Membro da Presidência dos Setenta entre 2004 e 2007 e Autoridade Geral d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entre 2000 e 2009, Robert C. Oaks, é nomeado coordenador da campanha presidencial de Donald Trump para o estado de Utah.

Donald Trump (Imagem: Reuters)
Primo em primeiro do grau do Apóstolo Dallin H. Oaks, Robert Oaks compartilha da visão ultra-conservadora de seu primo Apóstolo e junta-se à bizarra campanha presidenciável marcada por xenofobia, racismo, e misoginia.
Diferentemente das preferências dos jovens Mórmons universitários que demonstram um profundo desgosto por Trump e sua visão preconceituosa do mundo, preferindo apoiar o candidato socialista Bernie Sanders, eleitores em Utah no geral aceitam-no de braços abertos. Além de angariar o apoio de Autoridades Gerais e dos principais políticos empossados atualmente no legislativo estadual (e.g., o Líder do Governo no Senado de Utah Ralph Okerlund, o Líder da Maioria no Senado de Utah Stuart Adams, influentes Senadores de Utah David Hinkins e Van Tassell, etc.), 13% dos eleitores do estado declararam em pesquisa de opinião recente haver decidido votar em Trump.
Apesar de não estar em primeiro lugar, Trump encontra-se ainda emparelhado com os demais candidatos dentro da margem estatística de erro, estando Ted Cruz e Marco Rubio apenas com 18% e 17% das intenções de votos e uma grande fatia do eleitorado, em 16%, completamente indecisos. Agora que o Bush anunciou o abandono de sua candidatura, espera-se que Trump agremie uma porção considerável de seus eleitores.
Ted Cruz, por agora o favorito entre eleitores de Utah, mesmo que uma pequena margem, é famoso por suas posições ultra-conservadoras e pelo apoio às causas homofóbicas, inclusive da plataforma evangélica de “Morte aos Gays“. Assim como o candidato Mórmon recente Mitt Romney, Cruz também é notório entre políticos por sua desonestidade descarada.
Marco Rubio, preferido pela liderança do Partido Republicano, também é conhecido por suas posições ultra-conservadoras e pró-oligárquicas, porém sua estratégia é a de posturar como “moderado” para contrastar com Trump e Cruz.
Considerando que Mórmons tendem a posições mais conservadoras e/ou para ideologias políticas de “direita” (ou mesmo de “extrema direita“), e pesquisas sugerem que 70% de todos os Mórmons se alinham com os Republicanos, não é surpreendente ver que eleitores de Utah se aglomeram entre nomes ultra-conservadores Republicanos como Trump, Cruz, e Rubio. É interessante, contudo, contrastar essa pesquisa com a citada ontem entre estudantes universitários assim sugerem uma tendência para “liberalização” ideológica das gerações Mórmons mais novas. Pesquisas recentes demonstram, por exemplo, que os jovens SUD são menos conservadores, mais abertos a casamento homossexual e menos homofóbicos que as gerações anteriores.
Novamente, vemos uma pesquisa que ilustra um hiato ideológico crescente entre grupos demográficos dentro da cultura social Mórmon. Seria esse o motivo da clara preocupação entre a liderança SUD com a evasão de jovens da Igreja SUD? Conseguirá a Igreja adaptar-se às noções de política social, justiça e ética como esposadas pelos jovens SUD?