Em 1844, apenas três meses antes de sua morte, Joseph Smith estabeleceu uma nova organização composta por 53 indivíduos – incluindo três “gentios” (não-mórmons). Tratava-se de uma instituição teocrática, cuja existência era desconhecida dos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Tal organização secreta deveria preparar o governo milenar de Cristo na Terra, constituindo um núcleo político inicial do Reino de Deus.
Em uma revelação recebida por Joseph Smith em 1842, o nome da organização havia sido dado por ordem divina:
Assim diz o Senhor, este é o nome pelo qual vocês serão chamados, o Reino de Deus e suas Leis, com suas Chaves e poder, e julgamento nas mãos de seus servos, Ahman Cristo.
Dois anos depois, ele iniciaria a organização desse Reino. Seus membros costumavam chamá-lo por um nome mais breve: Conselho dos 50.
Apesar de sua enorme importância no pensamento de Joseph Smith, o Conselho dos 50 ainda permanece desconhecido da maioria dos mórmons. Por outro lado, desde a década de 1950, tem sido um dos grandes temas da história mórmon.
Antes de partir para a cadeia de Carthage, Joseph Smith instruiu o secretário dos 50, William Clayton, a queimar ou enterrar as atas da organização. Clayton optou pela opção menos radical, de forma que as atas foram preservadas. No entanto, até hoje, as mesmas não se encontram disponíveis para estudo.
Uma ótima notícia veio no ano passado, quando o Departamento de História da Igreja anunciou que as atas poderão vir a ser publicadas pelo projeto Joseph Smith Papers. Há uma grande expectativa sobre o que será publicado e quais questões virão a ser elucidadas pelas novas fontes.
Após o martírio, Brigham Young assumiu a liderança do Conselho dos 50. Uma de suas primeiras ações foi descontinuar participação dos não-mórmons no Conselho.
Para Brigham Young, tal como como as novas ordenanças recebidas no Quórum dos Ungidos, a liderança dos 50 era também uma credencial para futuramente assumir a presidência da Igreja. Ou seja, o Conselho dos 50 era um ponto de disputa nos bastidores da crise de sucessão.
Até James Strang – que nunca fora parte dos 50 – fez questão de criar sua própria réplica do Conselho teocrático de Joseph Smith, contando com o auxílio de George Miller, membro original dos 50.
Assim como na sucessão da Primeira Presidência, a sucessão no Conselho dos 50 tampouco foi livre de controvérsias. Pelo menos três de seus membros quiseram honrar as missões de colonização a eles dadas por Joseph Smith, colocando-as acima da liderança de Young – James Emmet, Alpheus Cutler e Lyman Wight – e acabaram por estabelecer suas próprias organizações.
Entre 1844 e 1884, quando ocorreu sua última reunião, o Conselho dos 50 passou por diferentes composições, assumiu diferentes tarefas e recebeu maior ou menor importância da hierarquia mórmon.
Esse fascinante capítulo da história mórmon será abordado na primeira edição do nosso Podcast Mórmon. Marcello Jun e eu apresentaremos o que já foi escrito a respeito do Conselho dos 50 e responderemos perguntas e comentários.
Acompanhe a transmissão ao vivo no próximo sábado, dia 22/03. A transmissão acontece através deste link. Para assistir e participar, é necessário fazer um rápido cadastro no site LiveStream.
Você tem uma pergunta ou comentário sobre o Conselho dos 50? Utilize abaixo o espaço dos comentários.
Talvez será mencionado no podcast, porém no post vocé não mencionou sobre a coroação de Joseph como rei no reino.
Gostaria de saber se comentário em posts antigos são respondidos por vocês?
Excelente observação, Madeleudo. Mesmo focando no período de três meses, sob a liderança de Joseph Smith, durante o qual aconteceram 17 reuniões, seria impossível descrever aqui todos os detalhes que se conhecem.
Vamos abordar amanhã a escolha de Joseph Smith como rei no Conselho dos 50, assim como as seguintes escolhas/ordenações do sucessores na presidência daquele Conselho.
Às vezes esquecemos de responder, etc. Se quiser nos indicar qual post, envie um e-mail para nós (bmsc10@gmail.com).