se tal distinção não seria uma inovação doutrinária introduzida por Brigham Young. Como nos diz B. H. Roberts, foi Joseph Smith quem ensinou esse ensinamento de forma individual e nos círculos mais reservados do sacerdócio e formando de fato um núcleo do Reino.
O Conselho dos 50
O núcleo de tal Reino, referido por B. H. Roberts, foi conhecido como o Conselho dos 50, uma organização estabelecida por Joseph Smith em Nauvoo e que reunia esse número aproximado de homens, incluindo dois “gentios” (não-membros). Era um conselho independente da Igreja SUD e que se ocupava principalmente de estabelecer um governo teocrático que garantisse a liberdade para os mórmons e toda a humanidade. O Conselho dos 50 foi a última organização estabelecida por Joseph Smith, poucos meses antes de seu assassinato.
O Conselho dos 50 foi organizado em Nauvoo no dia 11 de março de 1844. Uma revelação divina deu o nome completo ao Conselho:
“Assim diz o Senhor, este é o nome pelo qual vocês serão chamados, o Reino de Deus e suas Leis, com suas Chaves e poder, e julgamento nas mãos de seus servos, Ahman Cristo.” (William Clayton, An intimate chronicle: the journals of William Clayton, p. 153. Signature, 1995)
Um dos membros originais dos 50, Benjamin F. Johnson assim definiu aquela organização:
o reino de Deus em embrião sobre a terra – uma organização distinta da Igreja, um núcleo de governo popular que existirá para todas as pessoas. (…) formado por representantes de cada nação, principado e tribo (…); um governo de Deus para o povo e pelo povo, no qual o homem será ensinado a governar a si mesmo, o qual continuará ao longo do período milenar como o muro ou governo externo em torno do templo interno do sacerdócio (…). (BenjaminF. Johnson, My life’s review: autobiography of Benjamin F. Johnson. Grandin. Provo, 1997.)
Os planos iniciais do Conselho dos 50, de acordo com seu secretário William Clayton, incluíam dois movimentos aparentemente contraditórios: por um lado, a busca de um novo local, fora dos EUA, para a migração dos santos, sendo a jovem República do Texas uma das mais fortes possibilidades à época; por outro, a campanha de Joseph Smith à presidência dos EUA (ibidem, p. 154). O resultado dos dois movimentos nos é conhecido: a campanha de Joseph Smith foi interrompida com seu assassinato, enquanto o êxodo dos santos para fora dos EUA realmente ocorreu, ainda que pese o fato de que uma nação independente como almejada não foi formada, mas acabou por tornar-se um novo estado norte-americano.
Com a total “americanização” de Utah, especialmente a partir da década de 1890, com o fim do casamento plural e da adoção, a concepção do Reino como uma organização distinta e acima da Igreja de Jesus Cristo foi perdida, passando-se então a adotar uma visão subjetivista e genérica do Reino sendo a própria Igreja, sem reivindicar poder temporal algum.
Os primórdios do séc. XX viram o ocaso e morte do Conselho dos 50. O entendimento de sua existência e funções, no entanto, permanece como uma das mais importantes chaves para a compreensão de Joseph Smith e o mormonismo.


Vivemos, portanto; não morremos; não estamos à espera da morte, mas à espera da vida, imortalidade, glória, exaltação e de sermos vivificados pela glória do reino celestial e a recebermos em sua plenitude. Esse é nosso destino; essa é a condição exaltada que podemos alcançar e não há poder que nos possa privar disso ou roubá-la de nós, se nos provarmos fiéis e verdadeiros aos convênios do evangelho.
No livro Discursos de Brigham Young , Capítulo XXXIX – A Igreja e Reino de Deus na Terra, página 441, confirma-se mais uma vez o que seria o Reino de Deus para Brigham Young. A citação:
“Alguém poderia perguntar a que me refiro, quando uso o termo Reino de Deus. A Igreja de Jesus Cristo já está estabelecida há muitos anos, e o reino de Deus ainda tem que ser construído, mesmo o reino que incorporará todos os reinos deste mundo. Dele emarão as leis para todas as nações que existem na face da Terra.”
O presidente Joseph Fielding Smith no livro Doutrinas de Salvação, Volume 1, Capítulo 14, páginas 247 3 248 diz o seguinte:
“Quando nosso Salvador vier para governar o Milênio, todos os governos ficarão sujeitos ao seu domínio, e isto tem sido chamado de o reino de Deus, o que de fato é; mas este é o reino político o qual abrangerá todos os povos, sejam eles ou não da Igreja. Naturalmente, quando toda tribo, língua e povo estiver sujeito à lei de Jesus Cristo, isso será no dito reino político. Devemos ter em mente esses dois conceitos. Porém, o reino de Deus é a Igreja de Jesus Cristo, e é aquele que permanecerá para todo o sempre.”
Portanto a Igreja é o reino de Deus no sentido eclesiástico, e no milênio abrangerá o sentido político, pertencendo ou não à Igreja.
Marcos,
as duas citações que você traz acima são interessantes por mostrarem de novo o contraste entre duas visões que se contradizem.
Na primeira citação, de Brigham Young, o Reino de Deus não é a Igreja sud, mas é uma instituição que ainda precisa ser estabelecida. Já na citação de Joseph Fielding Smith, a Igreja e o Reino são a mesma coisa.
Desnecessário dizer que a primeira reflete o entendimento que prevaleceu entre os sud nos períodos de Nauvoo e os primórdios do estabelecimento da Igreja em Utah, enquanto o segundo conceito é o predominante hoje.
Abraços!
Antonio, para você o que seria o reino de Deus hoje?
Marcos,
eu pessoalmente prefiro orar como Jesus Cristo – “venha a nós o Teu reino” – e crer como Brigham Young que “o reino de Deus ainda tem que ser construído”.
Irmão Antonio, em Journal fo Discourses 2:309 Brigham Young afirma que alguns líderes já haviam abordado o assunto e que ele iria falar a opinião dele, ou seja, assim como o apóstolo Paulo em uma de suas cartas disse em um momento “Assim digo eu e não o Senhor” e outro momento “Assim diz o Senhor e não eu”, Young emitiu sua opinião a respeito do assunto e não revelação ou doutrina oficial. Portanto se quisermos discartar, nós podemos. Em Journal of Discouses 2:310, no original em inglês temos:
“As was observed by brother Pratt, that Kingdom is actually organized, and the inhabitants of the earth do not know it. If this people know anything about it, all right; it is organized preparatory to taking effect in the due time of the Lord, and in the manner that shall please Him. As observed by one of the speakers this morning, that Kingdom grows out of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, but it is not the Church, for a man may be a legislator in that body which will issue laws to sustain the inhabitants of the earth in their individual rights, and still not belong to the Church of Jesus Christ at all”
Está bem claro que o irmão Pratt havia afirmado que o reino de Deus já estava atualmente organizado e as pessoas não o conheciam. Porque você colocou reticências ao invés de mostrar claramente que foi o irmão Pratt que havia dito isso segundo o presidente Young? Ou seja, lendo a partir de 2:309 percebe-se que o presidente Young
não discordava plenamente de Pratt, mas queria mostrar o Reino de Deus de uma maneira mais ampla. Gostaria de pedir que quando for citada uma fonte que pudesse ser deixado claro se se trata de opinião ou revelação.Se for revelação é doutrina oficial.
Marcos,
você escreveu: “Brigham Young afirma que alguns líderes já haviam abordado o assunto e que ele iria falar a opinião dele, ou seja, assim como o apóstolo Paulo em uma de suas cartas disse em um momento “Assim digo eu e não o Senhor””
Onde está essa afirmação ou mesmo sugestão de que ele estaria dando uma opinião pessoal que não considerava um ensinamento divino? Não vejo nenhum indício disso no texto.
“Portanto se quisermos discartar, nós podemos.”
Qualquer um pode descartar ou considerar. Isso, no entanto, depende do sistema de crenças de cada um e não do suposto fato de que Young ou Pratt acreditassem que suas opiniões não refletiam uma revelação divina. Ou você acha que a Igreja atualmente segue e implementa todas as revelações já recebidas no passado?
“Está bem claro que o irmão Pratt havia afirmado que o reino de Deus já estava atualmente organizado e as pessoas não o conheciam.”
Sim, e está claro que Brigham Young acreditava da mesma forma.
“Porque você colocou reticências ao invés de mostrar claramente que foi o irmão Pratt que havia dito isso segundo o presidente Young?”
Às vezes concisão ajuda na clareza. As referências são colocadas para quem quiser ler no seu contexto original. Ao utilizar parte da citação, mantive o significado. Acima, porém, no dia 15/09, a seu pedido, coloquei a citação mais completa, incluindo a referência a Orson Pratt.
“percebe-se que o presidente Young não discordava plenamente de Pratt”
os dois discordavam em muitos pontos doutrinários. Mas na visão do Reino de Deus, expressa ano discurso em questão, Brigham Young corrobora o que foi dito por Pratt. Ou seja, nesse ponto, naquele momento, Young afirma concordar plenamente com Pratt.
“Onde está essa afirmação ou mesmo sugestão de que ele estaria dando uma opinião pessoal que não considerava um ensinamento divino? Não vejo nenhum indício disso no texto.”
Para mim os textos abaixo são indício claro e falam de pontos de vista:
“I will make a few remarks upon the same subject that was presented this forenoon, although there were many leading items in those remarks that would require a considerable length of time for me to give my views upon them, and to explain fully what I understand in relation to them. My brethren, who rise here to speak to the people, are also aware that it is impossible to fully explain to the congregation all the points that may ”
Journal of discourses 2:309
“Hence I design to speak a few words concerning the Kingdom of God. Not that I would disagree in the least from the remarks made by brothers Grant and Pratt, or that we differ in our views upon this subject….”
Além do mais, se ele considerasse como um eninamento divino e não opinião dele, ele teria manifestado isso. Porque ele não manifestaria?
Quanto a descartar, você disse que depende do sistema de crenças, ou será que depende também da maneira como interpretamos tudo o que os líderes dizem ou disseram? Será que nós dois não estaríamos interpretando de maneiras diferentes sobre ser opinião ou não de Brigham com relação ao Reino de Deus?
““Está bem claro que o irmão Pratt havia afirmado que o reino de Deus já estava atualmente organizado e as pessoas não o conheciam.”
Sim, e está claro que Brigham Young acreditava da mesma forma.”
Só se você estiver se referindo ao Conselho dos 50, caso contrário o próprio Brigham Young estaria se contradizendo.
“Às vezes concisão ajuda na clareza. As referências são colocadas para quem quiser ler no seu contexto original.” E se a pessoa não souber inglês, ela não poderá interpretar errado?
Marcos,
o fato de Brigham Young estar corroborando a opinião de Orson Pratt é bastante clara no trecho citado. Se eu disser “o irmão Marcos observou que lasanha é excelente”, eu posso a seguir dar uma opinião contrária ou favorável. Mas se eu disser “como foi observado pelo irmão Marcos, lasanha é excelente”, isso significa que eu concordo e corroboro a sua opinião. Esse é o caso no discurso de Brigham Young: “como foi observado pelo irmão Pratt, esse reino está atualmente organizado e os habitantes da terra não o conhecem”. Para ambos, o Conselho dos 50 era o Reino de Deus.
Ele não diz que concorda e nem discorda, mas deixa claro que é opinião e não revelação ou doutrina oficial. Mostre-me onde exatamente está escrito que os dois se referem ao conselho dos 50?
Marcos, Brigham Young concorda com Orson Pratt na sua visão do reino. Isso está implícito no texto. Talvez seja difícil acreditar que eles disseram isso ao ivés de dizer que a Igreja sud era o reino de Deus. Mas essa é uma dificuldade do leitor em seu sistema de crenças e não pertence ao texto em si, qual reflete uma outra visão de mundo.
O fato de ser uma referência ao Conselho dos 50 pode ser entendido num contexto histórico maior, de que tal organização foi estabelecida como um núcleo do Reino de Deus, pelo fato de Brigham Young e Orson Pratt fazerem parte desse conselho e pela descrição dada por Pratt e corroborada por Young falar de uma organização que cresce a partir da Igreja mas não é a Igreja e é secreta. Ou seja, é uma descrição do Conselho dos 50.
Não é minha dificuldade em meu sistema de crenças. O modo como você fala parece que pertencemos à religiões diferentes. A diferença é que eu não recuso tudo o que a Igreja afirma, a partir do momento que eu tenho um testemunho é natural que vou defendê-la em primeiro lugar, a não ser que surjam provas irrefutáveis de que suas afirmações estejam erradas. Até o momento eu não vi estas provas. Além do mais tudo o que você diz com relação à Igreja nada mais é que mais uma interpretação de palavras de lideres, do passado principalmente, igualzinho aos evangélicos com relação à Bíblia. Eu talvez também faça minhas próprias interpretações, não somos perfeitos.
“A diferença é que eu não recuso tudo o que a Igreja afirma,”
Você está sugerindo que eu recuso tudo o que a Igreja afirma?
Você está julgando minha dignidade e/ou status como membro?
Lembre que essas atitudes são inadequadas para este site.
“a partir do momento que eu tenho um testemunho é natural que vou defendê-la em primeiro lugar”
Tudo bem. Mas a discussão aqui é de um tema histórico. Não se trata de defender ou atacar a Igreja sud. Obviamente há diferenças de práticas e crenças ao longo da história sud.
“Além do mais tudo o que você diz com relação à Igreja nada mais é que mais uma interpretação de palavras de lideres”.
Tudo o que eu digo? Há com certeza uma interpretação dos fatos. Note, porém, que estou usando aqui fontes primárias, saídas da boca dos próprios personagens envolvidos. Até agora, ninguém apresentou alguma evidência concreta que possa contrariar o fato de que a Igreja sud não era considerada um sinônimo do reino de Deus pelos principais líderes mórmons no final do séc. XIX.
“tudo o que você diz com relação à Igreja nada mais é que mais uma interpretação de palavras de lideres, do passado principalmente, igualzinho aos evangélicos com relação à Bíblia.”
Não haveria como falar sobre a interpretação ou crenças de líderes do séc. XIX citando Gordon B. Hinckley ou Bruce R McConkie, uma vez que eles não pertencem àquela época.
Sua comparação aos evangélicos não é apenas totalmente fora de contexto, desviando o foco dos argumentos para o interlocutor e sua personalidade, como também desrespeitosa aos evangélicos.
Releia os comentários que enderecei a você e veja se em algum momento escrevi algo do tipo “tudo o que você diz é…” ou se insinuei você age “igualzinho aos …”.
Não há motivo para animosidade.
Um abraço!
“Tudo bem. Mas a discussão aqui é de um tema histórico. Não se trata de defender ou atacar a Igreja sud. Obviamente há diferenças de práticas e crenças ao longo da história sud.” Com certeza há essas diferenças, mas podem ter ocorrido por simples opiniões dos líderes e/ou novas revelações.
“Até agora, ninguém apresentou alguma evidência concreta que possa contrariar o fato de que a Igreja sud não era considerada um sinônimo do reino de Deus pelos principais líderes mórmons no final do séc. XIX….”
Não era considerada sinônimo? Mais uma interpretação sua. Com o Conselho dos 50 provavelmente eles passaram a ver o reino de Deus como não sendo somente a Igreja , mas naquele momento também o aspecto politico, por isso Brigham Young disse que não era a Igreja, pois agora visualisava algo maior, mas não significa que para ele a Igreja não era o reino de Deus no aspecto eclesiástico.
Mais uma interpretação minha. Disse isso pra você não ficar chateado.
“Não haveria como falar sobre a interpretação ou crenças de líderes do séc. XIX citando Gordon B. Hinckley ou Bruce R McConkie, uma vez que eles não pertencem àquela época.” Com relação a essa parte, ou você não me entendeu ou eu não estou entendendo você.
“Sua comparação aos evangélicos não é apenas totalmente fora de contexto, desviando o foco dos argumentos para o interlocutor e sua personalidade, como também desrespeitosa aos evangélicos.”
Talvez eu não devesse ter generalizado com relação aos evangélicos, mas um dos grandes motivos de existirem tantas igrejas evangélicas é a interpretação que cada um faz do que está escrito na Bíblia. Era assim no tempo de Joseph Smith também, afinal ele dizia que diferentes igrejas davam sentidos diferentes a uma mesma passagem da Bíblia. Assim como nós podemos ler diversas declarações de líderes e darmos nossas próprias interpretações. Por isso, ainda prefiro dar um voto de confiança aos líderes atuais, pois foram escolhidos pelo Senhor para liderar a Igreja hoje.
“Releia os comentários que enderecei a você e veja se em algum momento escrevi algo do tipo “tudo o que você diz é…” ou se insinuei você age “igualzinho aos …”.
Não há motivo para animosidade”
Realmente não disse, mas se quiser dizer não me oponho.
Antonio, gostaria de pedir desculpas pela minha animosidade. Muitas coisas do que eu disse é o que eu realmente penso, mas a maneira de dizer foi errada. Essa semana passei por algumas turbulências e acabei descontando em vocês. Peço desculpas novamente.
“Gostaria de pedir que quando for citada uma fonte que pudesse ser deixado claro se se trata de opinião ou revelação.”
Como, Marcos? Assim?
“Quanta incredulidade existe nas mentes dos Santos dos Últimos Dias no que diz respeito uma doutrina em particular, que eu revelei a eles, e que Deus revelou para mim — a saber, que Adão é nosso Pai e nosso Deus…” — Brigham Young (Deseret Evening News, 14 Jun 1873)
“Meu filho John: haveis me perguntado concernente ao Novo e Sempiterno Convênio, e o quão importante deve ser ao meu povo. Assim diz o Senhor… por acaso não ordenei aos homens que, se forem da semente de Abraão, e desejam entrar na minha glória, deveriam fazer as obras de Abraão? Eu não revoguei, e não revogarei, esta lei pois ela é eterna e aqueles que desejam entrar na minha glória devem obedecer a minhas condições, para sempre. Amém.” (Revelação dada a John Taylor concernente Casamento Celestial [Plural], em Revelações Não Publicadas dos Presidentes da Igreja 88:1-9, 27 Set 1886)
“Eu profetizo, em nome do Senhor Deus de Israel que, a menos que os Estados Unidos reembolsem os Santos pelos agravos a eles impostos pelo Estado do Missouri, e punam os crimes cometidos por seus oficiais, em alguns poucos anos o Governo será completamente destruído e destituído, e não haverá sequer um vasilhame sobrando de sua iniquidade…” — Joseph Smith (History of the Church 5:394, 6 Mai 1843)
Eu me refiro quando vocês tiverem certeza de que é revelação e não mais uma opinião. Se dentro do conhecimento de vocês sobre o mormonismo vocês tiverem certeza de que se trata de revelação eu gostaria, se vocês quiserem é claro, deixassem claro. Talvez eu tenha me expressado mal.
Essas referências que você citou não podem ser interpretadas isoladamente. Tenho certeza que um historiador sério não faria isso. Talvez nem mesmo você tenha feito isso, mas mesmo analisando todos os ângulos não significa que todos terão as mesmas opiniões.
Com relação ao casamento plural, ele apenas foi revogado no aspecto civil mas no espiritual continua, afinal se um homem se selou com uma mulher e esta morrer ele poderá se selar com outra por toda a eternidade, se a segunda também morrer poderá se selar a outra novamente e assim por diante se o fato voltar a ocorrer e o homem ainda estiver vivo.