A universidade da Igreja Mórmon, a Universidade de Brigham Young (BYU), é acusada de “fundamentalmente violar” liberdades religiosas de seus alunos.
Convidado para discursar no Simpósio de Lei e Religião organizado pela BYU, o professor de Sociologia da Universidade da Califórnia (Santa Bárbara) Mark Juergensmeyer cancelou a sua palestra ao descobrir a política oficial da BYU proibindo alunos de se afastarem d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Sociólogo cancela participação em simpósio da BYU sobre direitos religiosos, ironicamente por causa da violação de direitos religiosos dos alunos pela própria.
Em correspondência com o Centro Internacional para Lei e Religião da BYU, Juergensmeyer explica sua consternação com a política da BYU de expulsar alunos que abandonam a fé:
“Eu decidi que seria hipócrita da minha parte participar de uma conferência em que a questão da liberdade religiosa é fundamental quando a instituição patrocinadora fundamentalmente viola este princípio em suas políticas com os estudantes mórmons.”
Segundo o site da BYU, o tema da conferência será “Religião, Direito e Estabilidade Social.” Juergensmeyer diz que recusou o convite da universidade depois de saber da política de expulsão da escola, explicando:
“Pelo que entendi, não-mórmons são permitidos a se matricular na BYU, e são convidados a se converter à fé mórmon, se o desejarem, mas se os estudantes mórmons mudarem sua filiação religiosa eles perdem a suas bolsas de estudos, suas moradias no campus e seus emprego, e são expulsos da universidade, mesmo que estejam a meros meses de se formarem.”
A ‘BYU Livre‘, uma ONG que se opõe à política de expulsão de BYU, disse que eles contactaram os oradores do simpósio na semana passada, incentivando-os a “tomar medidas para reformar a política da BYU de suspender e expulsar os estudantes SUD que mudam a sua fé”, de acordo com um post no site do grupo. De acordo com a ‘BYU Livre’, Juergensmeyer fora o único professor a responder, dizendo:
“Ao tomar esta decisão quero estabelecer que não tenciono nenhum desrespeito a você, ou ao Centro com o qual está filiado, ou os outros participantes na conferência desta semana. Sei que muitos membros do corpo docente da BYU se opõem a esta política e estão silenciosamente trabalhando para mudar isso. Eu os congratulo, e espero que a minha decisão será aceita como um sinal de apoio para aqueles dentro da BYU que buscam mudanças. Eu aprecio seu dilema e admiro sua persistência.”
A ‘BYU Livre’ disse que os membros do corpo docente da BYU tentaram defender a política da escola com Juergensmeyer, que contra-argumentou:
“Pode haver argumentação legal para tal discriminação, mas é discriminação não obstante, e eu suspeito que se uma universidade em um país muçulmano expulsasse um aluno que quisesse se tornar mórmon, os administradores da BYU considerariam isso como uma violação da liberdade religiosa. E eles teriam razão.”
Contactada por repórteres, a BYU se pronunciou oficialmente, confirmando a política de expulsar alunos que abandonam a Igreja SUD, porém evitando abordar a contradição de não exigir o mesmo de alunos não-membros:
“Antes de serem admitidos à BYU, todos os alunos concordam em aderir ao ‘Código de Honra da BYU’… Para os membros d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias isso inclui seguir o valores e os padrões de sua religião. Por causa dos convênios e compromissos que membros da Igreja SUD fazem, eles são incapazes de estar em dia com o Código de Honra se decidem formalmente desafiliar-se da Igreja SUD. Todos os alunos devem estar em dia com o Código de Honra para se formarem e receberem seus diplomas e suas titulações.”
A ONG ‘BYU Livre’ é composta por alunos, ex-alunos, e pais de alunos que desejam fomentar o espírito de liberdade religiosa dentro do contexto universitário da BYU, acreditando ser injusto punir alunos acadêmica, financeira, e profissionalmente por causa de suas crenças religiosas. O site da ‘BYU Livre’ oferece explicações básicas sobre como funciona, especificamente, esse tipo de discriminação religiosa, além de testemunhos de alunos que sofrem ou sofreram esse tipo de discriminação por parte da Universidade.
Ironicamente, liberdade religiosa é um princípio teoricamente defendido pela Igreja e seus líderes com frequência. O recém chamado Apóstolo Ronald Rasband recentemente discursou na própria BYU sobre o tema de liberdade religiosa:
“Se . . . eu estive disposto a morrer por um “Mórmon”. . . Estou tão pronto para morrer em defesa dos direitos de um presbiteriano, batista, ou um bom homem de qualquer outra denominação; pois o mesmo princípio que destruiria os direitos dos Santos dos Últimos Dias iria atropelar os direitos de. . . qualquer outra denominação que possa ser impopular e fraca demais para se defender.” [citando Joseph Smith]
Então, qual é a posição da Igreja sobre a liberdade religiosa? … Acreditamos na criação de um espaço para que todos possam viver a sua própria consciência sem infringir os direitos e a segurança dos outros. Quando os direitos de um grupo colidem contra os direitos dos outros, devemos seguir o princípio de ser o mais justo e sensível para tantas pessoas quanto possível. A Igreja crê e ensina equidade para todos.”
No início de 2015, reforçando o esforço de rebranding da cruzada anti-gay da Igreja SUD, o Apóstolo Dallin Oaks disse:
“Nós reivindicamos para todos o direito dado por Deus e constitucional para viver a sua fé de acordo com os ditames de sua própria consciência. Nós reconhecemos que a mesma liberdade de consciência deve se aplicar a homens e mulheres em todos os lugares para acompanhar a fé religiosa de sua escolha, ou mesmo nenhuma, se assim o desejarem.”
É a esperança do movimento ‘BYU Livre’ ver liberdade religiosa ser não apenas um princípio a ser ensinado pela Igreja, mas também vivido e praticado por ela.
Se você deseja apoiar a causa da ‘BYU Livre’, junte-se a outros membros da Igreja e assine o seu abaixo-assinado adereçado ao Presidente da Universidade de Brigham Young.
E viva o livre árbitrio.
“Viva”
Isto não é nada, pior é o que eles fazem na igreja.
A IGREJA DAS CONTRADIÇOES: (E a igreja desfilou no 7 de setembro pela liberdade religiosa)
“Pretendemos o privilégio de adorar a Deus o todo poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem” (11-Regra de fé,Joseph Smith)
Contudo, se um membro filiar-se formalmente a outra igreja, a excomunhão ou a remoção de seu
nome pode ser necessária se a pessoa não renunciar à sua condição de membro daquela igreja após aconselhamento
e encorajamento. (Manual de Instruções da Igreja Vol. 1,pag.134)
O processo de admissão de um membro é completamente diferente de um não membro. Por ser uma universidade da igreja os membros tem desconto e ex-missionários também. Para conseguir entra você passa por diversas entrevistas e se compromete a viver os padrões. E seu bispo e presidente de estaca atesta que você é um membro digno e recebe a bolsa ou desconto.
Agora é justo se eu não sou mais membro, pagar o menos que um não membro. Ele não está sobre o mesmo compromisso, entrou com um aluno normal e eu tenho um desconto por minha condição de membro da igreja, se eu não sou mais membro não tenho direito a desconto, ai está a liberdade vou pagar igualmente aos meus amigos não-membros. Simples assim, como há diferenças de preços entre sócios e não sócios.
Você tem razão, Mulher Mórmon.
Contudo, a atual prática da BYU não é alterar preços de mensalidade mas literalmente expulsar alunos que deixaram de ser membros da Igreja.