A mensagem da Primeira Presidência deste mês para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, escrita pelo Presidente Henry B. Eyring, afirma aos membros da Igreja que os “profetas e apóstolos vivos… recebem constante orientação do céu.”

Henry B. Eyring, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Quando, porém, esses homens falam em nome de Deus? Sempre? Às vezes? “Constante[mente]”?
Eyring oferece sua resposta nessa mensagem, mas ela parece contradizer um ensinamento ainda oficial da Igreja SUD:
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sempre foi liderada por profetas e apóstolos vivos, que recebem constante orientação do céu… Em nossos dias, profetas e apóstolos vivos são autorizados a falar, ensinar e dirigir com autoridade de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo … Na conferência geral, duas vezes por ano, somos abençoados com a oportunidade de ouvir a palavra de Deus por meio de Seus servos. É um privilégio inestimável … Os servos de Deus jejuam e oram para receber a mensagem que Ele deseja que eles transmitam aos que necessitam de revelação e inspiração.
De acordo com Eyring, durante as Conferências Gerais os Profetas e Apóstolos recebem a inspiração divina e a revelação para falar o que Deus gostaria que ouvíssemos. Contudo, isso contradiz um outro artigo publicado no site oficial da Igreja, que diz claramente que os pronunciamentos oficiais dos Profetas e Apóstolos em Conferências Gerais passadas contém “erros importantes”, não são pronunciamentos “oficia[is]” para a Igreja, e não constituem “fonte autorizada de doutrina da Igreja”, sendo apenas “ensinamentos interessantes e esclarecedores por … líderes da Igreja” e nada mais.
O que dizer, então, dos discursos e dos ensinamentos dos Profetas e Apóstolos em Conferências Gerais? São “a palavra de Deus por meio de Seus servos” ou apenas “ensinamentos interessantes e esclarecedores”? São “revelação e inspiração” ou contêm “erros importantes”? Chegam a nós pela “autoridade de Deus” ou não são “fonte autorizada de doutrina da Igreja”? Os líderes da Igreja “sempre… recebe[ra]m constante orientação do céu” ou apenas os líderes “vivos” (i.e., atuais) recebem essa orientação?
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É muito cômodo, só isso.
Como não há ninguém acima deles, podem mudar regras do jogo conforme a necessidade (ou tropeços).
Daí vem a máxima, “o profeta mais importante é o profeta vivo”, muito cômodo e suspeito.
Aqui vai sua resposta, vou supor que você é ou já foi membro da Igreja.
Desde de Joseph Smith, não tivemos um líder perfeito. Infelizmente, buscar a glória dos homens é um dos erros mais recorrentes. Assim, várias vezes, alguns tentaram dar uma de sabidinho e inventaram doutrinas. Talvez, na maioria dos casos, não teve dolo, mas quem pregou estava tão convencido de sua sabedoria que realmente acreditava no que dizia.
As doutrinas mais “profundas” de Deus são reveladas para os fiéis que as guardam em seu coração. Se a pessoa sai espalhando ao vento, é grande a chance da doutrina ser bobagem, independente do cargo que possa ocupar na igreja.
Assim as conferências da Igreja não são desfiles de novas doutrinas, mas tópicos de reflexão que levam ao aperfeiçoamento dos que ouvem as mensagens. Como exemplo, relembro o caso do discurso do Elder Holland sobre depressão que chegou as mãos do Jornalista Boechat, sendo de grande ajuda quando este enfrentou uma crise de depressão.
As grandes verdades do evangelho não são atiradas aos porcos. Elas estão nas entrelinhas de parábolas e só percebidas pelos puros de coração.
Baseando-nos no seu raciocínio acima, nos surpreendemos com as suas afirmações:
Joseph Smith foi um “líder perfeito”?
As doutrinas anunciadas publicamente pelos líderes da Igreja são “bobagem”?
As doutrinas anunciadas em “conferências da Igreja” são apenas “tópicos de reflexão”?
Profetas e Apóstolos frequentemente “tenta[m] dar uma de sabidinho e inventa[m] doutrinas”?