Terminado a 185a Conferência Geral Anual de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, eis um breve resumo dela, uma explicação da questão dos votos contrários, e algumas impressões pessoais.

Primeiro fim de semana de abril é tempo para Conferência Geral da Igreja SUD, e para a cobertura do Vozes Mórmons
Comecemos com o fato que mais chamou a atenção esse sábado, principalmente por ser inusitado e incomum.
1) Os Que Se Opõe, Manifesteram-se
Houve gritaria em oposição nos votos para a Primeira Presidência e para os Apóstolos, mas a câmera não mostrou nada além de algumas pessoas virando-se rapidamente para trás para tentar ver quem gritava! Sim, pois os que se organizaram para votar em contrário sabiam que as câmeras não iriam notá-los se não gritassem o seu voto!
Assiste um clipe do ocorrido:
Depois que todos os votos e desobrigações terminaram, o Presidente Dieter Uchtdorf proclamou:
“Presidente Monson, os votos foram contabilizados. Convidamos todos que se opuseram para contactar seus Presidentes de Estaca.”

Membros ativos da Igreja levantaram-se para votar contra Thomas Monson (Chris Detrick, The Salt Lake Tribune)
Há um mês nós havíamos anunciado sobre esse movimento que planejava protestar a falta de transparência e abertura por parte da liderança da Igreja, muito semelhante às pressões soviéticas por perestroika e glasnost nos anos 1980. Don Braegger, um dos pelo menos 7 membros ativos da Igreja a votar contra Thomas Monson como Presidente da Igreja, deu entrevista dizendo que entre as preocupações do grupo estão as campanhas anti-gay e a homofobia na Igreja, a falta de espaço para mulheres desenvolverem maior participação na Igreja, e as recentes excomunhões de intelectuais Kate Kelly e John Dehlin.
Isso não é um fato inusitado. Em outubro de 1977, Byron Marchant insistiu vocal e educamente para ter seu voto contrário notado pelo Presidente Eldon Tanner. Ele protestava a política racista de exclusão de Negros. Em abril de 1978, Tanner explicou que Marchant havia tido a oportunidade de explicar a uma das Autoridades Gerais as suas preocupações.
Em outubro de 1980, 3 mulheres também gritaram para ter seus votos contrários notados pelo Presidente Marion Romney. Elas protestavam o envolvimento político da Igreja SUD contra a Emenda Constitucional de Direitos Iguais (ERA), que serviria para proteger os direitos civis das mulheres (a Igreja havia publicado sua posição oficial contra a emenda constitucional porque mulheres deveriam ser donas-de-casa, e porque gays!) O Apóstolo Bruce McConkie se levanta para ajudar o idoso e enfermo Romney, e promete às irmãs uma reunião com o Apóstolo Gordon Hinckley.
Hoje, Braegger e demais correligionários deverão se contentar a conversar com seus Presidentes de Estaca. Há 30 anos atrás, tais votos mereciam ao menos audiência com um Apóstolo.
E é interessante notar que, nos 3 episódios de membros da Igreja votando contra o Profeta nos últimos 40 anos, todos envolveram queixas da maus-tratos e discriminação institucional contra minorias (i.e., negros, mulheres, e gays).
2) Finanças da Igreja e Auditoria
Como esperado e de costume, nenhum dado concreto foi divulgado. Infelizmente, a Igreja não nos conta nada sobre suas finanças, o que nos força por necessidade a especular e buscar informações através de dados inferidos e incidentais.
3) Estatísticas
De nota, percebemos uma taxa de crescimento de 1,9% ao ano entre 2013 e 2014. A pior dos últimos 34 anos, seguindo a tendência negativa consistente nesse período. Além disso, notamos uma taxa de conversão por missionário por ano de 3,49, a segunda pior (a pior foi 3,41 no ano passado) nesses últimos 34 anos. Estranhamente, o Apóstolo Quentin Cook insistiu (até demais) que as estatísticas demonstravam forte crescimento, quando na verdade os dados sugerem uma continuação na tendência de crescimento nulo.
4) Saúde
O aspecto frágil e doente de Boyd Packer não apenas surpreendeu como chocou. Dispneico e quase disfônico, era muito difícil ouvi-lo ou entende-lo, e impossível não sentir dó.
O aspecto frágil de Thomas Monson não surpreendeu muito, mas ele pareceu bem mais forte do que os rumores davam a entender. A semana de repouso, evitando até a reunião extraordinária com o Presidente dos EUA Barack Obama, e forçando o Tom Perry a cancelar suas viagens para assumir compromissos de Monson, evidentemente fizeram-no bem.
5) Melhores Discursos
Dieter Uchtdorf: Elegante, inteligente, e auto-reflexivo, Uchtdorf desenvolve o papel dos profetas hebreus ao convidar os membros da Igreja a confrontarem suas falhas pessoais, coletivas, e institucionais em ambos discursos!
Larry Gibson: Comovente discurso sobre as alegrias, as dificuldades, e a importância da paternidade.
5) Piores Discursos
Ulisses Soares: Discurso sem rumo ou tema consistente, aparentemente construído em tôrno de uma sequência de aforismos e superficialidades.
Thomas Monson: Estórias repetitivas sem uma direção específica ou um tema coerente, que fazem os discursos de Monson parecerem mal concatenados.
6) Discurso Embaraçoso
Jeffrey Holland: Com seu discurso, Holland força uma guinada teológica radical para uma leitura literalista da Bíblia, só que desta vez sem gigantes como B. H. Roberts e James E. Talmage para fazer o contra-ponto a favor de uma teologia mais compatível com os fatos e a realidade científica.
7) Discursos Tristes
Todd Christofferson: Discurso abertamente homofóbico, estruturado em tôrno do tema de oposição oficial ao casamento gay. Especialmente triste por causa do seu irmão, Tom Christofferson, que é abertamente gay.
Tom Perry: Discurso abertamente homofóbico, estruturado em tôrno do tema de oposição oficial ao casamento gay e de esforços ecumênicos para união entre religiões contra direitos civis para LGBT.
Dallin Oaks: Discurso veladamente homofóbico (com alusões ao têrmo de código homofóbico “liberdade de religião”, semelhante ao têrmo “separado mas igual” que era o código para racismo institucional na primeira metade do século XX) e veladamente contra movimentos de justiça social (com alusões ao têrmo de código reacionário e de extrema-direita “entitlements”).
Robert Hales: Discurso veladamente homofóbico (com alusões ao têrmo de código homofóbico “liberdade de religião” e “junte-se a outros ativistas”, semelhante ao têrmo “separado mas igual” que era o código para racismo institucional na primeira metade do século XX).
Boyd Packer: Discurso veladamente homofóbico, estruturado em tôrno do tema de oposição ao casamento gay, similarmente como o discurso que supostamente fora censurado pela Primeira Presidência em 2010, porém sem as expressões que foram removidas naquela época.
Joseph Sitati: Discurso aberta e desnecessariamente homofóbico.
Linda Burton: Discurso orientado para reforçar papéis estereotipados de gêneros, tendendo ao machismo. Particularmente triste por ser proferido pela única mulher a discursar o dia inteiro!
Essa triste ênfase foi tão marcante durante toda a Conferência que um membro, em outra mídia, cunhou a expressão “Conferência da Família Coxinha Com Deus pela Liberdade Religiosa Em Repudio À Ditadura Gayzista-Feminista”.
8) Melhor Côro
Côro de Sacerdócio da BYU
9) Resumos
Os resumos das sessões do sábado encontram-se aqui: Manhã, Tarde, e Sacerdócio.
Os resumos das sessões do domingo encontram-se aqui: Manhã, e Tarde.
O que lhes chamou atenção nessa conferência?
Gostei muito das percepções.
Me chocou muito a forma que fora abordado o tema casamento e família, por um instante observei todas as pessoas que estavam ali, com olhos atentos, e pensei na forma como receberam tudo o que foi dito.
Toda a imposição, a intolerância.
Porem, saber sobre a união de diversas religioes em busca de tal ‘defesa’ foi o que mais me entristeceu , a definição de família, tudo soou de forma tão autoritária e tão violenta aos meus ouvidos, sem disfarce e sem máscara.
E claro, o discurso da irmã Linda, que sendo a única mulher a discursar, estando ali para nos representar, apresentando palavras e frases que muitas de nós queremos fugir. A todos os que disseram ou que pensaram que meu texto há um ano atrás foi extremista ou sem nexo, eis a prova de que devem repensar. No entanto, fora dos meus princípios julga-la cruelmente, atentando ao fato de que esta é uma vítima e um fruto de todas as circunstâncias.
De modo geral, eu infelizmente não senti o espírito e as vezes quis tapar meus ouvidos.
Prezados,
Temos uma sociedade impondo dogmas. Sociedade machista sem amor ao próximo. A oposição desses membros mostra a indignação de vários seguidores (membros da igreja) queremos a verdade, queremos transparência, quero ser ouvido.
O que Deus mandou, não pode ser mudado pelo homem. Isso é apostasia.
Ser membro da Verdadeira Igreja de Deus, é dizer que obedecerá a TODOS os Seus Mandamentos.
Deus nos deu o livre-arbítrio para segui-lo ou não, mas não nos deu, aqui na Terra, o direito de mudar Seus mandamentos. Se você não concorda, então não perca seu tempo e vá procurar outro caminho. Como fez Helen White e seus amigos no passado.
A Verdade é algo que se sente no coração. Não é e jamais será, fruto de estudo literal.
Oro para que você e muitos outros como você, recebam a luz da razão em seus corações e parem de perseguir a Deus e Seus seguidores.
Presada Larissa,
A conferência geral é um evento realizado, que tem como público alvo os membros da Igreja. Os que encontram-se na condição de membros da referida igreja o são por terem aceitado viver de acordo com os padrões morais estabelecidos pela Igreja (ou por Cristo, para aqueles, como eu, que creem na Sua existência). Ninguém é obrigado a acreditar, ou aceitar viver de acordo com os dogmas da igreja. Se não gostou dos discursos, não era obrigada a ouvir, tampouco a estar presente (nem precisava tapar os ouvidos, bastava retirar-se). O que não concordo é que pessoas queiram impôr a Igreja condições, como se ela, como organização fosse obrigada a aceitar a todos.
Concordo com o Luiz, inclusive foi um dos temas relacionados entre os discursos, preservar o direito de crença, seja de outros ou da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias.
Quem permanece na religião tem os seus motivos e opinião, a diversificação de opiniões é um direito de todos, inclusive o de não concordar (principio básico do Livre-arbítrio). Contudo, ao intitular-se “vozes mórmons” implica em (genericamente falando) dizer que representam os seguidores desta religião, o que (pelo menos) no meu caso, não encontrei sincronismo de entendimento entre o que entendo (e acredito) com o que aqui foi apresentado e em assim sendo de maneira alguma me representam.
Perfeito Irmão! Fala sério, o que estas pessoas estão querendo? Que a Igreja apoie o homosexualismo, quando as escrituras o condenam? Ou mudam suas vidas ou troquem de canal, simples assim!
Sim.
Tibério, as mesmas escrituras que condenam o homossexualismo, ordenam coisas que nenhum SUD acredita mais.
De acordo com essas mesmas escrituras: Esposas devem ser inteiramente submissas e subservientes a seus maridos; Mulheres podem ser escravizadas, forçadas a se casar com seus raptores, e coagidas a ter relações sexuais com seus raptores/maridos; Uma mulher solteira vítima de estupro é obrigada a casar-se com seu estuprador; Mulheres são consideradas como propriedade de seus maridos; Homens podem se divorciar de suas mulheres por quaisquer motivos, mas elas nunca podem se divorciar deles; Uma mulher divorciada é impura como uma prostituta e não pode se casar novamente com um portador do Sacerdócio; Homens em casamentos inter-raciais ou internacionais agradam a Deus quando abandonam suas mulheres e suas crianças; Mulheres não devem falar em público; Mulheres não podem chefiar ou liderar homens em quaisquer capacidades, no lar ou fora do lar; Mulheres devem ser completamente submissas e obedientes a seus maridos, mesmo aos que sequer são bons Cristãos. Discípulos fieis devem abandonar (e até trair) seus familiares, seus pais idosos, seus filhos pequenos, seus cônjuges, seus irmãos e irmãs, em nome da fé.
Nenhum SUD acredita que essas escrituras devam regrar suas vidas. O que faz você achar que os SUDs não poderão ignorar as escrituras sobre homossexualismo? Ou seja, “muda[ram] suas vidas”, como diz você. A Igreja também já mudou sua posição sobre poligamia e segregação racial, apesar de haver dito que jamais mudaria. O que faz você achar que a Igreja não pode mudar mais? Ou você acredita que o cânone está fechado e não pode haver mais revelações?
Luiz to com VC , ninguém é obrigado a nada , Jesus não foi pregado na cruz por seus fiéis e foi sim pela oposição, os que não acreditavam nele, é claro que hoje a descendentes desse gênero de pessoa que trazem em seu DNA e ser essas atitudes. Se é um membro e não concorda com isso tá fazendo oque que não procurou um testemunho verdadeiro de Jesus Cristo, só tá manchando suas vestes de sangue.
as crenças e os ensinamentos contidos nessa igreja fizeram de minha familias pessoas melhores nao perfeitas, melhores, tenho um marido que me ajuda quando chega em casa lava a louça enquanto fasso outras tarefas, e onde ele aprendeu isso? O mundo ensinou? Me insentiva a fazer uma faculdade, estudar e aprender coisas novas, a ficar em casa e cuidar sa familia enquanto ele trabalha arduamente para levar o sustento pra casa, onde ele aprendeu? Sabemos que temos que guardar economias, e constantemente aconselhados a fazer armazenanto para caso aconteça uma catastrofe , tenhamos como sobreviver e ajudar outros, quem ensinou? O mundo? Respeitamos as religiões, os gays lesbicas e tudo mais, mas isso nao quer dizer que vamos insentivar nossos filhos e filhas a casarem e namorarem pessoas do mesmo sexo! Temos que ser semelhantes a cristo assim como ele é semelhante ao pai, o próprio desagradou a muitos com suas parabolas e sermões, na sua igreja nao sera diferente!
É interessante o conceito de família que a Igreja busca defender. A família bíblica começa sem passado, sem avô, sem avó. É um casal. O homem criado do pó da terra e a mulher da costela do homem. Adão e Eva eram filhos únicos?! Adão e Eva não tiveram juventude e Eva já era uma adulta virgem que foi dada a Adão. Andavam nus, só os dois em estado de inocência. Em qual momento da formação humana andar nu demonstra inocência? Também temos Jacó que bebeu tanto que pensava que a mulher que estava mantendo relações sexuais com ele era sua esposa. Não era. Era a cunhada. A família mosaica é mais complexa. Na lei mosaica, o irmão mais novo tinha que casar com a cunhada para gerar descendentes para o irmão já falecido. Também tínhamos a família polígama. O homem podia ter várias esposas e todos dormiam no mesmo quarto, lado a lado, não só o homem com suas esposas, mas os filhos, genros, noras, netos e netas. Nós também tínhamos o caso de que se o homem descobrisse que a sua esposa não era virgem ele podia abandona-la. O sumo-sacerdote só podia casar com mulheres virgens e se o sumo-sacerdote morresse, sua esposa estava proibida de casar. A lei de Moisés nunca proibiu o homem de manter relações sexuais com prostitutas. Isso mesmo. O homem e a mulher era proibidos de adulterar se fossem casados, mas se a mulher fosse solteira e não virgem isso não era adultério e nada aconteceria a eles. Qual conceito de família bíblica a Igreja prega. Maria eram jovem entre seus 14-16 anos e José era um homem adulto entre os seus 40 anos. Um anjo aparece e informa a Maria que ela está grávida, mas Maria não mantém relações com homem algum. De onde veio o esperma que entrou no útero de Maria? E José é chamado para assumir a paternidade de Jesus. Qual é o conceito bíblico de família que a Igreja tenta defender. Pela bíblia há muitas famílias. Qual modelo?
Diga você, qual tipo de família o senhor gostaria de ter sido criado?
Os últimos discursos queimaram o grande edifício q foi só fumaça, podem gritar, espernear, o homosexualismo é uma desgraça! Quem apoia tal pratica dentro da própria igreja, esta dando ouvido aos gritos do grande edifício, se perdendo na névoa que confunde os que soltam por um instante a barra de ferro.
E outra, Na minha estaca quem “manda” são as mulheres, indiretamente, em casa elas educam os maridos com pau de macarrão para q magnifiquem seus chamados, mulheres oprimidas? Q não podem falar? Já vi muitos puxões de orelha em reunião de testemunho, e em discurso, onde os homens ficaram caladinhos. a visível divisão de gênero que vemos dentro da igreja, vemos fora também! Sacerdocio p mulheres? Daqui uns dias vao querer q apoiem os homens a “mudar” seus orgaos reprodutivos por femininos com o intuito de gerar posteridade? Tá bem como o diabo gosta mesmo. E outra a familia proclamação ao mundo é uma revelação que foi muito bem vista na ultima conferencia do vaticano pelos lideres de todas as religioes ali presentes. Se alguem não acredita em revelação, tá na igreja errada!!! Assista novamente os discursos da ultima sessão e não caiam na desgraça de se tornar hipocritas dos ultimos dias. Um bj no coração. E a proposito, tendo em mente as “manifestacoes”, sabemos q o tema é tão indigno de atenção q os presidentes de estaca foram escalados para enfim ouvir os reclames.
Tá na hora de despojar se do homem natural e tornar se como criança. Mos.3:19;27:25-26
Obrigado pelo seu comentário homofóbico e preconceituoso, Antônio. Ele adiciona bastante em termos de documentação do impacto coletivo de uma postura eclesiástica oficial.
Não obstante a aceitação institucional de homofobia e preconceito na Igreja SUD, é uma questão de educação básica contê-la na privacidade do seu lar ou das capelas SUD, pois aqui no espaço público outras pessoas não vêem essas atitudes com bons olhos.
“Como criança” é justamente a qualificação certa para a qualidade intelectual dessa linha de raciocínio. Nós seguimos outro: “Quando eu era criança, falava, pensava, raciocinava como uma criança. Mas quando me tornei adulto deixei as coisas de criança.” (1 Cor 13:11)
Parabéns por seu comentário, Antonio! Muito bom mesmo!
Tens que ler mais e melhor para compreender o modelo bíblico de famílias.
Nelson, você acha precisa-se “ler mais e melhor para compreender o modelo bíblico de famílias”?
Leiamos, então. Qual o modelo de família que Deus deixou legado na Bíblia?
* Esposas devem ser inteiramente submissas e subservientes a seus maridos;
* Mulheres podem ser escravizadas, forçadas a se casar com seus raptores, e coagidas a ter relações sexuais com seus raptores/maridos;
* Uma mulher solteira vítima de estupro é obrigada a casar-se com seu estuprador;
* Mulheres são consideradas como propriedade de seus maridos;
* Homens podem se divorciar de suas mulheres por quaisquer motivos, mas elas nunca podem se divorciar deles;
* Uma mulher divorciada é impura como uma prostituta e não pode se casar novamente com um portador do Sacerdócio;
* Homens em casamentos inter-raciais ou internacionais agradam a Deus quando abandonam suas mulheres e suas crianças;
* Mulheres não devem falar em público;
* Mulheres não podem chefiar ou liderar homens em quaisquer capacidades, no lar ou fora do lar;
* Mulheres devem ser completamente submissas e obedientes a seus maridos, mesmo aos que sequer são bons Cristãos.
* Discípulos fieis devem abandonar (e até trair) seus familiares, seus pais idosos, seus filhos pequenos, seus cônjuges, seus irmãos e irmãs, em nome da fé.
Estes são os ensinamentos das escrituras bíblicas sobre casamento e família. Esse é o “modelo bíblico de famílias”. É isso que você está definindo como a norma imperativa?
Bem equivocado seu entendimento nas escrituras listadas! Mas de todas, a de Lucas 12:51-53, você só pode estar de brincadeira, o Senhor se refere a sua vinda (2º) que realmente é o que vai acontecer. depois deste post, realmente entendi quem são os editores deste blog! Vozes Mormons? que mormons são vocês? pois até nossos jovens no seminário compreendem estas escrituras!
Esse é o problema de “nossos jovens no seminário”, Roni. E o seu problema, também. Vocês querem “compreende[r] estas escrituras” sem ter que lê-las.
Se você tivesse lido “estas escrituras”, teria visto que não nada “equivocado” no “entendimento nas escrituras listadas” acima. Se você as tivesse lido, teria visto que elas falam justamente o que foi citado acima! Literal e inequivocadamente.
Tomemos a passagem que você citou como exemplo. Você reclama que “só pode estar de brincadeira, o Senhor se refere a sua vinda (2[a])”. Paremos, contudo, um instante para ler o texto em si. A perícope começa com Jesus dizendo “Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou…” Jesus estava falando a uma multidão de pessoas que haviam ido lhe ver pela primeira vez. Terminado o Seu discurso para a multidão, Jesus se voltou para os Seus discípulos, e começou a lhes passar instruções. Corvos, lírios do campo, etc. Pedro, confuso com a mudança de ênfase, pergunta: “Senhor, estás contando esta parábola para nós ou para todos?” Jesus lhe responde com uma paråbola, deixando claro que, sim, estava se dirigindo aos Seus discípulos (nós já sabemos disso porque o auto de Lucas nos havia dito antes): “Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites.” Para Jesus, aqueles discípulos que ali estavam, e todos os subsequentes, deveriam estar sempre preparados, fazendo a “vontade de seu senhor”. E, dito isso, Jesus explica a Sua missão na Terra: “Vim trazer fogo à terra, e como gostaria que já estivesse aceso… Vocês pensam que vim trazer paz à terra? Não, eu lhes digo. Ao contrário, vim trazer divisão! De agora em diante haverá cinco numa família divididos uns contra os outros: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra.” (ênfase nossa)
Note que Ele não disse “daqui a 2 mil anos” ou “lá quando Eu voltar”, mas começando agora e daqui para frente. Aliado à parábola que a precede (i.e., servos que conhecem a vontade do senhor devem estar sempre preparados), e a estrutura narrativa introduzindo o enquadramento do discurso (e.g., Pedro perguntando se falava para os discípulos), a única alternativa para interpretar essa injunção como não sendo válida para os atuais discípulos de Jesus (i.e., além de Pedro e amigos, o leitor) é uma desonesta leitura seletiva que pula trechos inteiros e ignora o contexto.
Você não sabe que tipo de Mórmons nós somos? Somos o tipo de Mórmons que lêem (e estudam) as escrituras, ao invés de fingir interpreta-las sem lê-las (ou estudá-las). Mórmons que respeitam o que os textos dizem, não os forçando para dizerem o que queremos que digam.