“Não estou afirmando nada”, diz Maurício Berger quando questionado se considera ser a reencarnação de Joseph Smith, doutrina que vinha sendo sendo pregada abertamente por muitos de seus seguidores meses antes da entrevista.
O gaúcho Mauricio Berger diz haver traduzido a parte selada das Placas de Mórmon. Ele lidera hoje um novo movimento religioso restauracionista.
O Livro Selado de Mórmon, os anjos Rafael e Morôni, poligamia, reencarnação e a busca pela unificação de todos os santos dos últimos dias são alguns dos temas tratados nesta entrevista concedida por Maurício Berger e seus associados a Emanuel Santana. Em suas respostas, podemos ver o retrato de um jovem movimento religioso ainda em construção, com todas as suas inseguranças e convicções. Continuar lendo →
Um ano antes de ditar a revelação sobre “pluralidade de esposas”, a qual viria a ser canonizada décadas após sua morte como a seção 132 de Doutrina & Convênios, Joseph Smith recebeu uma revelação em que o Senhor instruia seu futuro sogro sobre como realizar o casamento de sua filha ao Profeta.
Sarah Ann Whitney, em Utah. Em 1842, Sarah Ann Whitney foi selada a Joseph Smith em cerimônia oficiada por seu pai, e tendo sua mãe como testemunha. O ritual foi prescrito em uma revelação recebida por Joseph Smith | Imagem: Cortesia de Batsheba W. Bigler Smith Photograph Collection, circa 1865-1900, Biblioteca de Historia da Igreja, Salt Lake City.
Em 25 de julho de 1842, Joseph Smith Jr. ditou a Newel K. Whitney uma revelação sobre a cerimônia na qual Whitney lhe daria sua filha, Sarah Ann Whitney, em casamento.
A revelação foi publicada pela primeira vez este ano pelo Projeto Joseph Smith Papers, reconhecido projeto documental do Departamento Histórico d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, e faz parte do seu mais recente volume de documentos, cobrindo o tumultuado período entre maio e agosto de 1842.
De acordo com os editores, a revelação, antes inacessível ao público, traz “as únicas instruções existentes do período de vida de [Joseph Smith] para a realização de uma cerimônia de casamento plural”. Continuar lendo →
“Tive um sonho na noite de sexta de que havia sido demitido do meu cargo como Historiador da Igreja”, escreveu Leonard J. Arrington em 11 de setembro de 1972. “Isso pode ter sido provocado”, concluiu com humor, “por comer demais frango assado e/ou por um telefonema que recebi”.
Leonard J. Arrington (1917-1999) foi o primeiro não-Apóstolo, e até hoje o único não-Autoridade Geral, chamado para o ofício de Historiador da Igreja desde a instituição de tal chamado eclesiástico por Joseph Smith em 1842. Arrington ainda teve um trabalho fundamental na orientação de uma nova geração de historiadores mórmons até sua aposentadoria como Professor e Chefe de Departamento da Universidade Brigham Young (BYU).
Capa do primeiro volume de “Confissões de Um Historiador Mórmon”, editado por Gary Bergera. | Imagem: Cortesia de Signature Books.
A liberdade acadêmica e intelectual proposta por Arrington não passou, porém, incólume. Alguns Apóstolos, como Ezra Benson, Bruce McConkie, Mark Petersen, e Boyd Packer fizeram feroz oposição ao seu trabalho, até que em 1982, ele foi desobrigado em reunião privada e seu novo substituto anunciado em Conferência Geral alguns meses depois, sem quaisquer menções ou votos de agradecimento a Arrington. Continuar lendo →
Uma breve história e perspectivas para a publicação de livros mórmons
Grandes comunidades SUD se desenvolvem fora dos EUA
Em 1967, o México tornou-se o primeiro país em que não se fala inglês a ter mais de 50 mil membros da Igreja SUD.O crescimento continuou em ritmo acelerado depois disso.Devido a esse crescimento, a Igreja formou um departamento de tradução após a Segunda Guerra Mundial para traduzir correspondência e comunicação administrativa com as missões e os membros em espanhol, dinamarquês, holandês, francês, alemão, norueguês, samoano e sueco.
Enquanto a Igreja limitou as publicações em inglês até depois da morte de Brigham Young em 1877, tipografias comerciais surgiram em Utah para satisfazer parte das necessidades de materiais mórmons.A mais importante delas foi George Q. Cannon and Sons, de propriedade de um membro da Primeira Presidência. Muito do que Cannon publicou estava relacionado às suas funções na Igreja.Talvez por não precisar de aprovação para o que publicava, Cannon passou da publicação de obras missionárias e doutrinárias para obras de edificação e entretenimento dos membros da Igreja.Continuar lendo →
A publicação de livros mórmons e o desenvolvimento da cultura mórmon fora dos EUA
Imagem: Jessica Ruscello
Esta apresentação examina o desenvolvimento cultural mórmon fora dos Estados Unidos, através da lente da produção e distribuição de livros.Para compreender melhor a situação atual, apresentarei uma visão geral da história da publicação de livros por e para mórmons, prestando atenção especial à publicação de livros não escritos em inglês e publicados fora dos Estados Unidos.Depois, vou examinar o ambiente atual para a publicação de livros mórmons e finalizar com alguns caminhos possíveis para o desenvolvimento da publicação mórmon fora do idioma inglês.Continuar lendo →
No dia de Natal, o CEO do Facebook Mark Zuckerberg usou seu site para contar ao mundo que ele não era mais ateu. Dessa forma, o bilionário usou o Facebook para expressar seus sentimentos sobre religião, como muitos usuários de mídia social antes dele.
Debates sobre religião estimulam fortes reações emocionais em mídias sociais. Foto: Frank McKenna
Minha pesquisa mostra como debates sobre religião em redes sociais realçam emoções passionais nos usuários. Descobri que cristãos conservadores que discutem assuntos controversos sobre religião em debates do Facebook frequentemente o fazem de maneiras emocionalmente carregadas. Continuar lendo →
Você é membro da Igreja SUD? Seus cartões natalinos são adequados ou dentro dos padrões esperados para um mórmon?
O Apóstolo Dallin H. Oaks foi à sua página pessoal de Facebook no natal passado para ensinar uma lição natalina para os membros da Igreja. Uma mensagem delineando quais cartões de Natais são apropriados para mórmons.
Apóstolo Dallin Oaks no “púlpito sagrado”.
O Apóstolo Dallin Oaks, em sua mensagem de Natal para ex-alunos da Faculdade de Administração da Universidade de Brigham Young, teceu interessantes comentários sobre a missão e os ensinamentos de Jesus.
Ademais, naquele discurso Oaks havia comentado sobre cartões natalinos, e aparentemente, esse tema lhe pareceu importante o suficiente para repeti-lo a um público maior. Vejamos o que Oaks tem a dizer sobre tais cartões natalinos: Continuar lendo →
Presépios nos jardins de templos, festas natalinas em alas e ramos, campanhas publicitárias multimilionárias de Natal. Essas ações mostram que mórmons celebram o Natal com tanta ou maior dedicação do que as demais igrejas cristãs. Pelo menos, essa é a percepção de não mórmons e da maioria dos mórmons. No entanto, qual dos nossos leitores nunca escutou, numa aula ou conversa informal, que somente a Igreja SUD sabia a verdadeira data do nascimento de Cristo?
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou em uma de suas revistas oficiais um artigo escrito por um de seus professores de Doutrina e História da Igreja respondendo à pergunta: “Se Cristo nasceu na primavera, por que nós celebramos o Natal em dezembro?”. Essa resposta publicada em 1974 talvez surpreenda nossos leitores. E muito provavelmente não é o tipo de conteúdo que estaria numa revista oficial da Igreja em 2016. Continuar lendo →
Plágio significa “copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais”.
Apesar de conceito simples e claro, muitas pessoas tem dificuldade para compreendê-lo e, ainda mais frequente, reconhecê-lo.
Felizmente, a esposa do candidato Republicano a presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu o perfeito exemplo ilustrativo.
Melania Trump plagia Michelle Obama em seu discurso na Convenção do Partido Republicano em Cleveland, Ohio
Durante seu discurso na Convenção Nacional do Partido Republicano dessa semana, a candidata à primeira dama dos EUA Melania Trump liberalmente plagiou de trechos de um discurso de 2008 da então candidata à primeira dama dos EUA Michelle Obama:
Inicialmente, Donald Trump e aliados insistiram em negar que Melania Trump havia plagiado Michelle Obama. Contudo, as evidências eram tão óbvias, e foram tão rápida e amplamente divulgadas, que uma membro de sua equipe, a escritora formada pela Universidade de Utah Meredith McIver assumiu responsabilidade e culpa pelo plágio.
A empresa Turnitin, especializada em detecção de plágio em trabalhos acadêmicos, analisou os discursos e demonstrou com alto grau de confiança que Trump plagiara de Obama [ênfases nossas]:
“O tipo ‘clone’ de plágio copia de outro trabalho literalmente, palavra por palavra. O início da seguinte frase de ambos discursos de Melania Trump de 2016 e o de Michelle Obama de 2008 exemplificam isso. Ambas são exatamente as mesmas. (…) Só para oferecer um contexto… há uma chance em um trilhão que uma frase de dezesseis palavras correspondam a uma outra frase do mesmo comprimento apenas por coincidência. Quanto mais o número de palavras correspondentes aumenta, a probabilidade de uma correspondência por pura coincidência cai por ordens de magnitude. (…) O final da mesma frase, mencionada acima, fornece um exemplo de plágio do tipo “localizar e substituir”, um caso em que algumas palavras-chave ou frases são alteradas, mas o texto mantém o conteúdo ou o significado do trabalho copiado.”
A comparação lado a lado das frases em questão não deixa nenhuma dúvida para o investigador racional e imparcial dos dois tipos de plágio dentro os 10 tipos categorizados (i.e., “clone” e “localizar e substituir”) inclusos no discurso de Trump.
Plágio não é exclusividade acadêmica ou política, aparecendo com frequência no universo religioso. Thomas Monson, por exemplo, é fã pessoal de plágio, havendo plagiado de seus próprios discursos passados em Conferências Gerais de 2014 e 2016. Alguns sites de notícias SUD plagiam rotineiramente.
O Apóstolo e Conselheiro na Primeira Presidência Dieter F. Uchtdorf publicou nota hoje afirmando que Joseph Smith tinha uma espécie de celular do tipo smartphone.
De acordo com Uchtdorf, em mensagem postada em sua página pessoal do Facebook, Smith teria traduzido o Livro de Mórmon com uma pedra que funcionaria exatamente como um celular moderno: Continuar lendo →
A mensagem da Primeira Presidência deste mês para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, escrita pelo Presidente Henry B. Eyring, afirma aos membros da Igreja que os “profetas e apóstolos vivos… recebem constante orientação do céu.”
Henry B. Eyring, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Quando, porém, esses homens falam em nome de Deus? Sempre? Às vezes? “Constante[mente]”?
Eyring oferece sua resposta nessa mensagem, mas ela parece contradizer um ensinamento ainda oficial da Igreja SUD: Continuar lendo →
A maioria dos Mórmons na atualidade desconhece um dos maiores tesouros da literatura religiosa Mórmon do século 19.
O ‘Jornal dos Discursos’, conhecido em inglês como ‘Journal of Discourses’, e comumemente abreviado como J.D. ou JOD ou JoD, é uma coleção de 26 livros publicados oficialmente pela A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias contendo Continuar lendo →