Neste fim de ano, o departamento de relações públicas d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias publicou um breve vídeo oferecendo o que seria uma “retrospectiva” do ano de 2016 para a Igreja.

Fotógrafo (à esquerda) e cinegrafista da Igreja documentam imagens de propaganda com o Apóstolo Russell Ballard visitando voluntários SUD facilmente identificáveis pelo uniforme do programa Mãos Que Ajudam. Cena do vídeo.
O que, talvez, a liderança da Igreja, que supostamente autoriza tais campanhas publicitárias, não perceba é o quanto tais ações de propaganda lembram uma famosa estória do Livro de Mórmon.
Assista o vídeo:
A estória do Livro de Mórmon que melhor se compara com a ação acima encontra-se no capítulo 31 do livro de Alma:
Ora, quando chegaram à terra, eis que notaram, com grande espanto, que os zoramitas haviam construído sinagogas e que se reuniam certo dia da semana, ao qual chamavam dia do Senhor; e adoravam de um modo que Alma e seus irmãos ainda não haviam visto; Pois haviam construído no centro de sua sinagoga um local para ficarem de pé, que ficava mais alto que a cabeça, em cuja parte superior só cabia uma pessoa. Portanto, quem desejasse adorar devia subir nessa plataforma e estender as mãos para o céu e clamar em alta voz, dizendo:
“Santo, Santo Deus; cremos que és Deus e cremos que és santo; e … cremos que tu nos elegeste para sermos teus santos filhos; e … tu és o mesmo ontem, hoje e para sempre; e elegeste-nos para sermos salvos, enquanto que todos ao nosso redor foram escolhidos para serem, pela tua ira, lançados no inferno; por essa santidade, ó Deus, agradecemos-te; e também te rendemos graças por nos haveres elegido, a fim de que não sejamos desencaminhados pelas tolas tradições de nossos irmãos que os forçam a crer em Cristo, afastando-lhes o coração para longe de ti, Deus nosso! E novamente te rendemos graças, ó Deus, por sermos um povo eleito e santo. Amém.”
Ora, aconteceu que tendo Alma e seus irmãos e seus filhos ouvido essas orações, ficaram extremamente admirados. Pois eis que cada um se adiantava e proferia essas mesmas orações.
Ora, esse lugar era por eles chamado Rameumptom, que quer dizer púlpito sagrado. Ora, desse púlpito cada homem oferecia a mesma oração a Deus, agradecendo a seu Deus por terem sido escolhidos por ele e por ele não os ter induzido a seguir as tradições de seus irmãos e não ter deixado que seu coração fosse atraído pela crença em coisas futuras, das quais nada sabiam.
Ora, depois de todo o povo agradecer dessa forma, voltavam para casa, não falando mais em seu Deus até que se reunissem novamente, diante do púlpito sagrado, para render graças a sua maneira. Ora, quando viu tudo isso Alma ficou triste, porque percebeu que eram um povo iníquo e perverso; sim, viu que tinham o coração posto no ouro e na prata e em toda espécie de objetos finos.
Sim, viu também que, por causa de seu orgulho, seu coração estava ensoberbecido e eles vangloriavam-se.
Não seria o constante uso propagandístico da liderança da Igreja, ou da Igreja em si, para fins de divulgação publicitária uma variação moderna do lendário Rameumptom, que permite religiosos “vangloriar-se” por serem “escolhidos” por Deus, “povo eleito e santo”? Não seria a exibição de edifícios religiosos suntuosos e luxuosos uma variação moderna de corações postos “no ouro e na prata”, e o orgulho de tais templos um estado “ensoberbecido” por “toda espécie de objetos finos”?
Mãos Que Ajudam (a divulgar)
No mês passado, a região de Canterbury, no norte da Nova Zelândia foi atingida por um terremoto de magnitude 7,8 na escala de Richter. A Igreja Mórmon não perdeu tempo para elaborar um esforço de arrecadação de suprimentos e materiais necessários às vítimas. E tampouco perdeu tempo para aproveitar o bônus de relações públicas. Antes de a Igreja enviar as doações para a zona de desastre na Nova Zelândia, seu departamento de relações públicas já as anunciava ao mundo.
Não existe a possibilidade de, ao menos parecer, que haja uma maior preocupação com a publicidade do que com a ajuda em si? A impressão é que a nova tendência da Igreja SUD é fazer o bem sem deixar de divulgar o bem que faz.
O Apóstolo Dallin H. Oaks, por exemplo, afirmou em discurso para a Universidade de Oxford que a Igreja doa uma média de USD 40 milhões anualmente em ajuda humanitária há mais de 30 anos. Essa afirmação seguiu-se meras semanas após outro Apóstolo, Jeffrey Holland, gabar-se ao parlamento britânico de todos os esforços humanitários da Igreja.
Apesar desses programas de caridade e voluntariado organizados pela Igreja servirem de fértil fonte de propaganda oficial, sendo publicados pela Igreja e patrocinados em sites de notícias e divulgação autocongratulatórios, ainda há membros que acreditam que a Igreja “não divulga” seus esforços e seus investimentos em caridade e ajuda humanitária.
Basta uma breve passada de olho na Sala de Imprensa oficial da Igreja SUD em português para ver oito notas (das 20 publicadas entre maio e novembro de 2016) alardeando ações sociais e voluntárias organizadas pela Igreja. Algumas dessas “ações sociais” sequer são ajudas humanitárias, mas exclusivamente ações publicitárias. A Igreja SUD, por exemplo, usou voluntários para ajudar a multibilionária FIFA em seu evento esportivo, fato que a mesma Sala de Imprensa sequer conseguiu justificar ao público mórmon de forma clara e racional.
Ajuda humanitária
Alardear a ajuda a vítimas de um terremoto é muito, muito melhor do que não enviar ajuda; imprimir o nome da Igreja em cadeiras de rodas é muito, muito melhor do que não doar cadeiras de rodas. E, certamente, ninguém dirá que USD 40 milhões não são uma soma impressionante. No entanto, perguntamos se os ensinamentos de Jesus sobre caridade não merecem consideração especial para uma igreja que porta Seu nome. Certamente, membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não deveriam se ofender de considerar um ensinamento específico de Jesus Cristo sobre este assunto:
“Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros.
Igualmente, para uma Igreja que considera o Livro de Mórmon como “Outro Testamento de Jesus Cristo”, os autoelogios zoramitas no Rameumptom bem poderiam servir como um alerta contra o constante uso publicitário de ações humanitárias e de voluntariado.
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“Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros.
Aqui Cristo realizando um pedido!
E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
João 9:7,8
Aqui Cristo realizando outro pedido!
Por que será que Cristo dá uma ordem para o Cego ir logo no tanque de Siloé que era próximo do templo, o mesmo templo que esse Cego havia sido expulso por ser Cego, pois os deficientes naquela época eram considerados pecadores e por isso eram deficientes. e o templo um lugar cheio de pessoas esperando um milagre acontecer. Será que Cristo não sabia que esse homem tão perto do templo não iria anunciar o milagre ocorrido com ele em um lugar movimentado e que o mesmo creditaria a Jesus o tal feito?
A Igreja SUD apenas presta contas dos feitos que ela faz por ser dinheiro de doação e esse é o motivo de anúncios sobre ajuda humanitária.
Apoio essa atitude da igreja de prestar contas!
As duas situações não se contradizem. Uma é a realização de um milagre e a outra é obra de caridade. Uma Cristo mostra o poder de realizar milagres para mostrar a apostasia dos judeus. A outra é simplesmente receber galardão pelas benfeitorias realizadas.
Ninguém aqui estaria reclamando se Thomás S Monson estivesse num hospital infantil fazendo crianças com câncer serem curadas.
Ricardo, se a igreja realmente tivesse interesse em “prestar contas” pelos seu trabalho humanitário, ela abriria seu registro financeiro ao público, ou pelo menos aos membros como fazia na época de Joseph Smith e BY. Sua apologia é no mínimo ridículo especialmente comparando com os feitos de Cristo há mais de dois mil anos atrás.
Cristo é o cabeça da Igreja SUD. Ele está a frente de tudo isso. As contas são prestadas regurlamente. Tudo está em ordem!
Ricardo, sem ofensas mas defender a igreja com unhas e dentes é só sua opinião. A regra deixada por Joseph era a igreja prestar contas.
A igreja explora os pobres cobrando dizimos, ofertas e mão de obra gratuita ou melhor mão de obra escrava.
Sinto informar mas fatos são mais relevantes que sua opinião.
A igreja não é a primeira a ajudar, e sim a que mais gastas com imóveis luxuosos.
Veja o caso shopping, apartamentos de luxo entre outros. Isso é um fato comprovado.
Agora a igreja adventista presta contas entre outras, por que não podemos fazer o mesmo?
Que possamos ser no mínimo menos fariseus e mais cristão.
Cristo se estivesse aui abominaria tais práticas da igreja SUD.
Priscila, ninguém é explorado. cada um tem o livre arbitrio e decide o que deseja fazer. Quem doa o dizímo e oferta de jejum faz porque quer fazer. ninguém é roubado na igreja!!!
Contradiz sim, pois “… não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. Mateus 6:3
Essa escritura não se refere a esmola não. Até mesmo milagres!!!