Professor da BYU Criticado por Livro Sobre Mulheres

lost+teachingsO Professor da BYU Alonzo L. Gaskill está sendo severamente criticado por seus pares acadêmicos, por acadêmicos Mórmons e pelo público Mórmon leigo, por grosseira incompetência intelectual.

Em seu livro recém-publicado ‘O Ensinamentos Perdidos de Jesus Sobre o Papel Sagrado da Mulher’, o professor de História da Igreja e Doutrina se propõe a estabelecer uma reconstrução acadêmica dos ensinamentos de Jesus de Nazaré sobre o papel apropriado de mulheres na sociedade Cristã. Uma das fontes principais, na qual Gaskill ancora seu livro  e seus argumentos nos manuscritos de Pali, que descrevem a vida e os ensinamentos de Jesus durante Sua adolescência no sub-continente Indiano, e descobertos num monastério Indiano no final do século XIX pelo jornalista e explorador russo Nicholas Notovich. Compilados e traduzidos para Francês (e, rapidamente, para vários outros idiomas) por Notovich nos anos 1890 sob o título ‘A Vida Desconhecida de Jesus’. O grande problema, contudo, é que o livro não só foi demonstrado por acadêmicos como um falsificação clara, como o próprio Notovich confessou o embuste.

Mas este nem é o maior problema do livro do historiador da BYU.

Além de utilizar a óbvia falsificação por todo o seu livro sem estabelecer quaisquer dúvidas ou discussões sobre as qualificações acadêmicas do seu texto-fonte, Gaskill o utiliza como se fora autoridade histórica. Ademais, ele o inclui em apêndice junto com textos extra-canônicos porém inspirados, e argumenta que através de revelação pessoal (i.e., o dom do Espírito Santo) ele pode ser determinado como “texto antigo” e “escritura inspirada”. Críticos Mórmons queixam-se de um professor de história da BYU que usa “revelação pessoal” para justificar a crença em um texto de escritura sabidamente falsificado no século XIX.

A editora Cedar Fort Publishing ainda não se pronunciou, e a Deseret Book decidiu revisar o problema e determinar as válidas das queixas, mas por enquanto não retirará os exemplares já distribuidos para o varejo. Em seu blog, Glaskill tenta escusar o seu uso de uma falsificação sem adequadamente explicar porque não teria falhado em explicar a origem desonesta do documento citado (e pelo qual ele “presta testemunho”).

Ignorando a enorme falha em competência acadêmica, e ignorando alguns dos argumentos machistas recheando seu livro, a abordagem religiosa do historiador da BYU para defender como escritura uma falsificação moderna traz desconforto para qualquer Mórmon, e prejudica a imagem acadêmica da instituição universitária da Igreja.

 

 

 

9 comentários sobre “Professor da BYU Criticado por Livro Sobre Mulheres

  1. Artimanha sacerdotal e definida como alguem pregar ou estabelecer se como uma luz para o mundo, afim de obter lucros e louvores do mundo. (Nefi 2:26-29).

    Como detectar artimanha sacerdotal em nossos dias:

    1- As pessoas valorizam mais o instrutor, professor, autor etc.. mais do que o Salvador ao mesmo tempo que o instrutor nao faz esforco de redirecionar a atencao para Cristo e continua gozando de sua popularidade.

    2- O instrutor ou autor se apresenta como alguem que originou o conhecimento e nao como alguem apenas transmitindo a mensagem ou o ensinamento.(falta de humildade)

    3- O instrutor ou autor se apresenta como um “Expert” (perdao a palavra em Ingles) sempre enfatizando suas credenciais como diplomas, meritos, chamados importantes na igreja etc.. tudo isso para inflar a percepcao da audiencia sobre sua especialidade.

    4- Sem variacao, eles sempre publicam livros para vendas, geralmente dizendo as pessoas que no livro encontra se a(as) respostas que procuram.

    Me parece que artimanhas sacerdotais estao crescendo rapidamente no nosso meio.

  2. Desconheço o livro citado e não sei quais as evidências que o professor usou para argumentar sobre o assunto, mas será uma pena se o suposto engano confirmar-se; um dos melhores livros SUD que eu já lí é da autoria dele, The Lost Language of Symbolism, e essa obra me pareceu bem consistente.

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