Declínio do Cristianismo, Moralidade, e Mormonismo

A Grã-Bretanha está realmente deixando de ser um país cristão. O declínio da crença religiosa lá se tornou vertiginosa nos últimos anos, diz reportagem da revista inglesa The Spectator.

Catedral de Canterbury, sede da Igreja Anglicana (ca. 1890)

Como isso impacta o mormonismo?

“Um marco na vida nacional bretanha acaba de ser superado”, explica a conservadora e mais antiga revista na língua inglesa ainda em publicação:

“Pela primeira vez na história, aqueles que se declaram não ter religião excedem em número a cristãos na Grã-Bretanha. Cerca de 44 por cento de nós nos consideramos cristãos, 8 por cento seguem outra religião e 48 por cento não seguem nenhuma. O declínio do cristianismo é talvez a maior mudança singular na Grã-Bretanha durante o último século. Por algum tempo, tem sido um chavão descrever a Grã-Bretanha como um país cristão. Nós podemos de forma mais precisa ser descritos agora como uma nação secular com desvanecimento de instituições cristãs.”

Essa mudança momentosa foi súbita:

“Apenas 15 anos atrás, quase três quartos dos britânicos ainda se consideravam cristãos. Se esta maioria silenciosa de crentes privados, não-frequentadores realmente existisse, ela sofreu uma queda vertiginosa. Há cinco anos, o número de pessoas que professavam nenhuma religião era de apenas 25 por cento.”

Os motivos sociais e culturais para tal tendência não são difíceis de deduzir:

“Notavelmente, o declínio geral da religião na Grã-Bretanha coincidiu com a chegada de três milhões de imigrantes que tendem a ter crença mais religiosas do que os cristãos britânicos… No entanto, nem o crescimento do Islã britânico nem o enorme influxo de imigrantes cristãos da África e da Europa Oriental têm estimulado um renascimento no cristianismo público.

Mencione ‘religiosidade’ para muitos britânicos e a palavra que lhes vem à mente é ‘extremista’, ou talvez ‘fanático’, ou ‘homofóbico’. Para a população crescente de secularistas, religião tornou-se algo a ser tratado com desconfiança.”

A própria Igreja SUD enfrenta o mesmo desafio nos EUA. Em busca de soluções, líderes mórmons se aliaram à liderança de outras igrejas para estancar o êxodo geracional sob a guisa de proteger a moralidade cristã da nação.

“Os cristãos, por seu parte, não devem automaticamente associar um declínio na religiosidade como um aumento em imoralidade. Pelo contrário, os britânicos estão no meio de um período extraordinário de reparação social: Com declínio de taxas de gravidez na adolescência, de abuso doméstico, de divórcio, e de uso de drogas, e ainda com um aumento no civismo.”

 

E como anda a Igreja Mórmon nisso tudo?

A Igreja SUD estabeleceu sua primeira missão “fora da América do Norte e do Canadá” (sic) no Reino Unido em 1837 com considerável sucesso, batizando milhares de conversos ainda em sua primeira década de proselitismo. Não obstante, hoje o Reino Unido goza apenas da décima maior população mórmon no mundo, e em franca estaganação.

O Bispo Steve Bloor, que ficou famoso em 2011 por pressagiar por um discurso em plena sacramental sua decisão de afastar-se da Igreja onde ele havia nascido, servido missão, casado-se e criado sua família, relata em seu blog pessoal testemunhos de evasão de famílias enraízadas na comunidade mórmon e fechamentos de unidades. Não obstante crescimento numérico de membros (em média de 1,1% ao ano nas últimas duas décadas), estima-se que a taxa de atividade gira em torno de 10 e 20% (bem abaixo dos 25% em média para o Brasil), e Bloor discute que a taxa de evasão é maior entre líderes locais e membros antigos.

Os problemas de secularização e evasão da Igreja SUD não são únicos para o Reino Unido. Como demonstramos em 2012 e 2014, o crescimento mundial da Igreja é pífio ou quase nulo, relativo ao crescimento demográfico populacional natural, especialmente no Brasil. Dados recentes demonstram que o crescimento nos últimos dois anos piorou ainda mais, chegando aos piores níveis desde 1937. Há 15 anos atrás o Brasil gozava de duas áreas administrativas, que foram consolidadas em uma, e a Europa consolidou de três para duas. Esforços missionários mais intensos nos últimos quatro anos não resultaram em nenhum acréscimo em taxas de conversão ou retenção, e o programa planejado pelo Profeta Thomas Monson chamado ‘O Resgate’ tampouco alterou as taxas de retenção ou evasão.

Será possível que as mesmas forças que induzem a uma retração no cristianismo britânico estejam agindo sobre o mormonismo?  Poderiam ensinamentos considerados como “‘extremistas’, ou talvez ‘fanáticos’, ou ‘homofóbicos'” estar empurrando os crentes portas afora? Investimentos milionários em publicidade por parte da Igreja SUD para, justamente, alterar a percepção de que a Igreja seja “fanática” e “homofóbica” [leia sobre essa campanha aqui] não sugeriria que os Profetas e Apóstolos acreditam justamente nisso?

2 comentários sobre “Declínio do Cristianismo, Moralidade, e Mormonismo

    • Eu realmente acredito que não é igreja alguma que precisa de reforma e sim nós, seres humanos, eu acho que as pessoas pensam que não precisam mais de religião, eu mesma cheguei a conclusão de que o importante é dormir com nossa consciência tranquila.

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