Em nota oficial, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ameaça rompimento oficial com a organização de Escoteiros da América após mais de um século de cooperação.

Thomas Monson demonstra a saudação do Escoteiro. 16o Presidente da Igreja SUD, Monson sempre enfatizou a importância do escotismo para os jovens (rapazes) Mórmons, como todos os outros profetas desde 1910.
Por décadas, líderes Mórmons gozaram de enorme prestígio e influência junto à organização oficial de Escoteiros nos EUA. E, por sua parte, os Escoteiros constituíram uma parte fundamental da formação de gerações de rapazes SUD nos EUA.
Essa relação simbiótica sofreu um tremendo golpe quando a direção executiva da Boy Scouts of America, como é oficialmente conhecida a organização de escotismo, decidiu essa semana a contrariar os desejos expressos da liderança SUD e aceitar homossexuais nos seus quadros de voluntários e líderes.
Parte da nota oficial da Igreja chega a ser desonesta, ou no mínimo dissimulada, quando afirma que:
A Igreja sempre acolheu todos os rapazes às suas unidades de escoteiros independente de suas orientações sexuais.
Em 1991, a Autoridade Geral da Igreja Jack H. Goaslind servindo como Presidente Geral dos Rapazes e membro do Primeiro Quórum dos Setenta ameaçou, em nome da Igreja SUD, remover apoio e participação Mórmon da organização caso ela fosse obrigada por lei a admitir escoteiros homossexuais. Goaslind, citado no jornal oficial da Igreja, defendeu ainda a necessidade de excluir filhos de ateus e meninas da organização. Em 1999, em grande parte sob a liderança da Igreja SUD, a organização dos Escoteiros da América lutou até a Suprema Corte para proteger seu direito legal de discriminar contra membros homossexuais, ganhando na época.
Não obstante, desde o começo deste ano, o atual presidente dos Escoteiros da América, Robert Gates, vem sinalizando a necessidade de inclusividade e abolir essa prática preconceituosa. Não obstante, a contrário do que a nota oficial da Igreja SUD deixaria a entender, a organização deixou clara que igrejas permaneceriam livres para discriminar contra gays em suas unidades específicas:
…[O]rganizações religiosas poderão continuar a usar suas crenças religiosas como critério para selecionar líderes adultos, inclusive em questões de sexualidade.
Posto que mais de 70% das unidades (ou tropas) de escoteiros são organizadas por grupos religiosas, dentro os quais mais de 37 mil são tropas SUD (i.e., 35% de todas as tropas), e posto que a Igreja SUD manterá, como qualquer outra tropa ou igreja, a liberdade para discriminar contra gays de acordo com os ditames de suas crenças religiosas, torna-se óbvio que tal ameaça refere-se mais à imposição de tal discriminação para toda a organização de Escoteiros do que proteger esse direito para as tropas de escoteiros SUD presentemente constituídas.
Opiniões podemos ter, sobre mulheres como inferiores ao homem, quanto aos negros que são raça inferior e amaldiçoada, quanto aos homossexuais que são condenados ao inferno por nascerem assim, se quiserem viver, mas se externar essas opiniões será machista, racista e homofóbico… claro e cristalino isso.
Acabei esquecendo de mencionar em meu comentário anterior, especificamente, o possível rompimento da Igreja com os escoteiros, mas nas entrelinhas acho que fica claro.