Abraão Faz 45 Anos

HipocéfaloNesta semana (dia 27) comemoramos o aniversário de 45 anos de quando o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque devolveu para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias os papiros originais usados por Joseph Smith, jr., para produzir o Livro de Abraão.

Esse evento foi comemorado com grande antecipação e efusivos sentimentos de antecipação, esperança, e até uma sensação de validação. Por mais de um século, estes antigos documentos haviam sido dados como perdidos, e subitamente em 1967 não apenas haviam sido re-encontrados, mas haviam sido retornados à Igreja!

Contudo, tão logo passou a euforia e o regozijo inicial, recaiu sobre a Igreja o que apenas pode ser descrito como “desconforto” sobre o documento, levando a quase silêncio da instituição oficial, e a décadas de esforços intensos (e inúteis) de dúzias de apologistas.

Como houve bastante interesse em comentários passados, em outros posts, sobre discutir a importância desse achado arqueológico, eu acho que essa data importante é a perfeita oportunidade (desculpa) para abrirmos espaço para essa discussão. Segue abaixo apenas uma breve introdução ao tema.

Entre 1798 e 1801, o Primeiro Cônsul Francês Napoleão Bonaparte embarcou na Campanha do Mediterrâneo para estabelecer controle de interesses franceses em rotas de comércio. Durante essa campanha, as forças francesas invadiram (e destruíram) o império Mameluco que controlava o Egito, apenas para serem rechaçados subsequentemente pelos ingleses.

Apesar do enorme fracasso militar e comercial, a expedição teve a boa-aventura de um grande sucesso: Napoleão incluiu na campanha militar um gigantesco grupo de cientistas e acadêmicos (167 intelectuais) com o explícito mandato de espalhar princípios do Iluminismo (i.e., as sementes do que hoje chamamos de Ciência e Racionalismo) e para realizar investigações e experimentos.

O contato súbito e inicial com as ruínas do passado egípcio imediatamente fascinaram muitos destes intelectuais que, por sua vez, trouxeram esse fascínio para a Europa Continental (e, depois, para a Grã-Bretanha) e estudos, investigações, pilhagens, e comércio de relíquias floresceram durante quase todo o século XIX.

Esse fervor cultural alastrou-se para os Estados Unidos, e um período chamado de “Egitomania” espalhou-se como fogo por toda a cultura Norteamericana durante todo o século XIX, afetando todos os aspectos culturais: literatura, arquitetura, arte, e até a academia.

Entre 1818 e 1822, um dos centenas de escavadores e pilhadores no Egito chamado Antonio Lebolo encontrou várias múmias e papiros, entre outras relíquias, em Tebes, e consequentemente foram removidas para a Europa para comercialização. Onze destas múmias, com vários “livros” de papiro (em rolos), foram parar nas mãos de Michael Chandler na Cidade de Nova Iorque no começo dos anos 1830. Conhecedor do lucrativo mercado gerado pela “Egitomania” nos EUA, Chandler passou a viajar pelo país, expondo e vendendo as relíquias egípcias.

Durante o verão de 1835, Chandler transitou pelo estado de Ohio. Ouvindo rumores dos feitos de Joseph Smith, que teria aprendido a decifrar e traduzir os caracteres da escrita egípcia (até então, feito impossível fora de um restrito círculo de acadêmicos franceses, e largamente desconhecido pelo público em geral). Curioso para averiguar as habilidades de Smith, ou espertamente pronto para lucrar com a óbvia fascinação de Smith com o Egito Antigo, Chandler foi até Kirtland encontrar-se com o Profeta Mórmon.

O encontro foi frutífero para ambas partes. Smith imediatamente anunciou que os papiros eram documentos originalmente escritos, de próprio punho, por Abraão, além de José (bisneto de Abraão), e o terceiro era um conto sobre a Princesa Katumin. Considerando os achados arqueológicos como sagrados, Smith iniciou negociações com Chandler para compra-los deste, e angariando uma pequena fortuna entre amigos e membros (estimados entre 50 e 100 mil dólares atuais), a Igreja adquiriu 4 múmias e 4 papiros (3 rolos ou livros, e 1 hipocéfalo).

Joseph Smith passou a expor as múmias como fazia Chandler, cobrando modestos preços de admissão de curiosos e viajantes, porém mais importantemente, começou o processo de tradução pelo Livro de Abraão, usando Oliver Cowdery e William Phelps como escrivões. Smith montou um caderno de traduções, com decifração dos hieróglifos egípcios e anotações sobre as regras gramaticais e pronuncias, e durante vários meses, produziu o que hoje chamamos de Livro de Abraão. Nem o rolo de José, nem o rolo da Princesa Katumin, foram agraciados com tentativas ou esboços de tradução.

A Igreja publicou o Livro de Abraão em 1842, em forma seriada, no jornal oficial Times and Seasons, incluindo cópias das ilustrações (com explicações por Smith) e do Hipocéfalo (também com explicações de Smith), e subsequentemente no jornal oficial da Igreja na Europa Millennial Star 5 e 6 meses depois. Em 1878, a Igreja publicou o Livro de Abraão completo numa coletânea chamada ‘A Pérola de Grande Valor’, que dois anos depois foi canonizada como Escritura Sagrada no jubileu de 50 anos.

Enquanto isso, os papiros originais (junto com as múmias) haviam permanecido em posse da família Smith, que optou por permanecer em Nauvoo, Illinois, durante a migração para o Oeste. Em 1856, Emma Smith decidiu vender os artefatos egípcios para Abel Combs, que os vendeu para o Museu de Saint Louis. Este museu faliu, e vendeu o grosso de sua coleção para o Museu de Chicago, e este, havendo multiplicidade de peças egípcias, vendeu a coleção Smith para o Museu Wood, também localizado em Chicago.

Em Outubro de 1871, uma conflagração desconhecida iniciou um incêndio que destruiu uma enorme parte da cidade, matando 300 pessoas e deixando mais de 100 mil desabrigados (um terço da população total de Chicago). Entre os prédios afetados, o Museu Wood e, presumidamente com ele, a coleção Smith e os livros de Abraão e José.

Aparentemente, em 1878 Apóstolos Orson Pratt e Joseph F. Smith viajaram por Chicago na tentativa de averiguar a sobrevivência dos papiros após a destruição do Museu Wood, e caso positivo compra-los de volta, mas sem sucesso.

Papiros destruídos pelo fogo. Fim de história.

Fim?

Facsimile 1Em 1966, um professor da Universidade de Utah Aziz Atiya estava no Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque fazendo pesquisa para um livro quando, fortuitamente, bateu os olhos num papiro comum com uma ilustração comum. Porém, esta ilustração continha uma alteração nada comum: o papiro estava colado numa folha de papel moderna, e faltando-lhe alguns pedaços no papiro original com falhas na ilustração, desenhos haviam sido completados no papel moderno! Atiya, que não era Mórmon mas que havia morado em Utah por décadas, chocou-se com uma percepção súbita: este era o papiro que Joseph Smith havia usado (e desenhado) para o seu Livro de Abraão!

Angustiado e surpreso com sua descoberta, Atiya vasculhou a pilha de documentos onde este papiro havia sido arquivado e a sorte lhe continuou a sorrir: não só encontrou mais fragmentos de papiros que haviam sido posse de Smith (incluindo as demais ilustrações usadas no Livro de Abraão), Atiya encontrou a carta escrita e assinada por Emma Smith para certificar que estes seriam os papiros usados por Joseph Smith!

Como os papiros foram parar no Museu de Nova Iorque foi, tanto quanto o achado em si, uma história interessante a se destrinchar. Para encurtar uma longa estória, parece que Abel Combs não vendeu *esses* documentos e *estas* múmias para o Museu de Saint Louis (mas outros papiros e outras múmias), e reteve os papiros de Joseph Smith consigo, deixando-os para a enfermeira que cuidou dele em seus últimos meses de vida. A filha (e neto) desse enfermeira venderam os artefatos ao museu em Nova Iorque após anos (décadas) de negociações.

As negociações e comunicações entre Atiya, a Primeira Presidência da Igreja, e os curadores do Museu, também tardaram, mas não duraram pouco mais de um ano, até que no dia 27 de Novembro de 1967 os papiros foram devolvidos para a Igreja.

Durante um pouco mais de um ano de negociações e conversas secretas confidenciais, algumas das Autoridades Gerais expressaram sentimentos de esperança e antecipação. Por exemplo, durante as negociações, N. Eldon Tanner da Primeira Presidência afirmou que a Igreja tinha enorme interesse nos papiros e que pagaria “qualquer preço” por eles.

A própria Primeira Presidência (David McKay, Hugh Brown, Eldon Tanner) escreveu:

Essa coleção é muito significante porque ela cria um elo distinto com a história inicial da Igreja e apoia completamente a asserção feita pelo Profeta Joseph Smith. Esses documentos importantes… serão valorizados e bem cuidados e ajudarão em pesquisas futuras e adicionar evidências à autenticidade da Pérola de Grande Valor.

Milton Hunter cita, ainda, N. Eldon Tanner regozijando que:

…o fato importante é que agora temos parte do manuscrito original do Livro de Abraão e que certamente comprova o fato de que Joseph Smith escreveu o Livro de Abraão de manuscritos em papiros antigos…

Contudo, não foi isso que ocorreu. Tão logo a Igreja recebeu os papiros, convocou acadêmicos e estudiosos (principalmente da BYU) para analisa-los, e o que se percebeu imediatamente e inequivocadamente foi que os documentos de onde Smith “traduziu” o Livro de Abraão simplesmente não dizem nada sobre Abraão, mas sim são textos funerários comuns. Ademais, as ilustrações foram reconstruídas de maneira equivocadas, completamente sem sentido, e os textos das ilustrações não correspondem em nada às descrições oferecidas por Smith.

Junte-se a isso o fato de que por um século críticos haviam previsto as lacunas nas ilustrações (corretamente) e que o alfabeto e o dicionário de Smith não correspondiam ao que acadêmicos haviam aprendido sobre egípcio antigo desde então (corretamente), e a Igreja viu-se na posição desconfortável de um achado histórico que desconfirma, ao invés de confirmar, afirmações históricas sobre o passado fundacional da Igreja. Inclusive, é muito possível que, movidos ainda pelo desdobramento negativo desse evento, as Autoridades Gerais tenham se esforçado tanto para comprar e esconder documentos históricos sensíveis de modo a se exporem excessivamente ao engodo de Mark Hoffman 15 anos depois.

No frigir dos ovos, a recuperação dos papiros não é hoje celebrada oficialmente. Talvez porque os papiros não apoiam a asserção de que Joseph Smith tenha encontrado, fortuitamente, escritos do profeta Abraão e corretamente traduzido-os no livro que hoje se encontra no cânone SUD oficial. Pelo contrário, os papiros demonstram que Smith “traduziu” o Livro de Abraão de um texto funerário 3000 anos mais novo que Abraão, sem quaisquer conhecimentos da língua ou cultura egípcias antiga.

Como lidar com essa constatação segue sendo um desafio para Mórmons modernos, e claramente, para a Igreja SUD. De qualquer modo, 45 anos atrás esta semana foi um marco importante na história, e para o futuro, da Igreja Mórmon.

Bibliografia

Larson, Stan. Quest for the Gold Plates: Thomas Stuart Ferguson’s Archaeological Search for The Book of Mormon. Freethinker Press, 2004.

Peterson, Donl. The Story of the Book of Abraham. Mummies, Manuscripts, and Mormonism. Deseret Book, 1995.

Peterson, Donl.  Antonio Lebolo: Excavator of the Book of Abraham, em BYU Studies, 1991.

Rhodes, Michael. The Hor Book of Breathings: A Translation and Commentary, Studies in the Book of Abraham. FARMS, 2002.

Ritner, Robert. The Joseph Smith Egyptian Papyri: A Complete Edition. Signature Books, 2012.

90 comentários sobre “Abraão Faz 45 Anos

  1. Eu considero o Livro de Abraão uma obra incrível, também não vejo problemas para a questão da tradução, mesmo por que, será que foi esse o pergaminho utilizado na tradução? O documento encontrado fazia parte ou era todo o material adquirido? Será se não teriam mais de um significado a tal representação? O que poderíamos dizer sobre o papiro Leiden I 384? Existe mesmo a representação onde Abraão aparece numa cena de sacrifício em um divã com cabeça de leão?
    E também, será se Joseph não apenas usou sua inspiração para retirar o livro de Abraão daqueles textos? O que eu sei, é que, se foi Joseph quem criou, sinceramente, sem palavras, criou o Livro de Mormon, o Livro de Abraão,de Moisés, Doutrina e Convênios, e nisso tudo, uma história fantástica sobre uma apostasia, restauração e um emaranhado de doutrinas que faz muito sentido. Sei lá, complicado o tal Joseph. rs

      • Joseph Smith era muito, muito inteligente.

        Tudo o que lemos sobre ele de familiares, amigos, curiosos, e até mesmo inimigos sugere que Smith possuía inteligência muito acima da média, e muito acima de seus pares. Inclusive, seus dotes intelectuais manifestaram-se precocemente, como atestava seu pai, sua mãe, e alguns de seus irmãos mais velhos.

        Joseph Smith certamente não era “louco”, mas de acordo com o biógrafo Richard Bushman (que, como você pode ver aqui e aqui, é SUD ativo com chamados como Bispo, Presidente de Estaca, e Patriarca) ele apresentava praticamente todos os critérios diagnósticos para Transtorno Esquizo-afetivo (CID: F-25)!

      • “Transtorno Esquizo-afetivo (CID: F-25)” O que seria isso? o que tem a ver com a inteligência de Joseph Smith e os livros sagrados traduzidos pelo profeta?

    • Pedro meu amigo, acho que é a primeira vez que concordamos em algo “se foi Joseph quem criou, sinceramente, sem palavras, criou o Livro de Mormon, o Livro de Abraão,de Moisés, Doutrina e Convênios, e nisso tudo, uma história fantástica sobre uma apostasia, restauração e um emaranhado de doutrinas que faz muito sentido. Sei lá, complicado o tal Joseph. rs”

      p.s: até com o ‘rs’ no fim da frase eu concordei, sem sarcasmo!

      Esses indícios de que tudo isso pode sim, ter sido uma estória da cabeça do profeta (e reafirmo que foi, pelo digamos, verificado até agora), sinto-me livre para pensar e repensar sobre o que Deus quer de todos nós nessa vida. Viver diretrizes ditadas por profetas, livros e histórias que podem ser muito questionadas e em alguns aspectos nada verificada e totalmente contraditórias em alguns momentos, parece-me hoje continuar num grande equívoco.

      Reconheço que a prática de alguns ensinamentos mudaram e moldaram minha vida, mas sabe! Tenho visto muitas pessoas vivendo elevados padroes e sendo muito abençoadas, com muito mais leveza, menos presunçao e mais açao que na igreja. Em suma descobri que há sim jeito de ser feliz, próspero e abençoado após os “muros” e regras daquela que um dia cri ser a igreja de Jesus Cristo.

      • Olá meu amigo Geninho.

        Fico feliz que esteja lendo o site que lhe indiquei. Admiro sua diligência em pesquisar sobre esses assuntos. Gostaria de saber de você qual seu entendimento sobre as perguntas abaixo, após esse tempo pesquisando.

        1)Você acha que atualmente existe uma única igreja verdadeira de Jesus Cristo? Se sim, qual? Se não, por que?
        2)Você acredita que a autoridade do sacerdócio está presente entre os homens atualmente?
        3)No seu entendimento, qual foi o último Profeta de Deus que viveu neste mundo?
        4) Você está frequentando alguma Igreja?

        Forte abraço!

      • Ei Bill, Acho que vc já tinha me feito essas perguntas e eu fiquei devendo as respostas né? É dificil responder a algumas delas, porque estou reaprendendo sobre a forma de agir de Deus, mas vou tentar!

        1)Nao acho que precise haver uma unica igreja verdadeira e viva sobre a face da terra, acho que o fato de maior preponderancia nesta vida que pode nos capacitar a viver na presença de Deus, seja nossa fé e obras. Com sua justiça Deus e o Salvador vao saber para qual “de suas moradas” seguiremos.

        2) Acho que a autoridade pra agir em nome de Deus e Jesus Cristo vem do nosso grau de fé, obras e dons. Vejo tantos milagres acontecendo na vida de pessoas que nao fazem parte da igreja que é impossível nao creditar que isso nao é fé e o poder de Deus (que a igreja chama de sacerdócio) e fora da igreja nao há sacerdócio correto? Como explicar essas coisas, como explicar pessoas que seguem as diretrizes de seus líderes espirituais, que confiam nas bençaos que recebem desses homens como vinda de Deus e sao abençoadas e veem seus milagres acontecendo? Somente pela Fé???

        3) Depois de Pedro, ficamos com a promessa que o ES nos guiaria e nos alimentaria com as diretrizes necessárias para nossa completa felicidade e regresso a presença de Deus, visto que o Salvador de forma muito simples nos ensinou como permanecer em seus caminhos.

        4) Vou a onde me chamarem e me sentir bem, mas nao em uma especificamente, estou naquela fase de reconstruçao de todas as idéias que aprendi na igreja. A maior descoberta que tenho feito por meio de estudo e experiencias espirituais pessoais é que nosso relacionamento pessoal com Deus deve ser o mais esmerado possível. E tenho recebido minha porçao de alimento, bençaos e forças que me sao necessárias para continuar fazendo escolhas corretas e que nao me envergonhem de meu Deus.

        Aprendi na igreja muitos princípios corretos e busco aprende-los hoje em outras fontes e com outras visoes tambem, isso tem me ensinado a ser mais humilde e reconhecedor de minha necessidade das “coisas do alto”.

        é isso meu amigo…

      • Geninho, infelizmente ou felizmente, não vai ser dessa vez que entremos em acordo, pois, não tenho fé suficiente para acreditar que Joseph tenha criado tudo sozinho, acho que faria mais sentido de dissesse que teve ajuda do mal, diabo, sei lá o que, agora, crer que tudo saiu da mente de um caro que hora é taxado de ignorante e hora de inteligente, é no mínimo sem sentido para mim.

        Não, pode ficar tranquilo, vc é livre para pensar como quiser, isso não significa que seus pensamentos corresponde com a verdade dos fatos, nem o meu. Não necessariamente.

        Claro, quando se perde a fé, tudo se torna equivocado, é só conversar com alguém que acredita na Bíblia e que hoje questiona sua autoria divina, pois é, depende do lado onde se encontra.

        Opa, ninguém aqui ensinou ou ensina que os SUDs são as pessoas mais felizes do mundo ou que em outros lugares não pode ser encontrado pessoas abençoadas, que não podem ser leves etc. etc.

      • Amigo nao acho que a verdade tenha dono. Deus e o Salvador sao os dententores de todas as coisas, a verdade, é tao questionável e defensável dependendo do ponto de vista né? Veja a infinidade de pessoas que nao conhecem a igreja sud e que tem sua vida tao abençoada e feliz qto alguns membros da igreja. Isso esta ai pra observarmos e tirarmos nossas conclusoes.

        Sei dos “calcanhares de Aquiles” da Bíblia, mas em nenhum lugar que eu vou (fora da igreja) vejo ou ouço pessoas reenvindicando para essa ou aquela igreja ter todas as chaves que nos levem a presença de Deus. A sud, que faz a reinvidicaçao, cometeu tantos erros, até aceitáveis, mas pra mim intrigantes, qdo criamos que homens que tem um relacionamento pessoal, com Deus os cometeram em seu nome.

        Assim como vc nao tenho todas as respostas, mas já aceitei, com tudo que li e descobri que a igreja sud tambem nao a tem, pq a verdade nao faz curva, ou traduziu-se o Livro de Abraao ou nao, ou existiram os povos do LM ou nao e por ai vai!

      • Geninho, com certeza, o dono da verdade só pode ser Deus, aí sim, concordamos em algo, rs

        Sobre a reivindicação, creio ser meio que óbvio, se a igreja for o que a história dela conta, não tem outra maneira de definir. Sobre os erros, para mim isso não muda em nada sua reivindicação, creio que na época dos apóstolos erros semelhantes aconteceram, a diferença é que não temos a história, não temos argumentos contrários, não temos as versões dos “oponentes” etc. etc.

        A igreja SUD nunca disse que tinha todas as respostas.

  2. Foram encontrados fragmentos do original, ou seja, muita parte se perdeu. Será que somente através destes poucos fragmentos encontrados é possível se afirmar que o Livro de Abraão é uma fraude? Não seria necessário o conjunto completo dos escritos egípcios? Desculpem se eu estiver falando besteira, pois não tenho muito conhecimento do assunto.

      • Marcos e Pedro,
        Mesmo que a igreja tivesse recuperado 100% dos papiros, não teria nada a ver com Abraão e/ou José do Egito. Vamos nos conformar com isso!
        A ausência de 87% dos originais não prova em nada que o livro é uma fraude, mas também, não prova em nada que é verdadeiro.

        Os fatos estão aí, Joseph Smith se enganou, achou que aqueles papiros fossem escritos do próprio punho de Abraão, mas não era. Essa é a realidade!

      • Aí é sua opinião, mesmo porque nem vc nem eu temos os restante dos documentos. De qualquer maneira, mesmo se fosse o caso, não mudaria em nada a situação do Livro de Abraão, pelo menos não para mim, alguns motivos eu listei em forma de perguntas, para o Geninho.

        Não não, essa não é a realidade, a realidade é que o que foi encontrado foi traduzido e corresponde uma coisa, nada impede que o profeta levou para algo mais antigo, que aquelas figuras representavam.

        O que vc me diria sobre isso: “O que poderíamos dizer sobre o papiro Leiden I 384? Existe mesmo a representação onde Abraão aparece numa cena de sacrifício em um divã com cabeça de leão?”

      • “O que poderíamos dizer sobre o papiro Leiden I 384? Existe mesmo a representação onde Abraão aparece numa cena de sacrifício em um divã com cabeça de leão?”

        O que Thomas S. Monson (ou outros antes dele) como Profetas, Videntes e Reveladores dizem ou disseram sobre eles?
        Quem dera fossem esses os papiros que estavam nas mãos de Joseph, quem sabe assim, os argumentos não seriam mais plausíveis e de confiança, no entanto, não eram, na verdade eram papiros de um defunto chamado Hor. Não tem nada a ver com Abraão!

        Você já estudou a fundo os fac-similes 1,2 e 3 canonizados no Livro de Abraão? Você acha que aqueles fac-similes tem alguma relação com o Pai Abraão? Ou tem mais a ver com osiris? horus?

        Como a igreja pode canonizar deuses pagãos em suas escrituras, achando que são Abraão ou até mesmo o próprio Deus, criador dos céus e da terra?

        É complicado!

      • Giovanni, se vc não quer responder, tudo bem. Mas, as pessoas que vc mencionou não duvidam da veracidade do Livro de Abraão.

        Sim, já estudei. Como eu creio no Livro de Abraão, acho que nem preciso responder.

        Sobre sua última pergunta, creio que nem precisa de resposta.

      • “Quando chegou a Kirtland, no final de junho, os santos mostraram
        grande interesse pelas múmias e papiros. Chandler havia ouvido falar que
        Joseph Smith dizia poder traduzir registros antigos. Ele pediu a Joseph
        Smith se poderia traduzir os papiros. Orson Pratt relembra: “O Profeta
        examinou-os e recolheu-se a seu quarto, onde perguntou ao Senhor a
        respeito deles. O Senhor disse-lhe que eram registros sagrados” e revelou a
        tradução de alguns dos caracteres.” (História da Igreja na Plenitude dos Tempos; Capítulo 13 – Dias Gloriosos em Kirtland, 1834-1836 ;página 159)

      • Marcos,
        a nova história diz que esses registros que Joseph recebeu de Chandler não são sagrados, mas sim, papiros funerários comuns.
        Vide os fac-símiles 1,2 e 3. Junte-se ao Pedro e a mim, e me diz se eles tem alguma relação com Abraão. Se os fac-símiles estiverem traduzidos de forma equivocada, é bem provável que os papiros originais também estejam.

      • Essa é sua opinião. Eu prefiro acreditar no relato de Orson Pratt e não na nova História..

      • Exatamente.

        E temos essas anotações de Joseph Smith sobre a “tradução de alguns dos caracteres”!

        E nenhuma delas bate com o que descobrimos sobre a língua egípcia desde então, e que na época era ainda desconhecido.

        Orson Pratt: “…convença-nos de nossos erros de doutrina, se tivermos algum, através da razão, através de argumentos lógicos, ou através da Palavra de Deus, e seremos eternamente gratos pela informação, e vós tereis a gratificante satisfação que haverem sido instrumentos nas mãos de Deus ao redimir seus colegas da escuridão que envolviam [nossas] mentes.” (Pratt, Orson. O Vidente, Março 1854)

      • Continuo ignorando a nova história e aceitando o relato de Orson Pratt sobre Joseph Smith ter orado e recebido confirmação. E também acredito nas palavras de Hugh W. Nibley no link.

      • Coitado do Hugh Nibley. Os argumentos dele soam, hoje, tão desesperados e tão desonestos… mas certamente era o melhor que ele poderia fazer naquela época.

        Você pode continuar ignorando todas as evidências que você quiser, Pedro. Só não se esqueça do que as Escrituras dizem sobre ignorância:

        “É impossível ao homem ser salvo em ignorância.” (D&C 131:6)

        “Que o que for ignorante adquira sabedoria, humilhando-se e invocando o Senhor seu Deus a fim de que seus olhos sejam abertos para que ele veja e seus ouvidos, abertos para que ele ouça;” (D&C 136:32)

      • Se os argumentos de Hugh Nibley estão ultrapassados porque então permanecem no site da BYU?

        Talvez eu tenha me expressado mal ao utilizar a palavra ignorar. Eu quis dizer que mesmo que as evidências da nova história apontem contra a veracidade do Livro de Abraão, eu não deixarei de tê-lo como verdadeiro e sagrado. Isso não significa que eu não vá estudar a nova história.

        Quanto ao que está escrito em D&C 131:6, eu pesquisei o Livro de D&C do Instituto, do Aluno e o do professor, e também o livro do seminário e fiquei mais confuso, parece que discordam entre si. Veja o que dizem:

        Livro D&C Instituto, do professor (pg 222):

        “Esta certeza do ‘único Deus verdadeiro e (de) Jesus Cristo’ (João 17:3) é o mais importante conhecimento do
        universo; sem ele o homem não poderá ser salvo, diz o Profeta Joseph Smith. A falta dele é a ignorância
        mencionada na revelação que diz: ‘É impossível ao homem ser salvo em ignorância’. (D&C 131:6)”
        (Conference Report, outubro de 1981, p. 18; ou Ensign, novembro de 1981, p. 14.)

        Livro D&C Instituto, do aluno (pg 326):

        “A declaração de Doutrina e Convênios 131: 6 diz respeito a todas as espécies de conhecimento, mas devemos lembrar-nos de que ela foi dada em conexão com o versículo 5. Naquele contexto, o conhecimento a que a passagem se refere é a verdadeira palavra de profecia (ver o verso 5), e isso implica que nenhuma pessoa pode ser salva sem aquele conhecimento. Isto não quer dizer que o recebimento da verdadeira palavra
        de profecia deve ocorrer na mortalidade, mas é um princípio real que ninguém pode ser salvo (exaltado)
        sem que seu chamado e eleição sejam assegurados, ou receba a verdadeira palavra de profecia.”

        Livro do Seminário (pg 148):

        “O Presidente Joseph Fielding Smith explicou: “Dizia o Profeta que o homem não pode ser salvo em ignorância; mas ignorância do quê? Ele disse que o homem não pode ser salvo em ignorância dos princípios salvadores do evangelho de Jesus Cristo. [Ver Teachings of the Prophet Joseph Smith, pp. 288, 293, 322–324.] Não muitos dos grandes e poderosos, daqueles que moldam e controlam os pensamentos do povo de hoje, encontrarão salvação no reino de Deus. Por quê? Porque não encontraram o caminho, não estão andando na luz da verdade. Eles podem ter conhecimento, mas falta-lhes inteligência. Inteligência é a luz da verdade, e somos informados de que aquele que possui inteligência, ou a luz da verdade, renunciará ao ser perverso. [Ver D&C 93:36–37.] O homem que tem inteligência adorará a Deus e se arrependerá de seus pecados;
        procurará saber a vontade de Deus e a seguirá.” (Doutrinas de Salvação, 1:311)”

        Se alguém puder me ajudar a entender melhor cada citação eu agradeço. Se puder me mostrar se existe alguma correlação ou não, eu agradeço novamente.

      • Marcos, essa é uma excelente pergunta, que eu venho me fazendo toda semana há mais de uma década!

        A questão é que a BYU é uma excelente universidade! Escolas de Direito, Administração, Letras, e muitas das Ciências (Exatas, Biológicas, etc.) na BYU estão entre as melhores do mundo. Mas o Departamento de Religião é simplesmente ridículo! Comparado com as demais escolas de Religião nas universidade americanas, a da BYU teria dificuldade para se posicionar como medíocre. E é realmente triste, e um pouco deprimente, isso.

        A verdade é que, em qualquer outra instituição americana mediana pra cima, os escritos “acadêmicos” de Hugh Nibley não teriam sequer sido aceitos para publicação — e as que tivessem publicado, teriam sido completamente abandonadas na atualidade.

        Agora, com relação à suas dúvidas sobre as interpretações sobre D&C, eu prefiro não opinar. Isso é exegese, e eu realmente não tenho interesse em exegese. Que opinem outros…

      • Pedro, eu não sei se a sua memória falha, ou se simplesmente você sempre desconheceu os fatos básicos, mas esse “dado” seu de 13% não tem nenhuma correlação com os fatos!

        Inclusive, acadêmicos SUD estimam que a Igreja recuperou entre 60% e 70% do rolo original do Livro das Respirações, de onde Joseph Smith teria “traduzido” o Livro de Abraão.

      • “Inclusive, acadêmicos SUD estimam que a Igreja recuperou entre 60% e 70% do rolo original do Livro das Respirações, de onde Joseph Smith teria “traduzido” o Livro de Abraão.” Segundo um outro site, você está certo na afirmação acima, porém esse mesmo site afirma que o Livro das Respirações está nos fragmentos no fac símile 1 e que esses fragmentos representam bem pouco perto da quantidade de papiros que Joseph Smith tinha, Portanto, o Livro de Abraão poderia ter estado nesses outros papiros que não temos hoje. Repito que são afirmações que vi em outro site e gostaria de outras opiniões a respeito.

      • Marcos, como eu já lhe expliquei em outro comentário, essa estimativa de 13% é um exagero francamente desonesto. Acadêmicos SUD estimam entre 60 e 70% do rolo do Livro de Respirações (i.e., “Livro de Abraão”) e uns pedaços consideráveis (indeterminados) do rolo do Livro dos Mortos (i.e., “Livro de José”).

        O texto do Livro de Abraão simplesmente não caberia (nem de longe) nas falhas no documento encontrado. Ainda mais visto que temos a porção inicial, a porção central, e a porção final do Livro de Respirações.

        Para uma analogia ilustrativa, seria o mesmo que achar 70% do panfleto ‘A Primeira Visão’, incluindo as páginas iniciais, as páginas centrais, e as páginas finais, mas ainda assim presumir que o 30% restante — de trechos espalhados de texto — incluiriam toda a Pérola de Grande Valor.

      • Qual é a correlação então? Por favor, FATOS.

        Quais acadêmicos SUDs fazem essa estimativa? Por favor, os nomes e os comentários dos mesmos.

      • Pelo que eu li em outros sites, os fragmentos que estão com a Igreja representam 13% de todos os papiros que Joseph Smith tinha em mãos. Nesses fragmentos que estão com a Igreja existe o fac símile 1 e no fac símile 1 temos de 60% a 80% do Livro das Respirações.

    • Acadêmicos SUD estimam que a Igreja recuperou entre 60% e 70% do rolo original do Livro das Respirações, de onde Joseph Smith teria “traduzido” o Livro de Abraão.

      Clique para acessar o The-Original-Length-of-the-Scroll-of-Hor.pdf

      Mesmo se não tivéssemos recuperado a maioria do papiro (e recuperamos a maioria), uma minoria bastaria para determinar que o texto trata-se de um livro funerário em nada relacionado com Abraão. Técnicas acadêmicas modernas em crítica textual nos permitiriam estabelecer esse fato amplamente.

      Permita-me um exemplo simplório: Se você achasse, na rua, uma única página arrancada do Novo Testamento (digamos, uma no meio de Mateus) ou do Livro de Mórmon (digamos, uma no meio de Alma), você não acha que poderia rapidamente estabelecer de onde havia sido arrancada aquela página? Ademais, você acha plausível confundir aquela página com uma arrancada das Páginas Amarelas 2012?

      Agora, imaginemos a mesma página arrancada sendo achada por um cidadão comum em Jacarta, na Indonésia. Provavelmente não compreenderia nada de Português, sendo fluente em Javanês, sequer capaz de compreender o alfabeto latim que usamos, e tampouco familiar com a Bíblia ou o Livro de Mórmon, sendo Muçulmano. Não obstante, ele poderia procurar missionários (Cristãos e/ou Mórmons), que estariam mais familiarizados com os textos, o alfabeto, e a língua, e conseguir um diagnóstico preciso!

      Certamente, você se surpreenderia se o nosso amigo Indonesio perguntasse ao nosso amigo missionário: baseado em uma única página, como você não sabe se isso foi arrancado das Páginas Amarelas de São Paulo?

      Temos dúzias de Livros dos Mortos para comparar com os Papiros de Joseph Smith. Temos centenas de milhares de estudos por milhares de acadêmicos traduzindo e desvendando egípcio antigo. Os PJS podem ser reconstruídos de ponta a ponta, com óbvios paralelos ao Livro de Abraão (especialmente aos facsímiles). Não existem dúvidas racionais e coerentes mais: os papiros que Joseph Smith usou não continham textos sobre Abraão!

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