Crise na Igreja SUD Influencia Novos Programas?

Ontem, o Apóstolo Dale Renlund discursou, junto com sua esposa Ruth, em uma devocional transmitida mundo afora para os jovens e jovens-adultos da Igreja SUD com o tema central de dúvidas intelectuais e fé.

O Apóstolo Dale Renlund e sua esposa Ruth discursam em devocional mundial em 13 de janeiro de 2019 dedicado a coibir dúvidas entre jovens SUD (Foto: YouTube)

O tema de dúvidas entre jovens e jovens-adultos na Igreja parece ser um problema muito importante no momento. Coincidentemente, um testemunho postado nas redes sociais na semana passada ilustra a preocupação nas alas SUD em Utah de que estão vivendo uma crise de fé ou de dúvidas entre seus jovens:
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Anjo Néfi ou Anjo Morôni?

Quando Joseph Smith ditou a sua história oficial para ser publicada para a Igreja SUD e o mundo, que eventualmente seria incluída no volume canonizado de escrituras conhecido como a Pérola de Grande Valor, ele recontou como o anjo Néfi – e não o anjo Morôni, como se narra hoje em dia – lhe visitara em seu quarto enquanto jovem para lhe explicar sobre as placas de ouro que continham o que viria a ser chamado de Livro de Mórmon.

"Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto" ou "O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith", por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Néfi aparece a Joseph Smith? “Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto” ou “O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith”, por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Publicações, textos, arte, gravuras, estátuas, adornos de templos, e até mesmo as escrituras mórmons de hoje o denominam como “Anjo Morôni”. Templos mórmons mundo afora são adornados com uma estátuta do “Anjo Morôni” inaugurando a “nova dispensação” através do anúncio da descoberta e tradução do Livro de Mórmon. Não obstante, quando Joseph Smith ditou uma narrativa da sua história pessoal que recontasse essa visitação pela primeira vez, ele o chamou de Néfi, e não Morôni.

No manuscrito original da história de Joseph Smith, ditada pessoalmente por ele e transcrita pelo Setenta e escrivão James Mulholland, encontramos o seguinte relato¹:  Continuar lendo

O Que Esperar do Profeta Dallin Harris Oaks?

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias anunciou ontem a formação de uma nova Primeira Presidência após o recente falecimento do Profeta e Presidente Thomas Monson. O novo Presidente da Igreja SUD, como é o costume estabelecido desde 1898 quando Lorenzo Snow reorganizou a Primeira Presidência 9 dias após a morte de Wilford Woodruff, é o até então Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos Russell Nelson.

Presidente Dallin Harris Oaks, Primeiro Conselheiro da Primeira Presidência e Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos da Igreja SUD sob a adminitração do Profeta Presidente Russell Nelson (à direita)

Nelson assume aos 93 anos de idade e, como era esperado, mantém um dos 2 conselheiros que serviram a seu antecessor Monson por uma década: Henry Bennion Eyring como Segundo Conselheiro. Assim como Joseph Fielding Smith há 48 anos atrás, Nelson chamou o novo Presidente do Quórum dos Doze Dallin Harris Oaks como seu Primeiro Conselheiro. Melvin Russell Ballard Jr. assumirá como Presidente Atuante dos Doze.

Da mesma maneira como Lee assumira a liderança da Igreja para um Profeta e Presidente nonagenário e frágil servindo tanto como Presidente do Quórum dos Doze e como Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência sem nunca haver servido neste quórum previamente, Oaks assumiu a liderança da Igreja SUD ontem igualmente sem jamais pertencer ao quórum presidente e obrigado a demoção de Dieter Uchtdorf com uma década de experiência. Considerando que Oaks, ainda por cima, é o primeiro na linha de sucessão no eventual falecimento de Nelson, Oaks tornou-se de facto o líder da Igreja SUD, se não o líder de jure.

O atual e futuro Profeta

Nascido Dallin Harris Oaks em agosto de 1932 em Provo, Utah, Oaks permaneceu em sua cidade natal até formar-se em Contabilidade pela Universidade de Brigham Young em 1954, quando mudou-se para Chicago, onde se formou em Direito pela Universidade de Chicago em 1957. Oaks seguiu em Chicago trabalhando em escritórios de advocacia e lecionando na mesma universidade até ser chamado pela Igreja SUD em 1971 para voltar para sua cidade natal como Presidente da Universidade de Brigham Young. Esta posição Oaks abandonou ao ser indicado pelo Governador de Utah para servir como membro da Supreme Corte do Estado de Utah em 1980, mas seu mandato durou apenas até 1984 quando foi chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos por causa da morte de Mark E Petersen.

Em 1965 Oaks publicou artigo acadêmico demonstrando que Joseph Smith havia destruído ilegalmente a prensa do jornal Nauvoo Expositor¹. Em 1968 Oaks foi um dos fundadores da revista acadêmica mórmon Dialogue: A Journal of Mormon Thought, que incidentemente fora categorizada direta ou indiretamente como “apostasia” por vários Apóstolos como Ezra Benson, Bruce McConkie, e Boyd Packer, e serve até hoje como uma das inspirações para o Vozes Mórmons. Em 1975 Oaks publicou, com o historiador Marvin Hill, uma excelente análise do julgamento dos assassinos de Joseph Smith².

Oaks foi casado com sua namorada do colegial, June Dixon, por 46 anos com quem teve 6 filhos. 2 anos após o falecimento dela, Oaks casou-se novamente em agosto de 2000 com Kristen Meredith McMain, tornando-se na época o mais recente Apóstolo mórmon polígamo na história (até o segundo casamento do atual Profeta Russell Nelson em 2006).

O que esperar de Dallin H. Oaks como Profeta e de facto líder da Igreja SUD? Vejamos algumas notas que nós noticiamos apenas nos últimos anos a respeito dele: Continuar lendo

Em Defesa de Cristo: Quais são as Evidências da Ressurreição?

Em 1998, Lee Strobel, um repórter para o jornal Chicago Tribune e advogado pela Universidade de Yale, publicou o livro entitulado “Em Defesa de Cristo” (com o subtítulo descritivo “a investigação pessoal de um jornalista das evidências a favor de Jesus”). Strobel reconta haver sido ateu até ser compelido pela conversão de sua esposa ao cristianismo evangélico a tentar refutar as principais asserções cristãs sobre Jesus.

Central entre tais asserções está a historicidade da ressurreição de Jesus, porém outras delas incluem as crenças que Jesus é literalmente o Filho de Deus e a acurácia dos escritos do Novo Testamento.  Strobel, contudo, encontrou-se incapaz de refutar tais asserções satisfatoriamente, e ele também se converteu ao cristianismo. Seu livro tornou-se um dos maiores bestsellers (i.e., mais vendidos) na categoria de apologética cristã (isto é, a defesa da razoabilidade e acurácia do Cristianismo) de todos os tempos.

Ontem, 7 de abril, estreiou [nos Estados Unidos] uma adaptação a filme de longa metragem entitulado “Em Defesa de Cristo”. O filme tenta estabelecer um argumento convincente para a historicidade da ressurreição de Jesus. Como diz um personagem para Strobel no começo do filme, “se a ressurreição de Jesus nunca ocorreu, então [a fé cristã] é um castelo de cartas”.

O Novo Testamento (Foto: Ty Muckler)

Como um professor de estudos religiosos especializado no Novo Testamento e no Cristianismo primitivo, eu postulo que tanto o livro de Strobel, como sua adaptação cinematográfica, foram Continuar lendo

Judas e a História

A (in)Confiabilidade das Informações Transmitidas pelas Escrituras.


Quando falamos em escrituras, consideramos elas como fontes seguras para entendermos a vontade de Deus, conhecer seus estatutos e um mapa para voltarmos a viver com Deus. O Livro de Mórmon chama as escrituras de “Barra de Ferro”, ou o que conhecemos hoje, um “corrimão” que nos conduz em segurança pelas tribulações da vida. Apesar dessa ser a ideia geral, as pessoas tendem depositar uma confiança excessiva nas escrituras, confiança essa que pode trazer erros de entendimento quanto às coisas de Deus.

A Última Ceia por Carl Heinrich Bloch (1834 – 1890), focando na conspícua saída de Judas da ceia

A Última Ceia por Carl Heinrich Bloch (1834 – 1890), focando na conspícua saída de Judas da ceia

Há vários tipos de informação nas escrituras: Continuar lendo

Doutrina e Convênios 27: Evolução de uma Revelação

É fato sabido que, dentre as revelações ditadas pelo Profeta Joseph Smith, anotadas por vários de seus secretários e escribas, e coletadas para publicação e canonização, várias delas sofreram alterações, pequenas e grandes, ao longo de suas diversas publicações.

Edição “quádrupla” da Igreja SUD com todos livros canônicos, incluindo a Doutrina & Convênios, junto a Bíblia, o Livro de Mórmon, e a Pérola de Grande Valor

Edição “quádrupla” da Igreja SUD com todos livros canônicos, incluindo a Doutrina & Convênios, junto à Bíblia, o Livro de Mórmon, e a Pérola de Grande Valor

A primeira vez que tais revelações foram publicadas, elas faziam parte de uma seção regular do jornal oficial da Igreja The Evening and Morning Star entre 1832 e 1833. A primeira edição destas revelações em formato de coletânea foi publicada em 1833 sob o título Livro de Mandamentos. A segunda edição, em 1835, teve o título alterado para Doutrina e Convênios, e esse título permaneceu por edições subsquentes.

Tomemos uma dessas revelações específica e comparemos suas versões nessas diversas edições. Eis a versão atual da revelação que encontra-se na presente edição da Doutrina e Convênios (seção 27)¹: Continuar lendo

Duas Mulheres Testemunharam do “Irmão Néfi”

Quando Joseph Smith ditou a sua história oficial para ser publicada para a Igreja SUD e o mundo, e eventualmente seria incluída no volume canonizado de escrituras conhecido como a Pérola de Grande Valor, ele recontou como o anjo Néfi lhe visitara em seu quarto enquanto jovem para lhe explicar sobre as placas de ouro que continham o que viria a ser chamado de Livro de Mórmon.

"Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto" ou "O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith", por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Néfi aparece a Joseph Smith? “Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto” ou “O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith”, por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Publicações, textos, arte, gravuras, estátuas, adornos de templos, e até mesmo as escrituras mórmons de hoje o denominam como o “Anjo Morôni”. Contudo, quando Joseph Smith ditou uma narrativa da sua história pessoal que recontasse essa visitação pela primeira vez, ele o chamou de Néfi. E, evidentemente, o nome Néfi para o anjo era conhecimento comum entre muitos de seus seguidores.

Entre eles, duas mulheres de destaque: Lucy Mack Smith, mãe do Profeta Joseph Smith e esposa de 1 e mãe de 2 testemunhas do Livro de Mórmon, e Mary Musselman Whitmer, sogra de 1 e mãe de 5 testemunhas do Livro de Mórmon. Com acesso direto e íntimo a 10 dos 12 homens diretamente ligados ao Livro de Mórmon, o que nos legaram essas duas matriarcas? Continuar lendo

Pérola de Grande Valor: O Anjo Néfi

Quando Joseph Smith ditou a sua história oficial para ser publicada para a Igreja SUD e o mundo, e eventualmente seria incluída no volume canonizado de escrituras conhecido como a Pérola de Grande Valor, ele recontou como o anjo Néfi lhe visitara em seu quarto enquanto jovem para lhe explicar sobre as placas de ouro que continham o que viria a ser chamado de Livro de Mórmon.

"Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto" ou "O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith", por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Néfi aparece a Joseph Smith? “Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto” ou “O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith”, por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Publicações, textos, arte, gravuras, estátuas, adornos de templos, e até mesmo as escrituras mórmons de hoje o denominam como o “Anjo Morôni”. Contudo, quando Joseph Smith ditou uma narrativa da sua história pessoal que recontasse essa visitação pela primeira vez, ele o chamou de Néfi.

No manuscrito original da história de Joseph Smith, ditada pessoalmente por ele e transcrita pelo Setenta e escrivão James Mulholland, encontramos o seguinte relato¹:  Continuar lendo

Morôni ou Néfi?

Néfi? Morôni? Como se chamava o anjo que visitou Joseph Smith pela primeira vez em seu quarto, na madrugada de setembro de 1823, para anunciar a existência de placas de ouro contendo o texto sacro que viria a ser conhecido como o Livro de Mórmon?

"Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto" ou "O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith", por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

“Morôni Aparece a Joseph em Seu Quarto” ou “O Anjo Morôni Aparece a Joseph Smith”, por Tom Lovell sob encomenda para, e publicado pela, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Reproduzido sob permissão

Publicações, textos, arte, gravuras, estátuas, adornos de templos, e até mesmo as escrituras mórmons de hoje o denominam como o Anjo Morôni. Contudo, quando Joseph Smith publicou a sua história pessoal pela primeira vez, ele o chamou de Néfi.

Nos jornais oficiais da Igreja SUD Times and Seasons (Vol. 3 No. 12 p. 753), no dia 15 de abril de 1842, e The Latter-day Saints’ Millennial Star (Vol. 03 No. 4 p. 53), em agosto de 1842, encontramos o seguinte relato ditado por Joseph Smith a seus secretários, publicado por seus editores, e nunca corrigido nos seus dois anos de vida remanescentes¹:  Continuar lendo

Hierarquia Mórmon: Origens do Poder

Encontra-se agora disponível em formato eletrônico, um dos livros mais importantes na historiografia mórmon. A editora Signature Books lançou a versão eletrônica do livro The Mormon Hierarchy: Origins of Power, do historiador D. Michael Quinn.

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D. Michael Quinn. Imagem: Salt Lake Tribune

Essa contribuição é particularmente importante para estudantes brasileiros do mormonismo, considerando as dificuldades de acesso resultantes dos altos preços (USD 29 hoje) em dólares (R$ 3,42 para USD 1 hoje) da edição em capa dura (não existe edição em capa mole devido ao enorme tamanho do livro com 686 páginas), e do alto preço e/ou da demora do frete. Com entrega instantânea para leitores Kindle (em desconto hoje por causa da “Black Friday”) ou para aplicativos gratuitos para celulares e para o computador, que incluem dicionários embutidos destinados a ajudar o leitor palavra-por-palavra, bastando clicá-las, essa versão digital facilita em muito acesso a essa importante obra historiográfica.

Por que justamente esse livro não pode faltar na biblioteca (física ou virtual) do estudioso do mormonismo? Continuar lendo

Leonard Arrington: Poder e Medo das Autoridades Gerais

O Historiador da Igreja entre 1972 e 1982, Leonard J. Arrington, anotou em seu diário algumas observações pessoais sobre como ele enxergava os bastidores da administração eclesiástica da Igreja SUD, o exercício de poder entre Autoridades Gerais e os medos que regiam as reações da liderança da Igreja.

Leonard Arrington

Arrington foi o primeiro não-Apóstolo, e até hoje o único não-Autoridade Geral, a ser chamado para o ofício de Historiador da Igreja desde quando Joseph Smith chamou Willard Richards em 1842 para a posição.

Sob a égide do Apóstolo Howard Hunter, Arrington transformou o campo acadêmico para historiadores mórmons ao abrir os arquivos históricos da Igreja para pesquisadores. Durante uma década, Arrington estimulou e fomentou uma verdadeira revolução nos estudos mórmons à era popularmente chamada de “era de ouro em historiografia mórmon” ou “nova história mórmon”.

Essa liberdade acadêmica e abertura intelectual não passou, porém, incólume. Alguns Apóstolos, como Ezra Benson, Bruce McConkie, Mark Petersen, e Boyd Packer fizeram feroz oposição ao trabalho de Arrington, até que em 1982, ele foi desobrigado em uma reunião secreta privada e seu novo substituto anunciado em Conferência Geral alguns meses depois, sem quaisquer menções a Arrington. Inclusive, ele foi o único Historiador da Igreja a ser desobrigado sem votos de gratidão pela Igreja em conferência.

Arrington, contudo, permaneceu inabalavalmente fiel e ativo na Igreja pelo resto da vida, e ainda mais importante, produzindo e orientando uma nova geração de historiadores até sua aposentadoria como Professor e Chefe de Departamento da BYU.

Entre esses o autor da melhor biografia de David O. McKay, historiador Gregory Prince, que publicou esse ano uma biografia de Leornard Arrington: Leonard Arrington and the Writing of Mormon History. É desta biografia, por exemplo, que descobrimos uma página do diário de Arrington, onde ele lista mudanças que julgava serem necessárias e cruciais para alterar aspectos nocivos e perniciosos dentro da instituição da Igreja SUD.

Diário de Leonard Arrington, com seu retrato ao fundo. (Foto: Scott Sommerdorf l The Salt Lake Tribune)

Diário de Leonard Arrington, com seu retrato ao fundo. (Foto: Scott Sommerdorf l The Salt Lake Tribune)

O diário está sendo preparado para publicação, com previsão para março de 2017. A editora Signature Books lançou um teaser com o trecho mencionado no topo do artigo, de observações anotadas em julho de 1972: Continuar lendo

Enigma Mórmon: Emma Hale Smith

Em setembro de 1984, duas intrépidas membros da Igreja SUD e historiadoras publicaram a primeira e, até hoje mais importante, biografia de Emma Hale Smith, esposa do Profeta Joseph Smith.

Retrato de Emma Smith (Cortesia dos Arquivos SUD)

Retrato de Emma Smith (Cortesia dos Arquivos SUD)

Intitulado originalmente Mormon Enigma: Emma Hale Smith, Prophet’s Wife, “Elect Lady”, Polygamy’s Foe (“Enigma Mórmon: Emma Hale Smith, Esposa do Profeta, ‘Mulher Eleita’, Inimiga de Poligamia”), Valeen Tippetts Avery e Linda King Newell produziram, além de uma excelente biografia acadêmica sobre a primeira esposa de Smith, uma reconstrução historiográfica que oferece uma visão ímpar do Profeta através dos olhos de sua mulher.

Recebendo o prêmio de Melhor Livro do Ano da Associação de História Mórmon, e laudado efusivamente pela comunidade acadêmica de estudos mórmons na época (ver aqui, aqui, e aqui) “Enigma Mórmon”, que completou 32 anos essa semana, é um dos grandes marcos na historiografia mórmon.

Quase 3 décadas após sua publicação, a única sobrevivente da dupla de historiadoras escreveu uma breve nota no site de vendas Amazon.com para responder a alguns dos comentários publicados por leitores. A nota oferece algumas explicações básicas a equívocos comuns a respeito da obra, e mais importantemente, uma pequena janela íntima no pensamento de uma das historiadoras mais influentes do mormonismo: Continuar lendo

Dallin Oaks: Apóstolos Censuram pela Fé

O Apóstolo Dallin Oaks admitiu, em entrevista pessoal, que uma das funções de um Apóstolo d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é evitar que alguns fatos históricos, mesmo que verídicos, sejam conhecidos por membros da Igreja.

Dallin H Oaks

Em 1984 as historiadoras SUD Valeen Tippetts Avery e Linda King Newell publicaram uma excelente biografia acadêmica sobre a primeira esposa de Joseph Smith, Mormon Enigma: Emma Hale Smith, oferecendo uma visão ímpar do Profeta através dos olhos de sua mulher.

Enquanto a biografia recebeu vários prêmios de excelência, como o Prêmio Melhor Livro da Associação de História Mórmon, o Prêmio Melhor Livro da Associação Histórica John Whitmer, e o prestigioso Prêmio Evans para Biografias, as Autoridades Gerais da Igreja imediatamente instruíram líderes locais a proibir que as duas autoras, Avery e Newell, falassem em reuniões formais ou informais da Igreja.

Leia aqui sobre a importância da obra e os esclarecimentos de uma das autoras quase três décadas depois.

Quando uma das autoras foi, finalmente, entrevistada com seu marido pelos Apóstolos Dallin Oaks e Neal Maxwell sobre a publicação da biografia e sua censura oficial pelas autoridades, Oaks lhe explicou sua motivação pessoal:

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Historiador da Igreja Pedia Reformas

O Historiador da Igreja SUD entre 1972 e 1982, Leonard J. Arrington, anotou em seu diário reformas à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que ele julgava serem necessárias para remover práticas institucionais nocivas para a Igreja e para os membros.

Leonard Arrington

Arrington foi o primeiro não-Apóstolo, e até hoje o único não-Autoridade Geral, a ser chamado para o ofício de Historiador da Igreja desde quando Joseph Smith chamou Willard Richards em 1842 para a posição.

Sob a égide do Apóstolo Howard Hunter, Arrington transformou o campo acadêmico para historiadores mórmons ao abrir os arquivos históricos da Igreja para pesquisadores. Durante uma década, Arrington estimulou e fomentou uma verdadeira revolução nos estudos mórmons à era popularmente chamada de “era de ouro em historiografia mórmon” ou “nova história mórmon”.

Essa liberdade acadêmica e abertura intelectual não passou, porém, incólume. Alguns Apóstolos, como Ezra Benson, Bruce McConkie, Mark Petersen, e Boyd Packer fizeram feroz oposição ao trabalho de Arrington, até que em 1982, ele foi desobrigado em uma reunião secreta privada e seu novo substituto anunciado em Conferência Geral alguns meses depois, sem quaisquer menções a Arrington. Inclusive, ele foi o único Historiador da Igreja a ser desobrigado sem votos de gratidão pela Igreja em conferência.

Arrington, contudo, permaneceu inabalavalmente fiel e ativo na Igreja pelo resto da vida, e ainda mais importante, produzindo e orientando uma nova geração de historiadores até sua aposentadoria como Professor e Chefe de Departamento da BYU.

Entre esses o autor da melhor biografia de David O. McKay, historiador Gregory Prince, que publicou há duas semanas uma biografia de Leornard Arrington: Leonard Arrington and the Writing of Mormon History.

É desta biografia que descobrimos uma página do diário de Arrington, onde ele lista mudanças que julgava serem necessárias e cruciais para alterar aspectos nocivos e perniciosos dentro da instituição da Igreja SUD.

Diário de Leonard Arrington, com seu retrato ao fundo. (Foto: Scott Sommerdorf l The Salt Lake Tribune)

Diário de Leonard Arrington, com seu retrato ao fundo. (Foto: Scott Sommerdorf l The Salt Lake Tribune)

Eis a lista de práticas comuns que Arrington identificou como prevalentes e prejudiciais: Continuar lendo

Mapas Animados

Três mapas animados ajudam a ilustrar e a compreender o surgimento e a expansão histórica das religiões mundiais, e em especial, do Cristianismo.

World Religions

Alguns eventos, algumas sociedades, e algumas personalidades históricas foram fundamentais para determinar as línguas e as religiões que nós professamos hoje.

Surgimento das principais línguas escritas na história do mundo: Continuar lendo