Pesquisa de opinião recente demonstra que mórmons estão cada vez mais dispostos a apoiar a candidatura de Donald Trump e votar nele para presidente dos Estados Unidos na próxima eleição de novembro, levando-o a liderar sobre Hillary Clinton por 15 pontos percentuais nas intenções de votos no estado de Utah.

Donald Trump, candidato oficial a Presidente dos Estados Unidos da América pelo Partido Republicano (Foto: AP/LM Otero)
Diferentemente das preferências dos jovens mórmons universitários que demonstram um profundo desgosto por Trump e sua visão preconceituosa do mundo, preferindo apoiar o candidato socialista Bernie Sanders, eleitores em Utah no geral aceitam-no, porém com alguma equivocação. Mórmons conservadores em Utah, por exemplo, derrotaram Trump nas eleições primárias do Partido Republicano em março. E pesquisas de opinião prévias sugeriam que apenas 35% dos eleitores de Utah pretendiam votar em Trump nas eleições gerais de novembro.
Não obstante, Trump recebeu apoio oficial de vários nomes mórmons proeminentes.
O Governador de Utah, Herbert Spencer, anunciou seu apoio ao candidato a presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump no começo desse mês. Herbert, que serviu uma missão de tempo integral para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entre 1966 e 1969 na Missão dos Estados do Leste dos Estados Unidos e estudou na universidade da Igreja Brigham Young University, trabalhou como vice-governador de Utah durante o mandato de Jon Huntsman entre 2005 e 2009 e como governador desde 2009.
Membro da Presidência dos Setenta entre 2004 e 2007 e Autoridade Geral entre 2000 e 2009, Robert C. Oaks, está servindo como coordenador da campanha presidencial de Donald Trump para o estado de Utah desde o começo do ano. Primo em primeiro do grau do Apóstolo Dallin H. Oaks, Robert Oaks compartilha da visão ultra-conservadora de seu primo Apóstolo e junta-se à bizarra campanha presidenciável marcada por xenofobia, racismo, e misoginia.
Além desses, Trump ainda conseguiu angariar o apoio dos principais políticos mórmons empossados atualmente no legislativo estadual (e.g., o líder do governo no senado de Utah Ralph Okerlund, o líder da maioria no senado de Utah Stuart Adams, influentes senadores de Utah David Hinkins e Van Tassell, etc.).
Mais e mais observadores equiparam os pronunciamentos ideológicos de Donald Trump com uma apologia ao neofascismo do século 21 [ver, por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui]. Não obstante, ele apresentou um enorme avanço na sua campanha em Utah, e provavelmente representada, considerando a demografia do estado, por uma maioria absoluta de mórmons (onde a minoria de pouco mais de 37% de não mórmons tendem fortemente a votar no Partido Democrata).
Contudo, apesar da repulsa inicial entre mórmons pelos pronunciamentos neofascitas de Trump (que, inclusive, obrigaram a dezenas de Republicanos de alto escalão a repudiar sua candidatura nessa fase final), vem aumentando tanto seu apoio entre mórmons que surgiu de 13% dos eleitores do estado para 39% nas pesquisas de intenção de voto nos últimos 8 meses. Trump segue tremenda impopular no estado, mas o voto mórmon praticamente assegura-o vitória em Utah.
“A empresa de pesquisas “Public Policy Polling”, disse que, se não fosse por mórmons no estado, Utah estaria entre o estado mais Democrata no país, porque Clinton lidera por 16 pontos contra Trump entre os não mórmons, 46 por cento a 30 por cento.”
Considerando que mórmons tendem a posições mais conservadoras e/ou para ideologias políticas de “direita” (ou mesmo de “extrema direita“, como a popularidade de ideologias fascitas entre mórmons brasileiros), e pesquisas sugerem que 70% de todos os Mórmons se alinham com os Republicanos, não é surpreendente ver que eleitores de Utah se aglomeram entre nomes ultra-conservadores Republicanos como Trump, Cruz, e Rubio. É interessante, contudo, contrastar pesquisa deste ano entre estudantes universitários que sugerem uma tendência para “liberalização” ideológica das gerações mórmons mais novas. Pesquisas recentes demonstram, por exemplo, que os jovens SUD são menos conservadores, mais abertos a casamento homossexual e menos homofóbicos que as gerações anteriores.
Novamente, vemos pesquisas e atitudes que ilustram um hiato ideológico crescente entre grupos demográficos dentro da cultura social mórmon. Seria esse o motivo da clara preocupação entre a liderança SUD com a evasão de jovens da Igreja SUD? Conseguirá a Igreja adaptar-se às noções de política social, justiça e ética como esposadas pelos jovens SUD? Por que não rejeitaram os mórmons de Utah os conceitos neofascistas de Donald Trump? Será que o apoio de celebridades mórmons como o governador Herbert Spencer e o Setenta Robert Oaks os influencia tanto assim na urna?
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O jornal da Igreja SUD elogiando o governo fascista de Adolf Hitler em 1933.
Trump é fascista, ou neofascista? Leia, por exemplo, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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Cada um escolhe o candidato que queira vencer. Particulamente não opino a respeito disso,
Concordo contigo Hico, todos são livres para fazerem suas escolhas políticas, como livres também são, para defenderem seus conceitos religiosos no ambiente em que optam por estar.